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RESUMO Estudo ORCAMENTO PUBLICO COMPLETO - Controle Social Economia do Setor Publico Orcamento Gastos Publicos Federalismo FederalismoFiscal no Brasil - Curso Universidade Senado Federal

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0 - Controle Social - OK
O curso Controle Social foi desenvolvido pela Enap, em parceria com a 
Controladoria-Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas (TCU) e a Capacita em 
2015. 
O curso foi desenvolvido com foco na necessidade de otimizar a participação dos 
cidadãos nas ações governamentais.
Convidamos você a juntar esforços na construção de uma sociedade mais justa, consciente dos seus direitos e deveres e capaz 
de acompanhar, fiscalizar e exigir serviços de qualidade do poder público, seja municipal, estadual ou federal, nos poderes 
executivo, legislativo e judiciário.
Seja VOCÊ um ponto de disseminação do Controle Social!
Parar de ficar só reclamando e fazer alguma coisa é o que efetivamente poderá 
mudar o Brasil!
Destina-se aos cidadãos interessados em fiscalizar, monitorar e avaliar as ações governamentais, como a aplicação dos recursos 
públicos. Se você é alguém que deseja contribuir efetivamente para que nosso país mude para melhor, para que sejam 
oferecidos para a população serviços públicos de boa qualidade, para que os recursos públicos sejam bem aplicados, esse 
curso é para você.
O objetivo desse curso é capacitar os cidadãos interessados em participar das 
ações do Estado, por meio do controle, fiscalização, monitoramento e avaliação 
pela sociedade ou por setores organizados na sociedade sobre as ações do Estado.
Metodologia
Este curso será realizado na modalidade a distância, via internet, utilizando a plataforma moodle disponível na Escola Virtual 
Enap, tanto para apresentação do conteúdo quanto para cumprimento e gerenciamento das atividades avaliativas.
Glossário CONTROLE SOCIAL.pdf 81 kB
Importante! Esse curso é sem tutoria. Não há presença do tutor para tirar dúvidas de conteúdo e de outras ordens. Nesse 
sentido, o participante é responsável pelo seu aprendizado desenvolvendo-o de maneira autônoma e automotivacional. Deve 
estar atento para a organização e gestão do tempo, definindo seu ritmo de estudos..
Os recursos utilizados serão:
- Check List:ferramenta que permite ao participante listar seus progressos nas atividades realizadas.
- Glossário: ferramenta semelhante a um dicionário que contém uma lista de termos e definições.
- Biblioteca:recurso disponível com leituras referentes aos temas do curso. Dentre eles, constam: o conteúdo do curso para 
impressão e material complementar.
- Conteúdos disponíveis em livro: ferramenta que oferece conteúdos interativos com o intuito de propiciar uma aprendizagem 
mais dinâmica.
- Exercícios avaliativos: disponíveis em formato de questionário.
- Avaliação de Satisfação com o Curso: estratégia de coleta de opiniões do participante, visando ao aperfeiçoamento de ações 
educacionais ofertadas.
Em caso de dificuldades o participante poderá entrar em contato com o suporte utilizando o Fale Conosco.
Equipe responsável
Rodrigo Silva (conteudista, 2015). Everton Kischlat (conteudista, 2015).
Rebecca Cortes (conteudista, 2015). Guilherme Silva (coordenador, 2015).
Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB / CDT / Laboratório Latitude e Enap.
* Módulo I: Introdução e Conceitos Básicos.
* Módulo II: Controle Institucional.
* Módulo III: Controle Social e Cidadania I.
* Módulo IV: Controle Social e Cidadania II.
Introdução e Conceitos Básicos.
* Conhecer o que é Controle e as formas como ele acontece no Estado Brasileiro;
* Diferenciar controle social de controle institucional;
* Compreender aimportância da participação do cidadão no acompanhamento 
da gestão dos recursos públicos, durante a execução das políticas públicas.
Módulo I:
* Formas de Controle da Administração Pública;
* Tipos de Controle sobre a Administração Pública;
* Controle Institucional;
* O Controle Social da Administração Pública;
* O que deve ser controlado? Execução de uma política pública;
Na Administração Pública, o ato de controlar possui significado similar, na medida 
em que pressupõe examinar se a atividade governamental atendeu à finalidade 
pública (em oposição às finalidades privadas), à legislação e aos princípios básicos 
aplicáveis ao setor público (legalidade, impessoalidade, publicidade, moralidade, 
transparência, etc.).
2. Formas de Controle da Administração Pública
2.1. Tipos de Controle Sobre a Administração Pública
A Constituição Federal de 1988, seguida de muitas outras leis, trata do tema 
Controle responsabilizando órgãos da estrutura do Estado pelo seu exercício e 
dando oportunidade à participação ativa da sociedade.
O controle exercido pela própria Administração Pública é chamado de controle 
institucional, e o exercido pela sociedade, controle social.
Controle Institucional:
Interno:
Administração(gestor)
Controladorias 
Externo:
Poder Judiciário
Poder Legislativo
Polícia Judiciária
Tribunal de Contas
Ministério Público
Controle Social:
De iniciativa do ENTE PÚBLICO:
Audiências
Conferências
Conselhos
Ouvidorias
E-sic
Portal da Transparência
Da iniciativa da sociedade:
Manifestações
Redes Sociais
Grupos organizados de controle social
2.2. Controle Institucional
Os artigos 70, 71 e 74 da Constituição Federal brasileira estabelecem que o controle 
institucional cabe essencialmente ao Congresso Nacional, responsável pelo 
controle externo, realizado com o auxílio do Tribunal de Contas da União, e a 
cada Poder, por meio de um sistema integrado de controle interno.
O controle externo deve ser realizado pelo Poder Legislativo com auxílio dos 
tribunais de contas. No caso do governo federal, o Tribunal de Contas da União 
(TCU) é responsável por auxiliar o Congresso Nacional no exercício do controle 
externo. 
Nos municípios, o controle externo é feito pela Câmara de Vereadores, enquanto 
nos estados é a Assembleia Legislativa, ambos com o auxílio dos Tribunais de 
Contas dos Estados, ou, caso instituídos, dos Tribunais de Contas dos 
Municípios.
Por sua vez, cabe ao sistema de controle interno de cada Poder apoiar o controle 
externo no exercício de suas atribuições. Nos estados e municípios, também há 
uma controladoria interna, ou uma unidade de controle interno com, no 
mínimo, um auditor.
Na esfera federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) é o órgão central do 
Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. À CGU compete 
desenvolver funções de controle interno, correição, ouvidoria, além das ações 
voltadas para a promoção da transparência e para a prevenção da corrupção. 
Outros órgãos públicos também atuam no controle institucional, na prevenção, 
investigação e repressão da corrupção.
2.3. O Controle Social da Administração Pública
A democracia no Brasil foi instituída em 1988, por meio da promulgação da 
Constituição Cidadã. Nessa constituição, foi reestabelecida a democracia com 
ampla previsão de direitos, e o Estado brasileiro foi reorganizado de modo a 
tornar-se mais permeável às questões da sociedade. 
A partir de então, a participação cidadã tornou-se não apenas possível, mas 
necessária para o bom funcionamento do aparato público.
Alguns dos espaços previstos pelo legislador, fundamentados na Constituição 
Federal, para participação dos cidadãos, por iniciativa dos entes públicos, são os 
conselhos gestores de políticas públicas. 
Esses conselhos são instituídos por lei, e a participação da sociedade é sempre 
garantida. Como exemplos podemos citar o Conselho de Saúde, o Conselho de 
Educação e o Conselho de Assistência Social. 
Os participantes desses conselhos, chamados de conselheiros, são nomeados pelo 
executivo (no município, pelo prefeito), que segue o que está determinado na lei 
que os instituiu.
Um lembrete importante: é garantida, para qualquer cidadão, a participação nas 
reuniões dos conselhos, sendo que o direito de opinar depende da autorização do 
presidente do respectivo conselho.
Além dos conselhos, há outras oportunidades previstas em lei que são de iniciativa 
do ente público e que promovem a participação cidadã, como as audiências 
públicas e as conferências.
Mas não para por aí. A sociedadetambém pode ter a iniciativa. As redes sociais e 
as manifestações na rua são exemplos atuais de controle social que surgiram na 
sociedade. A organização de grupos voltados a atividades de controle, atuando de 
maneira coletiva, atentos a questões específicas é outra forma de atuação.
Quando organizados em grupo, os cidadãos se empoderam e conseguem 
resultados melhores. 
A seguir, conheceremos um pouco mais sobre os instrumentos que viabilizam essa 
organização social.
Os instrumentos disponíveis para o exercício do controle pela sociedade são os 
Portais de Transparência, a Lei de Acesso à Informação e a observação atenta aos 
locais onde são executadas as políticas públicas.
Portal de Transparência
O que é? É uma página na internet na qual são apresentados, no mínimo, dados 
sobre as receitas e despesas. É instrumento para o cumprimento do que está 
previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, art. 48, parágrafo único, inciso II:
A transparência será assegurada também mediante:
II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em 
tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e 
financeira, em meios eletrônicos de acesso público.
Lei de Acesso à Informação
O que é? É o nome dado para a Lei nº 12.527/2011, que regulamenta o direito 
constitucional de acesso às informações públicas. 
Ela criou mecanismos que possibilitam, a qualquer pessoa, física ou jurídica, 
sem necessidade de apresentar motivo, o recebimento de informações públicas 
dos órgãos e entidades. 
Você já fez algum pedido de informação? No módulo 3 deste curso, serão dadas mais orientações sobre como fazê-lo.
