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Regime de bens Regime de bens é o conjunto de regras que disciplina as relações econômicas dos cônjuges, quer entre si, quer no tocante a terceiros, durante o casamento. Regula especialmente o domínio e a administração de ambos ou de cada um sobre os bens anteriores e os adquiridos na constância da união conjugal. LIVRE ESCOLHA (caput 1639 CC) Baseado no princípio da liberdade de escolha, o art.1639 assegura o direito de escolha aos nubentes sobre o regime de bens. Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. § 1º O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. A vigência do regime começará a contar da data do casamento. Obs.: No noivado o regime de bens é escolhido, no entanto, a EFICÁCIA do regime de bens está condicionada ao CASAMENTO/UNIÃO ESTÁVEL. A escolha do regime de bens não é absoluta, dentro disso temos o 1641CC, é uma exceção ao princípio da livre escolha – Regime de Separação Obrigatória de Bens (Regime de separação legal de bens) • O maior de 70 anos; III Jornada de Direito Civil - Enunciado 261- A obrigatoriedade do regime da separação de bens não se aplica a pessoa maior de sessenta anos, quando o casamento for precedido de união estável iniciada ANTES DESSA IDADE. Ex.: Alguém com 70 anos que casar com uma pessoa que esta junta a 10 anos, vivendo uma união estável, o casamento deste não à de incidir em regime de separação obrigatória de bens. • Causas suspensivas art 1523 CC; • Suprimento judicial de autorização (art. 1517 CC). REGIME DE SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS (art. 1641 CC) Particular Particular Súmula 377 STF – “no regime de separação legal de bens (art. 1641), comunicam-se os adquiridas na constância do casamento”. Permitiu, desse modo, que sejam reconhecidos, no aludido regime, a colaboração e o esforço comum dos cônjuges. A sumula 377 ASSEMELHA o regime de separação obrigatória ao regime de comunhão parcial de bens. O que configura esforço comum? O casamento, mas na pratica, deve ser analisado cada caso. PARTICULAR COMUM PARTICULAR ATENÇÃO: É possível que pessoas passíveis de casarem em Regime de Separação Obrigatória de bens possam elaborar um Pacto Antenupcial afastando a súmula 377 do STF ao escolherem casar-se por Regime de Separação CONVENCIONAL. VIII Jornada de Direito Civil - Enunciado 634 É lícito aos que se enquadrem no rol de pessoas sujeitas ao regime da separação obrigatória de bens (art. 1.641 do Código Civil) estipular, por pacto antenupcial ou contrato de convivência, o regime da separação de bens, a fim de assegurar os efeitos de tal regime e afastar a incidência da Súmula 377 do STF. O que seria o regime de separação convencional de bens? Aqueles que foi acordado com o casal que não haveria comunhão de bens. Particular Particular O pacto antenupcial deve ser feito por meio de escritura pública, no processo de habilitação. Mutabilidade Moderada (art. 1639 parágrafo 2º) Art. 1639 (...) § 2º É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. A alteração não pode ser obtida unilateralmente, ou por iniciativa de um dos cônjuges em processo litigioso, pois o artigo exige pedido motivado “de ambos”. Requisitos para a alteração do regime: Consenso; Autorização judicial (resguardar o interesse de terceiros): só é possível por via judicial. Motivo: em tese, não é necessário um motivo plausível. A falta ou recusa de um dos cônjuges em dar a anuência impede o deferimento do pedido, não podendo ser suprida judicialmente. I Jornada de Direito Civil - Enunciado 113 - É admissível a alteração do regime de bens entre os cônjuges, quando então o pedido, devidamente motivado e assinado por ambos os cônjuges, será objeto de autorização judicial, com ressalva dos direitos de terceiros, inclusive dos entes públicos, após perquirição de inexistência de dívida de qualquer natureza, exigida ampla publicidade. III Jornada de Direito Civil - Enunciado 260 - A alteração do regime de bens prevista no § 2º do art. 1.639 do Código Civil também é permitida nos casamentos realizados na vigência da legislação anterior (o código civil de 2016). → Quem casou na vigência do CC de 2016, pode muda o regime de bens, caso queira. III Jornada de Direito Civil - Enunciado 262- A obrigatoriedade da separação de bens nas hipóteses previstas nos incs. I e III do art. 1.641 do Código Civil não impede a alteração do regime, desde que superada