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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA ESTÉTICA. .............................................. 5 3 PELE ........................................................................................................... 6 3.1 Embriologia da pele .............................................................................. 9 3.2 Funções da pele ................................................................................. 10 3.3 Outra função da pele: proteção contra radiações ultravioletas ........... 11 3.4 Outra função da pele: termoregulação ............................................... 12 3.5 Outra função da pele: secreção ......................................................... 13 4 CAMADAS DA PELE ................................................................................ 15 4.1 Epiderme ............................................................................................ 15 4.2 Camadas da Epiderme ....................................................................... 16 5 DERME ..................................................................................................... 24 5.1 Camadas da derme ............................................................................ 25 5.2 Estrutura da derme ............................................................................. 27 6 HIPODERME ............................................................................................ 29 7 ANEXOS CUTÂNEOS .............................................................................. 30 7.1 Estruturas dos anexos cutâneos ........................................................ 31 7.2 Aparelho pilossebáceo ....................................................................... 34 7.3 Pelos .................................................................................................. 37 7.4 Folículo piloso .................................................................................... 38 7.5 Unhas ................................................................................................. 43 8 INERVAÇÃO ............................................................................................. 45 9 VASOS SANGUÍNEOS ............................................................................. 47 10 VASOS LINFÁTICOS ............................................................................ 48 11 MÚSCULOS DA PELE .......................................................................... 49 3 12 SEMIOLOGIA CUTÂNEA ...................................................................... 50 12.1 Anamnese ....................................................................................... 50 12.2 Fototipos de pele: ............................................................................ 52 12.3 Tipos de pele ................................................................................... 52 12.4 Fotoenvelhecimento ........................................................................ 58 12.5 Graus de fotoenvelhecimento ......................................................... 60 13 PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS NÃO CIRÚRGICOS 61 14 CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO DE BIOMÉDICO ....................... 62 14.1 Algumas considerações em relação a Biomedicina Estética .......... 64 14.2 Algumas considerações em relação a Divulgação e Propaganda da Atividade Biomédica .............................................................................................. 65 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 66 16 BIBLIOGRAFIA SUGERIDA .................................................................. 67 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA ESTÉTICA. Fonte: ibeco.com.br Desde a antiguidade até os dias atuais, observa-se grande preocupação com a beleza e a estética. Todas as bibliografias consultadas mostram que o conceito de beleza e “estética” é definida como estudo racional do belo. A partir deste conceito, e com a evolução dos tratamentos estéticos, cresceu a demanda de tratamentos específicos para o corpo ou para face. A medicina e a tecnologia proporcionam um aumento de longevidade, porém após uma determinada idade, são inevitáveis as marcas do tempo, as rugas, manchas e a flacidez facial acometem a todos, sem exceções. (CARDOSO, 2006) Nas últimas décadas, a indústria da beleza investiu milhões de dólares em tecnologia, oferecendo tratamentos estéticos corporais e faciais, aliados aos produtos cosméticos, para proporcionar às pessoas esses resultados tão desejados, que não visam apenas a busca de um corpo bonito ou perfeito, mas também uma melhora da auto-estima e da qualidade de vida. A finalidade dos tratamentos faciais é restabelecer a hidratação e o viço da pele, clarear manchas, atenuar rugas e flacidez, entre outros, que são causados por fatores fisiológicos como, estresse, menopausa e climatério, fatores externos como sol, vento, frio, poluição e má alimentação 6 O corpo é revestido por um delicado manto protetor chamado pele. Ela é o maior órgão humano, sua extensão corresponde a uma área de dois metros quadrados. Constitui-se no mais pesado órgão vital, sendo o reflexo da alma e da saúde. Portanto, ao iniciarmos o estudo da semiologia estética, a pele se torna o pivô de todo o desenvolvimento de nossa diligência. Como comenta Janaine Goosens (2004, p.43-44), referência em estética e beleza no Brasil: Embora o envelhecimento da pele seja irreversível, a ciência, a medicina, a estética oferece vários recursos para frear a sua degradação. A beleza da pele é um dos principais atributos da nossa aparência. Para mantê- la saudável, com qualidade e viço, devemos tratá-la com cuidados específicos para cada tipo. 3 PELE Fonte: daquidali.com.br A pele ou cútis é o manto de revestimento do organismo, indispensável à vida e que isola os componentes orgânicos do meio exterior. Embora a pele desempenhe diversas funções vitais de comunicação e controle que garantem a homeostase do organismo, por muitos anos este órgão foi considerado apenas uma barreira contra agentes externos. http://www.daquidali.com.br/ 7 A pele representa mais de 15% do peso corpóreo. Toda a sua superfície é constituída por sulcos e saliências, particularmente acentuadas nas regiões palmoplantares e nas extremidades dos dedos, onde sua disposição é absolutamente individual e peculiar, permitindo não somente sua utilização na identificação dos indivíduos por meio da datiloscopia, como também a diagnose de enfermidades genéticas, pelas impressões palmoplantares,os chamados dermatóglifos. Aproximadamente 80% da epiderme é constituída de queratinócitos que são as células responsáveis pela formação do epitélio estratificado pavimentoso. Estas células possuem este nome devido a sua função essencial, que é a fabricação de queratina, uma proteína que preenche as células mais superficiais da epiderme para formar a camada córnea. Um tipo de célula dendrítica chamada melanócito, que representa 13% da população celular da epiderme, se distribui por toda a extensão da epiderme e através de seus dendritos, distribui a melanina que produz para os queratinócitos ao seu redor. Outra população de células presente na epiderme são as células de Langerhans. A superfície cutânea apresenta, ainda, de acordo com os segmentos corpóreos, variações e pregas, articulares e musculares, orifícios pilossebáceos e orifícios sudoríparos. A cor da pele é determinada pela conjunção de vários fatores, alguns de ordem genético-racial, como a quantidade de pigmento, a melanina e outros; de ordem individual, regional e mesmo sexual, como a espessura de seus vários componentes; e, ainda, o conteúdo sanguíneo de seus vasos. 8 Fonte: perolasdaestetica.com.br Fonte: saberatualizado.com.br 9 3.1 Embriologia da pele Fonte: pt.slideshare.net Embriologicamente, a pele deriva dos folhetos ectodérmicos e mesodérmicos. As estruturas epiteliais, a epiderme, os folículos pilossebáceos, as glândulas apócrinas e écrinas e as unhas derivam do ectoderma. Os nervos e os melanócitos originam-se do neuroectoderma, já as fibras colágenas e elásticas, os vasos sanguíneos, os músculos e o tecido adiposo provêm do mesoderma. No embrião de três semanas, a epiderme é constituída por uma única camada de células, morfologicamente indiferenciadas, cuja reprodução resulta em aumento do número de camadas e na formação dos anexos cutâneos. Além disso, ocorre invasão dessa estrutura por células originadas da crista neural, os melanócitos, que originarão o sistema pigmentar da pele. O início da formação do aparelho pilossebáceo ocorre na 9ª semana de vida embrionária. As glândulas sudoríparas écrinas formam-se, inicialmente, nas regiões palmoplantares, em torno da 14ª semana do embrião. A derme e o tecido subcutâneo iniciam-se por um material mixomatoso desprovido de fibras. As primeiras estruturas fibrilares surgem do segundo ao quarto mês de vida fetal. Os primeiros vasos sanguíneos aparecem em torno do terceiro mês e as primeiras estruturas nervosas, a partir da 5a semana de vida fetal. 