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Assessoria e Consultoria nas Instituições e Projetos Sociais

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2016
AssessoriA e ConsultoriA 
nAs instituições e 
Projetos soCiAis
Prof.ª Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof.ª Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
361.3
P615 a Pieritz; Vera Lúcia Hoffmann 
 Assessoria e consultoria nas instituições e projetos sociais/ 
Vera Lúcia Hoffmann Pieritz : UNIASSELVI, 2016.
 279 p. : il.
 ISBN 978-85-7830-987-9
 1.Serviço social. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
APresentAção
Caro(a) acadêmico(a)! Tudo bem com você? Esperamos que sim.
Eu sou a professora Vera Lúcia Hoffmann Pieritz, possuo Mestrado 
em Desenvolvimento Regional, Especialização em Educação a Distância: 
Gestão e Tutoria e MBA Profissional em Gestão Administrativa e Marketing. 
Sou graduada em Serviço Social e em Direito. 
Tenho experiência profissional em coordenação do Curso de Serviço 
Social e de estágios curriculares obrigatórios, além de docência no ensino 
superior e como orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso. Assistente 
Social do artigo 170/Uniasselvi. Conselheira Municipal dos Direitos do Idoso 
e dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes de Indaial/SC, integrante do 
Núcleo de Educação Permanente do SUAS/SC. Consultora Empresarial na 
área de gestão. 
Possuo experiência na área de Serviço Social, Estágio, consultoria 
e assessoria técnica de gestão, atuando principalmente nos seguintes 
temas: economia solidária, redes, políticas públicas, gestão, autogestão, 
Planejamento Estratégico, organização empresarial e serviço social.
Iniciaremos os estudos de Assessoria e Consultoria nas Instituições 
e Projetos Sociais, no qual trabalharemos primeiramente os conceitos, 
características e as diferentes formas de Organizações e Instituições, para 
assim compreender como se dá a práxis profissional do assistente social nos 
processos organizacionais e também como assessores e consultores sociais.
Outros aspectos a serem trabalhados nesta disciplina são a questão 
da assessoria e consultoria social e do papel do assessor e consultor na 
administração pública, privada e do terceiro setor, além da participação do 
Serviço Social nos projetos sociais. 
Também trabalhar-se-á o Monitoramento e a avaliação de planos, 
programas e projetos sociais, além do Controle Social, para assim compreendermos 
a importância destes conceitos na vida profissional do assistente social.
Na primeira unidade você conhecerá as diferentes formas de 
organização, promovendo a reflexão e discussão sobre os conhecimentos 
acerca das características principais das diversas formas de organizações, 
além de possibilitar a identificação de suas questões gerenciais e estruturais, 
tanto nas organizações públicas, privadas e não governamentais além da 
cogestão, autogestão, cooperativismo e associativismo.
Na segunda unidade, discutiremos questões em torno do universo da 
assessoria e consultoria institucional, em que buscaremos compreender as 
nuances relativas à assessoria e consultoria institucional, que trabalharemos 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
seus conceitos e características, além de apresentar para você, prezado(a) 
acadêmico(a), como é realizado o assessoramento e a prestação de consultoria 
tanto nos projetos sociais, como nas instituições públicas e privadas e no 
Terceiro Setor.
Na terceira e última unidade, você estudará a questão da avaliação, 
monitoramento e o controle social, para assim compreender a Relevância, 
significado, tipos e ferramentas da avaliação e monitoramento, seja de planos, 
programas ou projetos sociais, além de desvelar as nuances do Controle 
social e sua importância para as políticas sociais brasileiras.
Pronto(a) para começar a compreender o significado da assessoria e 
consultoria nas instituições e projetos sociais? 
Então vamos à luta, e bons estudos!
Prof.a Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
V
VI
VII
UNIDADE 1: AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO ................................................. 1
TÓPICO 1 : AS ORGANIZAÇÕES/ENTIDADES ............................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 AS ORGANIZAÇÕES/ENTIDADES ................................................................................................ 3
3 PRINCIPAIS TIPOS DE ORGANIZAÇÕES ................................................................................... 9
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 18
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 19
TÓPICO 2: COGESTÃO E AUTOGESTÃO ....................................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 21
2 COGESTÃO ........................................................................................................................................... 21
3 AUTOGESTÃO ..................................................................................................................................... 23
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 30
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 32
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 34
TÓPICO 3: COOPERATIVISMO .......................................................................................................... 35
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 35
2 HISTÓRICO DO COOPERATIVISMO: BREVES CONSIDERAÇÕES .................................... 36
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 37
3 O SIGNIFICADO DO COOPERATIVISMO.................................................................................. 41
4 PRINCÍPIOS COOPERATIVISTAS .................................................................................................. 43
5 OS RAMOS DO COOPERATIVISMO ............................................................................................. 44
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 47
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 48
TÓPICO 4: ASSOCIATIVISMO ........................................................................................................... 51
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 51
2 ASSOCIATIVISMO ............................................................................................................................. 51
3 DIFERENÇAS ENTRE COOPERATIVAS E ASSOCIAÇÕES ..................................................... 57
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 62
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 70
UNIDADE 2: O UNIVERSO DA ASSESSORIA E CONSULTORIA INSTITUCIONAL ......... 73
TÓPICO 1: A ASSESSORIA .................................................................................................................. 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
2 CONCEITOS BÁSICOS DE ASSESSORIA .................................................................................... 76
3 ASSESSORANDO INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS ................................................. 86
4 ASSESSORANDO ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS (ONGS) E O 
TERCEIRO SETOR .............................................................................................................................. 92
sumário
VIII
RESUMO DO TÓPICO 1 .....................................................................................................................97
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................99
TÓPICO2: A CONSULTORIA ............................................................................................................101
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................101
2 CONCEITOS BÁSICOS DE CONSULTORIA ..............................................................................102
3 CARACTERÍSTICAS DO CONSULTOR ......................................................................................110
4 OBJETIVOS DA CONSULTORIA ..................................................................................................117
5 A PRESTAÇÃO DE CONSULTORIA EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS, PRIVADAS E DO 
TERCEIRO SETOR .............................................................................................................................125
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................127
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................128
TÓPICO 3: A ASSESSORIA E CONSULTORIA NOS PROJETOS SOCIAIS ...........................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 ASSESSORIA VERSUS CONSULTORIA: SUAS DIFERENÇAS .............................................130
3 A FUNÇÃO SOCIAL DAS INSTITUIÇÕES E ORGANIZAÇÕES ..........................................132
4 ASSESSORIA E CONSULTORIA SOCIAL ..................................................................................151
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................158
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................162
TÓPICO 4: O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL COMO ASSESSOR E CONSULTOR .......165
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................165
2 DAS COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL ..................................166
3 AS TRÊS DIMENSÕES DA PRÁXIS PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL ...........170
4 AS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NA 
ÁREA DA ASSESSORIA E CONSULTORIA ..............................................................................176
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................184
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................186
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................188
UNIDADE 3: AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO E CONTROLE SOCIAL ...........................193
TÓPICO 1: AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS .....................................................................195
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................195
2 RELEVÂNCIA E SIGNIFICADO DA AVALIAÇÃO ...................................................................196
3 MODOS DE AVALIAÇÃO................................................................................................................200
4 AVALIAÇÃO DE RESULTADOS DAS POLÍTICAS SOCIAIS E SUA 
IMPORTÂNCIA ...............................................................................................................................206
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................210
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................214
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................216
TÓPICO 2: MONITORAMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS ...................................................217
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................217
2 O MONITORAMENTO ....................................................................................................................218
3 O MONITORAMENTO ENQUANTO PROCESSO ...................................................................223
4 A CONSTRUÇÃO DE INDICADORES DE MONITORAMENTO .........................................229
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................240
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................242
IX
TÓPICO 3: CONTROLE SOCIAL ..................................................................................................... 245
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................245
2 CONTROLE SOCIAL: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS ................................................... 247
3 MODALIDADES E POSSIBILIDADES DO EXERCÍCIO DO CONTROLE SOCIAL ........ 255
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 261
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 264
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 266
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 269
X
1
UNIDADE 1
AS DIFERENTES FORMAS DE 
ORGANIZAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender as características conceituais das organizações;
• aprofundar os conhecimentos acerca das características principais das di-
versas formas de organizações;
• identificar as diversas questões gerenciais e estruturais das organizações 
públicas, privadas e não governamentais, além da cogestão, autogestão, 
cooperativismo e associativismo.
A Unidade 1 está dividida em quatro tópicos e, ao final de cada um deles, você 
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos realizando as atividades 
propostas.
TÓPICO 1 – AS ORGANIZAÇÕES/ENTIDADES
TÓPICO 2 – COGESTÃO E AUTOGESTÃO
TÓPICO 3 – COOPERATIVISMO
TÓPICO 4 – ASSOCIATIVISMO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
AS ORGANIZAÇÕES/ENTIDADES
1 INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a), sabemos que não existe apenas um tipo de 
organização ou entidade, e que esta pode ser de cunho público, privado ou uma 
organização não governamental. 
