Buscar

Universidade Federal de Minas Gerais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Universidade Federal de Minas Gerais
Instituto de Ciências Biológicas
Departamento de Morfologia
Disciplina: Citologia e Histologia Geral
Síndrome de Sanfilippo
	Discentes 
	Número de matricula
	PEDRO ANTONIO SALDANHA DE CASTRO
	2011041540
	RAFAEL CONRADO ROCHA DE OLIVEIRA
	2011041680
	STEFANO CHAVES SILVA
	2011041850
	THIAGO ADRIANO DE DEUS QUEIROZ SANTOS
	2011042008
	YURI VINÍCIOS TELES GOMES
	2011042229
Docente: Prof. Dra. Gleydes Gambogi Parreira
MAIO 2011
INTRODUÇÃO
A mucopolissacaridose tipo III (MPS III), também denominada Síndrome de Sanfilippo, é uma rara doença, pertencente a um grupo de desordens genéticas nas quais existe uma anomalia no metabolismo de mucopolissacarídeos. É determinada pela diminuição da atividade de determinadas enzimas, que atuam no lisossomo, que é uma organela citoplasmática.
JUNQUEIRA E CARNEIRO 2008 relatam que os lisossomos têm como função a degradação de partículas advindas do meio extra-celular, assim como a reciclagem de outras organelas e componentes celulares envelhecidos. Seu objetivo é cumprido através da digestão intracelular controlada de macromoléculas, catalisada por cerca de 50 enzimas hidrolíticas, entre as quais se encontram proteases, nucleases, glicosidases, lipases, fosfolipases, fosfatases, e sulfatases. Todas essas enzimas possuem atividade ótima em pH ácido (aproximadamente 5,0) o qual é mantido com eficiência no interior do lisossomo. Em função disto, o conteúdo do citosol é duplamente protegido contra ataques do próprio sistema digestivo da célula, uma vez que a membrana do lisossomo mantém as enzimas digestivas isoladas do citosol (essa função é exercida, aparentemente, pelos carboidratos que ficam associados à face interna da membrana), mas mesmo em caso de vazamento, essas enzimas terão sua ação inibida pelo pH citoplasmático (aproximadamente 7,2) causando dano reduzido à célula.
De acordo com ROSSIER 2004 et al, nas MPS ocorrem deficiência ou falta de enzimas nos lisossomos que digerem substâncias chamadas Glicosaminoglicanos (GAGS), antigamente conhecidas como mucopolissacárides e que deram nome à doença. 
GARDNER 2007 et al conceitua os GAGs como moléculas formadas por açúcares, que se ligam a uma proteína central, absorvem grande quantidade de água, adquirem uma consistência mucóide, viscosa, o que garante a essa estrutura uma função lubrificante e de união entre os tecidos, permitindo por exemplo o movimento das articulações (juntas) do corpo. Quando os GAG não são digeridos corretamente, devido à deficiência de alguma enzima, eles ficam depositados no interior dos lisossomos e também são eliminados pela urina.
Para entender como os GAGs se acumulam e causam a MPS III, é importante entender que existe um processo natural de síntese de novos GAGs e de quebra e reciclagem dos velhos. Este processo de síntese e quebra, que é essencial para manter o corpo saudável, depende da atividade de enzimas específicas. Estas enzimas são proteínas capazes de quebrar e reciclar os GAGs, trabalhando em seqüência, uma após outra. Cada enzima possui uma tarefa especial e tem uma ação muito específica. 
Segundo Albano et al. (2000), são conhecidas ao menos dez enzimas necessárias para o processo de degradação dos mucopolissacarídeos (ex: sulfato de demartan, sulfato de heparan, sulfato de ceratano e sulfato de condroitina). A deficiência destas acarreta o surgimento de um amplo espectro de desordens clínicas crônicas e progressivas.
