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ADMINISTRATIVO

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NOÇÕES DE 
DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
COLEÇÃO TJ RJ 2020
ATUALIZADO EM 28/02/2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 2 
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APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 3 
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
1 Breves considerações sobre a prova.................................................................................. 4 
2 Noções de organização administrativa: Administração direta e indireta, centralizada e 
descentralizada............................................................................................................................ 5 
3 Ato administrativo: Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies 7 
4 Processo administrativo......................................................................................................... 12 
5 Agentes públicos: Espécies e classificação; Cargo, emprego e função públicos 45 
6 Poderes administrativos: Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia; Uso e abuso 
do poder.......................................................................................................................................... 48 
7 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações.................................................................................. 50 
8 Controle e responsabilização da administração: Controles administrativo, judicial e 
legislativo; Responsabilidade civil do Estado................................................................. 108 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 4 
Breves considerações sobre a prova 
A disciplina de Direito Administrativo é reconhecida como uma matéria de maior aprofundamento 
quanto a pontos doutrinários. 
E, no caso do último concurso do TJ RJ, a realidade não foi diferente. Houve a cobrança de um 
raciocínio doutrinário em boa parte das questões, como você pode verificar na planilha sobre o perfil 
da prova, enviada conjuntamente com esse material de estudo. 
O material de estudos exposto neste PDF está totalmente voltado para o perfil da prova. Porém, 
para evitar surpresas com questões mais profundas e complexas, recomendo muito que o estudante 
também aprofunde seus estudos com uma boa doutrina nesta disciplina, principalmente em 
momento anterior à publicação do edital. 
Recomendo a leitura, ao menos uma vez, do Curso de Direito Administrativo, de Maria Sylvia Zanella 
di Pietro, talvez a maior referência atual nesta disciplina, apenas em relação aos tópicos exigidos 
no edital. 
E é extremamente recomendável fazer muitas questões da mesma banca nesta disciplina, para 
entender plenamente o que eles mais cobram dos candidatos e complementar seus estudos. 
Assim, com certeza você terá um maior embasamento para a prova em Direito Administrativo e terá 
ainda mais facilidade em compreender e memorizar plenamente o conteúdo deste resumo. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 5 
Noções de organização administrativa: Administração direta e indireta, centralizada 
e descentralizada 
Poderes e organização 
A tripartição dos poderes estatais (também pode ser denominada como tripartição das funções 
estatais) foi concebida por Montesquieu em sua obra "Do Espírito das Leis" (1748) e está prevista 
expressamente no artigo 2º da Constituição Federal: 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Tratam-se, portanto, de poderes independentes e harmônicos entre si, com funções típicas e 
atípicas, nas quais não há exclusividade, mas sim preponderância nos exatos temos definidos pela 
Constituição Federal. 
Os poderes dividem-se em: 
- Poder Legislativo: Tem o papel primordial de fiscalização do Poder Executivo e elaboração de
leis (funções típicas), bem como a administração de seus serviços internos e julgamento o
Presidente da República nos crimes de responsabilidade (funções atípicas).
- Poder Executivo: É responsável pela administração da coisa pública, e pela aplicação fática da
legislação elaborada pelo Poder Legislativo (função típica). Elabora ainda normas de caráter geral,
como decretos, e julga os seus servidores de forma administrativa (funções atípicas).
- Poder Judiciário: Julga as demandas propostas pelos jurisdicionados e aplica coativamente a
legislação (função típica), bem como elabora atos administrativos de sua competência e organiza
os seus serviços públicos prestados (funções atípicas).
A Administração Direta é aquela que compreende os órgãos das pessoas federativas: União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios. 
A Administração Indireta é representada por entidades de personalidade jurídica própria, criadas 
pelo Estado para a realização de serviços de interesse público ou para agirem em atividade 
econômica, quando necessário. 
São integrantes da Administração Indireta: 
I - Autarquia – Trata-se de pessoa jurídica de direito público, criada para realizar determinado 
serviço de interesse público. Criada por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita 
próprios. Tem como fim a execução de atividades típicas da Administração Pública que requeiram, 
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. 
II - Fundação Pública - Entidade dotada de personalidade jurídica própria de direito privado, sem 
fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 6 
que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público. Possui autonomia 
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento 
custeado por recursos do Estado e de outras fontes. 
Fundação Pública VS Autarquia - A principal diferença entre Fundação e Autarquia é que na 
primeira a lei autoriza sua criação. No caso da Autarquia, a própria lei a cria. 
III - Sociedade de Economia Mista - Entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, com a devida autorização para sua criação por lei específica, conforme inciso XIX do art. 
37 da Constituição Federal, para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade 
anônima. As ações com direito a voto necessitam pertencer em sua maioria ao Estado ou a outra 
entidade da Administração Indireta. 
IV - Empresa Pública - Trata-se de pessoa jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e 
capital exclusivo, com a devida autorização para sua criação por lei específica, conforme inciso XIX 
doart. 37 da Constituição Federal, para a exploração de atividade econômica que o Governo seja 
levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se 
de qualquer das formas admitidas em direito. Sujeita-se ao regime das empresas privadas. 
V - Agências - Foram importadas do sistema norte-americano e possuem função regulatória. 
Agencias executivas são autarquias ou fundações que celebram contrato de gestão com entes da 
Administração Direta, com os quais ficam vinculados. Agências reguladoras são autarquias em 
regime especial, com competência regulatória, com a finalidade de regular concessões, permissões 
e autorizações de serviços públicos. 
