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Patologia Gástrica anatomia do estomago · Órgão sacular intra-abdominal · Volume: 1,2 a 1,5L (capacidade de 3L) · Situado a esquerda da linha média torácica em sua porção superior · Estomago tem 5 regiões 1. Cárdia (células mucossecretoras) 2. Fundo (glândulas oxínticas: células parietais, principais e endócrinas) 3. Corpo (igual ao fundo) 4. Antro (células mucossecretoras e endócrinas) 5. Piloro (igual ao antro) macroscopia · Concavidade: pequena curvatura (incisura angularis: ângulo que marca o ponto de estreitamento) · Convexidade: grande curvatura · Pregas (rugas): normalmente mais proeminentes na porção proximal. Ficam aplanadas quando o órgão está distendido Microscopia 1. Mucosa 2. Submucosa 3. Muscular própria 4. Serosa Toda mucosa gástrica é substituída entre 2 e 6 dias Histologia · Células mucosas (muco) · Células parietais (bomba de prótons H+ e fator intrínseco) · Células principais (pepsinogénio, ativado em pepsina pelo baixo pH) · Células endócrinas (produtos endócrinos- gastrina) · Córium (lâmina própria) fisiologia · Secreção acida (acido clorídrico) 1. Cefálica: atividade vagal (cheirar, ver, sentir, mastigar, deglutir) 2. Gástrica: estímulo mecânico da distensão gástrica e impulsos vagais, bem como aminoácidos luminais e peptídeos liberam gastrina pelas células endócrinas G 3. Intestinal: alimento com enzimas digestivas entra no duodeno, envolvendo um polipeptídio (diferente da gastrina) · Proteção mucosa (protege as células gástricas de autodigestão) 1. Secreção mucosa 2. Secreção de bicarbonato 3. Barreira epitelial 4. Fluxo sanguíneo mucoso Fisiopatologia · Quando a barreira mucosa é quebrada, a muscularis mucosae limita a injuria tecidual · Dano superficial limitado a mucosa é curado horas ou poucos dias · Dano que se estende a submucosa requer semanas para a cura completa · Esses mecanismos de defesa impedem que as próprias células ou parede gástrica tenha o mesmo destino da comida deglutida gastrite · O conceito histológico de gastrite é definido pela presença de inflamação na mucosa gástrica, que pode ser: 1. Predominantemente aguda, com infiltração de neutrófilos 2. Crônica, com linfócitos e/ou plasmócitos, podendo estar associado a metaplasia intestinal e atrofia Quando existe agressão ou disfunção da célula mucosa gástrica sem a presença de células inflamatórias participando do processo, se chama GASTROPATIA GASTRITE AGUDA · Processo inflamatório agudo da mucosa gástrica, usualmente de natureza transitória · Conceito histológico de gastrite aguda é definido pela presença de exudato fibrinoso com neutrófilos e edema · A inflamação pode ser acompanhada de hemorragia microscópica na mucosa, e em casos mais severos, erosão (com sangramento gastrointestinal) · Causas (patogênese): uso de AINDEs (aspirina), consumo excessivo de álcool, tabagismo, quimio, uremia, infecções sistêmicas, estresse tecidual severo... Todos esses têm alguma relação com: aumento de secreção acida e difusão retrógrada, diminuição da produção do tampão de bicarbonato, redução do fluxo sanguíneo, dano direto ao epitélio microscopia- gastrite aguda · Leve: Córium com edema, congestão vascular, alguns neutrófilos na superfície epitelial · A presença de neutrófilos acima da membrana basal é sempre anormal e significa inflamação ativa · Severo: hemorragia (pode ocorrer na forma de pontos escuros numa mucosa hiperemiada) e erosão da mucosa (perda do epitélio superficial gerando um defeito que não ultrapassa a camada muscularis mucosae; é acompanhado de um grande infiltrado inflamatório agudo e exudato fibrino-purulento no lúmen) Erosão associada a hemorragia é chamada de gastrite erosiva aguda Gastrite crônica · Associação etiológica mais importante com infecção pelo bacilo Helicobacter pylori · H. pylori esta presente em 90% das gastrites crônicas antrais · Colonização pode ser assintomática · Pacientes tem risco aumentado de desenvolver úlcera péptica e câncer gástrico · Pode afetar diferentes regiões do estomago e ter vários graus de dano da mucosa · Autoimune: dano difuso da mucosa de fundo-corpo-gástrico · H. pylori e outras causas ambientais tendem a afetar mais a mucosa antral ou ambas (antro e fundo de corpo) gastrite autoimune · Menos de 10% dos casos de gastrite crônica · Presença de auto anticorpos contra as células parietais e fator intrínseco · A destruição das glândulas com subsequente atrofia da mucosa e leva a diminuição da produção de ácido, perdendo a produção de fator intrínseco e gerando anemia perniciosa · É comum a associação com outras doenças autoimunes como tireoidite de Hashimoto Helicobacter pylori · Infecção por bacilo curvilíneo gram-negativo · Adaptação ao muco gástrico através de: 1. Motilidade (flagelo): permitindo seu deslocamento no muco viscoso 2. Elaboração da Urese: produção de amônia 3. Adesão: ligação do microrganismo a célula epitelial · As proteínas cagA e vacA produzem substancias pro-inflamatórias que iniciam e perpetuam o estado de injuria crônica da mucosa macroscopia- gastrite crônica · Hiperemia e aspecto mais grosseiro da mucosa que o habitual, com espessamento das pregas (podendo mimetizar lesão infiltrativa) · Casos já com atrofia, tem a mucosa afinada e aplanada Microscopia- gastrite crônica · Infiltrado inflamatório com linfócitos e plasmócitos no Córium · Atividade: presença de neutrófilos na superfície epitelial das glândulas e/ou das foveolas · Agregados linfoides e centros germinativos são frequentemente vistos · Alterações regenerativas: resposta proliferativa a injuria epitelial constante, com figuras mitóticas, hipercromasia, diminuição de muco citoplasmático, podendo ser difícil distinguir esse aspecto de uma displasia úlcera péptica · É uma falha na continuidade da mucosa do trato alimentar, que se estende através da muscularis mucosae até a submucosa ou mais · Local mais prevalente: duodeno, estomago · Mais comuns em homens, adultos · Patogênese: desequilíbrio entre os mecanismos de defesa da mucosa e as forcas danosas (acido gástrico e pepsina) clínica- úlcera péptica · Dor intensa na região abdominal e queimação · Dor tende a piorar a noite · Costuma ocorrer 1 a 3h após as refeições · Aliviada com álcalis ou comida · Náusea, vomito, inchaço, perda de peso · Tratamento: neutralização do acido gástrico, promoção de secreção mucosa, inibição de secreção ácida · Complicações principais: sangramento (levando a anemia), perfuração (pode levar a morte), obstrução (por edema ou cicatriz), dor intratável (irradia para as costas) macroscopia- úlcera péptica · Aparência tradicional: pequena, rasa, redonda a oval, bem delimitada, convergência de pregas, mucosa adjacente edematosa e avermelhada, base limpa e regular, podem aparecer alguns vasos trombosados · Tamanho unicamente NÃO diferencia úlcera benigna de maligna · Profundidade: pode acometer todas as camadas da parede do órgão (perfuração) · Úlcera recente: bordas mais afastadas pois ainda não houve proliferação epitelial regenerativa. Na base, presença de infiltrado inflamatório caracterizando atividade e vasos congestos · Úlcera antiga: bordas já aproximadas, na tentativa de reparo regenerativo da ferida. Na base, aparece a fibrose com contração cicatricial. microscopia- úlcera péptica · Varia de necrose ativa a inflamação crônica e fibrose até a cura · A mucosa adjacente mostra gastrite crônica · Úlcera ativa: 1. Debris de necrose fibrinoide 2. Infiltrado inflamatório inespecífico com predomínio neutrófilos 3. Camadas profundas/ base da úlcera com tecido de granulação ativo com mononucleares 4. Tecido de granulação sobre cicatriz fibrótica. Vasos espessados e ocasionalmente trombosados 5. Úlcera gástrica maligna: contornos irregulares, fundo sujo (necrótico), sem convergência de pregas, bordas sobrelevados neoplasias gátricas · Benignas (pólipos): hiperplásicos e adenomas · Malignas: (adeno)carcinoma gástrico, linfoma MALT CARCINOMA GÁSTRICO · Mais comum: 90% dos casos · Países orientais: adultos, 55 anos · Fatores de risco se associam mais ao tipo intestinal (dieta,álcool, fumo, gastrite crônica, H. pylori, hereditariedade) · Localização: piloro e antro (50-60%), cárdia (25%), pequena curvatura (40%), grande curvatura (12%) · Aspectos mais importantes: 1. Profundidade de invasão é critério com maior impacto no prognostico · Carcinoma precoce: neoplasia maligna confinada a mucosa e submucosa Precoce não é sinônimo de carcinoma in situ · Carcinoma avançado: compromete além da submucosa, a camada muscular própria 2. Padrão de crescimento macroscópico (Borrmann) · Borrmann 1: lesão vegetante, bem delimitada · Borrmann 2: lesão ulcerada, bem delimitada, de bordas elevadas · Borrmann 3: lesão ulcerada, infiltrativa em parte ou todas as suas bordas · Borrmann 4: lesão difusamente infiltrativa, não se notando limite terre tumor e mucosa normal 3. Subtipo histológico · Morfologia intestinal (estruturas glandulares malignas) · Difuso/pouco diferenciado (células malignas) Metástase de adenocarcinoma gástrico · Hematogênica: pulmão e mama · Nodal: linfonodo Supraclavicular (linfonodo de Virshow) · Transcelômica (através da cavidade peritoneal): ovários (tumor de Krukenberg) Linfoma gástrico · Segundo tipo mais comum (5%) · Linfoma não-Hodgkin de células B no tecido linfoide associado a mucosa (MALT) · Relacionado a infecção por H. pylori · O tratamento da infecção com antibióticos pode regredir o tumor · MACRO: apenas aspecto espessado semelhante aos carcinomas · MICRO: proliferação de pequenos linfócitos atípicos na mucosa, centros germinativos de aspecto reacional e número variável de plasmócitos
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