Você já acessou alguma página de transparência? 
O endereço do Portal da Transparência do Poder Executivo Federal é:www.transparencia.gov.br. Acesse! Para mais informações 
sobre a Lei de Acesso à Informação, acesse a página:www.acessoainformacao.gov.br/
3. O que deve ser controlado? Execução de uma política pública
O Governo, para suprir as necessidades da sociedade, elabora políticas que tratam 
dos diversos temas. Por exemplo, a saúde é objeto de uma política pública, a 
educação também, e assim por diante.
A Constituição de 1988 é a sua fonte, nela estão previstos amplos direitos sociais 
que são materializados por meio delas.
Para que o Estado brasileiro execute suas políticas públicas, é necessário que 
arrecade receitas. Essas receitas financiam a realização das políticas, que se 
desdobram em projetos e ações do Estado. Nesse momento, surge o que no 
orçamento público se denomina despesas, que deverão ser pagas com as receitas 
arrecadadas.
Para que esse processo seja eficaz, é preciso realizar amplo planejamento prévio, a 
fim de garantir que as receitas a serem arrecadadas sejam suficientes para a 
execução das políticas.
Com as políticas definidas e os recursos arrecadados, o desafio que se tem é 
garantir que esses recursos sejam destinados corretamente e que sejam 
aplicados de maneira eficiente, buscando atingir os objetivos definidos pela 
política.
O vídeo Astrólogo, utilizado para a divulgação do Portal da Transparência do 
Governo Federal, alerta-nos para o distanciamento do cidadão das questões que 
envolvem os seus próprios recursos, fato que não deve acontecer.Acompanhar 
os gastos públicos e a implementação de políticas públicas é essencial para o 
aperfeiçoamento da gestão pública. Para conhecer a campanha, acesse: 
http://youtu.be/Hhw5aSVTMJc.
http://www.transparencia.gov.br/
http://www.acessoainformacao.gov.br/
http://www.portaldatransparencia.gov.br/ 
Controle Institucional.
* Reconhecer quais são os atores do controle institucional e conhecer suas competências; * Entender aspossibilidades de 
interação da sociedadecom esses atores; * Compreender as possibilidades de interação da sociedade com esses atores.
Neste módulo serão abordados os seguintes conteúdos:
* Controle Institucional;
* Controle Externo;           
* Controle Interno;  
* Órgãos de Controle Externo;     
* O Poder Legislativo;       
* Congresso Nacional;
* Assembleias Legislativas Estaduais e do Distrito Federal;
* Câmaras Municipais;      
* Tribunais de Contas;      
* Controle Interno;            
* Controles administrativos;          
* Sistema de Controle Interno;    
* Controladoria-Geral da União;  
* Controladorias nos Estados e nos municípios;    
* Outros órgãos de Apoio ao Controle;     
* Ministério Público;       
* Poder Judiciário;              
* Polícia Federal e Polícias Civis Estaduais;      
* 2. Controle Institucional
Controle institucionalé aquele que a própria Administração Pública exerce sobre a atividade governamental. Trata-se do 
controle realizado por agentes públicos no exercício da função pública.
Recapitulando: No módulo anterior vimos que a Constituição Federal de 1988 incorporou amplos direitos sociais, 
muitas vezes com impactos sobre a despesa pública. Por outro lado, a Carta Magna estabeleceu também diversos 
dispositivos voltados para o controle do orçamento público, do endividamento e da despesa pública.
Módulo II:
http://www.portaldatransparencia.gov.br/
Os artigos 70, 71 e 74 da Constituição Federal Brasileira estabelecem que o controle 
institucional cabe essencialmente ao Congresso Nacional, responsável pelo controle 
externo, realizado com o auxílio do Tribunal de Contas da União, e a cada Poder, por 
meio de um sistema integrado de controle interno.
    * 2.1. Controle Externo
O controle externo é função do Poder Legislativo, sendo de competência do 
Congresso Nacional, no âmbito federal, das Assembleias Legislativas nos estados,
 da Câmara Legislativa no Distrito Federal e das Câmaras Municipais nos 
municípios, com o auxílio dos respectivos Tribunais de Contas.
O Legislativo (Congresso Nacional, Assembleia Legislativa, Câmara Legislativa e 
Câmara de Vereadores) é constituído por representantes do povo, eleitos pelos 
cidadãos. 
É ele que delega, mediante leis e, principalmente, pelo Orçamento, os meios para 
que a Administração Pública alcance objetivos políticos, econômicos e sociais em 
benefício dos representados. O mesmo Parlamento precisa avaliar e controlar se 
esses objetivos estão sendo alcançados. Esse é o princípio fundamental do 
controle externo, prerrogativa da qual o Legislativo é titular.
    * 2.2. Controle Interno
É exercido por órgão do próprio Poder ou organização, por esse motivo é 
chamado interno. Se utiliza de procedimentos administrativos, a exemplo das 
auditorias e do acompanhamento das ações.
Dentro de cada órgão, o controle interno deve atuar de maneira integrada, 
produzindo informações relevantes para a gestão com relação ao cumprimento 
das normas, à avaliação dos resultados da gestão e da aplicação dos recursos 
públicos.
O objetivo dessa ação é o aperfeiçoamento da gestão que leva à melhoria do 
serviço público.
O controle interno também apoia o controle externo no exercício de sua missão 
institucional. 
As áreas da gestão pública que devem receber atuação direta dos órgãos de 
controle institucional são:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Podemos resumir os conceitos da seguinte forma:
Controle institucional externo é aquele feito por órgãos estatais diferentes 
daqueles que realizaram o ato a ser controlado.
Controle institucional interno é aquele feito pela própria administração, no 
acompanhamento e revisão de seus atos e práticas administrativas.
* 3. Órgãos de Controle Externo
    * 3.1. O Poder Legislativo
O Poder Legislativo está presente em todas as esferas de governo, ou seja, na União, 
nos estados e nos municípios. Vamos conhecer um pouco sobre cada um deles.
A) Congresso Nacional
Composto pelaCâmara dos Deputados(representantes do povo) e peloSenado Federal(representantes dos estados e do 
Distrito Federal).
Além da função de representação, compete ao Congresso Nacionalexercer atribuições legislativas e de fiscalização e 
controle.Sobre a função fiscalizadora, sua competência édefinida pelo art. 70 da ConstituiçãoFederal.
 
Além disso, há outros mecanismos de fiscalização e controle à disposição do 
Congresso, como: a possibilidade de convocação de Ministro de Estado ou de 
titulares de órgãos diretamente vinculados à Presidência da República para 
prestar informações sobre assunto previamente determinado; 
o encaminhamento de pedidos de informações a essas autoridades pelas Mesas da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal; 
a instalação de comissões parlamentares de inquérito (essas são as conhecidas 
CPIs) pelas Casas, em conjunto ou separadamente, para apuração de fato 
determinado e por prazo certo.
Comissão parlamentar de inquérito (CPI).
O art. 58, § 3º, da Constituição Federal, prevê a criação das comissões parlamentares de inquérito (CPIs) no Legislativo Federal, 
que são temporárias, podendo atuar também durante o recesso parlamentar. Têm o prazo de 120 (cento e vinte) dias, 
prorrogável por até metade, mediante deliberação do Plenário, para conclusão de seus trabalhos. São criadas a requerimento 
de pelo menos 1/3 (um terço) do total de membros da Câmara ou Senado. No caso de Comissão Parlamentar Mista de 
Inquérito (CPMI), composta por igual número de membros das duas Casas legislativas, é necessária a concordância de 1/3 do 
total de membros de cada uma.
AsCPIs e CPMIsdestinam-se a investigar algum fato de relevante interesse para a vida pública e para a ordem constitucional, 
legal, econômica ou social do País.Têm poderes de investigação equiparados aos das autoridades judiciais, tais como 
determinar diligências, ouvir indiciados, inquirir testemunhas, requisitar de órgãos e entidades da administração 
pública informações e documentos, requerer a audiência de Deputados e Ministros de Estado, tomar depoimentos de 
autoridades federais, estaduais e municipais, bem como requisitar os serviços de quaisquer autoridades, inclusive 
policiais.Além disso, essas comissões podem deslocar-se a qualquer ponto do território nacional, para a realização de 
investigações e audiências públicas e estipular prazo para o atendimento de qualquer providência ou realização de diligência 
sob as penas da lei, exceto quando da alçada de autoridade judiciária.
No município,as Câmaras de Vereadores também têm a competência de criação das comissões parlamentares de 
inquérito, que são reguladas conforme os normativos municipais próprios de cada legislativo.
O Congresso Nacional pode receber petições, reclamações, representações ou 
queixas DE QUALQUER PESSOA contra atos ou omissões das autoridades ou 
entidades públicas.
A Câmara dos Deputados possui vários canais de interação com os cidadãos, entre 
os quais Comissão de Legislação Participativa, a Ouvidoria Parlamentar, o Portal 
e os sistemas comunicativos: Fale Conosco, Fale com o Deputado, Fale com a 
Ouvidoria e o e-democracia.
B) Assembleias Legislativas Estaduais e do Distrito Federal
A seção da Constituição que trata da fiscalização, que se inicia no art. 71, tem 
aplicação, por simetria, para as esferas estadual e distrital.
Veja o que diz a Constituição Federal sobre fiscalização e controle institucional 
nas esferas estadual e municipal:
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à 
organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do 
Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de 
Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.
Como se pode perceber, as normas constitucionais relativas a controle externo e 
interno devem ser aplicadas, no que couber, aos estados e municípios. 