VI - Consórcios Públicos - Entidades criadas pela Lei nº 11.107/05, que integram a Administração 
Pública indireta, e se constituem como associações formadas por pessoas jurídicas políticas, e que 
podem adotar a natureza de pessoa jurídica de direito público ou privado, com criação mediante 
autorização legislativa. Recomendamos a leitura dessa lei para aprofundamento no tema. 
Atenção! Fique atento(a) ainda às diferenças conceituais entre desconcentração e descentralização 
administrativa, pois o tema é recorrente em provas de concursos: 
A desconcentração trata-se da distribuição dos serviços públicos dentro da mesma pessoa jurídica 
componente da Administração Pública, por meio de uma transferência com hierarquia, dividida entre 
seus órgãos. 
A descentralização consiste no deslocamento pela Administração Direta, com a distribuição, 
deslocamento ou transferência da prestação de serviços para entes da Administração a Indireta 
(Autarquia, Fundações, Sociedades de Economia mista e etc.) ou para particulares. Nesta situação 
não há subordinação destas à Administração Direta, pois não existe hierarquia, porém há 
fiscalização e controle destes serviços descentralizados. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 7 
Ato administrativo: Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies 
Conceito do ato administrativo 
O ato administrativo pode ser conceituado como toda manifestação de vontade da Administração 
Pública, sob o regime de direito público, ordenada para a produção de efeitos jurídicos de interesse 
público. 
Na clássica definição de. Hely Lopes Meirelles, ato administrativo é: 
toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa 
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir 
e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. 
Muito embora não haja previsão em lei ou consenso entre os doutrinadores sobre o conceito de ato 
administrativo, é importante saber que qualquer definição abrangerá sempre 3 pressupostos: 
1- Manifestação do Estado ou quem lhe esteja representando;
2- Incidência das regras de direito público.
3- Produção de efeitos jurídicos visando ao interesse público.
Requisitos ou elementos de validade e eficácia ato administrativo 
Todo ato administrativo para ser válido e eficaz deve obedecer a cinco requisitos: competência, 
finalidade, forma, objeto e motivo. Para decorar os requisitos lembre-se da frase: 
Como Ficar Feliz? Ouvindo Música 
ou da outra frase: 
Como Ficar Fortão? Óbvio: Musculação! 
As iniciais de referidas frases são as mesmas dos requisitos do ato administrativo: 
C ompetência, F inalidade, F orma, O bjeto e M otivo 
Atenção! Fique atento que as bancas costumam confundir Objeto, um dos requisitos do ato 
administrativo, com Objetivo, pela proximidade entre a grafia e sonoridade das palavras. Não caia 
nesta pegadinha! 
1- Competência: Para que o ato seja válido é necessário que seja proferido por alguém autorizado
por lei a praticar tal conduta. A competência administrativa tem como características:
a) Natureza de ordem pública, pois sua atribuição é feita somente por lei.
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 8 
b) Intransferível pela vontade dos interessados. No entanto, em caso de avocação ou delegação
prevista em lei, a competência para determinado ato pode ser transferida temporariamente.
c) Irrenunciável, porque a competência deriva do cargo e não da pessoa.
e) Incaducável ou imprescritível, posto que a competência não se extingue pela falta de uso ou
pelo decurso do tempo, somente por determinação legal.
2- Finalidade: Todo ato administrativo sempre deve visar ao interesse público. Se o agente
praticar algum ato visando a interesse próprio ou alheio ao interesse público, o ato será nulo por
desvio de finalidade, o que, inclusive, caracteriza o abuso de poder.
3- Forma: É o modo e procedimentos previstos em lei que são necessários para a exteriorização
dos atos administrativos. Em regra todo ato administrativo deverá ser por escrito. Somente se
admitirá atos não escritos em casos de urgência e transitoriedade da manifestação. Ex: O assobio
do guarda de trânsito para desviar os carros de um acidente na rodovia.
4- Objeto: É o conteúdo do ato a fim de criar, modificar ou comprovar situações jurídicas, as quais
sempre deverão ser lícitas e moralmente aceitas.
5- Motivo: É a situação fática ou o fundamento jurídico que autoriza a realização do ato
administrativo. Ex: Ultrapassar o sinal vermelho é o motivo de uma multa de trânsito.
Atributos ou características do ato administrativo: 
1- Presunção de Legitimidade: Todo ato administrativo presume-se legal e verdadeiro até que
alguém prove o contrário. Há a inversão do ônus da prova.
2- Autoexecutoriedade: Ao ato administrativo assim que emanado pode ser executado
imediatamente pela Administração, independentemente de ordem judicial. Exceto as
desapropriações e multas.
3- Imperatividade: O ato administrativo proferido em conformidade com a lei obriga todos
aqueles que se encontrarem em seu círculo de incidência. Não pode o administrado se opor ao
cumprimento.
Para decorar os atributos ou características lembre-se da palavra: 
P A I 
P resunção de legitimidade, A utoexecutoriedade e I mperatividade. 
Atenção! Maria Silvia Di Pietro, renomada autora desta disciplina do Direito, afirma existir um 
quarto atributo: tipicidade. E algumas bancas costumam exigir esse conhecimento 
A tipicidade trata-se de uma consequência direta do princípio da legalidade. Maria Silvia Di Pietro 
define a tipicidade da seguinte forma: “Tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve 
corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 9 
resultados”. E podemos destacar que tal característica se trata de uma garantia para que a 
Administração não aja de forma arbitrária. 
