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R.W.Cox-SocialForces StatesandWorldOrders

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COX, R.W – Social Forces, States and World Orders: Beyond International Relations Theory. 
Millenium: Journal of International Studies, Vol 10, Nº2, 1981 
 
 O autor começa o texto questionando a separação de áreas no conhecimento do mundo 
social a fim de teoriza-las. Ele comenta que isso resulta em um conhecimento sempre 
fragmentado ou parcial em sua origem. É uma conveniência da mente para conceber o 
conhecimento, mas dificilmente corresponde a organização dos assuntos sociais de acordo 
com o lugar e o tempo. 
1. O autor exemplifica isso na diferenciação entre sociedade civil e estado, que fazia 
muito sentido prático no séc. XIX. Todavia, não é possível continuar com essa 
divisão graças à imbricação entre ambas. 
 O renascimento do interesse marxista no estado pode ajudar a reduzir esse gap, 
aumentando e diversificando a noção de estado e particularmente a noção de dimensão 
social. 
 Toda teorização vem dentro de uma perspectiva espaço-temporal. A primeira tarefa dessa 
teoria é estar ciente da realidade que confronta e da adaptação de conceitos conforme a 
mudança desse cenário. Os conceitos devem ser edificados e mudado e novos devem 
surgir. 
 Teorias servem para dois propóstios: 
1. Serve como uma resposta direta, uma guia para solução de problemas postos por 
uma determinada perspectiva e de um ponto de partida. 
 Desse propósito surgem as teorias que são “problem-solving”. O principal 
objetivo desse tipo de teoria é fazer essas relações e instituições 
trabalharem para lidar efetivamente com certos tipos de fontes de 
problemas. Baseia-se na condição “ceteris paribus”, fazendo possível 
chegar a afirmações de leis e regularidade que parecem ter validade geral, 
mas geralmente implicam na validade dos parâmetros assumidos por essa 
abordagem. 
2. Serve de modo reflexivo, teorizando a si mesma, buscando na relação a sua 
perspectiva junto a outras perspectivas, e abrindo possibilidade de análise válida a 
fim de criar um mundo alternativo. 
 Desse propósito surge a Teoria Crítica (TC). É crítica do que analisa a não a 
ordem do mundo como dada, mas busca compreender da onde vem essa 
ordem. Não toma instituições, relações sociais e de poder como dado, mas 
coloca-as em questão para conceber a origem. É direcionada com 
construto social e político como um bloco, dando um enfoque mais 
complexo do que meramente como se fosse visto em blocos separados. 
 
 Algumas diferenciações: 
1. A TC está preocupada não só com o passado, mas com a contínua mudança do 
processo histórico. As teorias “problem-solving” são “não-históricas”, ou seja, 
localizam um singular presente que não se contrapõe nem a uma passado ou 
futuro diferente. Ela é trans-histórica e atemporal, não importando o momento da 
perspectiva, sendo ela recorrente. A robustez desse tipo de toeria é baseada em 
uma falsa premissa, uma vez que a realidade social-política do mundo está em 
constante mudança. Essa suposição de que é o mundo é fixo não é somente 
embasada no método, mas em um senso ideológico, uma vez que esse tipo de 
teoria servem a um grupo determinado da sociedade e está confortável com a 
ordem dada. 
2. Outro ponto importante é que a afirmação de que os “problem-solving” são livres 
de valores é falsa, uma vez que está implícito que a ordem vigente permaneça. A 
abordagem da TC observa o mundo além dos pontos dados de partido e percebe 
uma outra perspectiva. 
Realism, Marxism and an Approach to a Critical Theory of World Order 
 Realismo e Marxismo são considerados preliminares para conseguir o 
desenvolvimento de uma abordagem crítica. 
 Realismo: O realismo tem sua origem dentro do pensamento histórico, com o trabalho 
de Meinecke – raison d’état – ao perseguir a doutrina pela qual os estados conduzem 
suas políticas de acordo com a circunstância histórica. Carr continua esse modelo de 
pensamento, analisando instituições, teorias e eventos dentro dos contextos 
históricos. 
Desde a segunda-guerra, alguns teóricos americanos, como Morgenthau e Carr, 
transformaram o realismo em teoria de problem-solving. Eles adotaram uma visão fixa 
características do cenário de modo não histórico. A formulação desse postulado é uma 
ação do realismo americano – indicação do estabelecimento do status quo necessário 
ao EUA, comprovando que as teorias de problem-solving também tem caráter de 
fixação do status-quo – é embasado em três níveis de substratos imutáveis: (1) o da 
natureza do homem; (2) da natureza dos estados; e (3) da natureza do sistema de 
estados. 
O realismo alia-se também a teoria do jogos e a justificação de uma racionalidade 
comum. Isso é um reforço a modo de pensamento não-histórico. É como pensar o 
sistema internacional de segurança como tendo características anárquicas de modo 
inato, sendo que na realidade, ele só o é assim se todos os estados adotarem o modo 
de raciocínio neo-realista de racionalidade comum. 
 Marxismo: É errado chamar o marxismo como uma corrente única, também a uma 
subdivisão. Existem que pensa historicamente e busca explicar – bem como promover 
– a mudança social (materialismo histórico) e o marxismo que observa um dado 
contexto para a análise do estado capitalista e da sociedade, e leva a história a favor 
de conceituar abstratamente e de modo estático os meios de produção (marxismo 
estrutural). O materialismo histórico é importante e corrige o neo-realismo em 4 
aspectos 
1. A dialética, que tem dois níveis; um primeiro lógico, que significa um diálogo 
que busca a verdade pela exploração da contradição -, e outro histórico, na 
análise de fatores sociais como mudança contínua e faz novos padrões de 
relações sociais. Ex.: O neorrealismo vê o conflito como consequência 
recorrente da continuidade da estrutura, e o marxismo histórico vê o conflito 
como possível causa de mudança de estrutura. 
2. Pelo foco do imperialismo, o materialismo histórico adiciona uma dimensão 
vertical do poder a dimensão horizontal da rivalidade entre os estados mais 
poderosos. Os realistas repousam mais no segundo momento 
3. O materialismo histórico aumenta a perspectiva do neorrealismo ao analisar 
também a relação entre estado e sociedade civil. A relação recíproca entre 
estrutura (economia) e superestrutura (esfera sócio-política) de Gramsci 
contém potencial para considerações importantes entre estado e sociedade 
como agentes complexos. 
4. O materialismo histórico foca na produção dos processos como um elemento 
crítico da explicação de formas históricas particulares, enquanto o 
materialismo histórico analisa as processo relações de poder entre estados. O 
neorrealismo ignora essa produção. 
 
