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Rio 5 de setembro de 2011 - Julian Chediak

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Rio, 5 de setembro de 2011 
Direito Societário I
A lei das S.A. trata da responsabilidade daqueles que cuidam da criação de uma sociedade. O artigo 92 da lei fala da responsabilidade dos fundadores. Se existe um intermediário, como, no caso, uma instituição financeira, para realizar uma oferta, trata-se sempre de uma oferta pública. Os fundadores responderão, nesse caso, pelo prejuízo – existe uma responsabilidade solidária no caso de culpa ou dolo. Usa-se esse artigo 92 para falar da responsabilidade também da instituição financeira intermediária mesmo quando não se trata da constituição da Companhia. Esse dispositivo indica aquela que é a regra geral do direito civil, com o instituto da responsabilidade civil, de forma que é um artigo que é desnecessário por repetir algo que é geral – ainda, assim, porém, ele é utilizado.
O artigo 99 cria outra solidariedade - qualquer demora no momento inicial de constituição da sociedade gera responsabilidade solidária. O parágrafo único indica que existe responsabilidade pessoal do administrador por esses atos. Deve-se proteger sempre, porém, o terceiro de boa fé – que pode alegar a teoria da aparência. 
O capital social é o valor que os sócios se obrigam a aportar para a sociedade. Esse valor é também conhecido como valor de subscrição – o que ele subscreve é o que ele se obriga a aportar. O valor efetivamente pago é o valor integralizado. Numa sociedade anônima o valor do capital social deve estar expresso em reais no Estatuto Social, conforme o artigo 5º. O capital pode ser integralizado em dinheiro ou em bens. No caso dos bens, devem ser bens que sirvam ao propósito da Companhia. Esses bens devem ser analisados por uma empresa especial ou por três peritos para que surja um laudo que indique que aquele bem possui de fato aquele valor que está integralizando. Isso não é obrigatório no caso das limitadas, mas na S.A. só se pode integralizar em bens mediante um laudo que for aprovado pelos demais acionistas da sociedade. Aquele que visa integralizar com bens não participa dessa votação. 
Existem duas hipóteses em que é permitida a redução do capital social: devido a prejuízos e por julgá-lo excessivo. Nessa ultima hipótese, essa redução não será oponível ao credor que se manifestar contrariamente. Existe, quanto a isso, outra diferença entre a limitada e a S.A.: o artigo 174 da lei das S.A. indica que os credores terão 60 dias para se manifestar, enquanto nas limitadas eles possuem 90 dias.
Quanto ao capital social ser indicado como garantia dos credores, de certa forma isso faz sentido. Porém, não é uma garantia muito efetiva, tanto que ninguém quer saber o capital social para investir em uma sociedade. Geralmente as pessoas desejam conhecer o patrimônio líquido da sociedade. 
A contabilidade de uma sociedade é dividida em ativo e passivo. Para tudo que é inserido no ativo, algo que ser inserido no passivo – trata-se da partida dobrada. O valor somado do passivo deve ser sempre igual ao do ativo. O capital social é inserido no passivo por convenção, apesar de não ser um passivo exigível. Também por uma convenção contábil, no lado do passivo é lançado o passivo exigível acima e o patrimônio líquido (que é passivo não exigível) abaixo. O patrimônio líquido é o ativo subtraído do passivo exigível. Assim, o patrimônio líquido é o dado mais importante da sociedade. No balanço, quanto mais líquido o valor mais acima ele fica. Quanto às dívidas presentes no passivo, quanto mais para cima mais de curto prazo é a dívida. O número que estiver entre parênteses será negativo. O capital social permanece o mesmo no balanço, de forma que ele não reflete a situação da sociedade como o patrimônio líquido. 
Mas o capital social acaba refletindo de certa forma a garantia dos credores porque a sociedade só pode distribuir lucro quando tiver lucro. É crime distribuir lucro sem ter lucro. E o lucro se verifica quando se faz a comparação com o capital social (o valor do patrimônio líquido deve exceder o valor do capital social para que exista lucro). É apenas nesse sentido que o capital social é a garantia dos credores. O balanço é que realmente é o quadro que representa o momento da sociedade. 
Por vezes, portanto, a sociedade diminui o capital social para que possa distribuir lucros. Ocorre nesse caso redução de capital para absorção de prejuízos. 
O valor de patrimônio líquido de uma ação é o valor que resulta de divisão do patrimônio líquido total pelo número de ações. Já o valor nominal resulta do valor do capital social dividido pelo número de ações. O valor de patrimônio líquido das ações será utilizado muitas vezes na lei das S.A.

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