Para decorar os atributos ou características, com a inclusão da tipicidade, lembre-se da palavra: 
P A T I 
P resunção de legitimidade, A utoexecutoriedade, T ipicidade e I mperatividade. 
Classificação: 
A doutrina, em regra, classifica os atos administrativos em 05 grandes grupos: 
1- Quanto aos seus destinatários:
a) Atos gerais ou regulamentares ou normativos: São comandos abstratos expedidos sem um
destinatário determinado, alcançando a todos que se encontrem em uma determinada situação.
Não podem ser impugnados enquanto seus efeitos não atingirem um caso em concreto. Exemplo: 
editais de concursos e instruções normativas.
b) Atos individuais: São aqueles com um destinatário previamente determinado. Exemplo: Demissão
e nomeação.
2- Quanto ao alcance de seus efeitos:
a) Atos internos: São aqueles que produzem efeitos somente dentro da Administração Pública,
vinculando órgãos e agentes públicos. Não precisam ser publicados na imprensa oficial porque não
atingirão terceiros. Exemplo: Portaria.
b) Atos externos: Atingem a todos: órgãos, agentes públicos e particulares. Precisam ser publicados
na imprensa oficial para que todos saibam o teor do ato. Exemplo: Decreto.
3- Quanto ao seu objeto:
a) Atos de império: A Administração utiliza-se de sua supremaciapara impor o seu cumprimento
obrigatório ao administrado. Exemplo: Multa e interdição de estabelecimento.
b) Atos de gestão: A Administração põe-se em posição de igualdade com o administrado. Não há o
poder de coerção. Exemplo: Contrato de locação de imóveis.
c) Atos de expediente: São atos proferidos na rotina administrativa, sem poder decisório, para
andamento de processos administrativos. Exemplo: Juntada de documentos.
4- Quanto à liberdade de atuação ou regramento:
a) Atos vinculados: A sua elaboração fica vinculada ao que a lei estabelece. Caso cumpridos os
requisitos legais, o ato deve ser expedido. Não há margem alguma de liberdade para o
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 10 
administrador. Exemplo: Licença para prática de determinada atividade, quando cumpridos os 
requisitos legais. 
b) Atos discricionários: São aqueles praticados conforme a conveniência e oportunidade do
administrador quanto ao objeto e o motivo do ato. Os outros requisitos: competência, finalidade e
forma não comportam liberdade na escolha, serão sempre vinculados ao que a lei determinar.
Exemplo: Autorização.
É importante ressaltar que atos discricionários não se confundem com atos arbitrários. Os atos 
discricionários são praticados dentro dos limites que a lei estabelece, já os arbitrários são praticados 
sem qualquer respaldo em lei. 
Atenção! A diferença entre atos vinculados e discricionários, bem como os seus exemplos 
costumam cair com frequência nos concursos. 
5- Quanto à formação do ato:
a) Atos simples: São aqueles derivados de um único órgão, seja singular ou colegiado. Não
importa o número de pessoas envolvidas, mas sim que a vontade seja manifestada de forma única.
Exemplo: Multa lavrada pelo Policial de Trânsito ou decisão de um conselho disciplinar.
b) Atos compostos: De acordo com a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro:
Ato composto é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em 
que a vontade de um é instrumental em relação a de outro, que edita o ato 
principal. Enquanto no ato complexo fundem-se vontades para praticar um ato 
só, no ato composto, praticam-se dois atos, um principal e outro acessório; 
este último pode ser pressuposto ou complementar daquele. Exemplo: a 
nomeação do Procurador-Geral da República depende da prévia aprovação pelo 
Senado (art. 128, § 1o, da Constituição); a nomeação é o ato principal, sendo 
a aprovação prévia o ato acessório, pressuposto do principal... (Di Pietro, Maria 
Sylvia Zanella. Direito Administrativo (p. 282). Atlas. Edição do Kindle.) 
c) Atos complexos: Surgem da conjugação da vontade de órgãos administrativos diferentes. São
vontades autônomas que juntas formam um ato único. Exemplo: Decreto que é assinado pelo Chefe
do Executivo e referendado por Ministro de Estado;
Espécies de atos administrativos: 
Segundo Hely Lopes Meirelles, podemos agrupar os atos administrativos em 5 cinco tipos: 
Atos normativos: possuem comando geral do Executivo com vistas ao cumprimento regular de 
uma lei. Podem ser exteriorizados de forma geral e abstrata (decreto que regulamenta uma 
determinada lei, por exemplo), ou individual e concreta (decreto de nomeação de um servidor em 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 11 
decorrência de aprovação em concurso público). São exemplos o regulamento, decreto, regimento, 
resolução e etc. 
Atos ordinatórios: tem a finalidade de disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta 
de seus agentes no exercício de suas funções. Tem origem no poder hierárquico, ou seja, podem 
ser expedidos por chefes de serviços aos servidores subordinados, em hierarquia inferior. Logo, não 
obrigam aos particulares. São exemplos: instruções, avisos, portarias, ordens de serviço e 
memorandos. 
Atos negociais: possuem uma manifestação de vontade da Administração, com a finalidade de 
concretizar negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou 
consentidas pelo Poder Público. São exemplos as licenças, autorizações e permissões. 
Atos enunciativos: Nestas atos a Administração Pública certifica ou a atesta a ocorrência um fato 
(são exemplos certidões e atestados), ou emite uma opinião sobre determinado assunto (é exemplo 
o parecer), e tais atos fazem parte de registros, processos e arquivos públicos, e por essa razão
ficam vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo.