Deste modo, neste tópico pretendemos trabalhar o significado das 
organizações e entidades, ou seja, realizaremos um estudo das organizações para 
compreendermos tanto as empresas privadas, como as organizações públicas e 
sociais. 
E este estudo se faz necessário pela própria evolução da sociedade e do 
conhecimento, tanto por seus aspectos econômicos, políticos e sociais. 
Além do mais, a compreensão destes conceitos lhe proporcionará maior 
entendimento dos tipos de organizações e entidades nos quais os assistentes 
sociais poderão prestar assessoria e consultoria.
2 AS ORGANIZAÇÕES/ENTIDADES
Prezado(a) acadêmico(a), você conhece o que é uma organização? Uma 
entidade? Uma instituição?
Independentemente de ser pública, privada ou do terceiro setor, podemos 
observar que existem organizações, entidades e instituições em todos os campos 
do mundo, e em todas as etnias e culturas, pois devemos partir do princípio 
de que onde se aglomeram pessoas em prol de determinados objetivos comuns, 
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
4
estas acabam formando uma organização, pois compreende-se que o princípio 
fundamental de qualquer organização “é uma divisão de trabalho, permitindo 
uma multiplicação das capacidades individuais.” (DIAS, 2008, p. 16). 
Estas capacidades humanas articuladas em um arranjo estrutural e 
organizacional, na perspectiva da concretização de um objetivo comum, podem 
ser compreendidas como uma organização ou entidade. 
Vale ressaltar que compreende-se por “entidade” “a organização ou 
corporação social, ainda que não personalizada.” (CUNHA, 2011, p. 135).
NOTA
Prezado(a) acadêmico(a), uma “corporação” nada mais é do que uma “entidade 
coletiva. O gênero de que são espécies a sociedade e a associação”. (CUNHA, 2011, p. 90). Em 
outros termos, uma corporação é uma instituição, uma organização, uma entidade.
Cunha (2011, p. 135) complementa ainda que a Entidade é uma 
“unidade de atuação da administração dotada de personalidade jurídica”, 
ou seja, uma entidade é uma organização, é uma instituição, é uma empresa, 
independentemente de ser pública, privada ou do terceiro setor.
Podemos encontrar organizações tanto no setor público, quanto no 
privado. Mas, também podemos encontrar organizações no terceiro setor como 
as ONGs, as OCIPs, associações, institutos entre outros. Além de que podemos 
considerar que a estrutura familiar também é uma organização, pois possui 
objetivos em comum.
UNI
Pois, “as organizações, enfim, podem ser estudadas por vários ângulos, podendo 
ser consideradas como máquinas, organismos vivos, culturas, sistemas políticos, instrumentos 
de dominação entre outras metáforas que têm utilidade em contextos e disciplinas distintas.” 
(DIAS, 2008, p.16-17).
TÓPICO 1 | AS ORGANIZAÇÕES/ENTIDADES
5
Generalizando, prezado(a) acadêmico(a), as organizações são encontradas 
em todos os âmbitos da sociedade em que vivemos e em todo o mundo, como por 
exemplo:
No setor público: que compreende todas as organizações de competência 
do Estado, como as prefeituras, empresas públicas, autarquias entre outras. O 
qual é caracterizado por compreender todos os aspectos da gestão/administração 
pública, que possui por intuito suprir as necessidades da coletividade social e o 
bem público.
No setor privado: onde se encontram as empresas denominadas de 
organizações de cunho industrial, comercial, financeiro, de lazer e entretenimento, 
de prestação de serviços entre outras. Que por intermédio da gestão empresarial 
particular possui por norte os fatores econômicos subjetivos da própria 
organização, em que busca única e exclusivamente suprir suas próprias 
necessidades e as necessidades de seus consumidores.
No terceiro setor: que são as organizações não governamentais, como as 
fundações, organizações filantrópicas entre outras. São denominadas de organizações 
de caráter social, de puro interesse privado, mas não econômico, pois buscam 
desenvolver suas atividades em prol de necessidades sociais e não organizacionais.
Independentemente do setor de atividade de uma organização, devemos 
compreender que esta, segundo Drucker (1999, p. 33), “é sempre especializada. 
Ela é definida por sua tarefa.” Ou seja, uma organização é determinada por seu 
objetivo, missão e negócio, os quais determinam a sua própria existência.
Então, prezado(a) acadêmico(a), quais são as semelhanças e diferenças 
mais importantes entre estes três grandes tipos de organização?
Pois bem, vejamos no quadro a seguir:
QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DOS TRÊS GRANDES TIPOS DE ORGANIZAÇÕES
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
(setor público)
EMPRESAS
(setor privado)
ORGANIZAÇÕES 
SOCIAIS
(terceito setor)
Modo primário de 
filiação
Obrigatório Voluntário Voluntário
Fundamento da 
filiação primária Cidadania Propriedade Inscrição
Fundamento da 
filiação secundária Emprego Emprego Emprego
Tipos de tarefas Geral Específica Específica
Estrutura primária 
de poder Estrutura política Propriedade 
Estrutura 
participativa
FONTE: Infestas Gil (apud DIAS, Reinaldo. Sociologia das organizações. São Paulo: Atlas, 2008. 
p. 31)
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
6
Então, prezado(a) acadêmico(a), o que é realmente uma organização?
Vejamos:
Pelas premissas de Maximiano (1992), uma organização é uma combinação 
de esforços individuais e subjetivos dos seres humanos, que tem por intenção 
primária realizar propósitos e objetivos coletivos e comuns ao grupo de interesse. 
Neste sentido, podemos expor que por intermédio de uma organização é possível 
perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma única pessoa. 
Como exemplos de organizações podemos citar:
• as creches;
• as associações de moradores;
• o corpo de bombeiros;
• as escolas;
• a igreja;
• as empresas ou indústrias;
• os clubes de mães;
• uma clínica médica ou veterinária;
• uma clínica de recuperação de viciados em drogas;
• entre outros.
Sendo que a origem da palavra organização, segundo Dias (2008, p. 21), 
“deriva do grego ‘organon’ e significa uma ferramenta ou instrumento. Nesse 
sentido, as organizações podem ser entendidas como instrumentos utilizados 
pelo homem para desenvolver determinadas tarefas que não seriam possíveis deserem realizadas por um indivíduo em particular.” Então, uma organização nada 
mais é do que uma entidade social, que está coordenada conscientemente pelos 
seus integrantes, na qual existem fronteiras delimitadas que funcionam numa 
base relativamente contínua, tendo em vista a realização de objetivos comuns. 
(BILHIM, 2006).
Então, prezado(a) acadêmico(a), podemos dizer que uma organização só 
existirá se um determinado grupo de pessoas obtiver um objetivo comum e se 
organizar para atingir os mesmos. Pois, o ato de se organizar, segundo Montana 
(2003, p. 170), “é o processo de reunir recursos físicos e humanos essenciais à 
consecução dos objetivos de uma empresa.”
Para uma organização (enquanto instituição) o fator organização (como 
forma e ato de organizar) é fundamental para a sobrevivência da mesma, pois se 
uma instituição não for bem organizada esta não atingirá seus objetivos e metas 
comuns, acarretando a ineficácia e ineficiência organizacional.
Assim, devemos compreender que uma organização:
TÓPICO 1 | AS ORGANIZAÇÕES/ENTIDADES
7
• Deve haver a combinação dos esforços subjetivos dos seus integrantes em prol 
dos objetivos coletivos.
• É formada por sua estrutura física, tecnológica e pessoal.
• Existe a divisão de tarefas, conforme habilidade e competência dos seus 
integrantes.
• A gestão deve ser coletiva em todo o processo de planejamento organizacional.
• Que existe uma estrutura representada por um organograma.
Então, prezado(a) acadêmico(a), qual a função das organizações?
Sabe-se que para se ter uma organização deve haver um objetivo comum 
entre algumas pessoas, pois estas desejam, por meio de seus esforços, produzir um 
bem ou prestar algum tipo de serviço, e para que isto seja possível os integrantes 
da organização necessitam colocar em ação suas habilidades e conhecimentos 
referentes ao bem ou serviço a ser produzido, ou seja, tornar seus conhecimentos 
e habilidades produtivas. Pois, segundo Drucker (1999, p.34, grifo nosso), “a 
função das organizações é tornar produtivos os conhecimentos”.
UNI
“Quanto mais especializados forem os conhecimentos, mais eficazes 
eles serão. Os melhores radiologistas não são aqueles que mais conhecem a respeito de 
medicina; são os especialistas que sabem como obter imagens do interior do corpo por 
meio de raios X, ultrassom, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Os 
melhores pesquisadores de mercado não são aqueles que mais conhecem a respeito de 
pesquisa de mercado. Entretanto, nem os radiologistas nem os pesquisadores de mercado 
obtêm resultados sozinhos; seu trabalho é somente um ‘insumo’, que não se transforma em 
resultado a menos que seja juntado ao trabalho dos outros especialistas”.
