Buscar

Lei da Usura

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Lei da Usura
A lei da usura foi legalizada pelo Decreto 22.626 de 1933, e em 25 de abril de 1991 foi lançado um novo decreto, esse sem número que revogou o decreto 22.626 da Lei da Usura.
Seis meses depois foi lançado outro decreto, o de 29 de novembro de 1991, que revogou o decreto sem número e previu expressamente a repristinação da lei da usura.
Além disso, pelo fato da lei de usura ter sido recepcionada como lei pela Constituição de 88, ela não poderia ter sido extinta por decreto executivo. 
Essa ideia de que a Lei da Usura teria voltado a viger está totalmente equivocada, uma vez que no sistema jurídico brasileiro não existe a repristinação. E isso está descrito na Lei de Introdução ao Código Civil art. 2º, §3º "Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido vigência”.
Outro equívoco é que em momento algum o decreto de 29 de novembro de 1991 falou sobre a restauração da Lei da Usura e por mais que o Presidente da República tenha o poder formal de revogar leis anteriores sobre o sistema financeiro, ele não tem o poder de editar novas regras sobre o assunto, que atualmente está reservado para revisão legislativa.
Muitos acreditam que a Lei 4.595 de 1964 também poderia ter revogado a lei da usura. Ela, por delegação ao Conselho Monetário Nacional, excluiu as instituições financeiras da eficácia das normas vigentes, como a Lei da Usura, e permitiu que esse tivesse os devidos poderes para fazer a limitação das taxas de juros.
Porém a lei da usura não pode ter sido revogada por essa lei, porque a Constituição declara de maneira bem definida as funções de cada poder.
Então, é impossível considerar que essa lei foi recepcionada pela Constituição de 88, principalmente por conta do art. 25 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias que dispõe que “Ficam revogados todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do Poder Executivo competência do Congresso Nacional”. Ou seja, como esse dispositivo foi considerado revogado, ele não poderia ter excluído a Lei da Usura.
Parte da doutrina afirma que a Lei de Usura foi revogada tacitamente pelo novo Código Civil. Estes doutrinadores fundamentam a revogação da Lei de Usura no fato do Código Civil de 2002 regular novamente por inteiro a matéria de juros, tomando para si a responsabilidade de regular o instituto de juros moratórios por completo. Neste caso, a taxa convencionada entre as partes de juros moratórios não possuiria limites, desde que tivessem sido livremente acordadas. 
As disposições do Decreto nº 22.626 permaneceram em vigor em tudo que não colidisse com os artigos do Código Civil. Porém, compartilha-se da posição de que o Decreto nº 22.626, "A Lei de Usura", encontra-se revogado tacitamente pelo Código Civil de 2002, uma vez que o Código regula claramente todo o instituto de juros moratórios nos artigos 406 e 407.
Outra parte da doutrina afirma que a Lei de Usura não foi revogada pelo novo Código Civil, então manteve que a taxa poderia ser superior ao dobro da taxa legal, ou seja, o limite seria de 2% ao mês ou 24% ao ano.
O Código de Defesa do Consumidor não dispõe de forma expressa sobre a taxa de juros de mora, mas a doutrina indica o valor de 1% ao mês e 12% ao ano, que é a mesma estabelecida pelo artigo 406 do Código Civil, e a jurisprudência apresenta diversos julgados com diferentes entendimentos sobre isso.
Portanto, não se pode afirmar que a Lei da Usura foi revogada e nem que as partes possuem plena liberdade contratual no que diz respeito aos juros.

Outros materiais