10 Quanto aos melanócitos, são evidenciáveis na epiderme em torno da 11a semana do desenvolvimento embrionário, tornando-se numerosos entre a 12a e a 14a semanas. Os precursores dos melanócitos denominam-se melanoblastos e derivam da crista neural. Em relação às unhas, os primeiros elementos da matriz ungueal são detectados no dorso dos dedos do embrião por ocasião da 10a semana de vida. 3.2 Funções da pele Graças à arquitetura e às propriedades físicas, químicas e biológicas de suas várias estruturas, a pele, como membrana envolvente e isolante, é um órgão que pode executar múltiplas funções: Função Descrição Proteção Constitui a barreira de proteção à penetração de agentes externos de qualquer natureza e, ao mesmo tempo, impede perdas de água, eletrólitos e outras substâncias do meio interno Proteção imunológica A pele, graças à presença de células imunologicamente ativas, é um órgão de grande atividade imunológica, onde atuam intensamente os componentes da imunidade humoral e celular. Termo regulação Graças à sudorese, constrição e dilatação da rede vascular cutânea, a pele processa o controle homeostático da temperatura orgânica. Percepção Por meio da complexa e especializada rede nervosa cutânea, a pele é o órgão receptor sensitivo do calor, do frio, da dor e do tato. Secreção A secreção sebácea é importante para a manutenção eutrófica (manutenção de uma nutrição adequada) da própria pele, 11 particularmente da camada córnea, evitando a perda de água. Além disso, o sebo tem propriedades antimicrobianas e contém substâncias precursoras da vitamina D. Quanto às glândulas sudoríparas, a eliminação de restos metabólicos não tem valor como função excretora. Essas funções gerais da pele dependerão da participação de seus vários componentes por meio de suas propriedades, ainda incompletamente conhecidas. Assim, na função protetora da pele, a camada córnea tem importância relevante, constituindo-se em interfase entre o organismo e o meio ambiente, graças às suas várias propriedades: Impermeabilidade relativa à água e eletrólitos: ao evitar perdas hídricas e eletrolíticas, bem como ao limitar a penetração de substâncias exógenas. Resistência relativa a agentes danosos corrosivos: alta impedância elétrica (resistência elétrica), que restringe a passagem de corrente elétrica pela pele. Superfície relativamente seca: retarda a proliferação de microrganismos. Quimicamente: representa uma membrana limitadora à passagem de moléculas. 3.3 Outra função da pele: proteção contra radiações ultravioletas A pele representa um obstáculo à ação de radiações ultravioleta, graças, especialmente, às unidades epidermomelânicas, produtoras e distribuidoras de melanina por meio da epiderme. A principal função da melanina é proteger a pele das radiações ultravioleta do sol pela absorção da energia irradiante. Os melanócitos não só absorvem, como também difundem a radiação ultravioleta. O controle da produção de melanina é exercido por três fatores principais: 1. Genético – explica variações raciais e patológicas, como o albinismo. 12 2. Ambiental – interfere por meio da quantidade de energia radiante ambiental e das substâncias químicas sobre a pele. 3. Hormonal – hormônios da hipófise e da epífise. O hormônio estimulador dos melanócitos (MSH), também conhecido como intermedina (segregado pela “pars intermedia” da hipófise), promove dispersão de grânulos melânicos pelo citoplasma, escurecimento da pele e maior fotoproteção. É o mais potente escurecedor conhecido. Sua fórmula química assemelha-se à de outro, o hormônio hipofisário adrenocorticotrópico (ACTH). Ao contrário desses dois hormônios, a melatonina clareia porque faz os grânulos de melanina agregarem-se em torno do núcleo celular. Na produção de melatonina, tem importância o estímulo retiniano por luz ambiental. Fonte: infoescola.com 3.4 Outra função da pele: termoregulação Quanto à termorregulação, é exercida, fundamentalmente, pelos sistemas vascular e sudoríparo da pele. Como interface entre o organismo e o meio externo, a pele desempenha um papel passivo nas trocas calóricas, mas, por meio das unidades http://www.infoescola.com/ 13 sudoríparas écrinas e da rede vascular cutânea, interfere de modo ativo na regulação térmica. As glândulas sudoríparas fornecem o revestimento cutâneo de água que, por evaporação, esfria a superfície corpórea, e, os vasos sanguíneos, pela dilatação ou constrição, ampliam ou diminuem o fluxo sanguíneo periférico, permitindo maior ou menor dissipação calórica. Um aumento de 0,5°C na temperatura corpórea determina impulsos hipotalâmicos que, por meio das fibras colinérgicas do sistema nervoso simpático, estimulam as glândulas sudoríparas écrinas de todo o corpo. O aquecimento regional da pele promove também sudorese local, admitindo- se, nesse caso, ação térmica direta sobre a glândula sudorípara, sem participação hipotalâmica. 3.5 Outra função da pele: secreção Em relação às funções secretoras da pele, os produtos metabólicos eliminados pela sudorese não têm qualquer importância como função excretora. Quanto às glândulas sebáceas, seu desenvolvimento e atividadedependem, essencialmente, de fatores humorais, particularmente androgênios. O produto da secreção das glândulas sebáceas, o sebo, constitui, com os lipídeos da queratinização, o filme lipídico da superfície cutânea. Esse complexo de lipídeos é composto por: Triglicerídeo Diglicerídeo Ácidos graxos Ésteres Esqualeno Esteróis No sebo recém-secretado, não existem ácidos graxos livres, os quais surgem intrafolicularmente por ação de lipases bacterianas. O verdadeiro significado fisiológico do sebo permanece ainda desconhecido no homem. Nos animais, 14 promovendo aderência dos pelos, é um fator a mais no isolamento térmico, além do que, pelas suas propriedades odoríferas, exerce função de atração sexual. Tais funções são irrelevantes no homem, mas outras têm sido atribuídas ao sebo, embora não existam provas da importância desses mecanismos na homeostase humana: Barreira de proteção; Emulsificação de substâncias; Atividade antimicrobiana, antibacteriana e antifúngica; Precursor da vitamina D. As secreções sebáceas e sudorais constituem as fases adiposa e oleosa da emulsão que recobre a superfície cutânea. O pH médio normal da pele situa-se entre 5,4 e 5,6, com variações topográficas. Já áreas intertriginosas apresentam pH maior que o habitual. Entre as secreções da superfície cutânea, existe, no recém-nascido, o chamado “vérnix caseoso”, que é constituído por secreção sebácea, células epiteliais descamadas e lanugo desprendido da superfície corpórea. Sua principal função é a lubrificação da superfície corpórea do feto, para facilitar sua passagem por meio do canal do parto, o que explicaria seu desaparecimento após o nascimento, por não mais ser necessária a função a que se destina. Além das suas funções vitais, as propriedades físico-químico- biológicas da pele permitem, pela capacidade de absorção dela, a administração percutânea de medicamentos, um processo que se dá por: Orifícios adanexiais Permitem a passagem de substâncias de baixo coeficiente de permeabilidade e de moléculas grandes. Espaços intercelulares da camada córnea Via de penetração de água e álcoois de peso molecular baixo. Células corneificadas (diretamente) Quando ocorrem aumento da hidratação da pele, aumento da temperatura cutânea e exposição a solventes de lipídeos. Áreas intertriginosas: é um termo usado para definir uma área existente entre duas áreas da pele, que podem tocar e causar atrito entre si. Exemplos : axila , fossas nasais região anogenital. https://es.wikipedia.org/wiki/Axila 15 A maneira habitual de se obter melhor ação tópica, com maior penetração de medicamentos, é o curativo apósito oclusivo. Pela oclusão, provocam-se aumento da transpiração e retenção sudoral e elevação local da temperatura, com aumento do fluxo sanguíneo. A retenção sudoral aumenta o teor em água das células córneas, o que possibilita maior transporte iônico de moléculas por meio das células; por sua vez, quanto maior o fluxo sanguíneo na derme, maior será a absorção. Esses fatos devem ser considerados quando se empregam medicamentos tópicos, particularmente em curativos oclusivos, pela possível ação sistêmica dessas medicações. 