“Os conhecimentos por si mesmos são estéreis. Eles somente se tornam produtivos se forem 
soldados em um só conhecimento unificado. Tornar isso possível é a tarefa da organização, 
a razão para a sua existência, sua função”. (DRUCKER, 1999, p. 35).
E quais são as características fundamentais das organizações? Vejamos:
Uma organização apresenta sete características gerais, que são:
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
8
FIGURA 1 – CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ORGANIZAÇÕES
ORGANIZAÇÕES
SÃO SISTEMAS SOCIAIS
PESSOAS ASSOCIADAS
PERDURAM NO TEMPO
SÃO UNIVERSAIS
TÊM IDENTIDADE PRÓPRIA
DIVISÃO DO TRABALHO
TÊM SISTEMA DE 
COMUNICAÇÃO
FONTE: Adaptado de Dias (2008, p. 25-26) 
São sistemas sociais: pois são compostas por meio do convívio dos seres 
humanos em sociedade e reguladas por seus princípios éticos e morais.
Pessoas associadas: que compreende o agrupamento de pessoas em prol 
de objetivos comuns.
Perduram no tempo: depois de constituídas, as organizações podem vir a 
perdurar por muito tempo, constituindo sua história perante a sociedade em que 
estão instituídas. Passa de geração para geração.
São universais: uma organização pode ser formada em qualquer lugar do 
mundo, sob qualquer pretexto e objetivo, desde que haja objetivos comuns.
Têm identidade própria: cada organização possui características próprias 
a sua existência, ou seja, cada organização possui uma cultura organizacional 
diferenciada conforme os objetivos e as pessoas que a formaram.
Têm sistema de comunicação: existe um sistema de informações entre 
os departamentos da organização, para que possibilite maior integração das 
informações pertinentes à gestão da organização.
Divisão do trabalho: existe a divisão de tarefas para que se possa atingir 
o objetivo almejado com maior eficiência e eficácia.
TÓPICO 1 | AS ORGANIZAÇÕES/ENTIDADES
9
NOTA
“A organização constitui-se numa rede de relações entre pessoas que a 
compõem. Mas ela, também, se apresenta do ponto de vista material, por exemplo, como um 
conjunto de máquinas, equipamentos, imóveis, instalações e outros materiais imóveis, que no 
entanto não funcionam sem as pessoas. Assim, podemos compreender a organização como 
sendo formadAa por um sistema técnico e um social, em que ambos estão estreitamente 
inter-relacionados, formando um sistema aberto em interação constante com o ambiente 
externo.” (DIAS, 2008, p. 28).
3 PRINCIPAIS TIPOS DE ORGANIZAÇÕES
Prezado(a) acadêmico(a), conforme os objetivos que fundamentam cada 
tipo de organização, as mesmas são tipificadas de acordo com sua natureza e 
funcionalidade, onde existem quatro critérios fundamentais que sincronizados 
com a funcionalidade almejada pela organização, as definem. São eles:
FIGURA 2 – CRITÉRIOS QUE DEFINEM UMA ORGANIZAÇÃO
FONTE: Adaptado de Castro (2008, p.153-154)
Então, acadêmico(a), de acordo com este organograma, vejamos as 
características de cada critério que define uma organização:
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
10
Primeiro critério: necessidades básicas: para que haja a formação e 
estruturação de uma organização, a mesma deve ser pautada ou edificada sob 
algumas necessidades internas e externas, ou seja, a organização é formada para 
responder a alguns problemas internos, e os mesmos devem estar conectados 
com o ambiente externo da organização. 
No que tange às questões dos problemas internos à organização, estas são:
a) A falta de integração dos setores no estabelecimento dos objetivos e metas a 
serem traçados e na ação para alcançar os mesmos. Então, a organização deve 
cultivar uma visão holística de todo o processo organizacional, promovendo a 
integração de todos os setores e o processo de tomada de decisão coletiva.
b) A falta de concepção da latência, na qual a organização ao longo de sua história 
deve perpetuar os seus padrões culturais e motivacionais, ou seja, a sua cultura 
organizacional.
Com relação às necessidades organizacionais que estão voltadas para os 
problemas externos à organização, podemos identificar que existe: 
a) A falta de adaptação da organização com relação às transformações constantes 
do mercado e da sociedade (os consumidores), pois muitas organizações 
acabam paradas no tempo e no espaço, com apenas as suas primeiras estruturas 
organizacionais, desde a forma de gestão como a de atuação no mercado, assim 
elas perdem a competitividade e podem se extinguir. Então, uma organização 
deve estar sempre conectada com as mudanças externas a ela, principalmente 
com as novas necessidades do consumidor para que possa se adaptar às 
mesmas e continuar competitiva.
b) A falta de foco na consecução de metas organizacionais, em que os gestores 
muitas vezes não realizam um planejamento completo de suas ações, deixando 
de lado o levantamento financeiro de investimento para atingir os objetivos 
e metas propostas. Então, toda organização deve fazer um planejamento 
estratégico que englobe tudo, desde as metas e a alocação de recursos para as 
mesmas.
Segundo critério: conformidade: aqui o que devemos entender é que em 
todas as organizações existe a correlação de poder entre seus integrantes. E, em 
se tratando do poder, observa-se que conforme a estrutura organizacional que 
a organização possa ter, é que se determina a correlaçãode poder da mesma. 
Ou seja, conforme o organograma funcional e a cultura organizacional de uma 
instituição, são formados os padrões de poder dentro da organização. E estes 
possuem três formas de acontecer:
a) O poder coercitivo: que advém por meio da coerção, ou seja, por meio 
de autoridade e força imposta sobre os colaboradores de nível inferior no 
organograma estrutural, gerando aos mesmos a alienação ao processo.
TÓPICO 1 | AS ORGANIZAÇÕES/ENTIDADES
11
b) O poder remunerativo: é aquele tipo de poder sobre os outros em que existe 
um envolvimento calculista, ou seja, por força de algum tipo de benefício o 
colaborador exerce alguma função ordenada pelo seu superior.
c) O poder normativo: este poder é aquele que os gestores empregam sobre suas 
determinações organizacionais os valores éticos e morais na determinação de 
uma tarefa, ou seja, ligam ao ato da tarefa às consequências ético-morais sobre 
a não execução da mesma.
Terceiro critério: organicidade: não importa o tipo de organização, as 
pessoas que a integram e sua cultura organizacional, se ela é pequena, média 
ou grande, se é pública, privada ou do terceiro setor. O que impera é que em 
uma organização (enquanto instituição) o fator organização (como forma e ato de 
organizar) é fundamental para a sobrevivência da mesma, pois se uma instituição 
não for bem organizada, esta não atingirá seus objetivos e metas comuns, 
acarretando a ineficácia e ineficiência organizacional. Então, a instituição deve ter 
bem claro qual o seu negócio para assim estabelecer suas metas e objetivos. Pois 
sem eles a instituição não saberá concretamente como agir, para que mercado 
trabalhar e assim por diante. É de fundamental importância o estabelecimento de 
metas e objetivos organizacionais, para que a instituição possa ser competitiva e 
gerar lucratividade.
Quarto critério: objetivo do benefício: toda e qualquer organização deve 
ter bem claro qual o benefício desejado ao constituir uma organização, ou seja, 
qual o real objetivo de sua existência, por que ela existe.
Então, podemos expor que existem quatro grandes objetivos/benefício 
(tipo) para a constituição de uma organização, que são:
- Organização de negócios: em que o objetivo deste tipo de organização é de obter 
o maior lucro possível com o menor custo, onde seus principais beneficiários 
são os donos do empreendimento.
- Organização de serviços: em que o objetivo deste tipo de organização é de 
prestar serviços profissionais especializados, independente do tipo de prestação 
de serviço. E seus beneficiários são os consumidores.
- Organização de benefício mútuo: em que o objetivo deste tipo de organização é 
de conservar o domínio sobre o negócio e seus integrantes, onde os beneficiários 
deste tipo de organização são seus próprios participantes.
- Organização de natureza comunitária: em que o objetivo deste tipo de 
organização é de promover o bem-estar social de algum tipo de estrutura 
comunitária, onde o principal beneficiário é a sociedade em si.
Mas, então, quais os tipos de organização?
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
12
As organizações são classificadas em três grandes tipos de especificidades 
setoriais, tais como organizações públicas, as organizações privadas e as 
organizações do terceiro setor (ONGs, fundações filantrópicas etc.).
NOTA
Pessoa Física: em Direito, uma pessoa física (ou pessoa natural) é um ser humano 
percebido através dos sentidos e sujeito às leis físicas. Todo indivíduo (isto é, a pessoa), 
desde seu nascimento até a morte, com direitos garantidos por sua própria existência e por 
pertencer a um grupo social: de vida, liberdade, associação, apropriação, consumo, produção 
e lazer. Contrasta com a pessoa jurídica, que é uma organização que a lei trata, para alguns 
propósitos, como se fosse uma pessoa distinta de seus membros, responsáveis ou donos. 
