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Procedimento na Justiça do Trabalho - Petição Inicial- (Darcio)

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Rio, 14 de maio de 2012
Processo do Trabalho
Intervenção de Terceiros – não cai na prova. 
Procedimento na Justiça do Trabalho
O rito da reclamação trabalhista será o rito comum para todas as ações. A reclamação trabalhista é o processo do trabalho por excelência. A reclamação trabalhista pode obedecer ao rito ordinário (art. 837 CLT), ao rito sumaríssimo (art. 852-A CLT) ou ao rito sumário (art. 2° da lei 5584/70). Com o tempo, o rito ordinário das reclamações trabalhistas passou a ser lento e ineficaz para pedidos dos empregados. Assim, ritos mais rápidos da reclamação trabalhista (como o sumário e o sumaríssimo) passaram a ser mais comuns. Essas simplificações dos ritos só caberão, porém, em casos de reclamação que irá gerar montante de baixo valor. O rito sumaríssimo caberá no caso de ações de até 40 salários mínimos e visa fazer com que o processo seja totalmente resolvido em uma audiência. 
Outros ritos típicos são o inquérito para apuração de falta grave (art. 853 CLT) e a ação de cumprimento (art. 872, parágrafo único, CLT). 
Seguem procedimentos atípicos a ação de consignação em pagamento, as ações cautelares, as ações de execução de título extrajudicial, a ação monitória, o mandado de segurança e a ação rescisória.
A Instrução Normativa no. 27/2005 do TST, em seu artigo 1º, indica que nas ações ajuizadas na justiça do trabalho serão obedecidos os ritos ordinário ou sumaríssimo da reclamação trabalhista, sempre. Até mesmo se for, por exemplo, uma ação de indenização por dano moral ocorrido em ambiente de trabalho. Existirão, porém, ações que sempre terão ritos específicos – como o mandato de segurança, o habeas corpus, o habeas data, a ação rescisória, a ação cautelar e a ação de consignação em pagamento. 
Em qualquer que seja o rito, conforme o artigo 2º da mesma lei, a sistemática recursal a ser observada será a da CLT. Isso compatibiliza a estrutura do processo do trabalho com os novos procedimentos do processo civil.
O rito sumaríssimo, conforme artigo 852-A, ocorrerá nas causas de menor valor. A regra do rito sumaríssimo, conforme parágrafo único do mesmo artigo, não será aplicado em demandas em que a administração pública direta, autárquica e fundacional é parte. 
No rito sumaríssimo, o pedido deve ser certo e determinado, indicando o valor correspondente (conforme artigo 852-B). A citação não poderá ser feita por edital (isso porque a citação por edital é mais demorada) e a apreciação da causa será feita no prazo máximo de 15 dias do seu ajuizamento (essa é a questão mais importante do rito sumaríssimo). A audiência deve ser marcada o mais rápido possível. O rito sumaríssimo visa atender mais aos interesses dos empregados do que do poder judiciário.
Existe previsão, na própria CLT em seu artigo 852-B parágrafo primeiro, de que se os valores não fossem indicados (conforme inciso I) ou fosse hipótese de citação por edital (inciso II), o processo não seria convertido em rito ordinário, mas sim seria simplesmente extinto, de modo que a reclamação será arquivada. 
Já pela regra do rito sumário, conforme lei 5.584/70 em artigo 2º, o procedimento será completamente distinto em caso de causas de menos de dois salários mínimos. Simplesmente as partes serão ouvidas e a questão será decidida na hora. Não caberá qualquer espécie de recurso, exceto pelo caso de decisão que viole a constituição (nesse caso, existirá recurso extraordinário). Isso é importante para a prova.
Além da reclamação trabalhista, temos o inquérito para apuração de falta grave, que serve para os casos em que os empregados possuem estabilidade. A estabilidade decenal, que existia à época da CLT e era concedida ao empregado que está empregado há mais de 10 anos, praticamente não existe mais atualmente (exceto pelos causos que remanesceram daquela aula). Só ainda existirá estabilidade decenal para aqueles que antes de 1988 já tinham mais de 10 anos no empregado. Existem também outros casos de estabilidade: dos dirigentes sindicais (conforme artigo 8º, VIII CRFB e 543, parágrafo 3º CLT), os diretores de cooperativa de crédito (art. 55 da lei 5.764/71) e trabalhadores membros do Conselho Curador do FGTS (conforme artigo 3º, parágrafo 9º, da lei 8.036/90). No caso de estabilidade, deverá ser comprovada a falta grave por meio de inquérito para que a pessoa seja demitida.
