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ESTADO EM DIREITO INTERNACIONAL CONCEITO DE ESTADO: agrupamento humano estabelecido permanentemente num território (porção geograficamente delimitada) determinado e sob um governo independente com capacidade de relacionar-se com outros Estados. ELEMENTOS DO ESTADO: - Povo; - Território; - Soberania. De acordo com a Convenção de Montevidéu sobre Direitos e Deveres dos Estados, que foi o primeiro tratado internacional a analisar o tema, o Estado, como pessoa de Direito Internacional, deve preencher os seguintes requisitos: 1. Ter uma população permanente; 2. Possuir um território definido; 3. Possuir um governo; e 4. Ter capacidade para estabelecer relações com outros Estados. AQUISIÇÃO E PERDA DE TERRITÓRIO: estão relacionadas à formação do Estado. Formas: 1. Descoberta: as potências marítimas adquirem território por “descoberta”, seguida de ocupação (efetiva ou presumida) durante a colonização da América. 2. Cessão onerosa: compra e venda de parte de um território de um país pelo outro. Exemplo: os EUA compraram a Louisiana da França, em 1803; e o Brasil comprou o Acre da Bolívia, em 1903. 3. Cessão gratuita: trata-se de uma cessão de uma parte de um território a partir de indenização por guerra. O Estado perde a guerra e cede, por meio de acordo de paz, parte do território. Exemplo: em 1871, a França, derrotada na guerra contra a Alemanha, teve que ceder a Alsácia-Lorena à Alemanha (pelo tratado de Frankfurt) e, em 1919, foi obrigada a restitui- la à França, de acordo com o tratado de Versalhes, de 1919. CLASSIFICAÇÃO DOS ESTADOS 1. Estado simples: apresentam uma estrutura organizacional estabelecida de uma maneira uniforme. Não há divisão interna de competência típica dos Estados federados. Exemplos: Portugal, Espanha, Uruguai, Chile, Japão etc. 2. Estado federal: nas Relações Internacionais, o Estado federal forma-se por meio da constituição de uma única pessoa jurídica de Direito Internacional, um só Estado soberano. Internamente, há divisão interna de competências. Originou-se da Constituição americana, em 1787. 3. Confederação: trata-se da União permanente com vistas à realização de empreendimentos comuns, principalmente em relação à defesa. Exemplos: a Confederação Americana e a Confederação Germânica (1834). RECONHECIMENTO DE ESTADO Quando um novo Estado é criado há a necessidade de reconhecimento pela sociedade internacional. Exemplos: Brasil (Portugal o reconheceu em 1825). EUA reconheceram o Estado de Israel em 1948, horas após o reconhecimento pela Assembleia Geral da ONU. É um ato declarativo unilateral pelo qual um Estado admite a existência de outro. Há também a necessidade de reconhecimento de governo e casos de novos governos resultantes de guerra civil. RECONHECIMENTO DE GOVERNO Ocorre em casos de novos governos resultantes de guerra civil. EXTINÇÃO DE ESTADO É a substituição de um Estado (predecessor) por outro (sucessor) na responsabilidade pelas obrigações. Convenção de Viena sobre sucessão em matéria de tratados (1978) Convenção de Viena sobre sucessões de Estados em matéria de bens, arquivos e dívidas (1983) As duas convenções estabelecem regras sobre a sucessão do Estado. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO, CONSULAR E DIPLOMÁTICA IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO: Princípio recorrente no Direito Internacional que o Estado tenha essa autoridade para impor a sua jurídica para todos que estejam em seu território. Os representantes de um determinado Estado podem entrar no território de outro Estado e agir na sua capacidade oficial. Esse caso acontece em razão da cortesia e na reciprocidade internacional. A imunidade de jurisdição é destinada àquelas pessoas que irão disfrutar de prerrogativas especiais que são inerentes ao cargo ou função que são investidas, ficando sujeitas somente à jurisdição do seu Estado de origem. 1. Objetivo: garantir a independência e a estabilidade dos representantes do Estado. Privilégios de ordem criminal, civil e fiscal – feita pelo prolongamento dos efeitos de regras aplicadas a determinadas pessoas em território nacional. Princípio corrente no Direito Internacional IMUNIDADE DIPLOMÁTICA E SERVIÇO CONSULAR: → Diplomata: representa o Estado de origem em assuntos de Estado. → Cônsul: representa o Estado em relação a interesses privados. Convenção: o que vai determinar a incidência da imunidade é a função (diplomática ou consular). Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas Convenção de Viena sobre Relações Consulares Obs.: No Brasil, as carreiras de cônsul e diplomata são unificadas. Diferença: a imunidade consular é mais restrita. → Objetivo: agentes diplomáticos tenham independência para outorgar certos privilégios e prerrogativas que são inerentes às funções, sem os quais eles não poderiam atuar livremente e com independência. Essas prerrogativas são fruto do costume internacional da prática diplomática, são historicamente anteriores à imunidade do próprio Estado, e foram positivadas nos artigos 20 ao 42 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas de 1961. Tanto os diplomatas de carreira (embaixador até o terceiro secretário) e o pessoal do quadro administrativo e técnico (desde que provenham do Estado de origem) terão imunidade absoluta. Exceções: questões relativas à propriedade imobiliária e às atividades comerciais privadas. Eles irão gozar de ampla imunidade de jurisdição penal, civil e tributária, e são fisicamente invioláveis, não podendo, também, depor como testemunhas. Teorias para justificação da necessidade de privilégios e imunidades à diplomatas: 1. Teoria da extraterritorialidade: faria da embaixada uma parte do território acreditante - Hugo Grócio, século XVII, ficção jurídica. Essa teoria foi abandonada. 2. Teoria do interesse da função: a finalidade dos privilégios e imunidades não é beneficiar indivíduos, e sim garantir o eficaz desempenho das funções das Missões diplomáticas. Forma de imunidade legal e política dos governos que irão assegurar as missões diplomatas, a inviolabilidade, o salvo-conduto e outras prestações públicas. Os privilégios concedidos aos agentes diplomáticos se estendem aos membros das suas famílias, desde que eles vivam sob sua dependência no exterior e tenha seu nome incluído numa lista diplomática. Imunidade: são penais, tributárias, trabalhistas e cíveis. É utilizada para definir garantia ou benefício no exercício da função do diplomata ou cônsul. Essas imunidades são concedidas no Direito Internacional de Estado para Estado (sempre terão os privilégios) Privilégios: relacionados à imunidade, entretanto mais relacionados ao indivíduo (pode ser concedido). Imunidade de jurisdição: o Estado não pode ser processado pelos tribunais de direito interno (domésticos). É um princípio básico de Direito Internacional. RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DO ESTADO Não existia até a Revolução Francesa. Conceito: instituto jurídico em virtude do qual o Estado ao qual é imputado um ato ilícito, deve uma reparação ao Estado contra qual esse ato foi cometido. Características: a) visa sempre a reparação de um prejuízo/dano; b) é de Estado para Estado.
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