FONTE: Sebrae. Disponível em: <http://www.dgi.inpe.br/pesquisa2009/glossario.html>. 
Acesso em: 26 jan. 2016.
NOTA
Pessoa Jurídica: é a entidade abstrata com existência e responsabilidade 
jurídicas como, por exemplo, uma associação, empresa, companhia, legalmente autorizadas. 
Podem ser de direito público (União, Unidades Federativas, Autarquias etc.), ou de direito 
privado (empresas, sociedades simples, associações etc.). Vale dizer ainda que as empresas 
individuais, para os efeitos do imposto de renda, são equiparadas às pessoas jurídicas. 
FONTE: Sebrae. Disponível em: <http://www.dgi.inpe.br/pesquisa2009/glossario.html>. 
Acesso em: 26 jan. 2016.
No que tange à organização pública, podemos citar que a finalidade 
principal da administração pública, segundo Dias (2008, p. 32), “é a prestação de 
serviços básicos aos cidadãos ou a cobertura de setores estratégicos definidos a 
partir do bem comum” de um grupo social ou de toda sociedade.
NOTA
Organização Pública Nacional: trata-se de uma Organização (Empresa) 
Brasileira, pois foi criada pelo Estado Brasileiro (Governos Federal, Estadual ou Municipal), com 
capitais próprios ou fornecidos por outras Empresas Públicas Brasileiras para a exploração de 
atividades de natureza econômica ou social no Brasil. 
FONTE: INPE. Disponível em: <http://www.dgi.inpe.br/pesquisa2009/glossario.html>. Acesso 
em: 26 jan. 2016.
TÓPICO 1 | AS ORGANIZAÇÕES/ENTIDADES
13
O objetivo principal deste tipo de organização é simplesmente a prestação 
de serviço em prol do bem-estar social público, ou seja, uma organização pública 
desenvolve suas atividades organizacionais sempre em prol da sociedade e de 
suas necessidades e nunca busca em suas ações benefícios econômicos para a 
organização, mas sim para a população. E é nestas organizações públicas que 
por meio das políticas públicas os assistentes sociais desenvolvem sua prática 
profissional.
Neste tipo de organização permeia também uma organização hierarquizada 
com distribuição de poderes, em que suas diretrizes são mais rígidas do que 
em uma organização privada, onde são determinadas sua forma de gestão e 
instrumentalidade. Assim, no âmbito da gestão pública são desenvolvidos os 
planos, programas e projetos sociais por intermédio das políticas públicas, na 
qual o assistente social se faz necessário, pois é um profissional gabaritado para 
desenvolver estratégias de enfrentamento das questões sociais, objetos estes de 
intervenção do Serviço Social.
Já com relação às organizações sociais (terceiro setor), podemos observar 
que esse tipo de organização procura constantemente permear em seu âmbito 
a solidariedade, procurando assim beneficiar o máximo de pessoas possível. 
Neste sentido, podemos expor que as organizações sociais do terceiro setor 
buscam constantemente desenvolver programas e projetos sociais que possam 
proporcionar à população melhores condições de vida e superação dos problemas 
sociais ali postos.
Diferente da administração pública, as organizações sociais do terceiro 
setor possuem um caráter voluntário, que segundo Dias (2008, p. 32), possui por 
norte uma “orientação altruísta, [que] impõe relações mais horizontalizadas entre 
seus membros, com uma estrutura menos hierarquizada e mais flexível.” Que 
proporciona um processo de tomada de decisão mais coletivo e democrático na 
resolução dos problemas sociais que desenvolvem suas atividades organizacionais.
Dias (2008, p. 257) complementa expondo que “o espaço ocupado na 
sociedade por essas organizações constitui-se como um terceiro setor, público não 
estatal, onde tomam relevância novos valores, particularmente a solidariedade, 
em contraposição aos valores predominantes do setor privado – o lucro – e no 
setor público – o poder.” Ou seja, a cooperação e solidariedade são os valores 
principais das ações pertinentes das instituições do terceiro setor.
Mas, prezado(a) acadêmico(a), quais as características principais das 
organizações do terceiro setor?
Vejamos:
As organizações do terceiro setor são assim caracterizadas: 
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
14
QUADRO 2 – CARACTERÍSTICASPRINCIPAIS DAS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR
CARACTERÍSTICAS
FORMAIS São organizações formalmente constituídas, ou seja, possuem registro e 
regulamentações.
NÃO GOVERNAMENTAIS São organizações que não se enquadram na administração pública e nem 
privada.
AUTOGOVERNADAS Possuem um sistema de gestão participativa, que se autoadministra.
SEM FINS LUCRATIVOS Não possuem caráter econômico, ou seja, não possuem o intuito de lucrar 
com suas ações por meios econômicos e sim apenas os lucros sociais.
TRABALHO VOLUNTÁRIO Geralmente seus colaboradores (em sua grande maioria), possuem um 
caráter filantrópico/voluntário.
FONTE: A autora
Milani Filho (2004) complementa expondo que além destas características, 
existem outras, tais como:
• não há proprietários;
• possuem autonomia para conduzirem suas atividades e administração;
• suprem parte do papel do Estado atendendo necessidades sociais;
• possuem estrutura e presença institucional;
• são dotadas de interesse social e visam proporcionar benefícios à sociedade na 
qual atuam;
• são unidades econômicas;
• necessitam de recursos para manter suas atividades, podendo a fonte ser pública 
ou privada;
• não distribuem resultados aos seus membros, reinvestindo os superávits obtidos;
• podem gozar de privilégios fiscais conforme a legislação vigente.
ESTUDOS FU
TUROS
Você verá no caderno “Terceiro Setor, Responsabilidade Social e Desenvolvimento 
Sustentável” mais detalhes com relação ao terceiro setor.
Por fim, como poderemos compreender a organização privada (as 
empresas)?
Vejamos:
TÓPICO 1 | AS ORGANIZAÇÕES/ENTIDADES
15
Empresa? Indústria? Comércio? Fábrica? Todas estas denominações são 
expressões das organizações privadas, que podem ser definidas como “uma 
organização econômica, individual ou coletiva, que produz e oferece bens e/ou 
serviços com o objetivo de obter renda e lucros.” (KONZEN, 2006, p. 36). Mas, 
também podem ser compreendidas como sendo 
os grupos estáveis, organizados, recebem diversas denominações 
de acordo com a ciência ou ramo de conhecimento que delas trata 
e também conforme a tendência, especificação, interesse ou moda 
imperante. Observando as peculiaridades, encontramos: organizações, 
corporações, sociedades, entidades, firmas, empresas, seguidas ou não 
de qualificativo (CASTRO, 2008, p.160). 
Mas, todas partem de um único princípio, satisfazer seus clientes e gerar 
lucratividade para a organização com seu negócio.
NOTA
Organização Privada Nacional: trata-se de uma Organização (Empresa) 
controlada por pessoa física ou jurídica, criada com Capital Brasileiro, de natureza privada, 
com fins lucrativos no Brasil. 
Organização Privada Estrangeira: trata-se de uma Organização (Empresa) criada em outro 
país que não o Brasil, de natureza privada, com fins lucrativos naquele país.
FONTE: INPE. Disponível em: <http://www.dgi.inpe.br/pesquisa2009/glossario.html>. Acesso 
em: 26 jan. 2015.
Mas, acadêmico(a), qual é o objetivo principal de uma organização 
privada?
Pois bem, como já exposto, é o lucro ou o fator econômico que as 
empresas privadas procuram garantir no desenvolvimento de suas atividades. 
Neste sentido, Dias (2008, p. 32) expõe que o objetivo principal de uma empresa 
“é o benefício econômico, a partir do qual se desenvolve sua estrutura, que se 
adapta às situações novas de acordo com a necessidade de otimizar os recursos 
disponíveis”. E é nesse sentido que as ações em prol do negócio da empresa são 
tomadas, sempre buscando realizar um planejamento e tomadas de decisões no 
sentido de aprimorar o negócio e ampliar a lucratividade organizacional.
Já Castro (2008, p. 160) expõe que a “empresa é um grupo organizado, 
contando com recursos materiais e humanos, visando à consecução de objetivos 
determinados e definidos.”
Grupos organizados? 
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
16
Segundo Castro (2008, p.160), um grupo organizado nada mais é do que
um conjunto de indivíduos cujas inter-relações baseiam-se na 
expectativa de se processarem de acordo com uma estrutura que 
prevê valores, padrões, modelos e normas, ou seja, relações sociais 
padronizadas. Portanto, empresa é uma entidade autônoma que reúne 
os diversos fatores que têm em vista a produção de bens ou de serviços, 
sob a direção de uma pessoa ou de um grupo que se encarrega de 
organizá-la e se responsabilizar pelo bom êxito – ou pelos insucessos 
– de suas atividades.
Estas relações sociais devem estar conectadas com a visão, missão e 
negócio da organização, para que assim possam desenvolver sua atividade 
coerentemente com seus objetivos organizacionais.
Outro aspecto fundamental em uma organização é a questão da autonomia, 
pois esta autonomia propicia aos integrantes da organização maior liberdade e 
produtividade.