Atos punitivos: são sanções impostas pela legislação e aplicadas pela Administração Pública, para 
punição de infrações administrativas e condutas irregulares de servidores ou de particulares em 
face da Administração. São exemplos a multa administrativa, interdição administrativa, destruição 
de coisas e todas penalidades previstas em lei para punição administrativa de servidores. 
Vale a pena ficar atento(a) aos seguintes conceitos: 
Vinculação e Discricionaridade 
a) Atos vinculados: A sua elaboração fica vinculada ao que a lei estabelece. Caso cumpridos os
requisitos legais, o ato deve ser expedido. Não há margem alguma de liberdade para o
administrador no caso de atos administrativo vinculados. Exemplo: Licença para prática de
determinada atividade, quando cumpridos os requisitos legais.
b) Atos discricionários: São aqueles praticados conforme a conveniência e oportunidade do
administrador quanto ao objeto e o motivo do ato. Os outros requisitos: competência, finalidade e
forma não comportam liberdade na escolha, serão sempre vinculados ao que a lei determinar.
Exemplo: Autorização.
É importante ressaltar que atos discricionários não se confundem com atos arbitrários. Os atos 
discricionários são praticados dentro dos limites que a lei estabelece, já os arbitrários são praticados 
sem qualquer respaldo em lei. 
Atenção! A diferença entre atos vinculados e discricionários costuma cair com frequência nos 
concursos. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 12 
Processo administrativo 
O processo administrativo pode ser conceituado uma sequência de atos ou atividades da 
Administração, que estão conectados entre si, com a finalidade de realizar um efeito previsto na lei. 
É a forma adotada pela Administração Pública para a realização dos atos administrativos. 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho " “o processo administrativo se consubstancia numa 
sucessão encadeada de fatos, juridicamente ordenados, destinados à obtenção de um resultado 
final, no caso, a prática de um ato administrativo final” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual 
de Direito Administrativo, p. 806) 
A Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 regula o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal. 
E a LEI Nº 5427, DE 01 DE ABRIL DE 2009 regula o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Estadual do Rio de Janeiro. 
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da 
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos 
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. 
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da
União, quando no desempenho de função administrativa.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da 
Administração indireta; 
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; 
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. 
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança 
jurídica, interesse público e eficiência. 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
I - atuação conforme a lei e o Direito; 
II - atendimento a fins de interesse geral,vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou 
competências, salvo autorização em lei; 
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou 
autoridades; 
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 13 
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na 
Constituição; 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em 
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; 
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; 
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e 
respeito aos direitos dos administrados; 
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas 
e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de 
litígio; 
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; 
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim 
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. 
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS 
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros 
que lhe sejam assegurados: 
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus 
direitos e o cumprimento de suas obrigações; 
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, 
ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; 
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de 
consideração pelo órgão competente; 
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, 
por força de lei. 
CAPÍTULO III 
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO 
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em 
ato normativo: 
I - expor os fatos conforme a verdade; 
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 
III - não agir de modo temerário; 
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. 
CAPÍTULO IV 
DO INÍCIO DO PROCESSO 
Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 14 
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve 
ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: 
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; 
II - identificação do interessado ou de quem o represente; 
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; 
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; 
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. 
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, 
devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas. 
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários 
padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes. 
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos 
idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. 
CAPÍTULO V 
DOS INTERESSADOS 
Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo: 
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou 
no exercício do direito de representação; 
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados 
pela decisão a ser adotada; 
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; 
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. 
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada 
previsão especial em ato normativo próprio. 
CAPÍTULO VI 
DA COMPETÊNCIA 
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída 
como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. 
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar 
parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam 
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole 
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos 
colegiados aos respectivos presidentes. 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
 I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 15 
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. 
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do
delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de
exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e
considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, 
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas 
sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial. 
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado 
perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. 
CAPÍTULO VII 
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO 
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: 
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; 
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais 
situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; 
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou 
companheiro. 
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade 
competente, abstendo-se de atuar. 
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos 
disciplinares. 
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou 
inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, 
parentes e afins até o terceiro grau. 
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito 
suspensivo. 
CAPÍTULO VIII 
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO 
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a 
lei expressamente a exigir. 
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de
sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firmasomente será exigido quando houver dúvida
de autenticidade.
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 16 
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento 
da repartição na qual tramitar o processo. 
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento 
prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. 
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo 
e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo 
de força maior. 
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada 
justificação. 
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-
se o interessado se outro for o local de realização. 
CAPÍTULO IX 
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS 
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a 
intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. 
§ 1o A intimação deverá conter:
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
II - finalidade da intimação;
III - data, hora e local em que deve comparecer;
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de
comparecimento.
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a
intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem 
a renúncia a direito pelo administrado. 
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao 
interessado. 
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em 
imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de 
outra natureza, de seu interesse. 
CAPÍTULO X 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 17 
DA INSTRUÇÃO 
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à 
tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, 
sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. 
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão
do processo.
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos
oneroso para estes.
 Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. 
 Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente 
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de 
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada. 
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que
pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de
alegações escritas.
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do
processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser
comum a todas as alegações substancialmente iguais.
 Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá 
ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo. 
 Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros 
meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações 
legalmente reconhecidas. 
 Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de 
administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado. 
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades 
administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou 
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. 