a causa que o impôs. Variedade de Regimes A lei coloca à disposição dos nubentes não apenas um modelo de regime de bens, mas quatro. Regime de Comunhão Parcial de Bens (Regime Supletório) [reduza-se a termo essa escolha]. Regime de Comunhão Universal de Bens (pacto antenupcial) - Regime de Participação Final nos Aquestos (pacto antenupcial) Regime de Separação de Bens (Regime de Separação CONVENCIONAL (pacto antenupcial) Regime de Separação OBRIGATÓRIA - Regime Misto (pacto antenupcial), apenas reduzido a termo na habilitação. Quais os regimes que não vão precisar de pacto nupcial? Comunhão parcial e separação obrigatória de bens, por tratar-se de regimes legais. Regime legal ou supletório (art. 1640) Caso não haja convenção do regime de bens, ou que esta seja considerada nula ou ineficaz, irá vigorar os regimes de bens da comunhão parcial de bens entre os cônjuges. Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial. Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas. Poderão livremente os cônjuges: (art. 1642 à 1645) Nos dois primeiros incisos, a liberdade do marido e da mulher para a prática de todo ato de disposição e de administração de que necessitem no exercício das respectivas profissões (tais como as de comerciantes, profissionais liberais ou empresários, que exigem frequentemente disposição ou alienação de bens), bem como de todo ato de administração dos bens próprios, ou seja, dos que não integram a comunhão, consoante o regime de bens adotado. Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher (qualquer dos cônjuges) podem livremente: I – praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647; II - administrar os bens próprios; III - desobrigar ou reivindicar (ANULAÇÃO) os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial; ➢ UXÓRIA: autorização da mulher para determinados atos. ➢ MARITAL: autorização do marido para determinados atos. IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação (ANULAÇÃO), ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647; V – reivindicar (ANULAR) os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos; → a separação de fato afasta o concubinato, e configura união estável. VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente. Os atos praticados por um só dos cônjuges, importam a contratação de dividas que repercutem no patrimônio de ambos, nos termos do art. 1.644, CC. Tudo que for necessário para a subsistência dacasa, ainda que a credito, e a responsabilidade é solidaria de ambos os cônjuges, NÃO é necessário a autorização do outro. Assim, não pode o outro cônjuge alegar a falta de sua autorização, quando ficarem evidenciadas as despesas de economia doméstica, que ele e os demais membros da família foram destinatários. Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro: I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica; II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir. Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges. Apenas com autorização (ART. 1647) OUTORGA Atos que um cônjuge não pode praticar sem a autorização do outro: A autorização para determinados atos é imprescindível, porém, é possível ter suprimento judicial de autorização em duas hipóteses: 1. Quando o cônjuge não autoriza sem motivo relevante; 2. Quando for impossível conceder essa autorização: exemplo: um dos cônjuges está enfermo, ou ausente. Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la. O art. 1.647 do Código Civil especifica os atos que nenhum dos cônjuges pode praticar sem autorização do outro, “exceto no regime da separação absoluta”: Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no Regime da Separação Absoluta: (regime de separação convencional de bens). I - Alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares. Aquestos: são os bens adquiridos na constância do casamento, seja por um dos cônjuges ou por ambos. A autorização do consorte é necessária ainda que os bens imóveis sejam particulares do cônjuge, nos regimes de comunhão parcial e universal, podendo ser dispensada, em pacto antenupcial, no regime de participação final nos aquestos. QUAIS OS ATOS É NECESSÁRIO AUTORIZAÇÃO DO OUTRO CÔNJUGE? 1. Alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis: Alienar é vender, gravar de ônus real é da em garantia um bem móvel. Trata-se, de mera falta de legitimação e não de incapacidade, pois, na anuência do outro, o cônjuge fica legitimado. A restrição impõe-se, qualquer que seja o regime de bens, exceto no da separação absoluta. Justifica-se a exigência pelo fato de os imóveis serem considerados bens de raiz, que dão segurança à família e garantem o futuro dos filhos IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 340 - No regime da comunhão parcial de bens é SEMPRE indispensável a autorização do cônjuge, ou seu suprimento judicial, para atos de disposição sobre bens imóveis. Mesmo tratando de bens particulares, o regime de comunhão parcial de bens é imprescritível a autorização do cônjuge, independentemente de ter acréscimo ou não do bem. 2. Pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos: O outro cônjuge deve ter ciência do que está acontecendo. A sentença final, em alguns casos, poderá acarretar a perda da propriedade imóvel, desta forma o outro cônjuge pode pleitear a ação e venha a juízo para fazer valer e defender os seus direitos. Reversamente, em qualquer demanda intentada por terceiros deve ser promovida a citação de ambos os cônjuges. 3. Prestar fiança ou aval; A fiança e o aval são garantias pessoais de pagamento. É necessário a autorização do outro cônjuge para evitar o comprometimento dos bens do casal. Qual o problema? I Jornada de Direito Civil - Enunciado 114 O aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal, de modo que o inc. III do art. 1.647 apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu. 4. Fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. Tal proibição aplica-se aos bens móveis, porque dos imóveis já trata o inciso I. É permitida somente a doação remuneratória, qualquer que seja o seu valor, porque representa o pagamento de serviço prestado pelo donatário (médico, dentista, advogado etc.), cuja cobrança não mais podia ser feita (em razão da prescrição da ação, p. ex.). A obrigação de pagar, embora nesse caso seja apenas moral, existe e o pagamento pode ser feito sem a anuência do outro cônjuge. Obs.: São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada. - Suprimento de autorização judicial (art. 1648). A doação aos filhos quando se estabelecem com economia própria é dever natural para auxiliá-los nessa contingência. Clóvis Beviláqua diz que é intuitiva a razão da proibição de um cônjuge fazer doações sem a autorização do outro: para evitar que, por excessivamente liberal, não vá colocar em dificuldade a família, cuja mantença é dever seu. Se, porém, “as dádivas aproveitam às filhas, que vão constituir família, ou aos filhos, que se vão estabelecer por conta própria, não importam violação desse dever sagrado; são modos de continuar a cumpri-lo”. Carolina é casada com Eugênio pelo regime da comunhão parcial de bens, há 5 anos. O casal, contudo, não angariou nenhum patrimônio durante o casamento, apenas residem no apartamento que Carolina adquiriu antes mesmo do casamento. Em abril de 2020, uma grande amiga, Maria Christina, precisando alugar uma casa para morar, necessita de um fiador que tenha imóvel. Diante da situação, Maria Christina pede a Carolina que seja fiadora no contrato de locação. Levando em consideração o caso narrado, marque alternativa correta. A. Carolina pode ser fiadora em contrato de locação, desde que o faça por escritura pública, pois é casada. B. Carolina, caso assuma a fiança, deve se tornar responsável pela dívida toda, não podendo ser a fiança uma garantia parcial. C. Carolina poderá ser fiadora no contrato de locação sem o consentimento de Eugênio, pois o bem dado em garantia é bem particular. D. Carolina não pode ser fiadora no contrato de locação sem o consentimento de Eugênio. AÇÃO DE ANULAÇÃO LEGITIMIDADE - Cabe ao cônjuge prejudica e seus herdeiros (IV e V art. 1642) c/c (art. 1649). Art. 1.645. As ações fundadas nos incisos III, IV e V do art. 1.642 competem ao cônjuge prejudicado e a seus herdeiros. Art. 1.650. A decretação de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem suprimento do juiz, só poderá ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por seus herdeiros. No caso do art.1.650 trata-se dos casos de cônjuge falecido, sendo assim houve a dissolução do casamento sem que tenha sido proposta a ação de anulação, sendo assim, os atos que foram praticados pelo cônjuge falecido, sem autorização, podem cabível ação de anulação por parte do cônjuge ou de seus herdeiros, nos casos que infringirem a art. 1.647. PRAZO DECADENCIAL - de 2 anos a partir