Uma empresa é classificada conforme o objetivo de sua existência, pois 
cada organização precisa ter objetivos determinados e definidos, para assim 
desenvolver suas atividades com maior foco no mercado e em seu público-alvo, 
e assim é reconhecida pelo próprio mercado, que de acordo com Castro (2008, p. 
160), “podem ser econômicos, sociais, culturais, assistenciais ou outros.” E isto 
está representado no quadro a seguir:
QUADRO 3 – OBJETIVOS EMPRESARIAIS
TIPOS SETOR DE ATIVIDADE
Econômicos Indústria, comércio, serviços.
Sociais Seguridade: previdência privada, planos de saúde.
Culturais Educação, profissionalização, teatro, museu, TV, cinema.
Assistenciais Assistência social, hospital, casa de repouso, orfanato.
FONTE: Dias (2008, p. 161)
Então, prezado(a) acadêmico(a), podemos expor que conforme o objetivo 
existencial de cada organização, a mesma elabora instrumentos e estratégias 
gerenciais de toda a sua estrutura, para assim ser competitiva no mercado. 
Mas, dentro de cada organização também temos objetivos concretos das ações 
a serem desenvolvidas pela organização, e estes objetivos partem das diretrizes 
da organização e devem estar atrelados em todas as ações desta, principalmente 
no planejamento estratégico, operacional e tático, para assim poder atingir sua 
eficiência, eficácia e efetividade.
TÓPICO 1 | AS ORGANIZAÇÕES/ENTIDADES
17
NOTA
Porte da Empresa – Segundo o SEBRAE, o critério de classificação é:
Microempresa Indústria com até 19 empregados.Comércio ou Serviço com até 09 empregados.
Pequena Empresa Indústria de 20 até 99 empregados.Comércio ou Serviço de 10 a 49 empregados.
Média Empresa Indústria de 100 até 499 empregados.Comércio ou Serviço de 50 a 99 empregados.
Grande Empresa Indústria com acima de 499 empregados.Comércio ou Serviço com acima de 99 empregados.
FONTE: Sebrae. Disponível em: <http://www.dgi.inpe.br/pesquisa2009/glossario.html>. 
Acesso em: 27 jan. 2016.
DICAS
Para um aprofundamento dos temas desse tópico, sugerimos que você leia os 
seguintes livros:
CASTRO, Celso Antonio Pinheiro de. 
Sociologia aplicada à administração. 
2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
DIAS, Reinaldo. Sociologia das 
organizações. São Paulo: Atlas, 2008.
18
Neste tópico pudemos observar uma discussão acerca do significado das 
Organizações, no qual foram abordados os seguintes itens:
• O princípio fundamental de qualquer organização é uma divisão de trabalho.
• Uma organização pode ser compreendida como um grupo humano composto 
por especialistas que trabalham em conjunto em uma tarefa comum. 
• As organizações existem em todos os setores da atividade humana. 
• Uma organização é sempre especializada e definida por sua tarefa.
• As organizações podem ser entendidas como instrumentos utilizados pelo 
homem para desenvolver determinadas tarefas que não seriam possíveis de 
serem realizadas por um indivíduo em particular.
• A função das organizações é tornar produtivos os conhecimentos. 
• Quanto mais especializados forem os conhecimentos, mais eficazes eles serão. 
• Uma organização apresenta sete características gerais, que são: são sistemas 
sociais; compreendem grupos de pessoas associadas; perduram ao longo do 
tempo; são universais; apresentam identidadeprópria; apresentam um sistema 
de comunicação; e multiplicam a capacidade individual através da divisão do 
trabalho.
• As organizações são classificadas em três grandes tipos de especificidades 
setoriais, tais como organizações públicas, as organizações privadas e as 
organizações do terceiro setor (ONGs, fundações filantrópicas etc.)
RESUMO DO TÓPICO 1
19
A palavra “organizar” deriva do termo “órgão”, e é aparentada com 
o termo “organismo”. Organizar é, pois, fazer de qualquer coisa uma 
entidade que se assemelhe a um organismo, e como ele funciona.
Temos, pois, que definir, primeiro, em que consiste um organismo. 
O termo é biológico, e aplica-se àqueles entes vivos em que se dá 
determinada complexidade de estrutura, e uma concomitante 
complexidade de funções. Um organismo vital complexo formou-
se no decurso do que se chama “evolução”, pelo que os biólogos 
denominam “diferenciação”, isto é, a formação – lenta e confusa no 
tempo, definida nos seus resultados últimos – de órgãos especiais, 
cada um para uma função especial, e concorrendo todos, cada um 
dentro de sua função, para a manutenção da vida do organismo em 
seu conjunto.
AUTOATIVIDADE
Quanto mais alto o organismo na escala evolutiva, mais complexos os seus 
órgãos, mais diferenciados; e, quanto mais diferenciados esses órgãos, menos 
capaz é cada um deles de exercer a função que compete ao outro. O fígado, 
órgão definido do organismo, não pode substituir o baço nas suas funções. O 
pulmão não pode substituir o estômago, nem o estômago o pulmão. Nos entes 
vivos inferiores, e identificados, a mesma estrutura faz as funções do estomago 
e do pulmão; ou, em melhores palavras, por não haver ainda estômago, nem 
pulmão, as funções, que mais tarde competirão a estes, encontram-se, naquele 
estado rudimentar da vida, concentradas indefinidamente numa só substância.
Um organismo é, pois, uma entidade viva em que diferentes tipos 
de funções são desempenhadas por órgãos diferentes, incapazes de se 
substituírem entre si, e concorrendo todos, na sua interação a ação conjunta, 
para a manutenção e defesa da vida do conjunto do organismo, ou do organismo 
como conjunto.
Há, pois, que ter presente, em toda organização, três princípios 
fundamentais:
a) o conjunto deve ser dividido no número de elementos, ou órgãos, que é 
preciso, nem mais nem menos, que esses;
b) cada elemento, ou órgão, do conjunto tem que ter uma função absolutamente 
distinta da de qualquer outro elemento, e relacionada com a função desse 
outro apenas pela circunstância do comum concurso para o fundamento do 
conjunto;
c) dentro de cada elemento ou órgão do conjunto se observará a mesma 
distinção de funções que se estabeleceu para o próprio conjunto, visto que 
cada elemento ou órgão, por distinto e diferenciado, é o conjunto em si 
mesmo.
FONTE: Pessoa (apud DIAS, Reinaldo. Sociologia das organizações. São Paulo: Atlas, 2008. p. 38-39)
O
R
G
A
N
I
Z
A
Ç
Ã
O
20
A partir destas informações, redija um texto dissertativo de no mínimo 
20 linhas, sobre as organizações. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos:
a) As organizações, suas principais características;
b) Os principais tipos de organizações.
21
TÓPICO 2
COGESTÃO E AUTOGESTÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a), a Autogestão e a Cogestão advêm da 
necessidade e importância do remanejamento e ajuste de custos e das formas 
de administração de uma organização, bem como a ampliação dos processos 
decisórios e democráticos, em que todos os integrantes da organização em si 
possam participar de uma forma mais efetiva e ativa em todos os processos de 
tomada de decisão.
Pois sabemos que estamos vivendo em um mundo de constantes 
transformações e globalizado, no qual se faz necessário que os processos 
administrativos sejam desenvolvidos sob novas formas de pensar e agir, 
adequando-se a cada realidade organizacional, gerando a necessidade de 
adequação às formas de gerir um empreendimento ou organização.
2 COGESTÃO
Ao se falar de uma cogestão, gestão compartilhada ou gestão 
participativa, estamos nos referindo ao mesmo modo/modelo de gestão. Apenas 
são terminologias diferentes para a mesma coisa. Trata-se de um processo 
gerencial no qual todos os integrantes de uma organização ou instituição fazem 
parte dos processos de tomada de decisões, ou seja, a decisão é coletiva e não 
individual, por segmento, setor ou direção.
Mas, prezado(a) acadêmico(a), qual o significado de gestão?
Vejamos:
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
22
FIGURA 3 – CONCEITO DE GESTÃO
FONTE: A autora
Gestão nada mais é do que um processo sistemático de trabalho intelectual 
e análise dos fatores ambientais de uma organização (pontos fortes, pontos fracos, 
oportunidades e ameaças), ou seja, é o campo de ação, no qual o gestor ou a equipe 
gestora procuram constantemente obter as informações de pessoas, recursos e da 
organização (de dentro e fora dela), para que assim possa tomar decisões em prol 
de seus objetivos e atingir os resultados almejados. 
Então, prezado(a) acadêmico(a), o que é a cogestão?
Podemos dizer que a “cogestão é um modo de administrar que inclui o 
pensar e o fazer coletivo, sendo, portanto, uma diretriz ético-política que visa 
democratizar as relações no campo [na organização]” (BRASIL, 2009, p. 10, grifo 
nosso) e “a gestão participativa reconhece que não há combinação ideal prefixada 
desses três pontos, mas acredita que é no exercício do próprio fazer da cogestão 
que os contratos e compromissos entre os sujeitos envolvidos com o sistema [...] 
vão sendo construídos”. (BRASIL, 2009, p. 11-12).
