Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 VALESSA VALENÇA | HABILIDADES MÉDICAS 7 | OBSTETRÍCIA | 2021.2 O QUE É HEMORRAGIA PÓS-PARTO? • É a hemorragia pós-parto que cursa com perda sanguínea suficiente para causar instabilidade hemodinâmica de grande importância; • A perda sanguínea de mais de 500 mL no parto vaginal ou mais de 1.000 mL no parto cesárea, ou perda sanguínea suficiente para causar instabilidade hemodinâmica; • Subdividida em: primária/precoce ou secundária/tardia. CLASSIFICAÇÃO • Primária ou precoce: Se ocorre nas primeiras 24 horas pós-parto; Principal causa: atonia uterina. • Secundária ou tardia: Quando acontece após as primeiras 24h e até 12 semanas pós-parto. SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS • Palpitações, vertigem, fraqueza, sudorese, taquicardia, agitação e palidez; • Pode evoluir para oligúria/anúria e colapso. 4TS • Fatores relacionados à hemorragia TÔNUS • Hipotonia/atonia uterina • Conduta → massagem uterina bimanual, drogas uterotônicas (ocitocina e prostaglandinas) e agentes vasopressores (noradrenalina) TRAUMA • Trauma do canal de parto, rotura uterina ou inversão uterina • Conduta → técnica cirúrgica TECIDO • Retenção do tecido placentário ou de membranas • Conduta → extração manual da placenta (retenção placentária), curetagem uterina puerperal e acretismo placentário TROMBINA • Doença de von Willebrand, Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI), Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) e hemofilias • Conduta → tratar causas base, coagulograma e contagem de plaquetas FATORES DE RISCO • Hemorragia pós-parto • Cesárea em gestação prévia • Dequitação prolongada • Infecção intrauterina • Parto com fórceps • Trabalho de parto prolongado • Involução uterina anormal • Lacerações do canal • Gemelaridade • Macrossomia fetal • Polidrâmnio • Multiparidade CONSEQUÊNCIAS DA HEMORRAGIA PÓS-PARTO Além do óbito, grave morbidade pode estar associada à hemorragia pós-parto; as sequelas incluem síndrome de angústia respiratória aguda (SARA), coagulação intravascular disseminada (CID), choque e necrose hipofisária (síndrome de Sheehan). PREVENÇÃO • Administração de ocitocina (10 UI) por via intramuscular (IM) após o nascimento da criança; • Alternativamente à administração da ocitocina IM, pode-se administrar 20 a 40 UI de ocitocina em 1.000 mℓ de soro fisiológico a 150 mℓ/h como agente uterotônico; • Como 2ª linha, ainda temos as seguintes opções: metilergonovina 0,2 IM ou misoprostol 400 a 800 mg oral; seguida por tração controlada do cordão, e extração da placenta; • Esse conjunto de ações reduz em até 2/3 a ocorrência da hemorragia puerperal, sem aumentar a necessidade de remoção manual da placenta. A ligadura do cordão não mais faz parte da conduta ativa no secundamento. 2 VALESSA VALENÇA | HABILIDADES MÉDICAS 7 | OBSTETRÍCIA | 2021.2 RECOMENDAÇÕES DA OMS A conduta ativa no secundamento é recomendada para os partos vaginais • A massagem uterina sustentada não é recomendada em mulheres que receberam ocitocina profilática • A palpação do útero após o parto para identificar a atonia uterina é recomendada para todas as mulheres • A ocitocina (IV/IM) é recomendada como uterotônico na prevenção da hemorragia pós-parto na cesárea • A tração controlada do cordão é recomendada como procedimento para a extração da placenta na cesárea CASO CLÍNICO A.L.D., 34 anos, G2 P1 A0; gestação gemelar dicoriônica e diamniótica após FIV (fertilização in vitro), foi admitida em uma maternidade com 34 semanas de idade gestacional, em fase ativa de trabalho de parto com 4 centímetros de dilatação. Devido parto cesariano anterior há 2 anos e gestação atual gemelar foi submetida à nova cesariana, sendo o ato operatório sem intercorrências. Após 4 horas do término do procedimento, na sala de recuperação pós-anestésica, foi identificada, pela equipe da enfermagem, alteração dos sinais vitais da paciente: hipocorada, hipotensa e taquicárdica. Após equipe médica ser notificada e ter avaliado a paciente observou-se: útero hipotônico, palpável acima da cicatriz umbilical e saída de grande volume de sangue coagulado após toque vaginal com massagem uterina. • Causa da hemorragia no caso → atonia uterina DIAGNÓSTICO O diagnóstico é feito por exame pélvico bimanual após o cateterismo vesical. A compreensão ou massagem uterina é um tratamento que possui uma boa eficácia. TRATAMENTO GERAL TRATAMENTO ESPECÍFICO DA ATONIA • A melhor estratégia na prevenção da HPP é a adoção, em todas as pacientes, da conduta ativa no terceiro estágio do trabalho de parto, que consiste na administração de droga uterotônica (10 UI de ocitocina, via IM) após o desprendimento do ombro anterior e tração controlada do cordão umbilical • Caso clínico --> Medicamentos uterotônicos (40 UI de ocitocina via EV, 0,25 mg de ergotrate via IM, 1.000 mg de transamin via EV e 800 mcg de misoprostol via retal) e ressuscitação volêmica com 2 acessos venosos calibrosos com 1,5 litro de solução cristaloide 3 VALESSA VALENÇA | HABILIDADES MÉDICAS 7 | OBSTETRÍCIA | 2021.2
Compartilhar