4 CAMADAS DA PELE Fonte: peleemdia.com.br 4.1 Epiderme A epiderme é avascular, formada por epitélio estratificado, disposto em quatro ou cinco camadas, que se ligam firmemente umas nas outras. Fina, porém resistente, http://www.peleemdia.com.br/ 16 sua espessura varia entre 0,007 a 0,12 mm. Com exceção das camadas mais profundas, é constituída por células mortas. É a camada externa, que vemos quando olhamos no espelho. Tem como principal função a proteção do organismo. Como impede a entrada de microrganismos, e se regenera, podemos comparar a epiderme a uma armadura biológica de nosso corpo. A camada mais profunda da epiderme é o estrato basal, que produz constantemente novas células pela divisão celular. Essas são também responsáveis pela constante regeneração de nossa pele, por meio de novas células sendo empurradas gradualmente para cima, em direção à superfície, levando em torno de sete dias para alcançar esse ponto e, desse modo, se tornando parte da proteção externa do corpo. Fonte: VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003. 4.2 Camadas da Epiderme Camada Basal (ou germinativa): 17 É formada por uma única camada de células-tronco, que pode apresentar formato colunar ou cuboide. e passa por mitose certas vezes com uma das células resultantes contribuindo para o estrato remanescente da epiderme. Estas células estão envolvidas numa produção inicial de tonofilamentos, e alguns dos tonofilamentos estão ligados aos hemidesmossomas que fixam a base da epiderme na derme. Os tonofilamentos formados não estão apenas ligados aos diversos dermossomas que compõem a estrutura de fixação primária de uma célula na outra na epiderme, eles também originam corpos de pré-queratina ou placas que amadurecem na queratina das células de outros estratos. A camada basal é a camada mais profunda da epiderme que faz contato direto com a derme. É formada por uma única fileira de células prismáticas, onde ocorre intensa divisão celular, ou seja, à medida que se multiplicam, as novas vão empurrando as mais antigas em direção à superfície, de modo a que estas passem a pertencer a outras camadas. Nesse processo as células partem da camada basal e vão sendo deslocadas para a periferia até a camada córnea, num período de 21 a 28 dias. Único estrato de células, em contato direto com a derme, que possui quatro diferentes espécies de células: Fonte: pinterest.com https://www.infoescola.com/citologia/celulas-tronco/ https://www.infoescola.com/biologia/mitose/ 18 Queratinócitos: Os queratinócitos, também conhecidos como ceratinócitos, são as células mais numerosas da epiderme. São células de origem ectodérmica que realizam a produção de queratina. Os queratinócitos são formados na camada mais profunda da epiderme a partir de células cilíndricas que sofrem contínua atividade mitótica. Quando formadas, estas células são empurradas sucessivamente para camadas mais superficiais em decorrência da produção de novas células. À medida que ganham camadas superiores, as células sintetizam queratina no seu citoplasma. Para que um queratinócito da camada basal atinja a camada córnea, são necessários 21 a 28 dias, e para que esta mesma célula se desprenda da camada córnea, são necessários mais 15 dias Produtores da queratina, proteína responsável pelo fortalecimento e impermeabilidade da pele. Mais numerosas na epiderme, sofrem processo de queratinizarão. Descamam na superfície da epiderme. Precisam ser renovadas através da atividade mitótica (camada basal). As células novas são empurradas para a superfície (acumulam filamentos de queratina). As células morrem e são descamadas por volta de 20 a 30 dias. Fonte: unicamp.br 19 Melanócitos: Os melanócitos são células arredondadas localizadas principalmente na camada basal da epiderme, responsáveis pela produção de melanina, um dos pigmentos que determinam a coloração da pele. Os melanócitos são originados a partir das cristas neurais, que migram de seus locais originais para a epiderme, onde se interpõem por entre os queratinócitos basais. Ao contrário dos queratinócitos, os melanócitos não se multiplicam. A cor da pele resulta de múltiplos fatores, e os mais importantes são o conteúdo de melanina e de caroteno, a quantidade de capilares na derme e a cor do sangue que corre nesses capilares. A quantidade de melanócitos não varia em relação às raças, portanto, as diferençasraciais de pigmentação não dependem do número, mas sim da capacidade funcional dos melanócitos. Fonte:wikipedia.org Células situadas nas camadas basal e espinhosa, células com formato circulares a colunares. Produtores de melanina, pigmento que ao ser fagocitado pelos queratinócitos atribuem cor à pele, além de proteger as células contra os raios solares. 20 A tirosinase produzida pelo REG (Retículo Endoplasmático Granular) é acumulada em grânulos chamados melanossomos, onde ela se converte em melanina. Tirosinase ativada pela luz UV. Células de Merkel As células de Merkel são consideradas mediadoras da sensação do tato. Estas células são encontradas em regiões da pele sem pelos, como extremidades distais dos dedos, lábios, gengivas e também na bainha externa do folículo piloso. As células de Merkel possuem forma alargada contendo grânulos neurossecretores no citoplasma, localizam-se isoladamente um pouco acima da camada basal da epiderme. Da mesma forma que os melanócitos, as células de Merkel são originadas das cristas neurais e se localizam entre os queratinócitos da camada basal. Fonte: dermatologiarosario.com.ar Células de Langerhans: As células de Langerhans são células de origem mesodérmicas, muito ramificadas, que exercem um importante papel protetor na pele. Podem ser encontradas em qualquer camada da epiderme, porém, são mais frequentes na camada espinhosa. 21 Possuem grande capacidade fagocitária e ativação de linfócitos T, atuam na indução de rejeição aos enxertos e reações imunológicas do tipo hipersensibilidade retardadas. Com exceção das células de Langerhans, as células desta camada sofrem mitose constantemente, para repor as células mortas da epiderme. Fonte: dermatopatologiaparainiciantes.blogspot.com Camada Espinhosa: Localizada acima da camada basal e formada por várias camadas, é composta por queratinócitos em formatos de poliedros, que se unem através de desmossomos, filamentos semelhantes a espinhos. No espaço entre as células, há o glicocálix, substância que serve de meio condutor de substâncias hidrossolúveis do meio externo para o interno. As células com desmossomos e prolongamentos, ajudam a mantê-las bem unidas, o que lhes confere aparência espinhosa. As células de Langerhans se encontram espalhadas pela camada e ajudam a detectar agentes invasores, enviando alerta ao sistema imunológico para defender o corpo. Célula de Paget: São células epiteliais glandulares neoplásicas. 22 Fonte: infoescola.com Camada Granulosa: Composta por poucas camadas de células achatadas, que possuem grânulos contendo queratomalina, precursora da queratina, e grânulos lamelares, que impermeabilizam as células, como prevenção à perda de água. Fonte: pt.slideshare.net Camada Córnea: Composta por células com núcleos bem reduzidos ou anucleadas. Possui em torno de 30 estratos de células achatadas e mortas, semelhantes a escamas. A queratinização ou cornificação é o processo que transforma os queratinócitos em células córneas, achatadas e secas. 