Os gestores de uma organização delineada pelos princípios da cogestão 
“ao desempenharem seus papéis, os gestores orientam-se por metas que são 
apresentadas como propostas para os colegiados. [...] Espaços em que há 
discussão e tomada de decisões no seu campo de ação de acordo com as diretrizes 
e contratos definidos.” (BRASIL, 2009, p. 12).
Neste sentido, Gehring Júnior, Soares e Corrêa Filho (2003, p. 99-100) nos 
colocam que a cogestão é
um modelo que pode se ajustar às transformações sociais, por envolver 
a participação de mais de um elemento [...], no qual as decisões são 
democráticas. 
TÓPICO 2 | COGESTÃO E AUTOGESTÃO
23
A palavra cogestão significa "gestão em comum; administração ou 
gerência em sociedade" (FERREIRA, 1999). Como também demonstra 
Silva (1991), o "prefixo co, que entra na formação da palavra 
cogestão, designa exatamente que se trata de decisão que não se toma 
isoladamente, mas com a participação de outra vontade". Embora 
mostre a cogestão no âmbito do estabelecimento e da empresa, Silva 
(1991) diz que esse princípio está vinculado à participação e não 
envolve somente os interesses do empregado e do empregador, mas 
transcende essa relação ganhando presença "em todas as comunidades 
organizadas de prestígio e representatividade da sociedade" (grifo 
nosso).
Esta sociedade não precisa ser necessariamente e somente dos integrantes 
internos da organização, podem participar desta cogestão outras organizações 
afins, isto de acordo com os interesses e projetos a serem desenvolvidos pela 
organização. Como assim expressa Haertel (apud SANTOS et al., 2008, p. 25) 
quando expõe que a cogestão “[...] se faz eficiente, por agregar opiniões dos 
diversos níveis hierárquicos na discussão até o momento da aprovação de novos 
projetos”. Ou seja, no processo de tomada de decisão coletiva todos os integrantes 
da organização são envolvidos ativamente nos procedimentos decisórios.
UNI
Então, podemos dizer que a Cogestão é a gestão de uma organização, por 
parceiros diferenciados: os trabalhadores, os empresários e outros. E todos juntos participam 
dos processos de tomada de decisão.
3 AUTOGESTÃO
Autogestão? O que significa esta terminologia? Ou seja, o que é 
autogestão? Será que não é a mesma coisa que cogestão, gestão participativa ou 
gestão compartilhada?
Pois bem, caro(a) acadêmico(a), primeiramente devemos analisar o 
significadoda palavra “autogestão”, neste sentido, Castro (2004, p. 33) expõe que 
“a palavra ‘auto’ provém do grego ‘autos’, que significa ‘por si próprio’; e ‘gestão’ 
origina-se do latim ‘gestione’, ou seja, ato de gerir, gerência, administração” 
(grifos nossos). 
No que tange às questões relativas à autogestão, Konzen (2006, p. 10) expõe 
que nos empreendimentos autogestionários “não existe empregado e patrão, 
ninguém manda mais do que o outro e todos têm espaço e oportunidade de dizer 
o que pensam e o que querem”. Ou seja, todos são sócios do empreendimento, 
não existindo exploração da mão de obra e hierarquia.
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
24
A Anteag (2005, p. 48) definine os empreendimentos e empresas de 
autogestão como
sociedades que desempenham atividades econômicas cuja gestão é 
exercida democraticamente pelos trabalhadores que dela participam. 
Seus atos constitutivos devem prever a existência de mecanismos 
democráticos de gestão e definição em assembleia de questões como: 
política de remuneração, política disciplinar, política de saúde e 
previdência, formas de organização da produção e destinação solidária 
dos resultados. Os princípios autogestionários, tais como: tomadas 
de decisão democráticas e coletivas, transparência administrativa, 
solidariedade e fraternidade, trabalho mútuo, valorização das 
pessoas e cidadania, também devem constar nos atos constitutivos 
dos empreendimentos e empresas autogestionários, e não podem ser 
alterados ou retirados em mudanças estatutárias posteriores.
E este é o conceito disseminando em todo o mundo, pois procura expor 
que todos os integrantes do grupo têm voz e vez ativa em todos os processos 
da organização. Pois, de acordo com o Atlas da Economia Solidária no Brasil 
2005 (2006, p. 12), por autogestão pode-se entender que se trata do “exercício de 
práticas participativas de autogestão nos processos de trabalho, nas definições 
estratégicas e cotidianas dos empreendimentos, na direção e coordenação das 
ações nos seus diversos graus e interesses”. E estas ações são bem diferentes nas 
organizações privadas tradicionais, em que não há muita ação em que todos os 
integrantes da organização possam participar ativamente.
DICAS
Visite o site da ANTEAG (Associação Nacional dos Trabalhadores e Empresas 
de Autogestão e Participação Acionária) para ver publicações, artigos e exemplos de 
empreendimentos autogestionários, o site é: <www.anteag.org.br>.
Prezado(a) acadêmico(a), vejamos agora alguns conceitos de autogestão:
Figueiredo (2000, p. 35) define a autogestão como sendo
uma modalidade de gestão multidimensional (social/econômica/
política/técnica), através da qual os parceiros do processo de trabalho 
se organizam com o fito de alcançar resultados. Esta associação entre as 
partes, ao privilegiar o fator trabalho, implica a discussão do poder de 
decisão pelo grupo governado, que assume a direção de seus destinos.
Detalhando as bases deste conceito, Figueiredo (2000, p. 35) acrescenta ao 
seu conceito de autogestão, que
TÓPICO 2 | COGESTÃO E AUTOGESTÃO
25
É uma modalidade de gestão multidimensional, porque remete 
às seguintes dimensões. A primeira, humana, porque existe a 
preocupação com a estabilidade e o crescimento da organização. Estes 
objetivos implicam a proteção dos recursos humanos e a busca de sua 
qualificação. A segunda concerne à racionalidade das organizações; 
a lógica do funcionamento da organização é da eficiência econômica, 
onde se busca maximizar os esforços e reduzir os custos, melhorando 
a qualidade do produto (bens ou serviços). A terceira dimensão 
diz respeito à legitimidade junto aos grupos de comunidade, em 
particular junto aos investidores, associados e consumidores. Esta 
exigência constitui-se em uma limitação que pesa sobre a eficiência 
da organização, pois é preciso compor com estas exigências que são, 
potencialmente, antagonistas e até contraditórias. A quarta dimensão, 
enfim, diz respeito à continuidade/perenidade, pois, para alcançar a 
eficiência, é necessário desenvolver, manter e promover um "saber 
tecnológico" de forma que este know how satisfaça da melhor maneira 
possível os interesses dos empregados, clientes, e que permita, ao 
mesmo tempo, o crescimento da organização. 
Através destes conceitos, pode-se identificar que os empreendimentos 
optam por esta modalidade de gestão participativa para que não haja exploração 
da mão de obra trabalhadora e preferivelmente alcançar os resultados 
estipulados pelos empreendimentos. Constata-se que por meio da autogestão, 
os trabalhadores organizam-se coletivamente tanto nos momentos de tomada de 
decisão, na divisão das sobras ou despesas, como no desenvolvimento geral de 
seu empreendimento.
Autogestão é um termo que caracteriza as relações de trabalho do 
tipo democráticas, participativas e igualitárias, denotando a combinação da 
propriedade dos meios de produção com a democracia da gestão. Albuquerque 
(2003, p. 20) define a autogestão, como um
conjunto de práticas sociais que se caracterizam por sua natureza 
democrática nas tomadas de decisões coletivas, proporcionando 
autonomia a um coletivo. Qualificando assim as relações sociais de 
cooperação entre os atores, independentemente de sua estrutura e de 
seu ramo de atividade. 
Pode-se assim compreender, que, a autogestão está relacionada a 
determinados métodos ou técnicas de gestão que busca o desenvolvimento 
gerencial do processo de trabalho organizacional, reproduzindo ações coletivas 
como resultado de uma construção grupal que passa pelo poder compartilhado 
(de opinar e decidir), garantindo o equilíbrio, respeito entre os diferentes atores 
do empreendimento.
Ou seja, segundo Mantovaneli Jr. (2006, p. 66), na autogestão se dá o 
“exercício coletivo do poder... para decidir sobre os destinos, os processos e os 
resultados do trabalho na aquisição e distribuição de renda”.
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
26
A história do capitalismo tem registrado sucessivas e cíclicas crises, 
representadas pelos períodos de recessão e desemprego. Nesses momentos, os 
empreendimentos associativistas, cooperativistas e empresas autogestionárias 
têm vindo à tona como uma alternativa de destaque na geração de trabalho e 
renda. Foi assim na metade do século passado e está acontecendo o mesmo na 
atual conjuntura econômica mundial. 