Além de observar os princípios da Constituição Federal, cada unidade federativa 
rege-se por leis locais, principalmente, pela Constituição Estadual, no caso dos 
estados, e pela Lei Orgânica, no caso do Distrito Federal. 
Essas leis reproduzem as normas sobre controle externo e interno no âmbito 
estadual ou distrital.
Uma vez que a Assembleia fiscaliza o governo estadual, também recebe e apura 
denúncias, sendo essa uma de suas formas de interação com o cidadão. 
Essas apurações podem até resultar em afastamento de administradores envolvidos 
em atos de corrupção.
C) Câmaras Municipais
No Brasil, a câmara municipal, cujos membros são os vereadores, exerce o 
Poder Legislativo no município, configurando-se como a assembleia de 
representantes dos cidadãos ali residentes.
A Constituição Federal prevê a fiscalização do município por meio de controle 
institucional, tanto interno quanto externo, este último a cargo do Poder 
Legislativo Municipal. Está definido na Constituição:
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, 
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo 
Municipal, na forma da lei.
§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos 
Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou 
Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
Da mesma forma que acontece em nível estadual e federal, cada Câmara Municipal 
possui a função de fiscalização e controle dos atos do Poder Executivo, o que 
abrange os atos administrativos, de gestão e a fiscalização financeira e orçamentária. 
Este controle é feito com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado ou dos 
Municípios. Esses tribunais ficam sempre localizados na capital do estado.
Para exercer essa fiscalização, a Câmara pode valer-se de instrumentos como a 
convocação de autoridades municipais para prestar informações, realização de 
Audiências Públicas e aprovação de requerimentos de informações. 
A Câmara Municipal conta, ainda, com as Comissões Parlamentares de Inquérito 
(CPIs) para investigar fatos determinados ou denúncias, dentro de um prazo certo.
A lei que rege os municípios é a Lei Orgânica municipal. Trata-se da lei maior de 
cada cidade e está para o município assim como a Constituição Federal está para a 
União e a Constituição Estadual para os estados-membros. É por meio dela que os 
municípios se organizam.
Câmara Municipal ou Ouvidoria da Prefeitura.
O art. 31 da Constituição Federal traz em seu caput a seguinte redação: "a 
fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante 
controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, 
na forma da lei”.
Sendo assim, o controle externo do Poder Executivo Municipal será exercido pelo 
Poder Legislativo Municipal, o qual é representado pela Câmara Municipal. Além 
disso, se a Prefeitura tiver uma Ouvidoria ou Fale Conosco, você também 
poderá denunciar ao Poder Executivo Municipal, principalmente em se 
tratando de algum assunto mais urgente.
Na esfera federal, por exemplo, a atuação da CGU integra as ações de prevenção e 
combate à corrupção, auditoria pública, corregedoria, atividades de ouvidoria e 
incremento da transparência na gestão.
A Ouvidoria-Geral da União (OGU), que faz parte da estrutura da CGU, exerce a 
supervisão técnica das unidades de ouvidoria do Poder Executivo Federal. Com esse 
propósito orienta a atuação das unidades de ouvidoria dos órgãos e entidades do 
Poder Executivo Federal; examina manifestações referentes à prestação de serviços 
públicos; propõe a adoção de medidas para a correção e a prevenção de falhas e 
omissões dos responsáveis pela inadequada prestação do serviço público; e 
contribui com a disseminação das formas de participação popular no 
acompanhamento e fiscalização da prestação dos serviços públicos.
    * 3.2. Tribunais de Contas
Para organizar melhor o conhecimento, apresentamos os Tribunais de Contas em 
novo item, mas é importante frisar que eles também pertencem ao Poder 
Legislativo.
A sua função principal é auxiliar a casa legislativa no exercício do controle 
externo.
Os tribunais de contas são órgãos administrativos que prestam auxílio técnicoao 
Poder Legislativo no controle externo.
Para os municípios estáprevisto, no art. 31 da Constituição Federal, que o controle 
externo será feito pelo legislativo municipal com o auxílio dos Tribunais de 
Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas 
dos Municípios, onde houver. 
Os estados estão contemplados pelo art. 75 da Carta Magna, e seu legislativo conta 
com o auxílio dos Tribunais de Contas Estaduais.
As competências, funções, jurisdição e o exercício do controle externo por parte dos 
tribunais de contas estão descritas na lei orgânica de cada tribunal.
Informação relevante para a sociedade está no §2º do art. 74 da Constituição. Esse 
artigo diz que qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é 
parte legítima para denunciar irregularidades ou ilegalidades perante os 
Tribunais de Contas.
* 4. Controle Interno
Recapitulando: Vimos que, no setor público, o controle interno é aquele que os 
Poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário exercem sobre suas próprias 
atividades.
Seu principal objetivo é assegurar a execução dessas atividades dentro dos 
princípios básicos da administração pública definidos pelo artigo 37 da Constituição 
Federal (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência).
    * 4.1. Controles Administrativos
O primeiro nível de controle interno, mais básico e que deve estar presente a 
todo o momento, no dia a dia dos órgãos e entidades públicas, é chamado de 
Controle Administrativo.
De responsabilidade exclusiva do gestor de cada órgão, é também chamado de 
controle primário, e garante um ambiente de segurança contra fraudes e erros.
A maioria dos problemas detectados em órgãos públicos de todas as instâncias - 
sejam eles imbuídos de má-fé ou decorrentes de negligência, imprudência ou 
imperícia - poderia ser evitada, se os administradores públicos priorizassem o 
fortalecimento do controle sobre suas transações mais básicas.
 
    * 4.2. Sistema de Controle Interno
O Sistema de Controle Interno da Administração Pública é um conjunto de 
unidades técnicas orientadas para promover a eficiência e a eficácia nas 
operações e verificar o cumprimento das políticas estabelecidas em lei, sendo 
dirigido e coordenado por uma Unidade Central de Controle Interno criada na 
estrutura de cada órgão, no âmbito de cada um dos Poderes, Legislativo, Executivo 
e Judiciário, conforme previsto no art. 74 da Constituição Federal.
    * 4.3. Controladoria-Geral da União
Na esfera federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) é o órgão central do 
Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.
No art. 74 da Constituição Federal, estão descritas algumas de suas competências, 
entre elas está a de avaliar o cumprimento das metas previstas no plano 
plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Acesso à Informação (LAI), entre outras, 
conferem à CGU outras competências. 
É importante saber que a CGU criou e mantém o Portal da Transparência do 
Governo Federal. O órgão é responsável pelo monitoramento da implementação da 
LAI no âmbito do Poder Executivo Federal, que utiliza o sistema de informação ao 
cidadão pela internet (e-SIC). 
A Controladoria ainda fomenta e apoia o cumprimento dessas leis (no tema 
transparência) nos estados e municípios.
Além da disponibilização de canais virtuais do Portal da Transparência e e-SIC, a 
interação da CGU com a sociedade se dá através de outros meios. 
Entre eles estão a publicação dos relatórios dos trabalhos de auditoria na 
internet, o recebimento de denúncias via internet, a disponibilização de cursos 
de capacitação presenciais e por EAD (ensino a distância) sobre temas relativos ao 
controle social, a realização de ações práticas de controle e eventos de 
sensibilização.
    * 4.4. Controladorias nos Estados e nos Municípios
Nos estados e municípios, também há uma controladoria interna, ou uma unidade 
de controle interno com, no mínimo, um auditor.
* 5. Outros órgãos de apoio ao controle
Você já sabe que, constitucionalmente, o Poder Legislativo, auxiliado pelos 
tribunais de contas, é responsável pelo controle externo. 
Agora, vamos conhecer mais sobre outros órgãos que fomentam e apoiam essa 
tarefa, na fiscalização da gestão pública, no diagnóstico e combate à corrupção 
e no incentivo e fortalecimento do controle social.
Uma rápida pesquisa na Constituição Federal de 1988 nos mostra outros exemplos 
de controle institucional: 
o Conselho Nacional de Justiça controla o Poder Judiciário (Art. 103-B, § 4º); 
o Ministério Público controla a atividade policial (Art.129, VII), 
o Conselho Nacional do Ministério Público controla o Ministério Público (Art. 
130-A, § 2º).
    * 5.1. Ministério Público
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do 
Estado, que tem por responsabilidade a defesa da ordem jurídica, do regime 
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, isto é, dos quais a 
pessoa não pode abrir mão. 
Trata-se de um órgão de Estado que atua na defesa da ordem jurídica e fiscaliza o 
cumprimento da lei no Brasil. O MP não possui vinculação funcional a qualquer 
dos poderes do Estado.
O Ministério Público abrange, entre outros:
1. o Ministério Público da União (MPU);
2. os Ministérios Públicos dos Estados (MPE).
O MPU apresenta 4 divisões em sua estrutura, cada qual atuante na respectiva área.
Defendem os interesses da sociedade e zelam pelo respeito à lei.
Como instituições de apoio ao controle, tema do nosso curso, podemos destacar o 
Ministério Público Federal e os Ministérios Públicos dos Estados.
Os membros do Ministério Público Federal são os Procuradores da República, que 
atuam junto aos Juízes Federais (Justiça Federal) e pertencem ao MINISTÉRIO 
PÚBLICO DA UNIÃO. 
No Ministério Público Estadual, os agentes são os Promotores de Justiça, que 
exercem suas funções perante os Juízes de Direito (Justiça Estadual) e pertencem 
à carreira do MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL.
As funções do MP incluem, entre outras, a fiscalização da aplicação das leis, a 
defesa do patrimônio público e o zelo pelo efetivo respeito dos poderes 
públicos aos direitos assegurados na Constituição.