23 Este processo é importante para a função protetora da pele. Em média, este processo dura de 26 a 28 dias, após, as células mortas se desprendem e esfoliam, para que células novas das camadas mais profundas as substituam. Assim, a pele encontra-se em constante renovação. Fonte: dermatopatologiaparainiciantes Camada Lúcida: A camada lúcida é constituída por uma fina camada de células achatadas, cujos núcleos celulares apresentam sinais de degeneração e existem poucas organelas citoplasmáticas. Estas células estão parcialmente preenchidas por queratina e sobre elas existe uma cobertura glicolipídica que, juntamente com a queratina, torna a membrana plasmática impermeável a fluidos. Nem todas as regiões do corpo possuem esta camada que existe mais comumente nas regiões palmoplantares. Acrosiringio (ou poro): É o orifício por onde é eliminado o suor. 24 Fonte: equalisveterinaria.com.br 5 DERME Fonte: coladaweb.com A derme é a segunda camada da pele, mais profunda e espessa é vascularizada, constituída principalmente por tecido conjuntivo, como o colágeno e as fibras elásticas. Tais substâncias presentes na composição da derme tornam a pele resistente e elástica. Além disso, as fibras elásticas e o colágeno são organizados em http://www.coladaweb.com/ 25 padrões definidos no interior da derme, de maneira a produzir linhas de tensão na pele, garantindo seus tônus. Entre a epiderme e a derme, há uma área de transição, denominada membrana basal, que as une firmemente. Os hemossideromas localizados inferiormente nos queratinócitos e melanócitos permitem que a membrana se fixe à epiderme, enquanto sua face inferior se fixa à derme através das fibrilas de ancoragem da derme papilar. A derme se subdivide em duas camadas, uma mais superficial, a camada papilar e uma mais profunda, a camada reticular. 5.1 Camadas da derme Camada papilar: Ocupa cerca de um quinto da derme, e apresenta projeções, as papilas, que vão em direção à epiderme. Ela fica em contato com a epiderme, e é formada por tecido conjuntivo frouxo Fonte: pt.slideshare.net Camada reticular: 26 Constituída por tecido conjuntivo denso não modelado, possuindo, portanto, grande quantidade de fibras, que se dispõem de forma mais densa. Isto confere a capacidade de distensão à pele. Fonte: slideplayer.com.br Diferente da epiderme, a derme é vascularizada. Esta rede vascular supre a camada viva da epiderme, a camada basal que está em constante processo de mitose, e estruturas como os folículos pilosos e glândulas. Na derme também está presente a inervação da pele, composta por nervos e terminações nervosas, que conferem à pele a sensibilidade a pressão, temperatura, prurido, dor e tato. O sistema nervoso autônomo é responsável pela inervação motora da derme, e age nos músculos eretores do pêlo e contraem as células do músculo liso dos vasos. Também, atua na manutenção e regulação da temperatura corporal e pressão arterial. Através da inervação da pele, ocorre a vasoconstricção, que impede a circulação do sangue nas arteríolas próximas à superfície, de forma a dificultar a perda de calor; ou a vasodilatação, que permite a livre circulação sanguínea na derme. Ainda com a finalidade de regular a temperatura, estruturas denominadas glomos, estão presentes nas pontas dos dedos, região central da face e orelhas. Estas estruturas são anastomoses entre vênulas e arteríolas, que se contraem para regular o fluxo periférico do sangue. 27 5.2 Estrutura da derme A derme compreende um verdadeiro gel, rico em mucopolissacarídeos (a substância fundamental) e material fibrilar de três tipos: fibras colágenas; fibras elásticas; e fibras reticulares. De espessura variável ao longo do organismo, desde 1 até 4 mm, a derme compõe-se de três porções – a papilar, a perianexial e a reticular: Derme papilar – constitui uma camada pouco espessa de fibras colágenas finas, fibras elásticas, numerosos fibroblastos e abundante substância fundamental, formando as papilas dérmicas, que se amoldam aos cones epiteliais da epiderme. Derme perianexial – estruturalmente idêntica à derme papilar, dispõe-se, porém, em torno dos anexos. Compõe, com a derme papilar, a unidade anatômica denominada derme adventicial. Derme reticular – compreende o restante da derme, sendo sua porção mais espessa, que se estende até o subcutâneo. É composta por feixes colágenos mais espessos, dispostos, em sua maior parte, paralelamente à epiderme. Há, proporcionalmente, menor quantidade de fibroblastos e de substância fundamental em relação à derme adventicial. Fonte: angelicabeauty.blogspot.com 28 Asubstância fundamental é composta, essencialmente, por mucopolissacarídeos, dos quais os hialuronidatos e condroitinsulfatos são os mais importantes. Esse gel viscoso participa na resistência mecânica da pele às compressões e aos estiramentos. Fibras colágenas: compreendem 95% do tecido conectivo da derme. O colágeno da derme é composto por tipos diferentes de fibras – do tipo I até o tipo XIII. Fibras elásticas: são microfibrilas que, na derme papilar, orientam-se perpendicularmente à epiderme; e, na derme reticular, mostram-se mais espessas e dispostas paralelamente à epiderme. É peculiar à espécie humana a grande quantidade de fibras elásticas na pele. O sistema elástico da pele compreende os seguintes tipos de fibras elásticas: Tipos de fibra Descrição Fibras oxitalânicas São as mais superficiais e dispõem-se perpendicularmente à junção dermoepidérmica, estendendo-se até o limite entre a derme papilar e a reticular. Fibras eulaunínicas Ocupam posição intermediária na derme, conectando as fibras oxitalânicas da derme superficial com as fibras elásticas da derme reticular. Fibras elásticas maduras Contêm cerca de 90% de elastina e ocupam a derme reticular. As fibras elásticas mais superficiais estão envolvidas na ligação entre epiderme e derme e as mais profundas, pelo seu maior teor de elastina, na absorção dos choques e das distensões que se produzem na pele. A derme aloja as estruturas anexiais da pele, as glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas, os folículos pilossebáceos e o músculo eretor do pelo. Nela, encontram- 29 se, ainda, suas células próprias, fibroblastos, histiócitos, mastócitos, células mesenquimais indiferenciadas e as células de origem sanguínea, leucócitos e plasmócitos. Em quantidades variáveis, também apresenta vasos sanguíneos, linfáticos e estruturas nervosas 6 HIPODERME A hipoderme é uma tela subcutânea, que une a derme aos tecidos e órgãos subjacentes. Apesar de sua estreita relação funcional com a pele, não é considerada parte constituinte da pele/sistema tegumentar. Composta por células adiposas, age como isolante térmico, e reserva calórica. Em determinadas regiões do corpo, protege contra traumas, atuando como amortecedor. A quantidade de tecido adiposo na camada da hipoderme pode variar, dependendo da região do corpo, da idade e sexo. Fonte: sogab.com.br 30 7 ANEXOS CUTÂNEOS São estruturas derivadas do ectoderma, como pelos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas, que se fixam na derme, através de uma invaginação na epiderme. A complexidade estrutural da pele, constituída por grande diversidade de células, com especificidades funcionais, confere a capacidade de executar: Funções metabólicas e de proteção contra agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos; Regulação da temperatura; Síntese de vitamina D; Percepção sensorial; Possibilita a identificação de pessoas, características faciais e cor da pele; Comunicação, através de expressões faciais e emissão de sinais emocionais; Papel importante no processo de cicatrização de feridas; Manifestação de sinais que indicam o estado clínico da pessoa; Sofre modificações ao longo do desenvolvimento, sua aparência difere entre as faixas etárias, são influenciadas pelos hábitos de vida, ambiente e cultura. Ectorderma: é a camada exterior de um embrião em desenvolvimento. Ela forma-se durante a gastrulação, no estágio em que o sistema digestório primitivo está se formando. As outras duas são a mesoderme e a endoderme. 31 7.1 Estruturas dos anexos cutâneos Fonte: pt.slideshare.net Glândulas sudoríparas écrinas Fonte: atlasdocorpohumano.com As glândulas sudoríparas écrinas encontram-se dispersas por toda a pele, mas em maior quantidade nas regiões palmoplantares e axilas. São glândulas tubulares 32 que desembocam na superfície por meio da epiderme e compõem-se de três segmentos: Porção secretora A porção secretora localiza-se na junção dermo-hipodérmica ou na porção inferior da derme. A porção secretora das glândulas écrinas é formada por células grandes, cilíndricas, de citoplasma claro, levemente basófilo. Nos cortes habituais, essas células dispõem-se em ácinos, que mostram, na periferia, células pequenas fusiformes – as células mioepiteliais –, em torno das quais existe uma membrana hialina e que, pelo seu poder contrátil, seriam responsáveis pela expulsão da secreção sudoral. Conduto sudoríparo-intradérmico A porção intradérmica do conduto sudoríparo é formada por duas camadas de células epiteliais pequenas, cuboides, intensamente basófilas. Conduto sudoríparo-intraepidérmico. A porção intraepidérmica do conduto sudoríparo é composta de uma única camada celular de revestimento e uma ou mais camadas de células epiteliais que compõem a bainha peridutal. O orifício da glândula sudorípara, poro ou acrosiríngio, apresenta-se rodeado por um anel de queratina. As glândulas