 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído 
ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. 
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos 
existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, 
o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das
respectivas cópias.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos 
e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto 
do processo. 
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos
interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 18 
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos 
interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, 
forma e condições de atendimento. 
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender 
relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. 
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à 
apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a 
respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. 
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima 
de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. 
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser 
emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de 
maior prazo. 
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não
terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo
poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de
quem se omitiu no atendimento.
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos 
de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão 
responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e 
capacidade técnica equivalentes. 
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de 
dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. 
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderámotivadamente adotar 
providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado. 
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas 
dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros 
protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. 
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório 
indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, 
objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. 
CAPÍTULO XI 
DO DEVER DE DECIDIR 
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos 
e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. 
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta 
dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. 
CAPÍTULO XII 
DA MOTIVAÇÃO 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 19 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos 
jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, 
propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. 
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,
neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que
reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos
interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da
respectiva ata ou de termo escrito.
CAPÍTULO XIII 
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO 
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do 
pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. 
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha
formulado.
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento
do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou 
o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e 
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos 
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, 
salvo comprovada má-fé. 
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do
primeiro pagamento.
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 20 
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que
importe impugnação à validade do ato.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo 
a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria 
Administração. 
CAPÍTULO XV 
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO 
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. 
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no
prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.
§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante,
caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de
encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
súmula, conforme o caso.
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo 
disposição legal diversa. 
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: 
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; 
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; 
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; 
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. 
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso 
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. 
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo
máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante
justificativa explícita.
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os 
fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes. 
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. 
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da 
execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar 
efeito suspensivo ao recurso. 
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais 
interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. 
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: 
I - fora do prazo; 
II - perante órgão incompetente; 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 21 
III - por quem não seja legitimado; 
IV - após exaurida a esfera administrativa. 
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe
devolvido o prazo para recurso.
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal,
desde que não ocorrida preclusão administrativa.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, 
total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. 
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do 
recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. 
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente 
para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme 
o caso.
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado 
da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o 
julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos 
semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. 
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer 
tempo, a pedido ou de ofício, quandosurgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis 
de justificar a inadequação da sanção aplicada. 
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. 
CAPÍTULO XVI 
DOS PRAZOS 
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da 
contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. 
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia
em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não
houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se 
suspendem. 
CAPÍTULO XVII 
DAS SANÇÕES 
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou 
consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa. 
CAPÍTULO XVIII 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 
Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-
se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 22 
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos 
administrativos em que figure como parte ou interessado: 
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; 
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; 
III – (VETADO) 
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, 
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose 
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte 
deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença 
grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido 
contraída após o início do processo. 
§ 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá
requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem
cumpridas.
§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de
tramitação prioritária.
§ 3o (VETADO)
§ 4o (VETADO)
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
LEI ESTADUAL Nº 5427, DE 01 DE ABRIL DE 2009 - ESTABELECE NORMAS SOBRE ATOS E 
PROCESSOS ADMINISTRATIVOS NO ÂMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E DÁ OUTRAS 
PROVIDÊNCIAS 
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 1º Esta Lei estabelece normas sobre atos e processos administrativos no âmbito do Estado do 
Rio de Janeiro, tendo por objetivo, em especial, a proteção dos direitos dos administrados e o 
melhor cumprimento dos fins do Estado. 
§1º Para os fins desta Lei, considera-se:
I - órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura de 
uma entidade da Administração indireta; 
II - entidade: unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; 
III - autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 23 
§2º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos poderes Legislativos, Judiciários, ao Ministério
Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas do Estado, quando no desempenho de função
administrativa.
Art. 2º O processo administrativo obedecerá, dentre outros, aos princípios da transparência, 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, impessoalidade, eficiência, celeridade, oficialidade, publicidade, 
participação, proteção da confiança legítima e interesse público. 
§1º Nos processos administrativos serão observadas, entre outras, as seguintes normas:
I - atuação conforme a lei e o direito; 
II - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou 
autoridades; 
III - atendimento afins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes, salvo 
autorização em Lei; 
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; 
V - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; 
VI - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; 
VII - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na 
Constituição da República; 
VIII - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em 
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; 
IX - observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; 
X - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e 
respeito aos direitos dos administrados; 
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 24 
XII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim 
público a que se dirige, vedada a aplicação retroativa de nova interpretação, desfavorável ao 
administrado, que se venha dar ao mesmo tema, ressalvada a hipótese de comprovada má-fé; 
XIII - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de 
provas; à interposição de recursos, nos processos que possam resultar sanções e nas situações de 
litígio. 
§2º Qualquer ato que implique dispêndio ou concessão de direitos deverá ter seu respectivo extrato
publicado na imprensa oficial.
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS DO ADMINISTRADO 
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros 
que lhe sejam assegurados: 
I. ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus
direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II. ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado,
ter vista dos autos, obter cópias de documentos nele contidos, permitida a cobrança pelos custos
da reprodução, e conhecer as decisões proferidas, na forma dos respectivos regulamentos,
ressalvadas as hipóteses de sigilo admitidas em direito;
III. formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente;
IV. fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação.
CAPÍTULO III 
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO 
Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em 
ato normativo: 
I. expor os fatos conforme a verdade;
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 25 
II. proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III. não agir de modo temerário;
IV. prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
CAPÍTULO IV 
DO INÍCIO DO PROCESSO 
Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício, a Requerimento, Proposição ou 
Comunicação do administrado. 
