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RAQUEL FERREIRA SANTOS CEMITÉRIO PATRIMÔNI(Y Raquel Ferreira Santos CEMITÉRIO PATRIMÓNIO CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SÃO JOÃO BATISTA HISTÓRIAS - MEMÓRIAS - ARQUITETURA - CURIOSIDADES - NORMAS - ADMINISTRAÇÃO - REALIDADES 136 ANOS CONTEXTUALIZANDO A HISTÓRIA DE MANAUS Manaus - Amazonas 2021 Copyright 0 2021 Raquel Ferreira Santos Revisão Vanessa Lara Imagem da capa Aristóteles Alencar Projeto Gráfico (diagramação e capa) Marcela Costa de Souza Todos os direitos reservados ao autor. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação de direitos autorais (Lei 9.610/98). Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Santos, Raquel Ferreira, Cemitério Patrimônio - CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SÃO JOÃO BATISTA HISTÓRIAS-MEMÓRIAS-ARQUITETURA-CURIOSIDADES-NORMAS- ADMINISTRAÇÃO-REALIDADES - 130 anos contextualizando a História de Manaus / Raquel Ferreira Santos. -- Manaus, AM: Ed. do Autor, 2021. 117 p. - 1921 Bibliografia ISBN 978-65-00-31602-5 1. Cemitério Municipal de São João Batista - Manaus (AM) 2. Cemitério Municipal de São João Batista - Manaus (AM) - História 3. Cemitérios Manaus (AM) - História 4. Monumentos funerários 5, Património cultural l. Título, 21-83381 CDD-981.13 Índices para catálogo sistemático: I. Cemitério Municipal de São João Batista : Manaus : Amazonas : Estado : História 981.13 Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força que me concedeu durante todo o curso desta pesquisa sobre Cemitério. A princípio parecia loucura, enfrentei muitas dificuldades para encontrar fontes e referências específicas, nãq havia informações reunidas sobre este objeto de pesquisa, tudo muito fragmentado... enfim... era um desafio embarcar num passado desconhecido, no entanto minha perseverança foi irredutível, peregrinei e obtive esta memorável produção literária inédita. "Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sabias" Agradeço 'intensamente minhas queridas irmãs "Ferreiras", por todo amor positividade que sempre me acrescéntaram, que Deus abençoe suas vidas. Ao meu filho amado Augusto Ferreira, agradeço por toda sua compreensão, pelo seu amor, respeito e cuidado por mim, que Deus realize seus sonhos assim como este meu sonho de publicar este livro. Por fim agradeço a todos que acreditaram neste meu trabalho estenderarri a mão e me ajudaram... perdoo todos aqueles que perversamente me afligiram e tentaram interromper a realização deste Memorial. "Deus escolheu as coisasfracas deste mundo pata confundir asfottes", Of que confiam no Senhor são como os montes de Sião que não se abalam, mas permanecem para sempre". Salmo 125 Raquel Ferreira Santos Íliiilfiltljlt'(i toóurango Duarte, SINOPSE Este Memorial apresenta o processo histórico e arquitetônico do Cemitério Municipal de São João Batista em comemoração aos seus 130 anos de atividades ininterruptas. Irá mostrar ao leitor este cemitério como Patrimônio cultural, fonte de conhecimentos diversificados acerca da história do Amazonas em especial a Capital. Resume: os primeiros enterros e cemitérios de Manaus e db Brasil, algumas curiosidades e combina também as normas e o sistema administrativo deste cemitério e de modp geral. Retrata uma trajetória desde o século XIX até os dias atuais, exaltando sua grandeza e importância que de forma peculiar contextualiza Com o processo evolutivo de Manaus. Suabhistória relembra acontecimentos mareantes que contribuíram para constituir a sublime históriada metrópole e de seus habitantes. O historico deste cemitério engloba: período áureo da borracha, belle