écrinas são inervadas por fibras simpáticas pós-ganglionares não mielinizadas. Fisiologicamente, porém, são regidas por mediadores parassimpáticos, ainda que respondam em menor grau a mediadores simpatomiméticos. Portanto, drogas parassimpatomiméticas como acetilcolina, acetilbetametilcolina e pilocarpina estimulam a sudorese, e drogas parassimpatolíticas, como atropina, inibem-na. A secreção sudoral écrina é incolor, inodora, hipotônica, composta de 99% de água e solutos encontrados no plasma, além de conter, em concentrações menores, especialmente sódio, cloretos, potássio, ureia, proteínas, lipídeos, aminoácidos, cálcio, fósforo e ferro. Em condições adversas de temperatura, a sudorese pode atingir a produção de 10 a 12 litros em 24 horas. Glândulas apócrinas 33 Fonte: atlasdocorpohumano.com Por sua própria embriogênese, a partir da invaginação formadora do folículo piloso, as glândulas apócrinas desembocam, em geral, nos folículos pilossebáceos, e não diretamente na superfície epidérmica. As glândulas apócrinas distribuem-se em axila, área perimamilar e região anogenital e, ainda, modificadamente, no conduto auditivo externo, constituindo as glândulas ceruminosas; nas pálpebras, formando as glândulas de Moll; e, na mama, constituindo as glândulas mamárias. As glândulas apócrinas são tubulares e compostas de uma porção secretora e uma porção ductal. A luz da porção secretora das glândulas apócrinas é ampla, cerca de 200 vezes a das glândulas écrinas e, como estas, também apresenta células mioepiteliais. A porção ductal É composta de duas camadas de células epiteliais, não dispondo, porém, de cutícula eosinófila, como ocorre com as glândulas sudoríparas écrinas. As glândulas apócrinas secretam pequenas quantidades de secreção de aspecto leitoso, a intervalos longos de tempo. A secreção apócrina 34 Contém proteínas, açúcares, amônia, ácidos graxos e, às vezes, cromógenos, como o indozil, podendo-se explicar, desse modo, certos casos de cromidrose. Admite-se que o odor produzido pela secreção apócrina decorre da ação de bactérias, próprias das regiões topográficas povoadas pelas glândulas sebáceas, sobre as secreções, resultando em produtos secundários odoríferos. O verdadeiro significado funcional da secreção apócrina no homem é desconhecido, admitindo-se que represente alguma função sexual vestigial, desde que surge apenas na puberdade. 7.2 Aparelho pilossebáceo Fonte: ebah.com.br Glândulas sebáceas http://www.ebah.com.br/ 35 Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br As glândulas sebáceas estão presentes em toda a pele, à exceção das regiões palmoplantares. Desembocam sempre no folículo pilossebáceo, com ou sem pelo. O tamanho das glândulas sebáceas é, em geral,inversamente proporcional às dimensões do pelo presente no folículo correspondente. Assim, as maiores glândulas sebáceas são encontradas nas regiões onde o sistema piloso é menos desenvolvido, por exemplo, fronte e nariz. Excepcionalmente, as glândulas sebáceas localizam-se heterotopicamente na mucosa bucal e no lábio, constituindo os chamados grânulos de Fordyce. Fonte: twgram.me 36 A secreção das glândulas sebáceas A secreção é do tipo holócrino e o produto de sua atividade é o sebo (sebum). Ativadas pelos androgênios, as glândulas sebáceas independem de estimulação nervosa. Por esse motivo, são moderadamente desenvolvidas no recém-nascido, por ação dos androgênios maternos, passivamente transferidos. Fonte: apelequehabitoblog.blogspot.com Esgotados os androgênios adquiridos passivamente, as glândulas sebáceas entram em acentuada regressão, somente se desenvolvendo novamente na puberdade, por ação dos androgênios de origem testicular, ovariana e suprarrenal. 37 7.3 Pelos Fonte: chinelada.com Os pelos sãs estruturas filiformes, constituídas por células queratinizadas produzidas pelos folículos pilosos. Existem dois tipos de pelos: Fetal ou lanugo: é a pilosidade fina e clara, idêntica aos pelos pouco desenvolvidos do adulto e denominada vellus. Terminal: corresponde ao pelo espesso e pigmentado, que compreende os cabelos, a barba, a pilosidade pubiana e axilar. Os pelos compõem-se de uma parte livre, a haste, e uma porção intradérmica, a raiz. Anexam-se ao folículo piloso: Superiormente: Glândula sebácea Inferiormente: músculo eretor do pelo E em certas regiões corpóreas, o ducto excretor de uma glândula apócrina que desemboca no folículo, acima da glândula sebácea. 38 Fonte: HABIF,2005. 7.4 Folículo piloso Fonte: www.sandro.com.br Compreende as seguintes porções: http://www.sandro.com.br/ 39 O infundíbulo: situado entre o óstio e o ponto de inserção da glândula sebácea. O acrotríquio: a porção intraepidérmica do folículo. O istmo: entre a abertura da glândula sebácea no folículo e o ponto de inserção do músculo eretor do pelo. O segmento inferior: a porção restante, situada abaixo do músculo eretor. Nessa porção mais inferior do folículo piloso, encontra-se uma expansão, o bulbo piloso. Fonte: spacobshair.blogspot.com Bulbo piloso: Contém a matriz do pelo, onde se introduz a papila, uma pequena estrutura conectiva, ricamente vascularizada e inervada. De permeio às células matrizes, encontram-se melanócitos ativos. A maior parte da atividade mitótica do pelo se dá na metade inferior do bulbo. 40 Fonte: fashionbubbles.com Bainha radicular interna: compreende a cutícula da bainha, a camada de Huxley (mais interna) e a camada de Henle (mais externa). Essas camadas, após sua queratinização completa, desintegram-se ao alcançar o istmo e, neste mesmo nível, a bainha radicular externa inicia sua queratinização. A bainha radicular externa alonga-se desde a epiderme até as porções laterais do bulbo piloso, diminuindo progressivamente de espessura da superfície até a profundidade. Externamente a essa bainha, dispõe-se uma membrana delgada homogênea e eosinófila, denominada camada vítrea ou basal. Fonte: angelicabeauty.blogspot.com 41 A haste do pelo propriamente dita é composta pela cutícula externa, pelo córtex e pela medula, que, no pelo humano, é descontínua ou até ausente, como no lanugo e no velus. A camada cortical é composta de queratinócitos fortemente compactados, enquanto, na medular, os queratinócitos se agregam mais frouxamente. As células da cutícula do pelo imbricam-se fortemente com a cutícula da bainha radicular interna, resultando firme adesão do pelo. O componente principal do pelo é a queratina e participam de sua estrutura cerca de vinte aminoácidos, sendo particularmente importantes a cisteína, a arginina e a citrulina, encontrada exclusivamente nos pelos humanos. Os pelos são estruturas muito resistentes, flexíveis e elásticos, alongando-se 20 a 30% quando secos e até 100% quando embebidos em água. Os pelos não crescem continuamente, havendo alternâncias de fases de crescimento e repouso, que constituem o ciclo do pelo. Ciclo do pelo FASE DESCRIÇÃO ANÁGENA (FASE DO CRESCIMENTO) Caracteriza-se por intensa atividade mitótica da matriz e na qual o pelo se apresenta na máxima expressão estrutural. Sua duração é de 2 a 5 anos, no couro cabeludo. CATÁGENA Fase na qual os folículos regridem a 1/3 de suas dimensões anteriores. Interrompe-se a melanogênese na matriz e a proliferação celular diminui até cessar. As células da porção superior do bulbo continuam, ainda, sua diferenciação à haste do pelo, que fica constituída somente do córtex e da membrana radicular interna até que o 42 bulbo se reduza a uma coluna desorganizada de células. A extremidade do pelo assume a forma de clava, constituindo o pelo em clava, aderido, ainda, por retalhos de queratina ao saco folicular. A fase catágena dura cerca de 3 a 4 semanas. TELÓGENA Desprendimento do pelo, que, no couro cabeludo, tem cerca de três meses de duração. Os folículos mostram-se completamente quiescentes, reduzidos à metade ou menos do tamanho normal e há uma desvinculação completa entre a papila dérmica e o pelo em eliminação. Fonte: naomaispelo.com.br Quando se analisa o couro cabeludo, as seguintes proporções entre os cabelos, nas suas várias fases, são encontradas: 43 85% na fase anágena. 14% na fase telógena. 