Art. 6º A petição inicial, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulada por 
escrito e conter os seguintes elementos essenciais: 
I. entidade, órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II. identificação do requerente ou de quem o represente;
III. domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV. formulação do pedido, da comunicação, ou da proposição, com exposição dos fatos e de seus
fundamentos;
V. data e assinatura do requerente ou de seu representante.
§1º É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de petições, devendo o servidororientar o requerente quanto ao suprimento de eventuais falhas.
§2º Constatada a ausência de algum dos elementos essenciais do requerimento pela autoridade
competente para o julgamento ou para a instrução, será determinado o suprimento da falta pelo
requerente, concedendo-se, para tanto, prazo não inferior a 24 (vinte e quatro) horas úteis nem
superior a 10 (dez) dias úteis, a contar da correspondente comunicação, sob pena de arquivamento,
salvo se a continuação do feito for de interesse público.
§3º A Proposição será apreciada conforme critérios de conveniência e oportunidade da
Administração, segundo as prioridades definidas pelas autoridades competentes.
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 26 
§4º A renovação de pedidos já examinados, tendo como objeto decisão administrativa sobre a qual
não caiba mais recurso, caracterizando abuso do direito de petição, será apenada com multa de
100 UFIR-RJ (cem unidades fiscais de referência do Rio de Janeiro) a 50.000 UFIR-RJ (cinqüenta
mil unidades fiscais de referência do Rio de Janeiro), observando-se, na aplicação da sanção, de
competência do Secretário de Estado ou da autoridade máxima da entidade vinculada, a capacidade
econômica do infrator e as disposições desta Lei relativas ao processo administrativo sancionatório.
Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários 
padronizados, visando a atender hipóteses semelhantes. 
Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos 
idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo se houver preceito legal em 
contrário ou se a aglutinação puder prejudicar a celeridade do processamento. 
CAPÍTULO V 
DOS INTERESSADOS 
Art. 9º Poderão atuar no processo administrativo os interessados como tais designados: 
I. as pessoas físicas ou jurídicas que se apresentem como titulares de direitos ou interesses
individuais, ou no exercício do direito de representação;
II. aqueles que, sem haverem iniciado o processo, tenham direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;
III. as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV. as pessoas físicas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses
difusos.
Parágrafo único. A atuação no processo administrativo, nos casos dos incisos III e IV deste artigo, 
dependerá de comprovação de pertinência temática por parte das pessoas neles indicadas. 
CAPÍTULO VI 
DA COMPETÊNCIA 
Art. 10. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que for atribuída 
como própria, ressalvadas as hipóteses de delegação e avocação previstas nesta Lei ou em Leis 
específicas. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 27 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a celebração de convênios, consórcios ou 
instrumentos congêneres, nos termos de legislação própria. 
Art. 11. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar 
parte de sua competência a outros órgãos ou titulares, quando for conveniente, em razão de 
circunstâncias de natureza técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
§1º O disposto neste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos
respectivos presidentes.
§2º Não podem ser objeto de delegação as matérias de competência exclusiva do órgão ou
autoridade.
Art. 12. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. 
§1º O ato de delegação especificará as matérias e os poderes transferidos, os limites da atuação
do delegado, os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva do exercício
da atribuição delegada.
§2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e
considerar-se-ão editadas pelo delegante.
§4º A delegação poderá ser admitida por meio de convênio ou outros atos multilaterais
assemelhados.
Art. 13. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, 
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior, observados os 
princípios previstos no art. 2o desta Lei. 
Art. 14. Os órgãos e entidades administrativas, bem como as pessoas jurídicas de direito privado 
prestadoras de serviços públicos, divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e 
eventuais alterações, horários de atendimento e de prestação dos serviços e, quando conveniente, 
a unidade funcional competente em matéria de interesse especial, bem como meios de informação 
à distância e quaisquer outras informações de interesse geral. 
 
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Parágrafo único. A administração disciplinará a divulgação das informações previstas no caput deste 
artigo por meio eletrônico. 
Art. 15. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo terá início perante a 
autoridade de menor grau hierárquico para decidir. 
CAPÍTULO VII 
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO 
Art. 16. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou agente que tenha amizade íntima ou 
inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, 
parentes e afins até o terceiro grau. 
Art. 17. Fica impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: 
I. tenha interesse direto ou indireto na matéria ou na solução do processo;
II. seja cônjuge, companheiro, parente ou afim até o terceiro grau de qualquer dos interessados;
III. tenha dele participado ou dele venha a participar como perito, testemunha ou representante ou
se tais situações ocorrerem quanto a qualquer das pessoas indicadas no artigo anterior;
IV. esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou com qualquer das pessoas
indicadas no artigo anterior.
Art. 18. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento tem o dever de comunicar o fato à 
autoridade competente, abstendo-se de atuar. 
Parágrafo único. A omissão no dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos 
disciplinares. 
CAPÍTULO VIII 
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO 
Art. 19 Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a 
lei expressamente a exigir. 
 
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§1º Os atos do processo deverão ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de
sua realização, a identificação e a assinatura da autoridade responsável.
§2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida
de autenticidade.
§3º A autenticação de documentos produzidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
§4º O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.
§5º A Administração Pública poderá disciplinar, mediante decreto, a prática e a comunicação oficial
dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos técnicos exigidos na legislação
específica, em especial os de autenticidade, integridade e validade jurídica.