O inquérito é simples – é basicamente uma ação trabalhista ajuizada pelo empregador. O empregador terá 30 dias a partir da falta grave para ensejar a ação. A sentença do inquérito irá rescindir o contrato de trabalho por justa causa – se a reclamação for julgada improcedente e o empregado tiver sido afastado, o empregado será reintegrado e será pago o devido pelo tempo em que ele ficou afastado. O rito ordinário pode ouvir até 6 testemunhas, porém nesse tipo de inquérito podem ser ouvidas até 12 testemunhas.
A ação de cumprimento serve para dar cumprimento a uma cláusula de um acordo, convenção coletiva ou sentença normativa. Assim, dá-se efetividade a algo que foi negociado. 
Petição Inicial
O artigo 840 da CLT indica que a reclamação poderá ser escrita ou verbal. O parágrafo 1º cita o que deve constar se a reclamação for escrita. A diferença da petição inicial civil para a trabalhista é que a) na ação trabalhista não devem ser especificados os pedidos, b) não deve ser feito o pedido de citação do réu, c) não é necessária a previsão de valor da causa (exceto no caso do rito sumaríssimo), d) não é necessário indicar nome e endereço para a citação (presume-se que seja o citado na qualificação).
O parágrafo 2º cita os requisitos para caso a reclamação seja verbal. 
O provimento CGJT no. 5/2003 cita em seu parágrafo 1º outras questões que devem ser indicadas na petição inicial. Os artigos 2º e 3º. Indicam como se comprovam essas outras questões. O artigo 5º indica que em caso de ausência de informações (a pessoa não tem CPF e carteira de trabalho), deve-se ter pelo menos a data de nascimento e o nome da mãe. 
Na instrução da petição inicial, os documentos que comprovam as informações nela presentes já são exigidos, conforme artigo 283 do CPC. Além disso, se os requisitos da petição inicial não forem preenchidos, o juiz determinará que a petição inicial seja emendada no prazo de 10 dias, conforme artigo 284 do CPC. A jurisprudência vem indicando que a inépcia só pode ser considerada quando o defeito é relevante (quando obsta ou dificulta o mérito). Atualmente, o artigo 625-D indica que se tiver existido reclamação trabalhista em comissão de conciliação prévia, a juntada dessa reclamação deve ser realizada.
A súmula 263 do TST indica que se for necessário algum documento na petição inicial, a parte deverá ser intimada para regularizar a situação em 10 dias. 
O artigo 841 da CLT indica que assim que chegar o processo na secretaria, pode-se realizar a citação. Não se fará necessário o “cite-se” do juiz. O juiz tomará ciência da reclamação no dia da audiência. Apenas no caso da existência de pedido de antecipação de tutela que o juiz analisará a petição inicial antes da audiência. 
Em caso de conexão, como não temos despacho liminar do juiz, será considerado como preventa a junta para a qual foi distribuída em primeiro lugar uma das ações conexas, conforme indica a jurisprudência. 
A citação tem por efeito a interrupção da prescrição. No processo do trabalho, não será o “cite-se” (porque ele não existe) mas sim o próprio ajuizamento da ação que irá interromper a prescrição. O prazo para a defesa será dilatório de cinco dias. No caso de fazenda pública, o prazo será 4 vezes mais (portanto, de 20 dias) conforme o decreto lei 779/69. 
As audiências, conforme artigo 813 e seus parágrafos, ocorrerão entre 8 e 18 horas. São as pautas de audiências do dia que determinam as ordens das audiências. A abertura da audiência ocorrerá os moldes do artigo 815 e seu parágrafo único – porém, atualmente a prática consolidou o fato do próprio juiz chamar as partes por microfone. O parágrafo único fala para caso do juiz não ter aparecido (e não para o caso dele avisar que está atrasado).As atas das audiências, conforme artigos 816 e 817 da CLT, ficarão à disposição das partes. Os artigos 843 e 844 falam dos efeitos do não comparecimento das partes à audiência. Ocorrerá arquivamento, ou seja, extinção do processo sem julgamento do mérito, em caso de ausência do reclamante. Em caso de ausência do reclamado, ocorrerá revelia. As súmulas 9 e 74 do TST, porém, indicam que a ausência na audiência de instrução (depois da primeira audiência e a defesa do reclamado) não gerará arquivamento da ação para sim pena de confissão. A súmula 122 do TST indica que, na ausência da reclamada (do preposto da empresa0, mesmo quando o advogado comparece com procuração para apresentar defesa ocorrerá a revelia. A revelia pode ser ilidida mediante apresentação de atestado médico que comprova a impossibilidade de se locomover. 
A conciliação, pelo artigo 846 da CLT, é a primeira coisa que se busca em uma audiência. O artigo 764 da CLT, em seu parágrafo primeiro, indica que o juiz deverá persuadir as partes à conciliação, podendo até mesmo antecipar mais ou menos o quanto ele pretende estipular na condenação. Pelo parágrafo 3º, as partes podem conciliar a qualquer momento, até mesmo em fase de cumprimento de sentença à execução.

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