époque, influência católica' e a grande migração e imigração de manaus. Além de expor a magnífica arte cemiterial também expõe documentos que contêm informações de grande interesse à sociedade, e outras curiosidades. Será nas páginas deste livro que se desvendará toda esta riqueza de informações quase desconhecida, "A Leitura reaviva a memória e nos coloca a par do desconfieci o" Orlando R. Almeida "COnt7ecereis a verdade e a verdade vos libertará" SUMÁRIO 10 INTRODUÇÃO 12 CAPÍTULO 1 - PRIMEIROS ENTERROS 17 CAPÍTULO 2 - HISTÓRICO DO CEMITÉRIO SÃO JOÃO BATISTA 40 CAPÍTULO 3 - LIVROS E DOCUMENTOS CEMITERIAIS 42 CAPÍTULO 4 - PROTAGONISTAS DO PASSADO 52 CAPÍTULO 5 - O SAtNTO SEPULCRO DOS SANTOS URBANOS 60 CAPÍTULO 6 - ÁREAS ECLESIÁSTICAS 64 CAPÍTULO 7 - CEMITÉRIO E RELIGIÃb 68 CAPíTULO 8 - GRANDEZA HISTÓRICA E ARQUITETÔNICA 79 CAPÍTULO 9 - CEMITÉRIO FONTE DE ESTATíSTlCAS 83 CAPÍTULO 10 - CEMITÉRIO TURISMO E MEMÓRIAS 86 CAPíTULO 11 - PRdJETO MUSEU A CEC) ABERTO 89 CAPíTULO 12 - CURIOSIDADES 95 CAPíTULO 13 - NORMAS E ORGANIZAÇÃO DO CEMITÉRIO 106 CAPíTULO 14 - POLíTlCAS DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO 108 CAPíTULO 15 - REALIDADE DO CEMITÉRIO 111 CONSIDERAÇÕESTINAIS 113 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 6 MENSAGEM DA AUTORA INTRODUÇÃO Os primeiros cemitérios a existirem nas terras que hoje ponde a cidade de Manaus foram os indígenas. Em 2001, no bairro Cidade, foram ,encontradas mais de 200 urnas funerárias de povos primitivos de aproximadamente 700 anos; o fato é, que de norte a sulde Manaus já foram achados e continuam aparecendo restos mortais indígenas enterrados em diferentes formas, pois o costume de enterrar dos povos indígenas variava conforme os hábitos e rito* das tribos, por essa razãoManaus foi reconhecida pelos pesquisadores e arqueólogos como a grande necrbpole indígena. Com a chegada dos euroÔeus ao Brasil, eles trouxeram o costume de sepultar dentro e em torno de igrejas. Mas o primeiro cemitério e mais antigo, que historicamente é•consideradodo Brasil, é o cemitério British Burial Ground, inaugurado em 1811 por carta regia sem domínio e hábito católico pôis era dos protestantes ingleses,hoje recebe inumados democraticamente. Em Manaus a€é o final da primeira metade do século XIX, ainda não existia um cemitério adequado, as primeiras inumações eram feitas em torno do largo da trincheira (próximo à Catedral de Manaus) e nas imediações da igreja dos Remédios, loçais desprovidos das mínimas condições para sepultar. Após acordo entre província e igreja católica' uma área próñrna à igreja dos Remédios foi cercada para que se servissede necrópole pública provisória. No início da segunda metade do sécu XIX surgiram qltros dois cemitérioé, mas em 1891 foram desativad depois extintos, se tem notícias de alguns cemitérios clandestinos que existiram nos arredores do centro, porém abandonados desapareceram sem deixar vestígios. Por exigências sanitárias a Intendência teve que tomar medida emergencial para construir um cemitério adequado longe da cidade, conforme os requisitos já aplicados no país. Então a Intendência adquirira um grande terreno no bairro até então conhecido como Alto do Mocó que serviria para construir um cemitério, e assim surgiria o referido Cemitério Municipal São João, este faz limites com o Reservatório do Mocó que é Patrimônio Federal. E ao longo de seus 130 anos servindo a população acumulou um conjunto de informações peculiares que contextualiza com a cidade de modo singular, pois este lugar vai muito além de apenas receber os mortos, retrata a grandeza de uma época economicamente farta que gerou condições para construir