Em relação aos atos da administração pública, cabe ao MP cuidar para que 
respeitem os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e 
publicidade.
Os membros do Ministério Público defendem os interesses da sociedade, 
portanto também recebem e investigam denúncias de desvios de dinheiro 
público e denunciam os envolvidos à Justiça, para julgamento e eventual punição.
O MPU é regido pela Lei Complementar nº 75/1993, o MPE rege-se pela Lei nº 
8.625/1993 - Lei Orgânica Nacional do Ministério Público. 
Além disso, cada MPE possui sua Lei Orgânica. Você pode consultar essas leis na 
Biblioteca do curso ou no sítio de cada unidade do MP.
    * 5.2. Poder Judiciário
Com independência assegurada pela Constituição Federal, a função do Poder 
Judiciário é garantir os direitos individuais, coletivos e sociais e resolver 
conflitos entre cidadãos, entidades e Estado. São vários os seus órgãos, que 
variam em função do tema que tratam e da instância da Justiça.
Para agirem, os juízes e tribunais precisam ser acionados por alguém, como, por 
exemplo, pelo promotor de Justiça. Entre suas competências, está o julgamento 
das ações propostas em defesa do patrimônio público, como, por exemplo, ações 
de improbidade, de devolução de recursos públicos, etc. 
A expectativa de punição pelo Poder Judiciário é elemento inibidor do mau uso 
do recurso público e é fundamental para sua boa gestão.
Também é possível que qualquer pessoa, mediante provocação, acione o 
judiciário na defesa do interesse público, por meio da Ação Popular.
    * 5.3. Polícia Federal e Polícias Civis Estaduais
A Polícia Federal e a Polícia Civil possuem, entre outras funções, a função de polícia 
judiciária da União e dos estados, respectivamente. A função de polícia judiciária 
é apurar as infrações penais e sua autoria,por meio da investigação policial.
São atores importantes nas ações de controle, realizando procedimentos 
especializados para identificação de condutas criminosas, na utilização dos 
recursos públicos, e de seus autores.
Controle Social e Cidadania I. 
* Entender Controle Social e as suas características, quando de iniciativa do ente 
público e quando de iniciativa da sociedade;
* Reconhecer as oportunidades de atuação;
* Compreender as possibilidades de atuação em cada um dos espaços de 
participação;
* Conhecer alguns exemplos de participação social.
Neste módulo serão abordados os seguintes conteúdos:
* Controle Social;
* Controle Social de Iniciativa do Ente Público;      
* Audiência Pública;
* Conferência de Política Pública;
* Conselhos Gestores de Políticas Públicas;
* Ouvidoria;
* Lei de Acesso à Informação - LAI;
* Portal da Transparência;   
Neste módulo aprofundaremos os nossos conhecimentos sobre essa modalidade de 
controle da Administração Pública e trataremos de como se dá a participação da 
sociedade tanto nas ações que têm sua iniciativa no ente público como na 
sociedade.
Módulo III:
Este módulo apresenta muitas informações relevantes, está extenso. Seja 
perseverante e vá até o fim, ele vai mudar sua percepção sobre as possibilidades 
que você tem de atuar como cidadão para mudar a situação do nosso país. 
COPY - 
Verá que reclamar por reclamar não muda nada, mas que as ações decorrentes 
da observação de que as coisas não deviam ser como são podem resultar em 
benefícios para toda a sociedade.
Controle Social
As ideias de participação e controle social estão intimamente relacionadas: por meio 
da participação na gestão pública, os cidadãos podem intervir na tomada da decisão 
administrativa, orientando a Administração para que adote medidas que realmente 
atendam ao interesse público e, ao mesmo tempo, podem exercer controle sobre a 
ação do Estado, exigindo que o gestor público preste contas de sua atuação.
Podemos dizer que controle social é entendido como a atuação de cidadãos, 
organizados ou não, no acompanhamento e fiscalização dos atos da 
Administração Pública, ou seja, da aplicação dos recursos públicos e da 
execução das políticas públicas. 
A sociedade também pode atuar influenciando na formulação das políticas 
públicas, e deve fazê-lo ocupando os espaços de participação previstos.
Com relação ao tempo dos atos e fatos de gestão que se deseja controlar, o 
Controle Social pode ser:
Controle Social Definição
Prévio
Participação nas 
audiências abertas e 
em reuniões de 
planejamento das 
políticas e do 
orçamento público.
Os espaços de participação são aqueles previstos ou não em lei, nos quais o 
cidadão pode manifestar sua opinião e influenciar nas decisões do poder 
público.
São previstos em lei os Conselhos gestores de políticas públicas, as conferências, 
as audiências públicas, entre outros. 
Não são previstos em lei, mas são espaços importantes de participação, criados 
por iniciativa da sociedade, as manifestações de rua, as redes sociais, os grupos 
de pressão (lobby), as organizações sociais defensoras de direitos, os 
movimentos, os coletivos e as plataformas.
Por sua vez, políticas públicas são as escolhas que o governo faz para suprir as 
necessidades da sociedade, nas suas mais diversas demandas (saúde, educação, 
assistência social, etc.).
Concomitante
Acompanhamento, 
fiscalização e 
denúncia durante a 
execução dos 
programas e gastos 
governamentais.
Posterior
Avaliação de 
resultados, 
desempenho e 
eficiência da gestão de 
determinado agente.
Quanto maior a participação e engajamento de todos, mais eficientes, eficazes 
e positivamente impactantes são os serviços proporcionados pelos órgãos 
públicos.
Além do fortalecimento da participação ativa do cidadão nos rumos da 
comunidade, que já é um valor fundamental em si mesmo, ações de controle 
social se refletem em vários níveis, para a melhoria da gestão pública e, por 
consequência, da vida no município. Abaixo listamos quatro dessas influências 
positivas do Controle Social:
* 2.1. Controle Social de Iniciativa do Ente Público
Neste tópico abordaremos os principais espaços de controle social, que têm sua 
origem na iniciativa do ente público. A existência desses espaços é fundamental 
para o exercício do controle social, de iniciativa da sociedade, que veremos no 
módulo seguinte.
A) Audiência pública
A Audiência Pública é um instrumento de participação popular, garantido pela Constituição Federal de 1988 e regulado por leis 
federais, constituições estaduais e leis orgânicas municipais. É um espaço em que os Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário 
ou o Ministério Público podem expor um tema e debater com a população sobre a formulação de uma política pública, a 
elaboração de um projeto de lei ou a realização de empreendimentos que podem gerar impactos à cidade, à vida das pessoas 
e ao meio ambiente. 
São discutidos também, em alguns casos, os resultados de uma política pública, de leis, de empreendimentos ou serviços já 
implementados ou em vigor. É uma consulta à sociedade acerca de suas principais opiniões e demandas para o caso específico. 
Geralmente, a Audiência é uma reunião com duração de um período (manhã, tarde ou noite), coordenada pelo órgão 
competente ou em conjunto com entidades da sociedade civil que a demandaram. Nela, apresenta-se um tema, e a palavra 
então é dada aos cidadãos presentes, para que se manifestem.
É importante que os interessados participem da Audiência Pública com o maior preparo possível, ou seja, informados sobre o 
tema a ser discutido e com clareza de suas opiniões a respeito. Para isso, é necessário que os participantes busquem 
informações, discutam anteriormente na comunidade, e que já tenham pensado em como vão expor seus pontos de vista ou 
dúvidas a respeito da questão discutida. 
A Audiência Pública é um momento em que você e sua comunidade podem representar seus próprios interesses, esclarecer 
dúvidas e dar opiniões junto ao poder público. Elas ocorrem no nível municipal, estadual ou federal. É preciso se organizar e 
PARTICIPAR, pois elas constituem um espaço importante de discussão de temas que orientarão a tomada de decisão!
Quando elas acontecem?
De acordo com a Constituição Federal de 1988:
* O poder Executivo deve realizar Audiências Públicas durante o planejamento municipal, na gestão da seguridade social, na 
gestão da saúde pública, na formulação de políticas e controle das ações na assistência social, e na defesa e preservação do 
meio ambiente.
* Para o poder Legislativo, é previsto que as comissões temáticas (de Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente, Ciência e 
Tecnologia, etc.) do Senado Federal, da Câmara de Deputados, da Assembleia Legislativa Estadual e Câmaras de Vereadores 
realizem Audiências Públicas durante o processo de elaboração da legislação. A qualquer tempo, a população pode solicitar 
aos seus representantes do Poder Executivo ou Legislativo ou do Ministério Público a realização de Audiências Públicas para 
debater questões polêmicas e resolver conflitos que vivência.
Há outras ocasiões, previstas em leis federais, nas quais deverá haver Audiência Pública:
* No início do processo de licitação, sempre que o valor estimado for superior a 100 vezes o limite previsto pela mesma lei (Lei 
Federal nº 8666/93).
* Nos casos de processos de licenciamento ambiental que provoquem significativo impacto ambiental, como, por exemplo, 
para a construção de hidrelétricas, presídios, lixões, etc., sempre que o órgão ambiental julgar necessário, ou quando for 
solicitado por entidade civil, pelo Ministério Público ou por 50 ou mais cidadãos (Resolução nº 009/1987 do CONAMA - 
Conselho Nacional do Meio Ambiente).
* Para debater os temas necessários ao poder público, em qualquer momento de um processo administrativo (Lei Federal nº 
9784/99).