1% na fase catágena. Esses percentuais compõem o tricograma normal do couro cabeludo. Admitindo-se 100 a 150 mil folículos no couro cabeludo, e, tendo em conta que cerca de 10% deles estão em fase telógena, por aproximadamente 100 dias, alguns autores consideram normal a eliminação média de até 100 fios de cabelo por dia. Quanto ao crescimento, as médias, por dia, são de 0,4 mm, na região do vértex, e 0,35 mm, nas têmporas, sendo que os cabelos das mulheres crescem mais rapidamente. Os fatores reguladores do ciclo piloso são desconhecidos, admitindo-se a influência de condições intrínsecas ao folículo e a fatores sistêmicos, nutricionais, emocionais e, especialmente, hormonais – androgênios em particular. Do ponto de vista funcional, os pelos servem como defesa nas áreas orificiais – narinas, conduto auditivo, olhos – e, no couro cabeludo, atuam como proteção aos raios ultravioleta. Nas áreas intertriginosas, reduzem o atrito e, finalmente, por sua abundante inervação, fazem parte do aparelho sensorial cutâneo. Na protuberância da bainha externa do pelo, abaixo da inserção da glândula sebácea, localizam-se as células- tronco epidérmicas, que também se dispõem em agrupamentos no epitélio interfolicular. 7.5 Unhas 44 Fonte: auladeanatomia.com Uma unha tem quatro partes: Posterior ou raiz: Localizada sob a dobra da pele. Lâmina: Aderente ao leito ungueal na sua porção inferior. Dobras laterais: borda livre. Raiz ou matriz ungueal: uma área semilunar de células epiteliais proliferativas, parcialmente vedada pela dobra ungueal posterior e visível, parcialmente, em área mais clara, chamada lúnula. A dobra ungueal posterior apresenta um prolongamento da camada córnea que recobre a porção proximal da unha, a cutícula e, abaixo desta, o eponíquio, que adere à lâmina ungueal. Estas estruturas são importantes porque podem ser destacadas das unhas por processos inflamatórios. Há uma rica rede vascular, dependente de duas artérias digitais, para a nutrição da matriz ungueal. A espessura das unhas varia de 0,5 a 0,75 mm. Seu crescimento é de cerca de 0,1 mm por dia nos quirodáctilos, sendomais lento nas dos pododáctilos. A lâmina ungueal é formada, fundamentalmente, pela matriz ungueal, mas há participação secundária do leito ungueal nesse processo. O crescimento ungueal sofre variações individuais e é influenciado por doenças sistêmicas e fatores locais. Deformidades nas unhas podem, assim, representar lesões da matriz ungueal que ocorreram até três meses antes das alterações ungueais. http://www.auladeanatomia.com/ 45 Fonte: cookie.com.br Fonte: pikview.com 8 INERVAÇÃO Os nervos sensitivos, que sempre são mielinizados, em algumas regiões corpóreas como palmas, plantas, lábios e genitais, formam órgãos terminais específicos, os corpúsculos de Vater-Pacini, os corpúsculos táteis de Meissner, os corpúsculos de Krause, os meniscos de Merkel-Ranvier e os corpúsculos de Ruffini. Corpúsculos de Vater-Pacini: localizam-se, especialmente, nas regiões palmoplantares e são específicos para a sensibilidade à pressão. Corpúsculos de Meissner: situam-se nas mãos e nos pés, especialmente nas polpas dos dedos, ao nível da derme papilar. São específicos para a sensibilidade tátil. Corpúsculos de Krause: também chamados órgãos nervosos terminais-mucocutâneos, pois ocorrem nas áreas de transição entre pele e mucosas. Encontram-se, portanto, na glande, no prepúcio, no clitóris, nos lábios vulvares e, em menor quantidade, no lábio, na língua, nas pálpebras e na pele perianal. Meniscos de Merkel-Ranvier: são plexos terminais de nervos de posição subepidérmica, localizados especialmente nas polpas dos dedos. Corpúsculos de Ruffini: são formados por fibra nervosa que se ramifica, permeando o colágeno, e relacionam-se à sensibilidade térmica. 46 Fonte: slideplayer.com.br Outra estrutura nervosa com funções táteis é o disco pilar, estrutura discoide rica em células de Merkel, de localização dermoepidérmica, nas proximidades de folículos pilosos. A inervação motora da pele é suprida pelo sistema nervoso autônomo, cujas fibras, adrenérgicas, provocam contração das células musculares lisas das paredes arteriolares (vasoconstrição), contraem o músculo eretor dos pelos, ativam o corpúsculo glômico e as células mioepiteliais das glândulas apócrinas. É importante salientar que as glândulas écrinas são inervadas por fibras simpáticas, porém colinérgicas, o que é excepcional, uma vez que, via de regra, as fibras simpáticas são adrenérgicas. Esse fato explica a sudorese pela pilocarpina, droga parassimpatomimética, que estimula diretamente os efetores colinérgicos da glândula sudorípara. As glândulas apócrinas reagem a estímulo simpático e não parassimpático, uma vez que são inervadas por fibras adrenérgicas, controladas por centros simpáticos do sistema nervoso central. 47 9 VASOS SANGUÍNEOS Fonte: portalped.com.br Apesar das variações topográficas do sistema vascular da pele, os vasos cutâneos constituem sempre um plexo profundo em conexão com um plexo superficial. O profundo situa-se em nível dermo-hipodérmico e é formado por arteríolas, ao passo que o superficial se localiza na derme subpapilar e é composto essencialmente por capilares. Em determinadas áreas, como sulcos e leito ungueal, orelhas e centro da face, o aparelho vascular cutâneo apresenta formações especiais, os glomus. O glomo é um aglomerado de minúsculas veias e artérias. É um desvio pelo qual o sangue passa da artéria, diretamente para a veia, sem passar antes pelos capilares. O glomo existem em vários órgãos e na pele, especialmente, nas dermes das extremidades. Encontra-se abundantemente, na unha, nas pontas dos dedos e na superfície palmar das falanges 1,2 e 3. O glomo não aparece durante a vida intra-uterina. Ele se forma logo após o nascimento e se desenvolve com o passar dos anos, até a idade de quarenta anos, quando então começa a diminuir, sofrendo atrofia, selenose e desgaste conforme o avanço da senilidade. http://www.portalped.com.br/ 48 Estas estruturas, ligadas funcionalmente à regulação térmica, são anastomoses diretas entre arteríola e vênula. Apresentam, por conseguinte, um segmento arterial (canal de Sucquet- -Hoyer) composto por parede espessa e lúmen estreito e um segmento venoso de paredes finas e lúmen amplo. As paredes do aparelho glômico são formadas por endotélio e várias camadas de células contráteis, de aparência epitelial – as células glômicas. 10 VASOS LINFÁTICOS Fonte: fisbel.com São vasos revestidos por uma única camada de células endoteliais, dispostos em alças ao longo da derme papilar, reunindo-se em um plexo linfático subpapilar que, pela derme, desemboca em um plexo linfático profundo, de localização dermo- hipodérmica. http://www.fisbel.com/ 49 11 MÚSCULOS DA PELE Fonte: stockfresh.com A musculatura da pele é predominantemente lisa e compreende os músculos eretores dos pelos, o darto do escroto e a musculatura da aréola mamária. As fibras musculares lisas do músculo eretor do pelo aderem, por uma extremidade, às fibras conectivas e, por outra, aos folículos pilosos, inserindo-se abaixo das glândulas sebáceas. Situadas obtusamente em relação ao folículo, sua contração produz a verticalidade do pelo, isto é, a horripilação. Quanto à musculatura estriada, encontra-se na pele do pescoço (platisma) e da face (musculatura da mímica). Fonte: istockphoto.com Fonte: ohmymag.com.br 50 12 SEMIOLOGIA CUTÂNEA A semiologia cutânea é a análise da pele do paciente/cliente. Essa análise é feita pelo profissional, para identificar: O tipo de pele O fototipo cutâneo Quais lesões elementares o paciente/cliente apresenta, que identificam diversos quadros inestético. Dessa forma o profissional pode discernir o que ele pode tratar e o que precisa de encaminhamento para o médico especialista. A partir da aplicação da semiologia durante a anamnese é que o profissional irá elaborar os protocolos de tratamento. 12.1 Anamnese É uma coleta do histórico relatado pelo paciente algo primordial antes de definir o tratamento a ser seguido. Uma anamnese detalhada é importante, pela influência que os hábitos diários e antecedentes patológicos, psicológicos e hereditários exercem sobre a instalação e evolução de diversas disfunções estéticas. Pode ser estruturada em tópicos: Identificação: É a coleta de dados pessoais (nome, endereço, telefone), além de idade, sexo, raça e profissão. Assinalar o diagnóstico clínico caso haja e a queixa principal do cliente. História clínica: É coleta do histórico geral do cliente. Onde devemos questionar ao paciente/cliente sobre: Presença de patologias endócrino-metabólicas ou cardíacas (diabetes, hipertensão arterial, neoplasias, hipertireoidismo, asma brônquica, alterações renais, hemofilia, marcapasso). Presença de ecmoses ou outras afecções cutâneas Alergia a algum componente de uso sistêmico ou tópico Uso de medicamentos Presença de queloides ou distúrbios de cicatrização. 