Atualmente, porém, essa crise está acompanhada de algumas 
características que são as novas exigências do mercado, que apontam o trabalho 
associativo e cooperado como base primordial e um importante elemento que 
possibilita a ampliação de ganho de competitividade perante essas exigências, 
particularmente aquele trabalho que possui como doutrina a autogestão. 
A autogestão se apresenta não só como pré-requisito para garantir a 
efetiva implementação dos princípios cooperativistas, como pode tornar-se uma 
ferramenta estratégica no ganho de competitividade em relação a empresas com 
uma estrutura convencional de gestão. 
A autogestão possibilita a criação de um espaço adequado dentro 
do empreendimento para processos de decisões coletivas. Sua situação 
contemporânea está no fato de que, a combinação da propriedade dos meios 
de produção de uma empresa, com a participação democrática de sua gestão 
vem ao encontro das novas exigências de maior envolvimento e participação 
democrática por parte dos trabalhadores, dentro dos objetivos pretendidos pelo 
empreendimento. 
A autogestão se mostra em sintonia com os novos paradigmas da 
organização do trabalho, apresentando resultados positivos quando comparados 
a empresas semelhantes do setor tradicional, quando administradas da forma 
convencional.
No que diz respeito às empresas autogestionárias, a democracia 
é fundamental e a participação entra como seu principal instrumento. A 
participação consegue resolver problemas que ao indivíduo parecem insolúveis 
se contar exclusivamente com suas próprias forças. A análise que o indivíduo 
precisa tomar no processo de participaçãonão é a quantidade de vezes que se 
toma parte, mas como se toma parte. 
Prezado(a) acadêmico(a), autogestão é um modelo administrativo no qual 
as decisões e o controle dos empreendimentos é exercido pelos trabalhadores que 
diretamente a integram. Eles decidem tudo: metas de produção, salário, políticas 
de investimento e modernização, política de pessoal e mercado. 
TÓPICO 2 | COGESTÃO E AUTOGESTÃO
27
Assim sendo, a autogestão é a busca de soluções coletivas para problemas 
sociais, sendo que a melhor solução é o controle coletivo das empresas. É a 
participação direta, inteligente e criativa do grupo na tomada de decisões na 
empresa. 
Assim, as empresas de autogestão valorizam e incentivam a inventividade 
coletiva como a democratização das tarefas, dando oportunidades para que o 
conhecimento chegue ao conjunto dos trabalhadores, tornando-se propriedade 
coletiva; socializam o conhecimento e promovem a educação; buscam envolver o 
conjunto dos trabalhadores nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, aproveitando 
os talentos individuais; transformam a inteligência e a criatividade coletiva no 
principal patrimônio do empreendimento cultivando-as no contexto da ação. 
Em suma a autogestão surgiu da necessidade da adequação de custos, 
bem como meio de que as pessoas possam participar de uma forma mais efetiva 
desempenhando papéis de interesse de sua comunidade de trabalho, exigindo 
a maior participação da equipe para gerar respostas mais rápidas e intensas 
mudanças que caracterizam a nova forma de pensar e agir neste mundo que 
aí está posto com a globalização, competitividade, rapidez de informações e 
transformações em geral.
A autogestão preconiza categoricamente uma estrutura organizacional 
participativa e democrática, com igualdade de direitos e obrigações, apresentando-
se como um conjunto de práticas institucionais que se caracterizam por sua 
natureza democrática nas tomadas de decisões coletivas, qualificando assim 
as relações sociais de cooperação entre os atores, independentemente de sua 
estrutura organizacional e de seu ramo de atividade. 
Compreende-se então que a autogestão está relacionada a determinados 
métodos e técnicas administrativas para o desenvolvimento gerencial do processo 
de trabalho organizacional, produzindo tomadas de decisões e ações coletivas, 
resultado de uma construção grupal que trabalha o poder compartilhado (de 
opinar e decidir), garantindo o equilíbrio, respeito entre os diferentes atores e 
papéis dentro dos empreendimentos. 
Assim, o quadro sinóptico apresentado é inédito, desenvolvido para 
organizar e interpretar os meandros gestionários dos empreendimentos que 
trabalham o processo de gestão pela autogestão, não importando o tipo de 
organização.
Vejamos uma síntese destes conceitos no diagrama esquemático a seguir:
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
28
QUADRO 4 – DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DOS PRINCIPAIS FATORES QUE CARACTERIZAM UM 
PROCESSO DE GESTÃO, ATRAVÉS DA AUTOGESTÃO
FONTE: Pieritz (2008, p. 93)
DICAS
Com relação à legislação pertinente à autogestão, procure e leia o Projeto 
de Lei nº 5.848, de 2001, que institui e conceitua as empresas de Autogestão e dá outras 
providências.
TÓPICO 2 | COGESTÃO E AUTOGESTÃO
29
DICAS
Para um aprofundamento sobre os temas tratados no tópico, sugerimos que leia 
o seguinte livro:
Autogestão: o nascimento das ONGs, de Nanci 
Valadares Carvalho. Editora Brasiliense.
Após estas considerações relativas à autogestão, convido você, prezado(a) 
acadêmico(a), a ler o texto a seguir para assim poder compreender um pouco 
mais deste universo. Boa leitura!
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
30
O QUE É AUTOGESTÃO?
Nildo Viana 
A autogestão, para uns, é um “método de gestão de empresas” e, para 
outros, é uma “forma política” que assume o comunismo, ou seja, a “democracia 
direta”. A primeira concepção deixa entrever a possibilidade de existir autogestão 
no interior da sociedade capitalista e a segunda apresenta a ideia de que é 
possível haver comunismo sem autogestão, já que esta é reduzida a uma mera 
“forma política” e, sendo assim, não é a essência do comunismo e por isto este 
poderia utilizar outras “formas políticas”. Entretanto, tal como pretendemos 
demonstrar no decorrer deste trabalho, estas concepções são equivocadas, pois 
não conseguem expressar o verdadeiro sentido da autogestão. 
Antes de mais nada, tal como fizeram A. Guillerm e Y. Bourdet, é útil 
distinguir o conceito de autogestão de outras palavras que muitos pensam 
ter o mesmo significado. Autogestão não possui o mesmo significado que 
“participação”, “cogestão”, “controle operário” ou “cooperativismo”. Vejamos o 
significado destas palavras: 
a) Participação: participação não significa autogestão, pois ela significa participar 
de algo já existente, ou seja, de uma atividade que possui estrutura e finalidade 
próprias. Segundo Guillerm e Bourdet, o participante é como um flautista 
numa orquestra: participa se misturando individualmente a um grupo que lhe 
é preexistente. 
b) Cogestão: a cogestão é uma tentativa de integrar a criatividade e a iniciativa 
operária no processo produtivo capitalista (com o objetivo de aumentar a 
produtividade e, consequentemente, a extração de mais-valor relativo - ou 
mais-valia relativa) e que permite a participação dos trabalhadores apenas no 
processo de produção, nos meios e não nos fins. Mas mesmo essa cogestão 
nos meios é limitada, pois a definição por outros sobre os fins leva a uma 
predeterminação no que se refere aos meios. 
c) Controle operário: segundo Guillerm e Bourdet, o controle operário significa 
um passo adiante em relação à cogestão, mas ainda não é autogestão, pois 
o controle operário surge como produto de uma intervenção conflitual que 
arranca concessões para os trabalhadores, embora se limite a exercer-se 
sob pontos específicos que não questionam o salariato. Para M. Brinton, a 
proposta de “controle operário” apresentada por diversos grupos políticos 
(principalmente leninistas e trotskistas) expressa a vontade de apresentarem-
se como mais democráticos e fazem isto buscando nos iludir com a afirmação 
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 2 | COGESTÃO E AUTOGESTÃO
31
de que o leninismo sempre defendeu tal proposta. Para ele, o controle operário, 
ao contrário da autogestão, não significa que a classe operária irá gerir a 
produção e sim que ela irá “supervisionar”, “inspecionar” ou verificar as 
decisões tomadas por “instâncias exteriores” ao processo produtivo, tal como 
o estado ou o partido. 
d) A cooperativa: segundo Guillerm e Bourdet, “esquematicamente, pode-se, 
com efeito, convir que (...), as cooperativas têm ‘vegetado’ sempre sob formas 
locais, a tal ponto que esta limitação se tornou seu sinal distintivo. Por isso, 
para designar a generalização dos sistemas de cooperativas, far-se-á mister 
uma palavra nova. O termo autogestão deve assumir o papel”. Acontece que, 
no interior da sociedade capitalista, as cooperativas não determinam seus 
fins, pois o mercado e o estado sempre interferem nas finalidades de uma 
cooperativa e não só nos fins como, em menor grau, também nos meios. 
Em síntese, a participação, o controle operário, a cogestão e as cooperativas 
podem existir no interior do modo de produção capitalista e são assimiláveis por 
ele. O capitalismo envolve todas estas manifestações e as coloca sob sua direção, 
direta ou indiretamente. Não existem nem podem existir “ilhas de autogestão” 
cercadas pelo mar do capitalismo. A autogestão só pode existir em locais isolados 
por um curto período de tempo e em confronto com o capital e desta luta um 
dos dois vencerá, ocorrendo a destruição da experiência autogestionária ou a 
generalização da autogestão a nível nacional e posteriormente mundial.
