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Otopatias em Cães e Gatos ORELHA EXTERNA Pavilhão auricular Conduto (ramos vertical e horizontal) Membrana timpânica * O tecido que reveste os condutos e pavilhão auricular é o mesmo tecido que reveste a pele ORELHA MÉDIA Membrana timpânica Cavidade timpânica Ossículos (martelo, bigorna e estribo) Tuba auditiva (conexão com nasofaringe) ORELHA INTERNA Vestíbulo Cóclea Canais semicirculares 80% dos cães que possuem problemas na pele tem reflexo em orelha Migração epitelial – autolimpeza - Ocorre no conduto auditivo de cães e gatos – existem celular que se movimentam de maneira helicoidal para que o conduto seja limpo e protegido através do cerúmen * Em animais que não possuem otite NÃO deve-se limpar o conduto, apenas o pavilhão se necessário Se o animal tiver otite deve-se usar produtos ceruminolítico * Os pelos que contem no conduto não deve ser retirado, a não ser que esteja atrapalhando o animal. Avaliação do conduto auditivo - Otoscópio – que seja veterinário de preferência pois é maior e mais comprido CANINO – FELINO * Pode-se ver a membrana timpânica e o cabo do martelo Classificação das Otites 1. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO ANATOMIA Otite externa – acomete estruturas da orelha externa Otite média – acomete estruturas da orelha média Otite interna - acomete estruturas da orelha interna * Todo animal que tem otite média tem otite interna Principal causa de otite média/interna em gatos é devido PROBLEMA respiratório Principal causa de otite média em cães é devido evolução de otite externa (crônica ou recorrente) * Crônica é quando o animal possui otite evoluindo a mais de 3 meses 2. Etiologia A OE pode ser classificada por sua etiologia: Otite Ceruminosa ou Otite Eczematosa OTITE EXTERNA – OE É a mais comum – cerca de 80/90% dos casos Pode evoluir para otite média, principalmente em cães ► Causas: CÃO: doenças alérgicas, dermatite atópica GATO: otoacaríse -> sarna de ouvido causada por Otodectes cynotis – transmissível CLASSIFICAÇÃO DAS OTITES EXTERNAS SEGUNDO ETIOLOGIA: 1. OTITE CERUMINOSA: animal possui excesso de cera e esse excesso leva a um processo inflamatório secundário (apresenta eritema e edema) Quanto mais cerúmen acumulado, mais inflamação. Quanto mais inflamação, mais produção de cerúmen. Causas: O aumento de cera pode ocorrer por: Predisposição genética: Labrador, Cocker americano, Sharpei e Persa Endocrinopatias: hipotireoidismo Outros: corpo estranho, manejo, etc. Otodectes cynotis Pólipos: causam otite unilateral, o pólipo pode ser primário (não tem causa base) ou secundário (causa base otite ceruminosa) 2. OTITE ECZEMATOSA: ocorre primeiro o processo de inflamação e depois ocorre o aumento da produção de cerúmen - Aspecto típico de “eczema” estará presente principalmente no pavilhão Causa: Quadros alérgicos: principal causa de Otite Eczematosa – Dermatite Atópica (DA) e Alergia Alimentar (AA) CICLO DA OTITE EXTERNA - A DISBIOSE pode causar proliferação de Malassezia spp ou Staphylococcus spp - Malassezia tem muita afinidade com “gordura” -> aumento do cerúmen -> otite fúngica - Se não tratar o crescimento de Malassezia, pode ocorrer a infecção por Staphylococcus-> otite bacteriana Otites fúngicas, bacterianas ou estenosantes são secundarias Pode ocorrer infecção por pseudômonas spp após a infecção por Staphylococcus – A Pseudômonas causam ulceras e lesões extremamente dolorosas - COMPLICAÇÃO DE OTITE BACTERIANA - A ESTENOSE: pode acontecer pelo processo inflamatório ou por fibrose + calcificação (não tem reversão) OTITE CERUMINOSA E ECXEMATOSA PODEM EVOLUIR PARA: OTITE FUNGICA, BACTERIANA E ESTENOSANTES Manifestações clinicas Eritema – pavilhão auricular, meato e conduto Maneio cefálico Prurido Otorréia Dor Otohematoma Tratamento 1. HIGIENIZAR: remover o excesso de cerúmen ou pus - Não pode-se “macetar” a cera dentro do conduto com pinças ou cotonetes. Deve-se usar produtos ceruminolítico - O conteúdo deve preencher todo o conduto auditivo e depois deve-se realizar massagem na região – depois de 1h tem que retirar o excesso de cera apenas por fora da orelha -> pavilhão auricular Quanto mais ácido o produto mais ele quebrará a cera, porém é mais irritante para o conduto auditivo 2. DESINFLAMAR: deve-se desinflamar o conduto auditivo – diminuir o conteúdo de cera, secreção, edema, dor, etc. -> corticoide 3. TRATAR INFECÇÃO 4. CAUSA: controlar ou tratar a causa da otite 5. CONTROLAR RECIDIVAS Situações: SITUAÇÃO 1: Quando há cerúmen duro e escuro deve-se usar