Art. 20. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento 
da repartição pela qual tramitar, salvo nos casos de urgência e interesse público relevante. 
§1º Poderão ser concluídos após o horário normal de expediente os atos já iniciados, cuja eventual
interrupção possa causar dano ao interessado ou à Administração.
§2º Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o
interessado se outro for o local de realização.
Art. 21. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo 
e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de quinze dias úteis, salvo 
justo motivo. 
CAPÍTULO IX 
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS 
Art. 22. O órgão competente paraa condução do processo determinará a intimação do interessado 
para ciência de decisão ou efetivação de diligências. 
§1º A intimação deverá conter:
I. identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
II. finalidade da intimação;
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 30 
III. data, local e hora em que deva comparecer;
IV. se o intimado deverá comparecer pessoalmente ou se poderá fazer-se representar;
V. informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;
VI. indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§2º A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de
comparecimento.
§3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento,
por telegrama ou outro meio que assegure a ciência do interessado.
§4º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a
intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
§5º As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 23. O desatendimento da intimação não importa no reconhecimento da verdade dos fatos, nem 
na renúncia a direito material pelo administrado. 
Parágrafo único. O interessado poderá atuar no processo a qualquer tempo recebendo-o no estado 
em que se encontrar, observado o seguinte: 
I. nenhum ato será repetido em razão de sua inércia;
II. no prosseguimento do processo será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Art. 24. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em 
imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos. 
 
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CAPÍTULO X 
DA INSTRUÇÃO 
Art. 25. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os elementos necessários à 
tomada de decisão realizam-se de ofício, sem prejuízo do direito dos interessados de requerer a 
produção de provas e a realização de diligências. 
Parágrafo único. Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do 
modo que lhes seja menos oneroso. 
Art. 26. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído 
ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 33 desta Lei. 
Parágrafo único. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. 
Art. 27. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente 
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de 
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada. 
§1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que
pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos do processo, bem como a documentação
posta à disposição pelo órgão competente, fixando-se prazo para o oferecimento de alegações
escritas, que deverão ser consideradas pela Administração.
§2º O comparecimento de terceiro à consulta pública não confere, por si só, a condição de
interessado no processo, mas atribui-lhe o direito de obter da Administração resposta
fundamentada, que poderá ser comum para todas as alegações substancialmente iguais.
Art. 28. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá 
ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo. 
Art. 29. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão valer-se de outros 
meios de participação singular ou coletiva de administrados, diretamente ou por meio de 
organizações e associações legalmente reconhecidas. 
Art. 30. Os resultados da consulta e audiência públicas e de outros instrumentos de participação de 
administrados serão divulgados, preferencialmente, por meio eletrônico, com indicação sucinta das 
suas conclusões e fundamentação. 
 
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Art. 31. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades 
administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou 
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada ao processo. 
Art. 32. A administração pública não conhecerá requerimentos ou requisições de informações, 
documentos ou providências que: 
I. não contenham a devida especificação do objeto e finalidade do processo a que se destinam;
II. não sejam da competência do órgão requisitado;
III. acarretem ônus desproporcionais ao funcionamento do serviço, ressalvada a possibilidade de
colaboração da entidade ou órgão requisitante.
Art. 33. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos 
existentes no próprio órgão responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, a 
autoridade competente para a instrução, verificada a procedência da declaração, proverá, de ofício, 
à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias, ou justificará a eventual impossibilidade de 
fazê-lo. 
Art. 34. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada de decisão, juntar documentos 
e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto 
do processo. 
Parágrafo único. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas 
propostas pelos interessados quando sejam ilícitas ou manifestamente impertinentes, 
desnecessárias ou protelatórias. 
Art. 35. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos 
interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, 
forma e condições de atendimento. 
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender 
relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. 
Art. 36. Quando os elementos ou atuações solicitados ao interessado forem imprescindíveis à 
apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração implicará 
o arquivamento do processo.
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 33 
Art. 37. O interessado já qualificado no processo será intimado de prova ou diligência ordenada, 
com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. 
Art. 38. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser 
emitido no prazo máximo de trinta dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de 
prorrogação. 
§1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não
terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
§2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo
poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de
quem se omitiu no atendimento.
§3º A divergência de opiniões na atividade consultiva não acarretará a responsabilidade pessoal do
agente, ressalvada a hipótese de erro grosseiro ou má-fé.
Art. 39. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos 
de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão 
responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e 
capacidade técnica equivalentes, sem prejuízo da apuração de responsabilidade de quem se omitiu 
na diligência. 
Art. 40. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de 
dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. 
Art. 41. O interessado tem direito à obtenção de vista dos autos e de certidões das peças que 
integram o processo ou cópias reprográficas dos autos, para fazer prova de fatos deseu interesse, 
ressalvados os casos de informações relativas a terceiros, protegidas por sigilo ou pelo direito à 
privacidade, à honra e à imagem. 
Art. 42. Quando o órgão de instrução não for o competente para emitir a decisão final, elaborará 
relatório circunstanciado indicando a pretensão deduzida, o resumo das fases do procedimento e 
formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade 
com competência decisória. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 34 
CAPÍTULO XI 
DAS PROVIDÊNCIAS ACAUTELADORAS 
Art. 43. Em caso de perigo ou risco iminente de lesão ao interesse público ou à segurança de bens, 
pessoas e serviços, a Administração Pública poderá, motivadamente, adotar providências 
acauteladoras. 