Podemos dizer também que as definições acima deixam entrever que não 
existe muita diferença entre todos estes termos, pois todos eles possuem algo em 
comum: em todas essas formas de “participacionismo” permaneceexterior aos 
trabalhadores a determinação dos fins e uma “codeterminação” no que se refere 
aos meios. Por conseguinte, o termo cogestão engloba todos os outros termos 
e, sendo assim, ele é suficiente para marcar a diferença entre a autogestão e as 
outras formas de gestão que se dizem “democráticas”. 
Mas o que é a autogestão? Como ela pode surgir e se expandir 
mundialmente? Em primeiro lugar, devemos reconhecer que é impossível 
compreender a autogestão e a possibilidade histórica de sua concretização sem 
compreendermos o solo onde ela pode brotar, ou seja, o modo de produção 
capitalista. 
FONTE: VIANA, Nildo. O que é autogestão? 09/03/2003. Disponível em: <http://www.
midiaindependente.org/pt/red/2003/03/249340.shtml>. Acesso em: 26 jan. 2016.
32
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, versamos sobre o significado da autogestão e cogestão, 
onde foram abordados os seguintes itens:
• Quando falamos em cogestão, gestão compartilhada ou gestão participativa, 
estamos nos referindo ao mesmo modo/modelo de gestão.
• A gestão é um processo sistemático de trabalho intelectual e análise dos fatores 
ambientais de uma organização (pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e 
ameaças).
• Vimos que a cogestão é um modo de administrar que inclui o pensar e o fazer 
coletivo, sendo, portanto, uma diretriz ético-política que visa democratizar as 
relações no campo na organização.
• Observamos que os colegiados são espaços de discussão e tomada de decisões.
• A palavra cogestão significa “gestão em comum; administração ou gerência em 
sociedade”.
• Esta sociedade não precisa ser necessariamente e somente dos integrantes 
internos da organização, podem participar desta cogestão outras organizações 
afins.
• Vimos que no processo de tomada de decisão coletiva todos os integrantes da 
organização são envolvidos ativamente nos procedimentos decisórios.
• Nos empreendimentos autogestionários, não existe empregado e patrão, 
ninguém manda mais do que o outro e todos têm espaço e oportunidade de 
dizer o que pensam e o que querem.
• Todos são sócios cooperados do empreendimento, são donos dos equipamentos 
e das ferramentas que utilizam em seu trabalho.
• Na autogestão não existe exploração da mão de obra e hierarquia.
• Enfim, por autogestão entendemos que se trata do exercício de práticas 
participativas nos processos de trabalho, nas definições estratégicas e cotidianas 
dos empreendimentos, na direção e coordenação das ações nos seus diversos 
graus e interesses.
33
• Constata-se que por meio da autogestão, os trabalhadores organizam-se 
coletivamente tanto nos momentos de tomada de decisão, na divisão das 
sobras ou despesas, como no desenvolvimento geral de seu empreendimento.
• Autogestão é um termo que caracteriza as relações de trabalho do tipo 
democráticas, participativas e igualitárias, denotando a combinação da 
propriedade dos meios de produção com a democracia da gestão.
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1 Prezado(a) acadêmico(a), após a leitura e estudo deste tópico, elenque 
na tabela a seguir, as principais características de cada modo de gestão, 
principalmente seus pontos positivos.
AUTOATIVIDADE
MODO DE GESTÃO CARACTERÍSTICAS PONTOS POSITIVOS
COGESTÃO
AUTOGESTÃO
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TÓPICO 3
COOPERATIVISMO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a), devemos observar que existem algumas 
diferenças primordiais nos processos organizacionais de uma cooperativa, pois 
possuem princípios e conceitos diferenciados, neste tópico iremos trabalhar 
cada princípio e formas de cooperativa. Estes conceitos devem estar bem 
desmistificados pelos seus integrantes, como por exemplo, os cooperados devem 
compreender o significado dos termos a seguir:
QUADRO 5 – CONCEITOS DO COOPERATIVISMO
COOPERAR
É a capacidade de integração, colaboração e participação com outras 
pessoas que apresentam propósitos e objetivos comuns, para a 
construção de um projeto econômico único.
COOPERAÇÃO
É um método de ação pelo qual os indivíduos com interesses 
comuns constituem um empreendimento. Neste caso, todos têm 
direitos iguais e os resultados alcançados são repartidos entre os 
participantes.
COOPERATIVISMO
É uma doutrina (sistema, movimento) que considera as 
cooperativas como uma forma ideal de organização das atividades 
socioeconômicas da população.
COOPERATIVA
É uma empresa de propriedade coletiva, gerida democraticamente 
por no mínimo 20 pessoas que se associam, voluntariamente, para 
satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais, culturais 
comuns.
COOPERADO
É o produtor rural, o trabalhador urbano ou outro profissional de 
qualquer atividade socioeconômica, o consumidor, o associado, 
que participam ativamente de uma cooperativa, cumprindo com 
os seus deveres e exercendo os seus direitos.
FONTE: Adaptado de MC INTYRE, Jimmy Paixe; SILVA, Emanuel Sampaio. Como formar e gerir 
um empreendimento cooperativo. Recife: SEBRAE/PE, 2002. p. 19-20.
36
UNIDADE 1 | AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
Valores do cooperativismo:
QUADRO 6 – VALORES DO COOPERATIVISMO
www.volensamerica.org
AJUDA MÚTUA
HONESTIDADE TRANSPARÊNCIA RESPONSABILIDADE SOCIAL
PREOCUPAÇÃO PELO SEU SEMELHANTE
DEMOCRACIA IGUALDADE EQUIDADE
www.irmaosseajudandomutu.com www.talefe.wordpress.com www.terraespiritual.org
www.joseaguiar.com.br www.planobconsultoria.. www.allegrobgblog... 
www.itodas.uol.com.br www.guianet.com.br www.pesquisadormoderno.com
FONTE: Adaptado de MC INTYRE, Jimmy Paixe; SILVA, Emanuel Sampaio. Como formar e gerir 
um empreendimento cooperativo. Recife: SEBRAE/PE, 2002. p. 20.
2 HISTÓRICO DO COOPERATIVISMO: BREVES CONSIDERAÇÕES
Prezado(a) acadêmico(a), passaremos agora por um breve histórico sobre 
o cooperativismo, para depois compreender melhor a sua trajetória e princípios. 
Para isto buscamos a síntese elaborada por Jimmy Peixe MC Intyre e Emanuel 
Sampaio Silva (2002), que elaboraram a “Série Cooperativismo” do SEBRAE de 
Pernambuco, e sintetizaram em poucas palavras esta trajetória histórica. Vejamos:
• Quando surgiu o cooperativismo? O movimento do cooperativismo apareceu 
pela primeira vez por volta do Século XIX.
• Em que localidade? O cooperativismo iniciou na cidade de Rochedale 
(Inglaterra). 
TÓPICO 3 | COOPERATIVISMO
37
• Por que surgiu? Surgiu como uma resposta socioeconômica de oposição ao 
capitalismo selvagem praticado nas relações trabalhistas da época.
• E quando surgiu o cooperativismo no Brasil? O movimento cooperativista 
brasileiro começou a ter maior visibilidade somente após a Proclamação 
da República, em 1891, mas, foi só a partir da Constituição Federal que o 
cooperativismo brasileiro obteve bases legais para o seu funcionamento. 
• Foi em 1891 que apareceu em São Paulo a primeira cooperativa urbana brasileira 
– a Cooperativa de Consumo dos funcionários da Companhia Telefônica em 
Limeira (SP). 
• Após esta data, começaram a surgir diversas outras cooperativas, de diversos 
setores da economia.
• Mas, só depois de 1932, que o cooperativismo brasileiro obteve um aumento 
significativo no setor econômico nacional, principalmente no setor agrícola. E 
essa expansão durou aproximadamente até o início da década de 60.
• Na década de 60 iniciou um novo ciclo de expansão do cooperativismo – desta 
vez com as cooperativas de produção de bens de consumo, provocado pela 
política de industrialização brasileira.
• Finalmente, a partir de 1988, com a promulgação da nova constituição, surgiu 
com toda força no início da década de 90 o cooperativismo de trabalho, desta 
vez em resposta à exclusão de trabalhadores do mercado.
Após estas considerações relativas aos aspectos históricos do 
cooperativismo, convido você, prezado(a) acadêmico(a), a ler o texto a seguir 
para assim poder compreender um pouco mais deste universo histórico.
Boa leitura!
LEITURA COMPLEMENTAR
ESPÍRITO COOPERATIVISTA REQUISITO ESSENCIAL DO 
COOPERATIVISMO
Por Mariangela Monezi
HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO
 Desde a pré-história até o início de nosso século encontramos diversas 
formas de associações de

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