* Na demonstração e avaliação do cumprimento das metas fiscais de responsabilidade do Poder Executivo (prestaçãode 
contas) para cada quadrimestre. Essas deverão acontecer no final dos meses de maio, setembro e fevereiro de cada ano (Lei de 
Responsabilidade Fiscal - Lei Complementar n° 101/00).
* No processo de elaboração do Plano Diretor e discussão de projetos de grande impacto (Estatuto da Cidade - Lei Federal nº 
10.257/01 e Resolução nº 25 do Conselho Nacional das Cidades).
* Para a garantia dos direitos difusos e coletivos junto aos órgãos públicos dos Poderes Executivo e Legislativo, realizadas pelo 
Ministério Público (Lei Federal nº 8.625/93).
Como ficar sabendo?
Para saber quando uma Audiência irá acontecer, é necessário ficar atento às informações divulgadas na imprensa local, no 
Diário Oficial e nas páginas na internet dos órgãos competentes. 
O órgão competente deve definir, por meio de edital, a data, horário e local e formato do encontro.
O órgão público também deve deixar disponível, com antecedência, materiais que informam aos participantes a respeito da 
questão a ser debatida na audiência.
Agora é a sua vez!
Procure saber na prefeitura da sua cidade(ou acesse sua página na internet)qual foi a última audiência pública que foi 
realizada, qual foi o assunto, quantas pessoas participaram, como ela foi divulgada e quais foram as opiniões expressas 
na discussão. 
Todas essas informações devem tornar-se públicas em páginas oficiais na internet, no Diário Oficial ou em outros meios.
B) Conferência de Política Pública
A característica principal de uma conferência é reunir governo e sociedade civil organizada para debater e decidir o que deve 
ser prioridade, as principais questões e direcionamentos normativos nas políticas públicas, nos próximos anos. 
A periodicidade das conferências que integram um sistema nas três esferas de governo é definida pelo conselho nacional de 
cada política pública (geralmente bianual), o que não impede que os conselhos estaduais e municipais realizem, também, 
conferências em outros momentos. 
Todos os segmentos envolvidos com o assunto em questão participam do processo das conferências. Como resultado, forma-
se uma espécie de pacto para alcançar as metas e as prioridades estabelecidas. Além disso, reúne representantes de diferentes 
entidades e regiões do Brasil em torno de objetivos comuns e abre um importante espaço para troca de experiências.
Quando elas acontecem?
As conferências são convocadas, em geral, pelo Poder Executivo, por meio de um decreto do Presidente da República, do 
governador ou do prefeito, ou, ainda, por meio de uma portaria do ministério ou secretaria correspondente ou por resolução 
do conselho. 
Cada esfera de governo é responsável por regulamentar e financiar sua conferência. É importante destacar que as conferências 
são, de certa maneira, uma resposta à pressão da sociedade civil organizada pela inclusão de suas reivindicações e sugestões 
na formulação das políticas. 
Não importa qual seja o assunto, a discussão nas conferências nacionais não começa "do zero”. As estaduais e municipais 
pautam-se, necessariamente, pelos objetivos e temas da conferência nacional e funcionam como fases preparatórias, como 
etapas de um sistema de conferências. 
É bom lembrar ainda que a inexistência de uma das etapas (municipal ou estadual) não impede a realização das seguintes. 
Segundo a Secretaria Geral da Presidência da República, entre 2003 e 2010, foram realizadas 74 conferências nacionais.
Como ficar sabendo?
A convocação das conferências deve ser amplamente divulgada nos meios de comunicação. Os requisitos mínimos da 
convocação são, muitas vezes, definidos pelos órgãos que as promovem. O formato escolhido deve garantir que a população 
interessada seja informada sobre sua ocorrência, o assunto, o horário e o local.
Para você ficar sabendo, deve ficar atento aos meios de comunicação e/ou ir até o órgão responsável pelo assunto de seu 
interesse e se informar sobre o calendário das conferências previstas.
Nas conferências municipais são escolhidos os delegados que representarão as propostas do município na conferência 
estadual. Nesta são escolhidos os delegados estaduais para a Conferência Nacional.
Agora é a sua vez!
Procure saber, na prefeitura da sua cidade (ou acesse sua página na internet), quais as conferências previstas para este ano, 
quais já aconteceram e quais vão acontecer. Participe da próxima que tiver, estude a política, veja os problemas encontrados na 
sua cidade e opine.
C) Conselhos gestores de políticas públicas
A Constituição Federal de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã, consolidou direitos e previu, em diversos 
dispositivos, a participação do cidadão na formulação, implementação e controle social das políticas públicas. Em especial, os 
artigos 198, 204 e 206 da Constituição deram origem à criação de conselhos de políticas públicas no âmbito da saúde, 
assistência social e educação, nos três níveis de governo. Tais experiências provocaram a multiplicação de conselhos em outras 
áreas temáticas e níveis de governo.
OConselhoé um instrumento para a concretização do controle social - uma modalidade de exercício do direito à participação 
política, que deve interferir efetivamente no processo decisório dos atos governamentais e também durante a sua execução. A 
importância dos conselhos está no seu papel defortalecimento da participação democráticada população na formulação e 
implementação de políticas públicas. Os conselhos são o principal canal de participação popular encontrado nas três instâncias 
de governo (federal, estadual e municipal).
Os conselhos podem ser classificados conforme as funções que exercem. Assim, os conselhos podem desempenhar, conforme 
o caso, funções deMOBILIZAÇÃO, deFISCALIZAÇÃO, deDELIBERAÇÃOou deCONSULTORIA.
A funçãoMOBILIZADORArefere-se ao estímulo à participação popular na gestão pública e às contribuições para a formulação 
e disseminação de estratégias de informação para a sociedade sobre as políticas públicas.
A funçãoFISCALIZADORAdos conselhos pressupõe o acompanhamento e o controle dos atos praticados pelos governantes. 
Esse é um dos temas principais do nosso curso, especialmente na parte prática, em que atuais e potenciais conselheiros 
poderão exercitar ações de controle, que depois podem ser continuadas e disseminadas.
A funçãoDELIBERATIVA, por sua vez, refere-se à prerrogativa dos conselhos de decidir sobre as estratégias que serão 
utilizadas nas políticas públicas de sua área, bem como de avaliar e deliberar sobre a execução das ações de governo e as 
prestações de contas periódicas, enquanto a funçãoCONSULTIVArelaciona-se à emissão de opiniões e sugestões sobre 
assuntos que lhes são correlatos.
Os conselhos devem ser compostos por um número par de conselheiros, sendo que, para cada conselheiro representante do 
Estado, haverá um representante da sociedade civil (exemplo: se um conselho tiver 14 conselheiros, sete serão representantes 
do Estado e sete representarão a sociedade civil). Mas há exceções à regra da paridade dos conselhos, tais como na saúde e na 
segurança alimentar. Os conselhos de saúde, por exemplo, são compostos por 25% de representantes de entidades 
governamentais, 25% de representantes de entidades não governamentais e 50% de usuários dos serviços de saúde do SUS.
Apresentaremos a seguir alguns Conselhos, acompanhados das suas responsabilidades.
Conselho de Alimentação Escolar
Conselho Municipal de Saúde
Conselho de Controle Social do Bolsa Família
Conselho do Fundef
Conselho de Assistência Social
Como eles são formados?
Os conselhossão institucionalizados nos três níveis de governo, federal, estadual e municipal, por lei editada, 
respectivamente, pela União, pelos estados e pelos municípios.
Uma vez formalizados os conselhos,os conselheiros são nomeados pelo chefe do Poder Executivo,segundo os critérios 
definidos na norma legal. 
Controla o dinheiro para a merenda. Parte da verba vem do Governo Federal. A outra parte vem da prefeitura.
Verificase o que a prefeitura comprou está chegando às escolas.
Analisa a qualidade da merenda comprada.
Olha se os alimentos estão bem guardados e conservados.
Controla o dinheiro da saúde.
Acompanha as verbas que chegam pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os repasses de programas federais.
Participa da elaboração das metas para a saúde.
Controla a execução das ações na saúde.
Deve se reunir pelo menos uma vez por mês.
Controla os recursos do Programa.
Verifica se as famílias beneficiadas atendem aos critérios para fazer parte Programa.
Verifica se o Programa atende com qualidade às famílias que realmente precisam.
Contribui para a manutenção do Cadastro Único.
Acompanha e controla a aplicação dos recursos, quanto chegou e como está sendo gasto. A maior parte da verba do 
Fundef (60%) é para pagar os salários dos professores que lecionam no ensino fundamental. O restante é para pagar 
funcionários das escolas e para comprar equipamentos escolares (mesas, cadeiras, quadros-negros, etc.).
Supervisiona anualmente o Censo da Educação.
Controla também a aplicação dos recursos do programa Recomeço (Educação de Jovens e Adultos) e comunica ao 
FNDE a ocorrência de irregularidades.
Acompanha a chegada do dinheiro e a aplicação da verba para os programas de assistência social. Os programas são 
voltados para as crianças (creches), idosos, portadores de deficiências físicas.
O conselho aprova o plano de assistência social feito pela prefeitura.
Por exemplo, o prefeito, periodicamente, irá nomear conselheiros de saúde 
segundo a representação definida na lei, 25% representantes do governo, 25% 
dos prestadores de serviço de saúde e 50% representantes dos usuários.
É muito importante que a lei que institua o conselho garanta a ele os recursos necessários para seu funcionamento. É do 
Executivo a responsabilidade de suprir toda a infraestrutura para o seu funcionamento. 
Um valor definido no orçamento específico para a sua manutenção, um espaço físico independente e transporte à disposição 
são elementos fundamentais para que os conselheiros possam realizar bem suas responsabilidades.