 
 
 
 
 
Frameworks for action: Historical Structures 
 
 A noção de contexto para ação não é uma configuração de forças particular, não 
determina as ações, mas impões limites e restrições para elas. Os indivíduos não 
podem ignorá-las. 
 As três categorias de forças que interferem na estrutura: capacidade materiais, ideias 
e instituições: 
 
ideias 
insttituições 
Capacidades 
materiais 
 
 Teoria crítica e seus princípios: 
1. A observação nunca deve ser feita livre, mas analisada dentro de uma 
conjuntura da ação que constitui seu problema. 
2. Até a própria meta-teoria da teoria crítica deve ser analisada desse ponto. A 
própria TC é consciente da sua relatividade, mas afirma que é por meio dela que 
pode se chegar a uma perspectiva mais ampla e assim se tornar menos 
“problem-solving” 
3. O contexto da ação muda conforme o tempo e o principal obj. da teoria crítica é 
entender essas mudanças 
4. O contexto da estrutura no qual as ações tomam forma não é o topo da ação, 
senão o patamar de saída da análise. 
 Capacidades materiais são potenciais produtivos e destrutivos. São forças 
dinâmicas que correspondem a existência de capacidade tecnológica e 
organizacional 
 Ideias são de dois tipos: (1) intersubjetivas,ou seja, aquelas que são 
noções compartilhadas da natureza das relações sociais que tendem a 
perpetuar hábitos, expectativas e comportamentos; e (2) imagens 
coletivas de ordem social. 
 Institucionalização é um meio de estabilização e perpetuação de uma 
ordem particular. Refletem as relações de poder prevalentes e tendem a 
incentivar imagens coletivas consistentes com essas relações de poder. 
 
 Hegemonia e institucionalização: Ligação forte segundo a lógica de hegemonia que Gramsci 
observa. Instituições provêm meios de lidar com conflitos internacionais a fim de minimizar o 
uso da força. Tem um potencial coercitivo. Portanto, os fracos dessa relação podem serve 
levados a aquiescerem com o processo de hegemonia dos mais fortes dentro das instituições, 
uma vez que o mecanismo facilita isso. É conveniente, todavia, estabelecer distinções entre 
estruturas hegemônicas e não hegemônicas. A hegemonia não pode ser reduzida ao nível 
institucional. Elas podem servir como uma expressão da hegemonia, mas não a hegemonia 
em si. 
 
 O método das estruturas históricas não representa o mundo inteiro, mas um particular lócus 
da atividade humana. A concepção que muda é a “ceteris paribus” do problem-solving, que 
baseado na estoicidade do mundo, falseia sua teoria. As estruturas históricas são modelos de 
contrastes, como tipos ideias, que apresentam aplicações restritas ao tempo e ao espaço e 
não generalizáveis ao todo fenômenos. 
 