toda a magnitude sepulcral e também foi a ponte para a grande imigração e migração que Manaus viveu nesse período, por esse motivo muitos dos que jazem enterrados neste cemitério, tem origem Europeia ede outros Estados brasileiros. Através das lápides dos túmulos pode-se constatar a origem, a crença e a classe social do morto. O passado e o presente convivem lado a lado, assim como os ilustres, anônimos, barões, santos, religiosos, ateus, pobres, ricos, nativos e estrangeiros, todos que deram a sua parcela para constituir a história do Amazonas, descansam em paz neste Campo Santo. CEMITÉRIO PATRIMÓNIO 11 CAPÍTULO 1 PRIMEIROSENTERROS DE MANAUS Até a primeira metade do século XIX Manaus ainda não um cemitério adéquado nem mesmo um local fixo para sepultar, nen. época os enterros eram feitos nos arredores das igrejas por considerados Campo Santo, mas não era hábito exclusivo do povo da barra, e sim de toda comunidade católica mundo a fora. "Havia um motivo para que sq fizessem mentos dentro de igrejas, próximo aos santos: os cristãos criam, assim como hoje, santos possuíam lugarigarantido no "Céu'! e, portant ser enterrado próximo aos mártires significail proteção no dia do juízo final" (DUARTE, 200% O Brasil entre os séculos XVIII e vivia sob forte influênci europeia e católica, os sepultamentos eram dentro das igrejas, masest privilégio era, apenas dado ao alto clero, aos mais abastados e família real que usufruíam desta graça, oresto da populaçãopeJos pobres, condenados, escravos e indígenas eram enterrados nó arredores dos templos, As primeiras igrejas'a surgirem em Manaustque na época da colónia era uma pequenina vila, foi a capela de Nossada Conceição erguida no século XVIII, e a capela de Nossa senhora Remédios ergui4a por volta de 1818, ambas pequeninas e precária51durante muitas décadas só existiram estas conforme a publicaça.oMesquita (2009). "Em 1850, quando passou em Manaus o naturalista Alfred Wallace observou que as duas igrejas existentes a Matriz de Nossa Senhora da Conceição e a capela de Nossa Senhora dos Remédios eram muito pobres e bem inferiores a de Santarém" (WALLACE, 1979, p. 109). 1.1 CEMITÉRIO DOS REMÉDIOS As primeiras inumações eram executadas em torno do largo da trincheira (proximidades da Igreja Nossa Senhora da Conceição) e depois nas imediações da igreja dos Remédios, ambos locais totalmente desprovidos das mínimas condições para enterros. As covas recém-utilizadas atraiam bichos, uma vez que ainda não existia regra de sepultar pois as covas eram rasas e os animais facilmente desenterravam os defuntos, além de exalar um odor insuportável era possível ver resto de defunto que fora devorado por animais, como as onças e outros selvagens. Era ofício das "Misericórdias" realizar os enterros seguindo seus hábitos, mas por volta de 1840 em todo Brasil os conceitos de sepultamento se modificavam, a consciência da higiene e salubridade aos poucos era aceita, e após acordos entre província e igreja, uma área próxima à Igreja dos Remédios foi cercada para que servisse improvisadamente de necrópole pública, este foi o primeiro cemitério fundado pela província em área separada "Cemitério dos Remédios" que em 1854 iniciou seus enterros de maneira cristã porem democrático para brancos, negros, índios, ricos, pobres, nativos e estrangeiros, as primitivas inumações foram desordenadas e posteriormente foi desativado e extinto. Após sua rude "inauguração" os enterros so poderiam ser feitos neste cemitério, sob pena de vinte mil réis ou oito dias de prisão para que descumprisse essa ordem. CEMITÉRIO PATRIMÓNIO 13
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