Como participar?
Qualquer cidadão, em posse de seus direitos políticos, pode participar. Se você deseja ser um conselheiro, é importante 
que você se envolva nas discussões sobre o tema, informe-se, capacite-se e, se puder, participe de organizações de defesa dos 
direitos relativos ao conselho. 
Manifeste expressamente seu desejo. Esses passos não garantem sua participação como conselheiro, haja vista que a 
nomeação é feita pelo chefe do Poder Executivo, mas, com certeza, aproximarão você da possibilidade de ser nomeado.
Conselheiros, educadores, alunos e pais desempenham importante papel, especialmente, nos conselhos municipais de 
educação, contribuindo com suas experiências e vivências para a sedimentação das instâncias de controle e para o 
aprimoramento da execução das políticas públicas.
Os cidadãos em geral podem e devem demandar ações dos conselhos municipais, parceiros fundamentais do controle social. 
Para tanto, devem entrar em contato com o respectivo conselho, conforme o assunto a ser tratado. A depender da situação, é 
altamente recomendável, inclusive, que se faça um registro por escrito.
Exemplo: os alunos em sala reclamam da falta de merenda rotineiramente ou que determinado equipamento adquirido 
apresenta defeitos regularmente. Os conselhos podem ser convidados a visitar a escola e conhecer suas dependências, 
identificando as necessidades, verificando no local a execução da ação de governo a eles relacionada, e tomando as 
providências necessárias, conforme cada caso.
Há ainda a possibilidade de comparecer às reuniões como cidadãos. As reuniões dos Conselhos devem ser abertas à 
comunidade, com data, horário e local divulgados com antecedência para todos. O direito de comparecimento deve ser 
garantido, já o direito a manifestar sua opinião não o é, pois ele é dependente da autorização do presidente do conselho.
Como ficar sabendo?
As reuniões dos conselhos devem ter a data, o horário e o local divulgados, com antecedência, para toda a sociedade, 
utilizando os meios apropriados, que garantam o acesso à informação por todos os cidadãos.
A lei que institui o conselho e o seu regimento interno devem estar disponíveis para conhecimento de toda a sociedade. Você 
tem o direito de conhecê-los.
Agora é a sua vez!
Comece conhecendo como funcionam os conselhos da sua cidade.Vá à prefeitura (ou acesse sua página na internet) e peça 
a agenda das reuniões dos conselhos que lhe interessam, e compareça em uma reunião. Será muito bom se você compartilhar 
essa ideia com seus amigos e vocês forem em grupo.
Representatividade e Autonomia
"Oesvaziamento observado nos Conselhos, pela fraca participação da população, mostra-nos um espaço que,ao invés de 
possibilitar cidadania, dificulta a efetivação de direitos,mantendo a passividade da população no que diz respeito à 
participação popular.
Outra situação de risco é o fato de os Conselhos não terem em sua base legal a obrigação dos conselheiros em 'prestar contas' 
perante a entidade que os indicou e que, portanto, representam.
A 'prestação de contas' é dever ético-político (accountability) tendo como pressuposto os fundamentos da administração 
pública, (...) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...” (Arruda & Kocourek, 2008, p. 83).
D) Ouvidoria
AOuvidoria é um espaço que visa a garantir o direito de todo cidadão de se manifestar e de receber resposta, e de 
propor ações para estimular a participação popular, a transparência e a eficiência na prestação de serviços pelo Estado. 
Tem a tarefa de receber, examinar e dar encaminhamento a reclamações, elogios, sugestões e denúncias referentes a 
procedimentos e ações de agentes e órgãos, no âmbito da Administração Pública.
UmaOuvidoria Pública atua no diálogo entre o cidadão e a Administração Pública, de modo que as manifestações 
decorrentes do exercício da cidadania provoquem contínua melhoria dos serviços públicos prestados.
Na figura a seguir, são detalhadas as funções reconhecidas da Ouvidoria Pública.
Funções da Ouvidoria Pública
Como elas são formadas?
A criação de uma ouvidoria revela a adesão do ente público aos princípios de um instituto de gestão democrática e inclusiva, 
oferecendo um canal legítimo de comunicação entre o Governo e o cidadão, garantindo a transparência dos atos públicos e o 
pleno exercício da cidadania.
O serviço de ouvidoria faz parte da estrutura do órgão ou Poder que o instituiu.Sugere-se que a ouvidoria seja instituída 
mediante lei, pois é este o instrumento normativo que lhe confere maior estabilidade e legitimidade.
Como utilizar?
Para utilizar o serviço de ouvidoria, primeiramente verifiquecomo o serviço é disponibilizado pelo órgão para o qual você 
deseja enviar sua manifestação- de forma presencial, pela internet, por carta ou por telefone. Você pode se valer do serviço 
para fazer uma ou mais manifestações do seu interesse. Dentre as manifestações existentes, você pode enviar:
SUGESTÃO - proposição de ideia ou formulação de proposta de aprimoramento de políticas e serviços prestados pela 
Administração Pública federal, estadual ou municipal;
ELOGIO - demonstração ou reconhecimento ou satisfação sobre o serviço oferecido ou atendimento recebido;
SOLICITAÇÃO- requerimento de adoção de providência por parte da Administração;
RECLAMAÇÃO - demonstração de insatisfação relativa a serviço público; e
DENÚNCIA - comunicação de prática de ato ilícito cuja solução dependa da atuação de órgão de controle interno ou externo.
É importante que o cidadão tome alguns cuidados ao realizar sua manifestação. Vamos explicar melhor, quando a 
manifestação é genérica ela tem pouco poder de gerar uma ação efetiva. Esse aspecto se faz mais importante quando 
consideramos as reclamações e as denúncias. 
Se, por exemplo, você fizer uma denúncia do tipo: "o prefeito da minha cidade está roubando”,não verá nenhuma ação por 
parte do Estado, porque a denúncia não é objetiva, não apresenta evidências que, de fato, ele está desviando recursos. 
Porém, se você qualificar melhor sua manifestação, por exemplo, falando e comprovando (documentos, fotos, etc.) que ele tem 
gastos incompatíveis com sua renda, apresenta sinais de enriquecimento injustificado, e outras informações mais que você 
conseguir, a situação muda. 
A autoridade competente, que receber sua denúncia, vai observar as evidências apresentadas e, caso comprovadas, de alguma 
forma, agirá.
Agora é a sua vez!
Faça uma pesquisa para conhecer se seu município e estado já possuem suas ouvidorias. Olhe também os órgão e empresas 
públicas. Se você tiver alguma manifestação para fazer, elabore-a bem e envie para a ouvidoria.
E) Lei de Acesso à Informação - LAI
 A Lei de Acesso à Informação (lei nº 12.527/2011)é uma lei que efetiva o direito, previsto na Constituição, que todos têm de 
receber dos órgãos públicos informações de interesse pessoal e coletivo. Assim, estabelece que os órgãos e entidades públicas 
devem divulgar essas informações, com exceção daquelas cuja confidencialidade esteja prevista em legislação.
Como funciona a Lei?
A Lei 12.527/2011 obriga a União, os estados e municípios, os três Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, e ainda o 
Ministério Público. 
Com a finalidade de cumprir a Lei, estados e municípios devem, primeiramente, regulamentá-la. A importância da 
regulamentação está em adequar os mandamentos gerais da Lei à realidade local. 
A regulamentação pode ser feita por lei ou decreto, estando o município obrigado a regulamentar ao menos os itens de 
regulamentação obrigatória, como os requisitos mínimos de funcionamento do sítio oficial para divulgação e solicitação de 
informações (art. 8º); o serviço de informação ao cidadão (SIC) e formas de divulgação da LAI (art. 9º); disposições sobre a 
interposição de recursos (seção II, capítulo III); procedimentos de classificação, reclassificação e desclassificação de informações 
(art. 27 a 29); e o tratamento de informações pessoais (art. 31).
A Lei de Acesso à Informação garante ao cidadão o direito de obter informações - exceto informações sigilosas - de qualquer 
órgão da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério 
Público, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e demais entidades 
controladas direta ou indiretamente pela União, estados, Distrito Federal e municípios. Essa disponibilização de informações 
em resposta às solicitações é denominada de TRANSPARÊNCIA PASSIVA.
Como utilizar?
É simples utilizar a Lei.Para solicitar informações, o cidadão deve buscar conhecer de que forma é disponibilizado o 
serviço de informações ao cidadão (SIC). 
A lei exige que um meio eletrônico, denominado e-SIC, seja disponibilizado (um portal ou um endereço de e-mail, por 
exemplo)e também um espaço físico, o SIC físico. Esse SIC físico é um local na administração pública (um local dentro 
da prefeitura, com um servidor capacitado para receber as solicitações, por exemplo), que esteja preparado para 
receber as solicitações.
Alguns cuidados na formulação das solicitações devem ser tomados. Sua solicitação deve ser objetiva, defina detalhadamente 
o que você quer saber. 
É importante queo ASSUNTO seja apresentado de maneira clara,por exemplo, quantos são os médicos que atendem nas 
unidades básicas de saúde do bairro das Laranjeiras, qual sua carga horária, qual seu período de atendimento (se manhã e/ou 
tarde), em qual posto atendem, etc.; e que o PERÍODO seja bem definido, por exemplo, no ano de 2015, de março a dezembro, 
etc. Não se esqueça de especificar se quer que a informação venha "separada” por mês, ano ou, ainda, um "total” de 
determinado período.