 Com esse propósitos, o método das estrutura históricas são aplicáveis a esperas de atividade: 
(1) a organização da produção (forças sociais); (2) as formas de estado; e (3) ordens mundiais 
– ordem essa particular que comumente define a problemática da guerra e da paz. Essa 
relação não é linear, sendo também de múltiplas influências. 
 
 
Hegemonia e Ordem mundial 
 O neorrealismo reduz a dimensão material da fora e concomitantemente reduz as 
estruturas da ordem mundial a balança de poder como uma configuração das forças 
Forças 
Sociais 
Ordens 
Mundiais 
Formas de 
Estado 
matérias. Mais ampla que o neorrealismo, a teoria da estabilidade hegemonia afirma que 
estruturas de poder hegemônica, dominadas por um singular estado, são mais propícias ao 
desenvolvimento de regimes internacionais fortes, dos quais saem regras mais fortes. Uma 
abordagem alternativa da TC começaria redefinindo o que deve ser explicado, a saber, a 
relativa estabilidade de sucessivas ordens mundiais. O conceito de hegemonia, portanto é 
baseado em uma coerente conjunção de poder material, ordem mundial e um conjunto de 
instituições que a administram. O estado deixa de ser o único fator explicador e passa a 
ser parte da explicação. A dominação por um estado forte é uma condição necessária 
nessa lógica, mas não suficiente. 
Forças sociais, Hegemonia e Imperialismo 
 Forças sociais não são pensadas apenas dentro do estado, mas como se transbordassem as 
fronteiras dos estados. O mundo pode ser representado como um padrão de interção 
entre forças sociais nas quais os estados são intermediários, entre as estrutura global das 
forças sociais e das forças locais. Exemplo: Pax Brittanica, dominação e a incorporação, por 
exemplo, das classes trabalhistas industriais como nova força dentro da nação envolvida 
na ação do estado. Isso facilitou a dominação. 
 O imperialismo tem que ser também analisado de acordo com cada período. Se ele vai ser 
econômico ou político, é a análise histórica que vai nos dizer. O sistema imperial é uma 
estrutura de ordem mundial e toma forças a partir de uma configuração específica de 
força social, nacional, transnacional e no coração dos estados periféricos. Chamar, 
portanto, a “paz americana” de imperial constituiria erro, pois não se observaria com 
propriedade a lógica de estrutura hegemônicas e não hegemônicas. 
 
 A paz americana é um capítulo a parte, é importante entender a configuração entre poder, 
ideologia e instituições que a fez existir. Os princípios básicos da pax americana são 
semelhantes ao da pax britânica - livre comércio de bens, serviços e tecnologia e 
previsibilidade dessas taxas de comércio. Entretanto, no pós-segunda guerra, a situação 
muda. A pax americana é dotada de mais instituições que incorporaram mecanismo de 
supervisão e aplicação das normas do sistema. Outros fatores: 
1. Internacionalização do Estado -> A noção de obrigação internacional aumentou 
mediante a essa crescente institucionalização. Vai de o reconhecimento de alguns 
compromissos para a generalização de um sistema inteiro. A internacionalização 
do estado abre precedente também para que o modelo de políticas internas se 
alie a política econômica externa geral. As econ. Nacionais assim ficam mais 
integradas a economia mundial. Esse novo tipo de corporativismo engole 
empresas nacionais e reflete a dominância do setor orientada para o internacional 
em detrimento do nacional 
2. Internacionalização da produção – Está associada ao fenômeno acima. 
3. Produção internacional e estrutura de classe – Para a produção internacional 
existe a mobilização de forças. Isso gera consequências para a administração 
política e a natureza dos estados e das futuras ordens mundiais. Existe agora 
formalmente o transbordamento das classes além da fronteira internacional. O 
autor defende que fica cada vez mais pertinente pensar em termos de uma 
estrutura de classe global do que nacional -> O autor também comenta que o 
maior problema para o capital internacional é neutralizar o efeito da 
marginalização mediante ao crescimento das economias, para que a população 
mundial que fique na miséria não se revolte contra eles. 
4. Forças sociais, estruturas estatais e projeções futuras da ordem mundial – As 
forças sociais que são produzidas nos processos de mudança são a chave para 
pensar nos possíveis futuros. Três possíveis resultados são possíveis: (1) uma nova 
hegemonia sendo baseada na estrutura global da força social gerada pela 
internacionalização da produção; (2) uma estrutura não hegemônica de conflito 
entre as potências centrais; e (3) mais remota, entretanto, um desenvolvimento 
de uma coalizão do terceiro mundo contra a relação metrópole-periferia. 
Resumo feito por Felippe De Rosa 
IRiscool 2011.2

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