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Desapropriação de Imóveis para Fins de Regularização Fundiária de Unidades de Conservação: aspectos jurídico-administrativos 
Daniel Otaviano de Melo Ribeiro
daniel.ribeiro@icmbio.gov.br
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Intervenção do Estado na Propriedade Privada
Base constitucional do direito de propriedade: "É garantido o direito de propriedade" (CF/88, art. 5º, XXII)
Evolução do direito de propriedade: substituição paulatina da ampla liberdade privada pela possibilidade de intervenção do Estado com vistas a minimizar as desigualdades entre as várias camadas da sociedade
“O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artísticos, bem como evitada a poluição do ar e das águas" (CC/2002, art. 1228, §1º)
Intervenção do Estado na propriedade: atividade estatal que, com base na lei, tem por fim ajustar e conciliar o uso da propriedade particular com os interesses da coletividade. 
Exemplos: servidão administrativa, limitação administrativa, tombamento, desapropriação etc.
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Desapropriação
“a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição” (CF/88, art. 5º, XXIV)
“Desapropriação é o procedimento de direito público pelo qual o Poder Público transfere para si a propriedade de terceiro, por razões de utilidade pública ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de indenização” José dos Santos Carvalho Filho
Fontes normativas: 
Decreto-Lei nº 3.365/41: dispõe sobre os casos de desapropriação por utilidade pública;
Lei nº 4.132/62: define os casos de desapropriação por interesse social e dispõe sobre sua aplicação;
Lei nº 8.629/93: dispõe sobre a desapropriação rural;
Lei Complementar nº 76/93: dispõe sobre o procedimento contraditório especial para o processo de desapropriação para fins de reforma agrária;
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Desapropriação de imóveis inseridos em unidades de conservação de domínio público
Conforme determina a Lei do SNUC, as áreas inseridas nas Estações Ecológicas, Reservas Biológicas, Parques Nacionais, Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e Reservas de Fauna devem ser transferidas para o domínio público.
Nesses casos, a desapropriação é legitimada pela utilidade pública dos imóveis inseridos na unidade de conservação.
Normas de regência: 
No plano legal: Decreto-Lei nº 3.365/41
No plano interno: Instrução Normativa IBAMA nº 09/2003
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Desapropriação amigável
Possível, mas só aconselhável quando o domínio do imóvel for inequívoco
Evita o desgaste e a burocracia inerentes à propositura de uma ação judicial
Acordo quanto ao preço: majoração do preço inicialmente estipulado
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Indenização
Não se indeniza a terra nua de imóvel cuja titularidade dominial não tenha sido demonstrada: premissa utilizada para justificar a necessidade de comprovação do destaque do patrimônio público
Benfeitorias indenizáveis:
Possuidor de boa-fé: benfeitorias úteis, necessárias
Possuidor de má-fé: benfeitorias necessárias
Juros moratórios: são aqueles devidos pelo expropriante em decorrência da demora no pagamento da indenização
Juros compensatórios: são aqueles devidos pelo expropriante a título de compensação pela ocorrência da imissão provisória e antecipada na posse do bem
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Desapropriação de imóveis pelo ICMBio: principais gargalos
Caducidade dos decretos expropriatórios
Ausência de técnicos e de uma assessoria jurídica especializada
Precariedade do Sistema Registral Imobiliário Brasileiro
Burocracia no relacionamento com os Estados e com a SPU
Rigidez da Instrução Normativa nº 09/2003
Desapropriações indiretas
Imóveis ainda não georreferenciados