Não é preciso explicar o motivo da sua solicitação, inclusive é recomendável que você não faça isso. Não importa se você é 
jornalista, estudante, advogado, pedreiro ou dona de casa: todos devem receber o mesmo tratamento. Já para o órgão público, 
essa pergunta é proibida.
O poder público tem o dever de proteger a informação sigilosa e pessoal, e nesses casos pode negar um pedido de 
informação. Mas, caso julgue que a resposta está incorreta, incompleta ou caso você não concorde com a justificativa que o 
órgão apresentou para negar a resposta, RECORRA!
O prazo que a administração pública tem para respondê-lo é de 20 dias, prorrogáveis, mediante apresentação de 
justificativa, por mais 10 dias.
Agora é a sua vez!
Que tal fazer uma experiência? Faça a pergunta do exemplo acima (Como Utilizar?) à prefeitura de sua cidade. Você pode 
escolher fazer a solicitação por meio eletrônico ou presencialmente. Repetindo a sugestão de pergunta para você:
"Com base na Lei de acesso à informação, solicito o quantitativo de médicos que atendem nas unidades básicas de saúde do 
bairro XXXXX, no mês de agosto de 2015, a carga horária de cada um deles e o período que atendem e em qual posto 
trabalham.”
F) Portal da Transparência
Está previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei complementar 101/00), no seu art. 48, que a transparência será assegurada 
mediante a "liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações 
pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público”.
Já segundo a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), a prefeitura deve disponibilizar informações, que vão além das 
de execução financeira e orçamentária. O art. 8º, § 1°, da LAI, lei 12.527/2011, determina que devem estar à disposição da 
sociedade, independentemente de solicitação, no mínimo, as seguintes informações: registro das competências e estrutura 
organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; registros de quaisquer 
repasses ou transferências de recursos financeiros; registros das despesas; informações referentes a procedimentos licitatórios, 
inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados; dados gerais para o acompanhamento 
de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. Essas 
informações podem ser disponibilizadas para a sociedade em outro espaço virtual, como, por exemplo, no portal da própria 
prefeitura.
O objetivo é aumentar a transparência da gestão pública, permitindo que o cidadão acompanhe como os recursos públicos 
estão sendo utilizados, e ajude a fiscalizar. Essas informações que a prefeitura divulga sem que ninguém tenha solicitado é a 
denominada TRANSPARÊNCIA ATIVA.
Foi dado um prazo maior, até 28 de maio de 2013, para que os municípios de pequeno e médio porte disponibilizassem, em 
meio eletrônico e em tempo real, suas informações.
Como eles são formadas?
Os gestores públicos devem instituí-los em obediência à lei. O Portal da Transparência do Governo Federal é uma iniciativa da 
Controladoria-Geral da União (CGU), lançada em novembro de 2004.
Como utilizar?
Qualquer pessoa tem acesso às informações do Portal, basta entrar na página e buscar a informação que é do seu interesse. Há 
um esforço por parte da Controladoria-Geral da União em facilitar o acesso às informações pelo cidadão comum. Está em 
processo de construção o novo portal de transparência do governo federal, que deve entrar no ar em 2016.
O prazo para que os municípios cumpram a determinação legal e instituam seus portais da transparência já expirou. Todos os 
municípios já devem ter seu Portal.
Agora é a sua vez!
Propomos para você duas ações. Para a primeira, acesse o portal do seu município e procure o ícone do portal de 
transparência, veja se ele existe e se está funcionando. Verifique se os portais possuem algumas das informações exigidas por 
lei, sugerimos que você procure (entre parênteses estáo local provável de encontrá-las):
* osregistros das receitas e despesas atualizados(portal da transparência);
* os endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público (portal do município);
* asinformações referentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos 
os contratos celebrados(portal da transparência);
* as respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
Caso não encontre essas informações no portal de transparência do seu município, você encontrou uma situação irregular. 
No próximo módulo você aprenderá o que pode fazer para mudar essa situação. Para a segunda ação, acesse o Portal da 
Transparência do Governo Federal (http://www.portaldatransparencia.gov.br/convenios/ConveniosFormulario.asp) e cadastre-
se. Você passará a receber um e-mail informando toda a transferência de recursos de convênios recebida pelo seu município.
No módulo anterior foram apresentadas as oportunidades de controle social 
promovidas por iniciativa do ente público. Falamos sobre as audiências públicas, 
Conferências, Conselhos Gestores de Políticas Públicas, Ouvidorias, Portal da 
Transparência e Lei de Acesso à Informação.
* Entender a responsabilidade perante a sociedade, por meio da ocupação dos 
espaços de controle social.
* Conhecer os diferentes instrumentos que o cidadão pode utilizar para cobrar a 
prestação de serviços essenciais, como saúde, educação e outros.
* Compreender as possibilidades de uso de instrumentos criados pela própria 
sociedade civil para as ações de controle.
Quando o cidadão reconhece sua responsabilidade perante a sociedade e acredita 
que pode fazer a diferença, a situação muda, a aplicação dos recursos se dá de 
maneira mais eficiente e os serviços públicos são prestados com maior qualidade.
Módulo IV:
Controle Social e Cidadania II.
O conhecimento adquirido aqui vai ganhando sentido e se aproximando das 
oportunidades de ação de cada um de nós.
As ações de controle que surgem da iniciativa da sociedade. Você verá que as 
possibilidades são muitas.
* O Controle Social de Iniciativa da Sociedade;      
* Os atores do Controle Social;     
* O cidadão - Ações Individuais;  
* A Sociedade - Manifestações Coletivas;              
* Grupos Sociais Organizados;      
* Instrumentos criados e utilizados pela sociedade civil;  
* Redes sociais;    
* Imprensa;           
* Encontrei um problema, o que faço?;    
* Como denunciar?;
2. Controle Social de Iniciativa da Sociedade
Vamos tratar desse tema dividindo a abordagem em dois grupos, o primeiro abrangendo osatores da sociedade civilque 
fazem o controle propriamente dito e o segundo, osinstrumentos criados pela própria sociedade civil,utilizados por ela nas 
ações de controle. Os atores poderão se utilizar de quaisquer instrumentos que tiverem ao seu alcance.
2.1. Os Atores do Controle Social
A) O Cidadão - Ações individuais
Estar atento para os direitos e agir de forma a defendê-los é atitude desejada. Por exemplo, o direito dos idosos de sentar 
no transporte público pode ser garantido por você, usuário desse transporte. Defenda que os assentos reservados para os 
idosos sejam utilizados por eles, seja a voz que talvez eles não tenham. 
Caso não haja mais assentos disponíveis, levante e dê o seu lugar. É assim que começa o exercício da cidadania, agindo nas 
pequenas situações do dia a dia pelo direito de todos, principalmente dos menos favorecidos.
Mas há também outras oportunidades. Você pode agir no controle social da aplicação dos recursos públicos e na execução das 
políticas públicas.
A disponibilização deinformações pelos Portais de Transparência e a Lei de Acesso à Informaçãodão ao cidadão comum a 
oportunidade de buscar os dados sobre a eficiência dos gastos dos gestores e agir.
As descobertas que você fizer podem dar origem a compartilhamentos nas redes sociais, a propostas de melhoria na 
gestão e, caso necessário, a denúncias aos órgãos de controle.As matérias da imprensa podem acelerar o processo de 
mudança.
Nota: Links PARA FAZER CONTROLE SOCIAL
A Constituição Federal, no seuart. 5º,confere essedireito ao cidadão garantindo a livre manifestação do pensamento e 
assegurando a todos o acesso à informação(incisosIV e XIV).
Para que você se convença, vamos contar duas histórias, a primeira aconteceu no Distrito Federal, em 2013, com um jovem. A 
segunda em Florianópolis/SC, em 2012, com uma adolescente.
Caso 1:Em 2013, João Paulo Apolinário Passos, estudante da Universidade de Brasília, começou a investigar os valores das 
refeições do restaurante universitário (RU) do campus - subsidiados pelo governo federal. Para tanto, lançou mão de pedidos 
de acesso à informação.
João descobriu que o custo do subsídio pago pela Universidade era altíssimo frente à qualidade das refeições, ainda que 
comparado com outras grandes universidades do Brasil (a quem também fez pedido de acesso à informação, tudo a distância 
pela internet). Enquanto o aluno pagava R$ 2,50 pela refeição, o seu custo real era de R$ 16,46.
O estudante, em seu blog particular, demonstrando todo o percurso de sua investigação, perguntou: "E aí, por que o RU da 
UnB é tão caro? Quem explica? Quem vai abrir as contas? ”
Tabela 1: Comparação de custos de restaurantes universitários
Fonte: blog do Apolinário (http://apolinariopassos.com.br/)
Instituição
Custo total 
(sem 
subsídio)
Valor para 
o 
estudante
PUC-PR R$ 4,00 R$ 4,00
UEFS R$ 6,50 R$ 1,00
Unifesp R$ 8,90 R$ 2,50
UnB R$ 16,46 R$ 2,50
http://apolinariopassos.com.br/
O caso rendeu matéria no Jornal de maior circulação no Distrito Federal, e a universidade teve de se explicar. No mesmo ano, a 
Universidade realizou novo processo licitatório que resultou na diminuição em até 61,9% do custo das refeições para a 
Universidade.
Fonte: UnB/Agência (http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=8206)
Saiba Mais!
Caso 2:Em 2012, a estudante catarinense Isadora Faber, de 14 anos, criou uma FanPage chamada "Diário de Classe - A 
Verdade” (hoje com 592.000 curtidas), em que denunciava problemas de infraestrutura e de pessoal de sua escola pública, em 
Florianópolis. Nessa página, a estudante postava fotos que explicitavam as más condições de sua escola.