produtos ceruminolíticos mais ácidos Parasitológico de cerúmen - Não necessita coloração – usado para encontrar otoacaríse 3 a 5 dias de ceruminolítico ácido (1/2xdia) + 1. Selamectina (Revolution®) – na região Inter escapular 2 aplicações com intervalo de 15 dias ou 2. Moxidectina (Advocate®) - na região Inter escapular 2 aplicações com intervalo de 15 dias ou 3. Fluralaner (Bravecto®) – dose única – tem duração de 3 meses ou 4. Sarolaner (para cães) – dose única ou 5. Afoxalaner (Nexgard®) – dose única SITUAÇÃO 2: Conforme a cera fica mais pálida e com processo inflamatório maior, deve-se usar produtos ceruminolíticos menos ácidos Otite Externa Eczematosa - Para saber se há infecção por bactéria ou fungo: cheiro, secreções + citologia: Citologia: Deve-se corar com panótico Não precisa fazer cultura para saber se é Malassezia pois é um agente presente na microbiota normal do animal. 3 a 5 dias de ceruminolítico mais neutro (1/2xdia) + Terapia tópica – antifúngico - Miconazol - Nistatina - Clotrimazol - Terbinafina Glicocorticoides: reduzir prurido, dor, edema, exsudação, estenose... Deve ser escolhido pela sua potência: Nuttall, 2014 - Predinisolona é usado em casos de estenose via oral. SITUAÇÃO 3: Se a cera for com pus (amarelada/esverdeada), deve-se usar um produto mucolítico Citologia: deve-se descobrir qual a bactéria que está causando a infecção bacteriana 3 a 5 dias de mucolítico (1/2xdia) + * Acetilcisteína (Fluimucil®) Terapia tópica: - Florfenicol - Ciprofloxacina - Neomicina - Gentamicina - Tobramicina * Todos agem em Staphylococcus * Quinolonas agem bem em Pseudomonas NÃO é necessário usar antibiótico sistêmico em Otite Externa Bacteriana NÃO precisa fazer cultura e antibiograma para tratar Otite Externa Bacteriana * Não precisa pois quando é administrado o antibiótico tópico, ele estará muito concentrado e matará até mesmo a bactéria que é resistente a ele. Glicocorticoides: reduzir prurido, dor, edema, exsudação, estenose... Deve ser escolhido pela sua potência: * Quanto mais inflamado maior a potencia SITUAÇÃO 4: Otite Externa Bacteriana com muito pús - Quando há muito pus/cera não adianta usar mucolítico ou ceruminolíticos, deve-se fazer uma LAVAGEM ÓTICA Com aparelho: 1. Anestesiar o animal 2. Solução com água morna 3. Injetar a solução e retira, inúmeras vezes até toda a secreção sair Sem aparelho: 1. Solução fisiológica morna com clorexidine bem diluído 2. Usa um equipo e Otoscópio (passa a sonda na cabeça do Otoscópio) - Pode-se ainda realizar lavagem por FIBRO- OTOSCOPIA SITUAÇÃO 5: Estenose - Estenosado usa-se corticoides sistêmicos também - Se estiver calcificado também, apenas cirurgia resolve Corticoides tópicos e sistêmicos E/OU Ciclosporina 5 a 10mg/kg a cada 24h – início do efeito em 4 semanas – diminui a fibrose PRODUTOS TRIVALENTES Remédios que possuem antifúngico+ antibiótico + corticoides Aplicações diárias (1ª 2x/dia) por 21 dias (pelo menos) - Panolog®, otodem®, otomax®... Posatex® e Easotic®: aplicação diária (1x ao dia) 7 a 5 dias, repetir em 10 dias Osurnia®: 2 aplicações com intervalo de 7 dias – ação por 28 dias – VETERINARIO QUEM APLICA Neptra®: dose única – ação por 28 dias OTITE MÉDIA/INTERNA Animais com OE crônica ou redicivantes podem desenvolver otite média e/ou interna Acontece na maior parte das vezes em otite bacteriana Manifestação Principal: dor e alterações neurológicas Quadro agudo: desorientação, andar em círculo, queda para o lado da lesão, paralisia de face, head tilt Êmese e disorexia Perda de audição Síndrome de Horner: em gatos Diagnóstico: Sempre deve incluir exames de imagem: ressonância ou tomografia Vídeo-fibro-otoscopia Cultura e antibiograma: para o tratamento – é colhido material da cavidade timpânica A otoscopia convencional quando bem realizada pode dar o diagnóstico, mas nem sempre é possível – deve-se anestesiar o animal e verificar através da transparência da membrana timpânica se há muco Tratamento 1. Miringotomia (acesso a orelha media) 2. Material para cito/cultura 3. Lavar a bula 4. Infundir medicação tópica 5. Reduzir inflamação – corticoides 6. Antibióticos sistêmicos COMPLICAÇÕES ► Pólipos e Neoplasias Colesteatoma: crescimento expansivo de epitélio escamoso estratificado, com invasão da orelha media e destruição óssea. - Braquicefálicos são mais predispostos, mas pode ocorrer em qualquer animal com otite crônica – pug, lhasa, shitzu, buldog francês, Terapia é sempre cirúrgica Cirurgia: Ablação total ou parcial de conduto auditivo
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