do fim da sociedade conjugal. APROVAÇÃO POSTERIOR – torna válido (documento particular ou público) Ação regressiva (TERCEIRO) Cabe ao terceiro prejudicado nos casos do inciso III e IV (art. 1646). O cônjuge que realiza negócio sem a necessária outorga conjugal comete ato ilícito, portanto fica obrigado a indenizar os prejuízos causados aos terceiros prejudicados. Art. 1.646. No caso dos incisos III e IV do art. 1.642, o terceiro, prejudicado com a sentença favorável ao autor, terá direito regressivo contra o cônjuge, que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros. O cônjuge pode autorizar após a venda, essa autorização pode ser qualquer documento particular ou público. Essa autorização posterior afasta qualquer tipo de anulação futura. Regra: antes da alienação é necessário a outorga do outro cônjuge. Exceção: admite-se que essa autorizaçãopode ser feita depois. TERCEIRO PREJUDICADO Terá direito regressivo contra o cônjuge que celebrou o negócio jurídico ou seus herdeiros. Aos os cônjuges é proibido a pratica de certos negócios jurídico sem a autorização do outro, sendo consequência a violação a regra: a anulação dos atos praticados. Essa autorização só terá validade se for feita: 1. Instrumento público; 2. Instrumento particular. OBS: Doações antenupciais feitas aos filhos são válidas, ainda que sem autorização, tal como doações remuneratórias. Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos DEPOIS de terminada a sociedade conjugal. Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado. ADMINISTRAÇÃO DOS BENS (art. 1651 e 1652) A sociedade conjugal é composta de uma comunidade de pessoas, incluindo os filhos, que precisa atender à sua necessidade de subsistência com suas rendas e com seus bens. Assim, pode um dos cônjuges administrar os bens que lhe incumbe. Os bens móveis comuns poderão ser alienados sem qualquer impedimento, mas os imóveis comuns e os móveis e os imóveis do outro cônjuge somente poderão ser alienados com prévia autorização judicial. Art. 1.651. Quando um dos cônjuges não puder exercer a administração dos bens que lhe incumbe, segundo o regime de bens, caberá ao outro: I - gerir os bens comuns e os do consorte; II - alienar os bens móveis comuns; III - alienar os imóveis comuns e os móveis ou imóveis do consorte, mediante autorização judicial. O art. 1.652 trata das consequências do fato de um dos cônjuges administrar os bens do consorte, em decorrência de impedimento deste. Estando na posse de bens particulares do consorte, o administrador será responsável perante o proprietário dos bens e seus herdeiros, assim pelo valor como pelo rendimento de tais bens. Se o rendimento for comum, encontrar-se-á na condição de usufrutuário. Se a posse for exercida pelo procurador, caber-lhe-á administrá-los nos termos do mandato, respondendo por sua conservação e manutenção em estado de servir, bem como pelos frutos, devendo contas de sua gestão ao titular ou aos herdeiros. Não sendo usufrutuário nem administrador, responderá como depositário, com o encargo de guardar os bens até que sejam reclamados, sujeitando-se às penas de depositário infiel se não os devolver prontamente e na íntegra. Art. 1.652. O cônjuge, que estiver na posse dos bens particulares do outro, será para com este e seus herdeiros responsável: I - como usufrutuário, se o rendimento for comum; ex.: uma casa alugada, e o aluguel pode ser usufruído por ambos. II - como procurador, se tiver mandato expresso ou tácito para os administrar; ex.: a pessoa já administra o patrimônio do casal, esse será procurador. III - como depositário, se não for usufrutuário, nem administrador: ex.: não sendo nenhum dos dois, esse será apenas depositário, irá depositar o patrimônio do outro cônjuge. Pacto Antenupcial (art. 1653 à 1657) A escolha do regime de bens é feita no pacto antenupcial. Se este não foi feito, ou for nulo ou ineficaz, “vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial”. O Pacto antenupcial é um contrato solene e condicional, por meio do qual os nubentes dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre ambos, APÓS o casamento. Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura PÚBLICA, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. Na hipótese de adoção do regime de comunhão parcial, que a lei presume, ter sido escolhido pelas partes quando estas nada convencionaram, a escolha de qualquer outro regime de bens depende de ajuste entre os nubentes no pacto antenupcial. MAIS 16 ANOS e MENOS de 18 anos (AUTORIZAÇÃO DOS REPRESENTANTES LEGAIS ou suprimento judicial): Menores necessitam do consentimento dos pais para casar e da assistência deles para a celebração da convenção antenupcial. Precisa da autorização para casar + a autorização para o pacto antenupcial. Se o menor não tiver a autorização para o pacto, mas tiver a autorização para casar, ele irá casar sob regime parcial de bens. Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens. Pacto Antenupcial – representantes autorizem. Casando com autorização Comunhão parcial Casando com autorização, mas sem a autorização para o pacto Comunhão parcial. Casando com autorização, e com a autorização para o pacto Pode escolher outro regime Observações: 1. Caso os representantes autorizem o casamento, mas neguem o pacto o casamento será regido pelo regime de comunhão parcial de bens. 2. Se os representantes não autorizem o casamento e este seja realizado por meio de suprimento judicial de autorização então o casamento será regido pelo regime de separação obrigatória de bens do artigo 1641. São nulas as cláusulas contraídas no pacto antinupcial, em que violam a lei, ex.: não pode abrir mão da guarda dos filhos ou do poder familiar. Por outro lado, pode compactuar a cerca da quebra do dever patrimonial de fidelidade. Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei. VIII Jornada de Direito Civil - Enunciado 635 - O pacto antenupcial e o contrato de convivência podem conter cláusulas existenciais, desde que estas não violem os princípios da dignidade da pessoa humana, da igualdade entre os cônjuges e da solidariedade familiar. As convenções antenupciais valem para os cônjuges a partir da celebração do casamento. Para valerem contra terceiros, as conversões antenupciais devem ser registradas no livro do Registro de imóveis do domicílio conjugal, sem prejuízo de sua averbação no lugar da situação dos imóveis de propriedade do casal. Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senões depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges. ESPÉCIES DE REGIME DE BENS REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS- (art. 1658 à 1666 PARTICULAR COMUM PARTICULAR Caracteriza-se por estabelecer a separação quanto ao passado (bens que cada cônjuge possuía antes do casamento) e comunhão quanto ao futuro (bens adquiridos na constância do casamento), gerando três montantes matrimonias: os do marido, os da mulher e os comuns do casal. Silvio Rodrigues: “Regime de comunhão parcial é aquele em que basicamente se excluem da comunhão os bens que os cônjuges possuem ao casar ou que venham a adquirir por causa anterior e alheia ao casamento, como as doações e sucessões; e em que entram na comunhão os bens adquiridos posteriormente, em regra, a título oneroso”. PARTICULARES Art. 1659 CC COMUNS - Art. 1660 CC • Os bens anteriores ao casamento. • A título gratuito – DOAÇÃO e HERANÇA. • Bens sub-rogados (troca). • Obrigações anteriores ao casamento (as dívidas anteriores ao casamento). • As obrigações provenientes de atos ilícitos, SALVO reversão em proveito do casal. (ex.: dividas no jogo do bixo, ou sonegando imposto), se ambos os cônjuges são beneficiados com a ilicitude, ambos são responsáveis. • Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão. • Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; o direito de receber é meu, mas o que adquire com dinheiro, é do casal. • As pensões, meios- saldos, montepios e outras. • Os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; ex.: comprou uma casa na constância do casamento, a casa é dos dois, mesmo que esteja no nome só de um. • Os bens adquiridos por fato eventualcom ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior. Ex.: ganhou na loteria, ou ganhou em um sorteio. • Os bens adquiridos por doação herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges. A próprias deixa já sugere que pertence a ambos. • As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge. • Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. Ex.: o aluguel de uma casa, pertence a ambos. CONCEITO: Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. BENS EXCLUÍDOS DO REGIME - (art. 1659) Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: (PARTICULAR) I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; III - as obrigações anteriores ao