51 Hábitos de consumo (bebidas, cigarro). Sintomas de stress e ansiedade. Qualidade do sono (ruim, regular ou boa). Prática regular de atividade física. Quantidade de líquidos ingerida diariamente. Realização de dieta alimentar restritiva. Uso de hormônios ou contraceptivos orais. No caso de mulheres, questionar sobre possível gravidez. Outro ponto importante é o histórico de cuidados gerais com a face. Nele questionamos ao paciente/cliente: Hábitos de cuidados gerais com a pele. Tipo de produtos que utiliza para limpeza, higienização, tonificação e hidratação da pele. Número de vezes que higieniza a pele por dia se faz uso de filtro solar, maquiagem. Tratamentos estéticos anteriores (tipo, duração, objetivos,resultados). Tratamentos anteriores com laser, luz intensa pulsada, peelings químicos ou físicos. Tratamentos clareadores anteriores, questionar a respeito: Uso de cosmecêuticos clareadores ou despigmentantes com acompanhamento médico e qual o período de uso. Questionar se o paciente utiliza produtos para manutenção domiciliar do clareamento (vitamina C, clareador de uso diurno ou noturno, entre outros). Na anamnese também é realizado o exame físico da pele, que é dividido em: Inspeção Palpação Classificação da pele (tipologia/fototipo/fotoenvelhecimento). O próprio profissional pode desenvolver sua anamnese de atendimento, mas é importante que seja detalhista, para que possa por meio desta, desenvolver a melhor conduta de tratamento para cada caso. 52 12.2 Fototipos de pele: A cor da pele está relacionada a uma série de fatores. A pigmentação constitutiva da pele é herdada geneticamente, sem interferência da radiação solar, portanto, constante. A cor facultativa da pele é reversível e pode ser induzida. Ela resulta da exposição solar. Classificação de Fitzpatrick: A mais famosa classificação dos fototipos cutâneos é a escala Fitzpatrick, criada em 1976 pelo médico norte-americano Thomas B. Fitzpatrick. Ele classificou a pele em fototipos de um a seis, a partir da capacidade de cada pessoa em se bronzear, assim como, sensibilidade e vermelhidão quando exposta ao sol, sendo: Fonte: slideplayer.com.br 12.3 Tipos de pele Normal 53 Fonte: blogjacquelineferreira.blogspot.com Características Como identificar Funcionamento equilibrado Aspecto saudável com um estado natural de elasticidade. Os poros são fechados, o que dificulta o aparecimento de gordura, deixando a pele mais bonita, lisa e com aspecto natural. Muito comum em crianças e adolescentes. Aspecto limpo Lisa Macia Textura suave Aveludada Viçosa Brilho natural Naturalmente hidratada Seca 54 Fonte: brejas.com.br Características Como identificar A pele torna-se áspera Este tipo de pele, torna-se desidratada, porque suas glândulas sudoríparas e sebáceas, não enviam uma quantidade de líquido suficiente à superfície cutânea. Possui aspecto opaco e sem brilho Envelhecem precocemente, apresentando rugas e marcas de expressão. Está sujeita a manchas Espessura bem fina Poros diminuídos Tendência a escamação Pouco elástica Mais suscetíveis a irritações e alergias. Em tempo de frio, tende a rachar com facilidade. Oleosa 55 Fonte: belezafeminina.pro.br Tem aspecto mais brilhante e espesso, por causa da produção de sebo maior do que o normal. Além da herança genética, contribuem para a oleosidade da pele os fatores hormonais, o excesso de sol, o estresse e uma dieta rica em alimentos com alto teor de gordura. A pele oleosa apresenta poros dilatados e maior tendência à formação de acne, de cravos e de espinhas. Características Como identificar Gordurosa Esse tipo de pele fica excessivamente “engordurada”. Isso ocorre porque a pele produz maior quantidade de secreções sebáceas e sudoríparas que o normal, deixando-a com aparência brilhante. Textura espessa Brilhante Úmida Poros dilatados e obstruídos : eles ficam maiores porque não conseguem se livrar do excesso de secreção. Excesso de sebo na camada córnea Mista http://www.belezafeminina.pro.br/ 56 Fonte: meidentifiquei.wordpress.com É o tipo de pele mais frequente. Apresenta aspecto oleoso e poros dilatados na “zona T” (testa, nariz e queixo), podendo apresentar acne nesta região e seco nas bochechas e extremidades. Características Como identificar Possui brilho intenso na zona T Apresenta oleosidade excessiva na zona T, que inclui: Testa Nariz Queixo Nas demais regiões a pele pode ser seca ou normal. Aspecto normal nas laterais Poros dilatados na zona T Poros não visíveis nas outras áreas Apresenta desequilíbrio na hidratação e produção de glândulas sebáceas Espessa na zona T Lisa e macia nas demais partes do rosto Cor rosada 57 Apresenta rugas finas e precoces, com tendência a descamação. Fonte: ruaseis.com.br Pele sensível Fonte: estetica-saude.com Tem pouca oleosidade e, por isso, adquire aparência áspera e com tendência à formação de rugas. Outra característica da pele sensível é a irritabilidade: elas são http://www.ruaseis.com.br/ http://www.estetica-saude.com/ 58 muito sensíveis às mudanças climáticas e ao uso de cosméticos. Normalmente, desenvolvem vermelhidão, ardor, prurido e manchas além de também serem muito propensas à descamação. De um modo geral as peles claras têm mais tendência a apresentar sensibilidade. Características Como identificar Fina Pele extremamente frágil, pois fica avermelhada com facilidade e é bastante irritável. A pele sensível reage em contato com agentes externos, cosméticos inadequados, variações climáticas, entre outras. As peles mais claras possuem maior propensão a apresentar sensibilidade. Seca Poros não aparentes Avermelhada Apresenta vasos dilatados Irritável Delicada Possui pouca oleosidade Aparência áspera Tendência a formação de rugas Podem desenvolver manchas Propensão a descamação Reage cm desconforto e sensação de calor a determinadas substâncias. Podem apresentar sardas e dermatites. 12.4 Fotoenvelhecimento O fotoenvelhecimento é o envelhecimento da pele por exposição solar excessiva, ou seja, não é o envelhecimento natural causado pela idade e sim o envelhecimento causado pela falta de cuidado. Ele causa pele manchada, deixa a pele seca e áspera, e ainda pode evoluir para um câncer de pele. É desencadeado por causa de fatores ambientais como a exposição à radiação UV. https://www.dermatologiasp.com/filtros-solares-combatem-sinais-do-envelhecimento/ 59 Foto: drcarlosrey.blogspot.com Existem dois tipos de envelhecimento: Envelhecimento Intrínseco: também chamado de envelhecimento cronológico, depende da sua genética individual. É o envelhecimento verdadeiro, natural que aparece com o tempo. É inevitável e está fora do seu controle. Envelhecimento Extrínseco: resulta da ação de agentes externos como: poluição, tabagismo, alimentação inadequada e exposição solar. Esses fatores podem ser controlados por você. De todos esses fatores, o mais importante é a exposição solar a qual chamamos de fotoenvelhecimento. É este tipo de envelhecimento que leva ao aparecimento das manchas na pele. A hiperpigmentação, ou seja, manchas escuras na pele são uma das causas que levam a uma pele envelhecida e contribuem diretamente no envelhecimento da pele. A cor natural da pele resulta de um equilíbrio na produção, transferência e degradação da melanina (pigmento que dá cor a pele) produzida pelos melanócitos da pele. A exposição aos raios UV, mudanças hormonais e inflamações modificam a respostas dos melanócitos (as células produtoras de melanina), que produzem mais melanina deixando a pele hiperpigmentada, isto é, com manchas distribuídas irregularmente pela face. 60 Indivíduos que tem o hábito de exposição ao sol na infância, aos 21 anos já apresentam sinais de dano solar na pele. Aos 40 anos todos têm sinais de fotoenvelhecimento. Na infância passamos a maior parte do tempo ao ar livre, então aos 18 anos já recebemos de 50 a 80% da radiação solar de toda a vida. O efeito lesivo da radiação solar na pele é cumulativo ano após ano. 12.5 Graus de fotoenvelhecimento Fonte: skinaffairs.wordpress.com Existem 4 graus de fotoenvelhecimento: Fotoenvelhecimentoprecoce: Discretas alterações na pigmentação da pele Sem ceratoses (lesões na pele) Idade 20 – 30 anos. Fotoenvelhecimento precoce a moderado: Lentigos senis (manchas relacionadas ao sol) precoces visíveis Ceratoses palpáveis, mas não visíveis 61 Idade 30 – 40 anos. Fotoenvelhecimento avançado: Discromias (manchas) muito aparentes. Ceratoses visíveis. Idade 50 a 60. Fotoenvelhecimento grave: Pele amarelo-acinzentada Muitas ceratoses Idade 60 ou 70 anos. 13 PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS NÃO CIRÚRGICOS Fonte:biomedicinaestetica.com.br São procedimentos minimamente invasivos aqueles realizados com agulhas e injeções hipodérmicas. Segundo as Resoluções do Conselho Federal de Biomedicina – CFBM (nº 197/2011 e nº 241/2014), é permitido que os biomédicos realizem procedimentos estéticos com injeções intradérmicas, subcutâneas e periostais, sob o respaldo das leis e regulamentações em plena vigência e eficácia. 