No início, mesmo com as postagens, nada era feito - mas após a ampla repercussão dos veículos de comunicação, todos os 
problemas foram resolvidos rapidamente, resultando na reforma completa da escola.
http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=8206
Ficou convencido? Nas histórias apresentadas você pode perceber que, primeiro, as pessoas observaram com atenção o meio 
em que viviam e encontraram uma situação que julgaram estar em desacordo com o correto. Depois de confirmarem que a 
situação era de fato um problema, botaram "a boca no trombone”. Foram para as redes sociais e apresentaram os fatos. Os 
fatos falam por si mesmos. A imprensa fez seu papel e os gestores tiveram que agir e mudar a situação.
B) A Sociedade - Manifestações coletivas
As manifestações coletivas acontecem quandopessoas se agrupam com o objetivo de aumentarem a possibilidade de 
serem ouvidas pelas autoridadescom relação a determinado tema.
A Constituição Federal, no seu art. 5°, inciso XVI, garante o direito de se reunir, para fins pacíficos, em locais abertos. Com base 
nela as manifestações coletivas não podem ser proibidas.
Nossa história recente registra momentos departicipação popular e grandes conquistas, como as Manifestações de Junho 
de 2013 e 2015,que mobilizaram todo o país, levando milhões de pessoas para as ruas. Como resultado,em 2013, as 
passagens de ônibus não aumentaram e a PEC 37 foi rejeitada.Em 2015 o governo lançou seu pacote contra a corrupção. 
Nessas duas ocasiões, as Redes Sociais digitais foram fundamentais, potencializaram a disseminação de informações, 
proporcionando manifestações públicas como nunca se viu.
Asredes sociais, os portais de abaixo-assinado, como a AVAAZ,sãoespaços em que a sua manifestação, associada com a de 
outros internautas, ganha voz para ser ouvida pelas autoridades. 
Já exploradas para mobilização e participação social, mas ainda não muito usadas para o controle da gestão pública, as 
manifestações públicas acompanhadas da intensa movimentação social que ocorre nas redes sociais estão, sem dúvida, entre 
as principais ferramentas para o exercício da pressão popular sobre as autoridades responsáveis pela condução das políticas 
públicas, em todas as esferas e Poderes.
A utilização mais intensiva das manifestações com foco no controle da gestão pública tem o potencial de levar o gestor a dar 
mais atenção à maneira de aplicar os recursos públicos, melhorando a prestação dos serviços públicos.
C) Grupos Sociais Organizados
Em seu artigo5º, inciso XVII,a Constituição Federal afirma que éplena a liberdade de associação.
A liberdade de associação dá aos cidadãos a oportunidade dese associarem buscando interesses comuns.E assim acontece.
Os grupos se organizam por demandas comuns e buscam, por meio de sua 
atuação, chamar atenção para as pautas pelas quais lutam e mobilizar mais 
pessoas em torno delas.
O potencial da associação em grupos está emdemonstrar que uma parcela expressiva está engajada em prol da solução 
de um problema "x”, o que pode despertar o interesse do poder público por resolver a questão.
O surgimento deiniciativas de grupos organizados atentos a observar o cumprimento do interesse público na aplicação 
dos recursos públicos é sinal de amadurecimento da nossa democracia, da nossa cidadania.
São vários os grupos que têm atuado em nível nacional. Vamos falar de alguns para que você conheça mais a experiência.
Observatório Social do Brasil
O Observatório Social é ummovimento pela transparência na administração pública, que começou em Maringá, no Paraná, 
no ano de 2006.
É um espaço para o exercício da cidadania, que deve ser democrático e apartidário e reunir o maior número possível de 
entidades representativas da sociedade civil, com o objetivo de contribuir para a melhoria da gestão pública.
OObservatório Social do Brasil (OSB)é uma entidade civil sem fins lucrativos que coordena a rede de Observatórios 
Sociaisexistentes em mais de 100 municípios distribuídos em 18 estados,dados de 2015, assegurando a disseminação da 
metodologia padronizada para atuação dos observadores sociais, promovendo capacitação eoferecendo suportetécnico aos 
OS, além deestabelecer parcerias estaduais e nacionaispara o melhor desempenho das ações locais de controle social.
Como funciona?
Desenvolvem várias ações, mas a principal é omonitoramento das compras públicas em nível municipal.A metodologia, 
desenvolvida por eles,acompanha o processo desde a publicação do edital de licitação até o acompanhamento da 
entrega do produto ou serviço, de modo a agir preventivamente no controle social dos gastos públicos.
Composição
Cada Observatório éintegrado por cidadãos brasileirosque transformaram o seu direito de indignar-se em atitude:em favor 
da transparência e da qualidade na aplicação dos recursos públicos. 
São empresários, professores, estudantes, funcionários públicos e outros cidadãos que,voluntariamente, entregam-se à 
causa da justiça social.
Para se ter uma ideia do potencial de resultado quando a sociedade civil se organiza para fiscalizar a máquina pública, segundo 
dados do OSB,em 2014, quando estavam presentes em 90 cidades, proporcionaram uma economia de R$ 450 milhões 
aos cofres públicos.
Instituto de Fiscalização e Controle - IFC
O Instituto de Fiscalização e Controle é umaOrganização Não Governamental, criada em 2005 porservidores de órgãos de 
controle, com objetivo decapacitar a sociedade no exercício do controle social. Com o apoio de várias entidades 
representativas de classe de auditores internos e externos, desenvolve seus projetos por todo o Brasil. Faz parte de uma 
extensa rede de organizações sociais de controle, denominadaRede Amarribo/IFC,com centenas de ONGs parceiras em 
diversos estados.
Como funciona o Projeto Adote um Distrital?
São dois os seus projetos principais. O primeiro, o Adote um Distrital, é executado no Distrito Federal e tem como 
objetivoacompanhar a atividade dos deputados distritais.Entre as ações do projeto estão a avaliação da transparência dos 
deputados e também o perfil dos seus gastos com as verbas indenizatórias.
Como funciona o Projeto Auditoria Cívica?
O outro projeto é a Auditoria Cívica.Já executada em mais de 50 municípios,até agora a ação tem se limitado àavaliação da 
Estratégia Saúde Básica da Família, visitando postos de saúde da família e as farmácias municipais. 
O projeto consiste emcapacitar os cidadãos e ir com eles a campo na realização de uma auditoria no sistema, indo a 
todos os postos de saúde da cidade, fazendo observações e entrevistas, registrando-as e gerando, ao término da ação, 
um relatório final. 
Esse relatório éentregue ao secretário de saúde, à Câmara de Vereadores, ao Ministério Público e à Controladoria-Geral 
da União.São dois os objetivos do projeto:capacitar o cidadão para o exercício de cidadania em um nível mais avançado e 
fornecer ao gestor público um levantamento detalhado da situação da saúde na percepção do usuário, para que possa 
corrigir os problemas.
AAMARRIBO Brasilé uma organização sem fins lucrativos, com título de OSCIP (organização da sociedade civil de interesse 
público), pioneira no combate à corrupção no país, que atuaem sinergia com a sociedade civil, a administração pública, 
lideranças políticas e a iniciativa privada, paraacompanhar a gestão dos bens públicos, promover a probidade, a ética e 
a transparência.
Como funciona?
A entidade tem por finalidade desenvolver projetos de interesse social eprevenir e combater a corrupção na administração 
pública, em todos os níveis da federação.
Para que você conheça a AMARRIBO, disponibilizamos aqui"A Origem da AMARRIBO Brasil”, texto que faz parte da 
Publicação "O combate à corrupção nas prefeituras do Brasil”, disponível na 
página:http://www.amarribo.org.br/assets/cartilha_pt.pdf 
Além dessas organizações, muitas outras têm se mobilizado para o combate à corrupção e o controle social. Seguem mais 
algumas com endereço eletrônico para você visitar e conhecer:
* Artigo 19 - www.artigo19.org
* Instituto Ethos - www3.ethos.org.br
* Transparência Internacional - www.transparency.org
* Rede Nossa São Paulo - www.nossasaopaulo.org.br
* Transparência Capixaba - www.transparenciacapixaba.org.br
* Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral - http://www.mcce-mt.org/
Instrumentos criados e utilizados pela sociedade civil
A) Redes Sociais
As redes sociais digitais, ferramentas importantes de integração na internet, tambémpodem ser utilizadas para ampliar o 
entendimento, participação e controle das ações do Estado.  
O que diferencia essas plataformas é, além da facilidade, o alcance que uma simples postagem pode ter em pouco tempo.
Bastam alguns cliques e a impressão individual do cidadão a respeito de um certo problema em sua localidade, para que ele se 
torne conhecido por milhões de pessoas, por exemplo.
A utilização das redes sociais digitais pode se dar por mais de uma maneira. 
Por exemplo,um cidadão pode, sozinho, criar uma página ou fazer uma postagem que tenha como intenção a 
mobilização da sociedade como um todo.Pode ser ainda que umgrupo de cidadãos se junte para iniciar uma mobilização 
online, como os chamados "tuitaços”.
A importância da utilização das redes sociais digitais está emcriar novas redes sociais de atuação ou de transplantar redes 
existentes no mundo off-line para o mundo online e empoderá-las por meio do alcance ilimitado da rede mundial de 
computadores. 
Essas redes sociais de atuação podemmesclar sua atuação de modo online e off-line, utilizando-se das redes sociais 
digitais, por exemplo, para divulgar sua atuação, mobilizar mais pessoas em prol de suas causas e agir incisivamente no 
controle,

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