A abordagem genética da síndrome explicitada por Micheletti e Martins revela que nas MPS dos tipos I, III, IV, VI e VII, o pai e a mãe carregam obrigatoriamente um gene com defeito cada um. Os pais são normais porque só têm um gene com defeito, sendo o outro gene do par normal. O gene normal de “A” e o com defeito de “a”, o pai é Aa e a mãe também Aa, para aquela determinada enzima que não funciona direito na doença de seu filho ou filha. Toda vez que este casal for conceber um filho existem quatro possibilidades ao acaso, da constituição da criança, tendo uma chance entre as quatro, ou seja 25%, de ter um filho ou filha com a doença (aa). Esta forma de herança é chamada autossômica recessiva.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS. 
	A MPS III possui alguns tipos, sendo que em cada um deles uma enzima é deficiente. O primeiro é a MPS III A, na qual a enzima Heparan N Sulfatase é deficiente. Na MPS III B a enzima deficiente é a α-N-acetilglucosaminidase, na MPS III C a enzima é a Acetil-COA e na MPS III D é a N-acetilglucosamine-6-sulfatase. Essas enzimas são responsáveis pela degradação do mucopolissacarídeo sulfato de heparan, que acaba se acumulando devido à deficiência nas enzimas. Todos esses tipos possuem origem genética autossômica recessiva, como mencionado anteriormente, e se manifesta entre o quarto e sexto ano de vida do indivíduo. Como sintomas um indivíduo com síndrome de Sanfilippo apresenta córnea clara, redução progressiva das capacidades intelectuais com eventuais distúrbios comportamentais, hiperativida, agressividade, deficiência no crescimento e hepatoesplenomegalia. O óbito geralmente ocorre na adolescência.
TRATAMENTO
Existem três tipos de tratamento específicos para a MPS III, entretanto, dois ainda estão na fase de pesquisa e o terceiro não tem demonstrado resultados efetivos. O transplante de fibroblastos, realizado com objetivo de por meio dessas células suprir a carência enzimática do metabolismo dos glicosaminoglicanos. Esse tratamento ainda esta na fase de testes e não acarretou benefícios para os pacientes com MPS III. A segunda forma de controle da doença e o transplante da medula óssea. No entanto, como o cérebro e o principal órgão acometido por essa doença e as células e enzimas transplantadas não são capazes de ultrapassar a barreira hemato-encefálica que separa esse órgão e a medula, esse transplante não tem se mostrado eficaz. A reposição enzimática ainda esta na fase de estudos pré-clínicos, em que são obtidas informações básicas sobre o remédio: como ele atua no organismo, os efeitos colaterais e a dose correta a ser administrada. Apos esses estudos realizados em animais, e que o fármaco serão administrado em seres humanos
CONCLUSAO
	Nesse trabalho resgatou-se de uma pequena parcela da literatura nacional e internacional conceitos acerca da mucopolissacaridose tipo III. Percebe-se que é uma doença grave, e que felizmente não tem uma incidência e prevalência elevadas na sociedade. Entretanto é de grande valia que o profissional médico reconheça os sintomas, visto que comprometem vários sistemas corpóreos e bem como os tratamentos propostos. 
REFERÊNCIAS
- ALBANO LMJ, Sugayama SSMM, Bertola DR, Andrade CEF, Utagawa CY, Puppi F et al. Clinical and laboratorial study of 19 cases of mucopolysaccharidoses. Rev Hosp Clin Fac Med São Paulo 2000; 55(6):213-8
- GARTNER, L.P. et al. Tratado de Histologia em cores. Rio de Janeiro: 3ªed Guanabara Koogan, 2007.
- JUNQUEIRA, L.C.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
- MICHELETTI C, Martins AM. Mucopolisacaridoses. Manual de orientações. Unesp. Agosto/2002
- ROSSIER VF, Guaré R de O, Haddad AS, Ciamponi AL. Mucopolissacaridose tipo III (síndrome de Sanfi lippo) – revisão e relato de casos clínicos. Rev Ibero-am Odontopediatr Odontol Bebê 2004;7(38):326-34.

Outros materiais