62 Os biomédicos estetas são os profissionais mais qualificados para a realização dos procedimentos mencionados nas resoluções do CFBM, pois sua formação acadêmica de pós graduação é específica e focada, sendo que tais especialistas assumiram com maestria os procedimentos injetáveis de fins estéticos realizando redução de gordura localizada (carboxiterapia e Intrademoterapia), minimizando a lipodistrofia ginóide, paralisando os músculos faciais com injeções de toxina botulínica, preenchendo sulcos da pele com ácido hialurônico, entre outros. São as chamadas injeções da beleza, práticas e ciência reconhecidas pelo CFBM e SBBME (Sociedade Brasileira de Biomedicina Estética). Biomédicos sempre realizaram procedimentos com agulhas e injeções, seja para a coleta de sangue quanto para a aplicação de toxina tuberculínica. Biomédicos também aplicam vacina. 14 CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO DE BIOMÉDICO Fonte: ebah.com.br O CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA, institui o Código de Ética, sabendo que o profissional Biomédico, pela sua natureza em cuidar do interesse da saúde humana e animal; norteia seus princípios sempre na busca da verdade real, jamais deixando-se aniquilar por atos que não sejam fiéis ao seu juramento. Assim, todo profissional biomédico representa uma parcela de grandeza especialmente pelo reconhecimento público daqueles que utilizam de seus préstimos, visto que age com 63 retidão, em perfeita sintonia com as necessidades sociais a que se dirige e ao bem comum. O presente Código, certamente abrirá oportunidades e projeções diversificadas, resultando em benefícios da sociedade. Este Código, desta forma, tem duas vertentes, que não se excluem, mas se completam: a consolidação e o interesse sobre a proteção daqueles que utilizam dos serviços prestados pelos profissionais Biomédicos e a consolidação das normas de prevenção e práticas de nossos profissionais, visando unicamente serem fiéis aos princípios éticos, e no domínio da ciência servindo com lealdade ao cliente e a sociedade. Preâmbulo: I – O presente Código contém as normas éticas que devem ser seguidas pelos profissionais Biomédicos no exercício da profissão, independentemente da função ou cargo que ocupem. II – As organizações de prestação de serviços Biomédicos estão ligadas no que couber às normas deste Código; III – Para o exercício da Biomedicina, é obrigatória a inscrição no Conselho Regional; IV – A fim de garantir o acatamento e execução deste Código, é dever do profissional Biomédico comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina, com discrição, fundamento e provas, de fatos que tenha conhecimento e que caracterizem possível infração do presente Código e das Normas que regulam o exercício da profissão de biomédico. V – A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas neste Código é atribuição das Comissões de Ética, dos Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina, das autoridades da área de saúde e dos Biomédicos em geral. VI – Os infratores sujeitar-se-ão às penas disciplinares previstas em lei vigentes e neste Código. VII – O Biomédico é profissional da saúde e obrigatoriamente tem que contribuir para a salvaguarda da saúde pública em geral, e as ações de educação dirigidas à comunidade. Entre os procedimentos minimamente invasivos podemos destacar o uso de preenchedores, toxina botulínica, microagulhamento, micropigmentação e carboxiterapia (AURICCHIO, 2007, apud VIEIRA, 2018). 64 14.1 Algumas considerações em relação a Biomedicina Estética CONSIDERANDO, que o profissional Biomédico, pela sua formação e perfil de generalista, humanista, o que autoriza a atuar mesmo de forma parcial em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico, intelectual, com os primores éticos, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefícios da sociedade e do homem. CONSIDERANDO que as interações com outros profissionais de saúde devem ser acessíveis e atuando em todos os níveis de atenção à saúde, integrando-se em programas de promoção, manutenção, prevenção, proteção e recuperação da mesma. CONSIDERANDO que a atuação do Biomédico, é interdisciplinar e com extrema acuidade na promoção da saúde estabelecida na convicção científica, de cidadania e de ética; visto que reconhece a saúde como direito e condições dignas de vida, e garantindo a integralidade da assistência, entendida as ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, respeitando a complexidade de cada caso e contribuindo para a manutenção da saúde, bem estar e qualidade de vida, respeitando os princípios éticos inerentes ao exercício profissional. CONSIDERANDO, que o profissional biomédico, exerce sua atividade, ainda que não restrita nas análises clínicas, ato voltado para prevenção e controle de doenças e deficiências, inclusive na promoção da saúde da população em geral. CONSIDERANDO, que atividade do profissional biomédico, faz-se através de procedimentos técnicos, além de programas e métodos qualificador de ordem social, vez que sua atividade tem como princípio básico a análise com respeito a valores humanos e sociais. CONSIDERANDO, que o profissional Biomédico através de sua grade curricular e graduações, recebeu aportes técnicos-científicos e filosóficos para abordagem com perspectiva ecossistêmica para os problemas de saúde do ser humano, inclusive os relacionados com o ambiente e os processos produtivos. CONSIDERANDO, que o profissional Biomédico, encontra-se credenciado a exercer sua atividade profissional em qualquer área da saúde, respeitado aquelas fora de sua atuação. EM SUMA: Nada impede que o profissional biomédico venha utilizar seus conhecimentos técnicos e científicos, adquiridos em curso de formação superior 65 devidamente reconhecido pelo CFBM, na melhoria da qualidade de vida através da aplicação em saúde estética. 14.2 Algumas considerações em relação a Divulgação e Propaganda da Atividade Biomédica CAPÍTULO V - Dos Limites para Divulgação e Propaganda da Atividade Biomédica Art. 8º - Os anúncios, individuais ou coletivos, deverão restringir-se: a) ao nome do biomédico e respectivo número de inscrição no Conselho; b) às habilitações devidamente registradas; c) aos títulos da profissão; d) aos endereços e horários de trabalho. Art. 10º - É vedado ao Biomédico: a) oferecer seus serviços profissionais através de qualquer mídia para promover-se profissionalmente; b) divulgar nome, endereço, laudos ou qualquer outro elemento que identifique o paciente; c) publicar fotografia de pacientes, salvo em veículo de divulgação estritamente científica e com prévia e expressa autorização do paciente ou de seu representante legal; d) anunciar preços de serviços, modalidade de pagamento e outras formas de comercialização. Uma das áreas que mais cresceram nesses últimos anos foia Biomedicina Estética. Como a estética está intimamente ligada ao corpo, a maneira mais atrativa de vender seu serviço profissional é mostrando seus pacientes em redes sociais, com fotos de antes e depois, e até mesmo os momentos em que são realizados os procedimentos. 66 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATO RESOLUÇÃO Nº. 241, DE 29 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre atos do profissional biomédico com habilitação em biomedicina estética e regulamenta a prescrição por este profissional para fins estéticos, 2014. Artes Médicas, 2000. 1l55p. SCOTT, D.W., MILLER JÚNIOR, W.H. Large Animal Becker, P.F.L. Inflamação. In: Patologia Geral, Brasil: Sarvier, p.140-193, 1997. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. NR 32 - Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, 2005. Brito, A.S. Irritação primária de pele. In: Manual de ensaios toxicológicos in vivo. Ed. Unicamp, Campinas, S„o Paulo, 1994. CARDOSO, Estela. Harmonia facial: a busca do equilíbrio. Vida e Estética, n.121, p.12-17, jul./ago. 2006. Clinical Dermatology: A Color Guide to Diagnosis and Therapy. 6th Edition. eBook, Elsevier. 2016. Cucé, L.C.; Festa, C. Manual de Dermatologia 2ed. Atheneu, 2001. De Miranda, A.L., Silva, J.R., Rezende, C.M., Neves, J.S., Parrini, S.C., Pinheiro, M.L., Cordeiro, M.C., Tamborini, E., Pinto, A.C. 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