casamento; IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. CAUSA ANTERIOR AO CASAMENTO (art. 1661) Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento. Ex.: Ação trabalhista anterior ao casamento, mas que as verbas só foram pagas na constância do casamento. Maria casada com João propõe ação trabalhista antes de casar com ele, a verbas só foram pagas depois que ela casou. Essas verbas pagas na constância do casamento são apenas de Maria. O contrário também é valido: por exemplo: na constância do casamento Maria propõe uma ação trabalhista, mas as verbas pagas só saem depois que Maria se separou, o ex. marido de Maria poderá versar direito sobre ela. BENS INCLUÍDOS NO REGIME (art. 1660) COMUM Art. 1.660. Entram na comunhão: I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. BENS MÓVEIS QUE NÃO SE PROVAM ADQUIRIDOS ANTES (art. 1662): Os bens que não forem comprovados de serem adquiridos antes do casamento, a lei presume que tenham sido adquiridos na constância do casamento. Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do casamento os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior. Administração do patrimônio COMUM (art. 1663 E 1664) Art. 1.663.: A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos cônjuges. § 1º As dívidas contraídas no exercício da administração obrigam os bens comuns e particulares do cônjuge que os administra, e os do outro na razão do proveito que houver auferido. § 2º A anuência de ambos os cônjuges é necessária para os atos, a título gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens comuns. (outorga do cônjuge) § 3º Em caso de malversação (má- administração) dos bens, o juiz poderá atribuir a administração a apenas um dos cônjuges. Art. 1.664. Os bens da comunhão respondem pelas obrigações contraídas pelo marido ou pela mulher para atender aos encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes de imposição legal. Administração dos bens PARTICULARES (Art. 1665 e 1666) Art. 1.665. A administração e a disposição dos bens constitutivos do patrimônio particular competem ao cônjuge proprietário, salvo convenção diversa em pacto antenupcial. Art. 1.666. As dívidas, contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particulares e em benefício destes, não obrigam os bens comuns. 1. Aldo e Mariane são casados sob o regime da comunhão parcial de bens, desde setembro de 2013. Em momento anterior ao casamento, Rubens, pai de Mariane, realizou a doação de um imóvel à filha. Desde então, a nova proprietária acumula os valores que lhe foram pagos pelos locatários do imóvel. No ano corrente, alguns desentendimentos fizeram com que Mariane pretendesse se divorciar de Aldo. Para tal finalidade, procurou um advogado, informando que a soma dos aluguéis que lhe foram pagos desde a doação do imóvel totalizava R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), sendo que R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) foram auferidos antes do casamento e o restante, após. Mariane relatou, ainda, que atualmente o imóvel se encontra vazio, sem locatários. Sobre essa situação e diante de eventual divórcio, assinale a afirmativa correta. A. Quanto aos aluguéis, Aldo tem direito à meação sob o total dos valores. B. Tendo em vista que o imóvel locado por Mariane é seu bem particular, os aluguéis por ela auferidos não se comunicam com Aldo. C. Aldo tem direito à meação dos valores recebidos por Mariane, durante o casamento, a título de aluguel. D. Aldo faz jus à meação tanto sobre a propriedade do imóvel doado a Mariane por Rubens, quanto sobre os valores recebidos a título de aluguel desse imóvel na constância do casamento. 2. Diógenes e Mirna vivem em união estável há 20 anos. Ao longo da união, o casal contraiu algumas dívidas em comum e uma casa de 350 m² no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais). No mês passado, Diógenes ganhou na Mega-Sena e manifestou o desejo de se separar de sua companheira. Para tal, procurou um advogado, que lhe aconselhou adequadamente da seguinte forma: A. O valor recebido na Mega-Sena não precisará ser partilhado, pois se trata de fato eventual. B. O crédito recebido pelo jogo deve ser partilhado entre o casal. C. O regime de bens que rege a união do casal é a comunhão universal de bens. D. Com a dissolução da união estável, partilha-se a casa e o valor recebido do jogo, não as dívidas.
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