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Jemerson Santos do Monte Anomalias Dentárias: hiperplasiantes, hipoplasiantes e heterotópicas Radiologia INTRODUÇÃO As anomalias constituem alterações/desvios da normalidade que podem ocorrer devido a fatores locais, sistêmicos e hereditários. AMELOGÊNESE IMPERFEITA Má formação que causa alterações marcantes no esmalte de todos os dentes. • Causa genética (autossômica dominante ou recessiva). • Esmalte laminado (sem prismas): maior resistência a lesões cariosas em todos os tipos de amelogênese. • Dentina e raiz geralmente normais • Erupção tardia, tendência a impactação • Radiograficamente: obliteração da câmara pulpar, atrição Pode ser de 3 tipos: ⮩ Hipoplásica ⮩ Hipomaturada ⮩ Hipocalcificada Amelogênese Imperfeita Hipoplásica • Espessura do esmalte menor que o normal • Alterações de cor: amarelo-castanho (dor da dentina) • Coroas quadradas (sem contorno incisal), redução do tamanho do dente, contatos proximais ausentes, superfícies oclusais planas, mordida aberta anterior • Densidade radiográfica normal (não fecha diagnóstico) Amelogênese Imperfeita Hipomaturada • Espessura normal, aspecto mosqueado (perfurado) • Esmalte é macio e se destaca • Cor: amarelo, castanho, branco opaco (“dentes cobertos por neve”) • Densidade radiográfica menor do esmalte (igual ao da dentina) Amelogênese Imperfeita Hipocalcificada • Coroas de tamanho e forma normais, espessura do esmalte normal • Defeitos no esmalte por fratura • Dentes manchados ou escurecidos devido a maior permeabilidade • Densidade radiográfica menor que a da dentina DENTINOGÊNESE IMPERFEITA Alterações por má formação na dentina em todos os dentes. • Sinonímia: Dentina opalescente hereditária • Causa: genética (autossômica dominante com alta penetrância – 1:8.000) • Sem distinção de gênero • Ocorre em dentes decíduos ou permanentes • Tipos I e II Características Clínicas • Alto grau de translucidez: alteração da cor (amarelo ao azul-acinzentado) • Esmalte pode ser mais fino e se partir (desgaste: dentina escurecida) • Tipo I associado a Osteogênese Imperfeita Características radiográficas • Coroas bulbosas (constrição cervical) • Raízes pequenas e delgadas • Obliteração do espaço pulpar OSTEOGÊNESE IMPERFEITA Esclera azulada, relação com Dentinogênese imperfeita tipo I Características radiográficas • Ossos Wormianos • Deformidades e fraturas ósseas DISPLASIA DENTINÁRIA Alterações por má formação na dentina (semelhante a Dentinogênese imperfeita). • Causa: Genética (autossômica dominante com alta penetrância – sendo mais rara que a Dentinogênese imperfeita – 1:100.000). • Sem distinção de gênero. • Atinge dentes decíduos e permanentes. • Tipo I ➜ radicular. • Tipo II ➜ Coronário. Características Clínicas • Alto grau de translucidez: alteração da cor (amarelo ao azul-acinzentado). • Os dentes em indivíduos com o defeito do tipo I estão frequentemente desalinhados no arco e os pacientes podem relatar alterações na posição dos dentes e esfoliação com pequeno ou nenhum trauma. • Na do tipo II (coronário), as coroas dos dentes decíduos parecem ter a mesma cor, tamanho e contorno daquelas na Dentinogênese imperfeita. Características radiográficas ► Tipo I – Raízes pequenas e pouco desenvolvidas, obliteração da câmara pulpar e dos canais radiculares e lesões inflamatórias periapicais. ► Tipo II – Obliteração da câmara pulpar, redução do calibre dos canais radiculares e nódulos pulpares escondendo a forma de chama da câmara pulpar. ODONTODISPLA SIA REGIONAL • Sinonímia: Odontogênese imperfeita. • A odontodisplasia regional é uma condição relativamente rara na qual o esmalte e a dentina são hipoplásicos e hipocalcificados. • A consequência é uma interrupção localizada do desenvolvimento dos dentes Características Clínicas • Alto grau de translucidez: alteração da cor (amarelo ao azul-acinzentado) • Os dentes afetados com odontodisplasia são pequenos e frágeis, mais susceptíveis a cáries e estão sujeitos a fraturas e infecções pulpares. • A erupção dos dentes defeituosos normalmente é tardia, podendo não ocorrer em casos mais graves Características radiográficas Ausência de erupção e hipoplasia de esmalte e dentina expressa principalmente pelas raízes curtas, as vezes a raiz não se forma. PÉROLAS DE ESMALTE • Sinonímia: Gota de esmalte, nódulo de esmalte e ameloma ou esmaltoma. • A pérola de esmalte é um pequeno glóbulo de esmalte com 1 a 3mm de diâmetro que ocorre na raiz dos molares. • É encontrada em aproximadamente 3% da população, provavelmente formada pela bainha epitelial de Hertwig, antes da mesma perder seu potencial formador de esmalte. A maioria das pérolas de esmalte se forma abaixo da margem gengival. Geralmente não há sintomatologia associada à presença das pérolas, embora elas possam ser um fator de predisposição para a formação de bolsa periodontal CÚSPIDE EM GARRA Hiperplasia anormal do cíngulo de incisivos superiores ou inferiores. • Sinonímia: Cúspide acessória. • A cúspide pode ou não conter uma extensão (corno) da polpa. • Aparentemente, não há nenhuma associação étnica. Características Clínicas • Pouco frequente. • Pode ser encontrada em ambos os sexos e nos incisivos decíduos ou permanentes. • Pode variar em tamanho, desde um cíngulo mais proeminente até uma estrutura semelhante a uma cúspide que se estende até a borda incisal. HIPOPLASIA DO ESMALTE Má formação no esmalte (hipoplásico) • Infecções ou traumas locais: hipoplasia de Turner, Sífilis congênita. • Ingestão de fluoretos: Fluorose. Hipoplasia de Turner • Sinonímia: Dentes de Turner. • Etiologia: infecções periapicais ou trauma no dente decíduo antecessor, afetando os ameloblastos do dente permanente sucessor, gerando algum grau de hipoplasia ou hipomineralização do esmalte. • PMI mais acometidos: lesões cariosas nos molares decíduos • Gravidade do defeito depende da gravidade da infecção e estágio de desenvolvimento do dente sucessor – Graves: alterações de forma • Defeito hipoplásico e/ou hipomineralizado (coloração acastanhada) SÍFILIS CONGÊNITA • 30% das pessoas infectadas desenvolvem hipoplasia dentária nos incisivos e molares. • Causa: infecção da espiroqueta no germe dentário • Incisivos de Hutchinson: formato de “chave de fenda” • Molares em formato de “Amora”: coroas e cúspides menores, constrição cervical. Características radiográficas FLUOROSE DENTÁRIA • Aumento na concentração de flúor • Período crítico: entre 2 e 3 anos de idade (formação dos incisivos)
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