Parágrafo único. A implementação da medida acauteladora será precedida de intimação do 
interessado direto para se manifestar em prazo não inferior a 48 (quarenta e oito) horas, salvo 
quando: 
I. o interessado for desconhecido ou estiver em local incerto e não sabido; ou
II. o decurso do prazo previsto neste parágrafo puder causar danos irreversíveis ou de difícil
reparação.
CAPÍTULO XII 
DO DEVER DE DECIDIR 
Art. 44. A Administração tem o dever de emitir decisão conclusiva nos processos administrativos e 
sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. 
Art. 45. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta 
dias para decidir, salvo prorrogação, por igual período, expressamente motivada. 
Art. 46. No exercício de sua função decisória, poderá a Administração firmar acordos com os 
interessados, a fim de estabelecer o conteúdo discricionário do ato terminativo do processo, salvo 
impedimento legal ou decorrente da natureza e das circunstâncias da relação jurídica envolvida, 
observados os princípios previstos no art. 2o desta Lei, desde que a opção pela solução consensual, 
devidamente motivada, seja compatível com o interesse público. 
Art. 47. Quando a decisão proferida num determinado processo administrativo se caracterizar como 
extensível a outros casos similares, poderá o Governador, após manifestação da Procuradoria-Geral 
do Estado, mediante ato devidamente motivado, atribuir-lhe eficácia vinculante e normativa, com a 
devida publicação na imprensa oficial. 
Parágrafo único. O efeito vinculante previsto neste artigo poderá ser revisto, a qualquer tempo, de 
ofício ou por provocação, mediante edição de novo ato, mas dependerá de manifestação prévia da 
Procuradoria Geral do Estado. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 35 
CAPÍTULO XIII 
DA MOTIVAÇÃO 
Art. 48. As decisões proferidas em processo administrativo deverão ser motivadas, com indicação 
dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 
I. neguem, limitem, modifiquem ou extingam direitos;
II. imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III. dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
IV. julguem recursos administrativos;
V. decorram de reexame de ofício;
VI. deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão, ou discrepem de pareceres, laudos,
propostas e relatórios oficiais;
VII. importem em anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo;
VIII. acatem ou recusem a produção de provas requeridas pelos interessados;
IX. tenham conteúdo decisório relevante;
X. extingam o processo.
§1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,
neste caso, serão parte integrante do ato e deverão compor a instrução do processo.
§2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, poderão ser utilizados recursos de
tecnologia que reproduzam os fundamentos das decisões, desde que este procedimento não
prejudique direito ou garantia dos interessados e individualize o caso que se está decidindo.
§3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões, proferidas oralmente, constará da
respectiva ata, de acórdão ou de termo escrito.
 
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CAPÍTULO XIV 
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO 
Art. 49. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do 
pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. 
§1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem as tenha
formulado.
§2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do
processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.
Art. 50. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou 
o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
CAPÍTULO XV 
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO 
Art. 51. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e 
pode, respeitados os direitos adquiridos, revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade. 
Parágrafo único. Ao beneficiário do ato deverá ser assegurada a oportunidade para se manifestar 
previamente à anulação ou revogação do ato. 
Art. 52. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo 
a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria 
Administração. 
Parágrafo único. Admite-se convalidação voluntária, em especial, nas seguintes hipóteses: 
I. vícios de competência, mediante ratificação da autoridade competente;
II. vício de objeto, quando plúrimo, mediante conversão ou reforma;
III. quando, independentemente do vício apurado, se constatar que a invalidação do ato trará mais
prejuízos ao interesse público do que a sua manutenção, conforme decisão plenamente motivada.
 
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Art. 53. A Administração tem o prazo de cinco anos, a contar da data da publicação da decisão final 
proferida no processo administrativo, para anular os atos administrativos dos quais decorram efeitos 
favoráveis para os administrados, ressalvado o caso de comprovada má-fé. 
§1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do
primeiro pagamento.
§2º Sem prejuízo da ponderação de outros fatores, considera-se de má-fé o indivíduo que,
analisadas as circunstâncias do caso, tinha ou devia ter consciência da ilegalidade do ato praticado.
§3º Os Poderes do Estado e os demais órgãos dotados de autonomia constitucional poderão, no
exercício de função administrativa, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional
interesse social, restringir os efeitos da declaração de nulidade de ato administrativo ou decidir que
ela só tenha eficácia a partir de determinado momento que venha a ser fixado.
CAPÍTULO XVI 
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO 
Art. 54. Das decisões proferidas em processos administrativos e das decisões que adotem 
providências acauteladoras cabe recurso. 
Parágrafo único. Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de 
caução. 
Art. 55. O recurso administrativo interpõe-se por meio de requerimento endereçado ao órgão ou 
autoridade prolatora da decisão impugnada, devendo ser expostos os fundamentos do pedido de 
nova decisão, permitida a juntada de documentos. 
Parágrafo único. Se o recorrente alegar violação ou não-incidência de enunciado ou súmula 
vinculante, o órgão ou autoridade competente para decidir o recurso explicitará as razões da 
aplicabilidade ou inaplicabilidade do enunciado, conforme o caso. 
Art. 56. O recurso interposto contra decisão interlocutória ficará retido nos autos para apreciação 
em conjunto com o recurso interposto contra a decisão final, admitida a retratação pelo órgão ou 
autoridade administrativa, em cinco dias úteis. 
Parágrafo único. Demonstrada a possibilidade de ocorrência de

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