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Isadora Albuquerque Medicina UnP MALÁRIA É causada por vários parasitas e um parasita, dentro do ser humano, adota várias formas; O parasita da malária te, a capacidade de mudar sua forma propriamente dita. Quando muda, a superfície antigênica e o sistema imune não conseguem mais reconhecer, por isso é difícil desenvolver vacina e imunidade completa para essa doença; No Brasil, a região Norte merece destaque. No mundo, quem se destaca é a África; Fase sexuada (mosquito): combinação de genes de DNA; Fase assexuada (homem); FEBRE Terçã: ocorre a cada 48h (Segunda- Terça- Quarta- Quinta- Sexta); Quartã: ocorre a cada 72h (Segunda- Terça- Quarta- Quinta- Sexta); Na idade média, perceberam que a febre terçã maligna evoluía para a morte, enquanto a febre terçã benigna evoluía para a cura; Ainda na Idade Média, denominaram essas febres terçã e quartã de malária. TRANSMISSÃO Mosquitos Anophelinos são os transmissores; Isadora Albuquerque Medicina UnP Anopheles Gambiae é o maior transmissor que pode existir da malária; Parasita: Plasmodium (4 mais importantes): 1. Falciparum – seu gameta adota a forma de foice; 2. Vívax – A grande maioria dos casos no Brasil. Na lâmina, se mexe tanto que parece estar vivo; 3. Malariae – responsável pela febre quartã. No entanto, quase não ocorre no nosso meio; 4. Ovale – também é raríssimo no nosso meio. CICLO DA MALÁRIA Quem faz o repasto sanguíneo é sempre a fêmea, pois ela precisa de proteína de alto poder molecular para pôr os seus ovos. Então o mosquito se reproduz sugando o sangue para obter a proteína de alto valor biológico; No momento em que suga, existe o risco de coagulação (no inseto) e, para evitar isso, antes de sugar ele regurgita material das glândulas salivares. Então, quando a fêmea do anofelino suga o material (saliva), ele inocula uma forma chamada esporozoíto; O esporozoíto, em aproximadamente 12 horas, chega ao fígado e invade os hepatócitos; Ao invadi-los, transforma-se em esquizonte (chamado assim por se reproduzir por esquizogonia, ou seja, uma célula se transforma em 2, 4 e assim por diante), de forma que Isadora Albuquerque Medicina UnP o hepatócito infectado ficará lotado de esquizonte, até romper e liberar merozoítos na circulação sanguínea; Tipo de plasmóide: 1. Falciparum: o esquizonte origina 40.00 merozoítos; 2. Vivax: a. Alguns se transformam em hipnozoítos, responsável pela forma latente (‘sono’) da doença, que a qualquer momento pode entrar em atividade; b. Esquizonte origina 10.000 - 15.000 merozoítos. aa Isso significa que a doença causada pelo falciparum tem período de incubação de 12 a 14 dias, já a doença causada pelo vívax pode se desenvolver em 2 semanas após a picada, mas também pode se desenvolver meses ou anos depois, por causa da forma Hipinozoíto. O merozoíto irá parasitar as hemácias, que podem ser hemácias jovens, maduras ou velhas; Se o plasmodium for vívax, irá parasitar basicamente hemácias jovens; Se o plasmodium for falciparum, parasita os 3 tipos de hemácias. Ou seja, a forma falciparum tanto produz mais merozoítos, quanto parasita todos os tipos de hemácias existentes, independentemente da idade; Além disso, a hemácia a ser parasitada pode ser por 1 vívax ou 2 falciparum; Pelos 3 fatores (↑ merozoítos; ↑ abrangência; ↑ de parasitas dentro da hemácia), concluímos que a febre terçã maligna é causada pelo falciparum; A hemácia é bicôncava, mas quando quer passar por um vaso estreito, ela se deforma (estreita) e passa. Já quando esses merozoítos invadem a hemácia, ela passará a: 1. Produzir quinócitos (protuberância na hemácia), que aumentará a adesão dos eritrócitos no endotélio vascular, prejudicando o deslizamento das hemácias nos vaso; 2. Formar uma roseta: através da ligação de uma hemácia na outra; 3. Impedimento da deformação da hemácia; 4. No capilar, haverá um empilhamento/bolo de hemácias. Esses merozoítos, ao invadirem a hemácia, se transformarão em esquizontes hemáticos; Esquizontes por se produzirem por esquizogonia, abarrota as hemácias de parasitas. Vai chegar uma hora em que o eritrócito rompe, então vai produzir hemólise; Essa ruptura libera na corrente sanguínea novos merozoítos; Esses merozoítos, a partir de algumas gerações, se transformam em gametas femininos e gametas masculinos, que se transformam em célula ovo, depois em oocineto, depois esporozoítos, reiniciando o ciclo; Isadora Albuquerque Medicina UnP ESQUEMA Esporozoíto → Esquizonte (HEPATÓCITO) → Merozoíto (CORRENTE SANG.) → Esquizonttes hemáticos (HEMÁCIA) → novos merozoítos (CIRC. SANGUÍNEA) → gametas femininos e masculinos → célula ovo → oocineto → novos esporozoítos. À medida que tenho parasita dentro das hemácias, elas tendem a ser capturadas pelo retículo endotelial. Essas capturas tendem a ser no fígado e no baço; Se na microcirculação eu não tenho hemácias circulantes, o tecido tem hipóxia por isquemia. Se persistir na isquemia, pode dar até necrose; Normalmente eu não chego a ter necrose, mas tenho disfunção: Disfunção (↓ débito) = marcador de gravidade; Orgânica – dos tecidos; Da própria malária – ruptura dos eritrócitos. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Disfunção cerebral: alteração do nível de consciência, irritação, coma, crise convulsiva; Febre (à medida que as hemácias, vão se rompendo, vai ativando o fator de necrose tumoral em grande quantidade). Febre sempre que houver ruptura dos eritrócitos. Febre intermitente: ÚNICA DOENÇA COM ESSE PADRÃO; Febre precedida por calafrios (a ruptura dos eritrócitos ativam grande quantidade de fator de necrose tumoral). Os calafrios duram 30 minutos a 1 hora, já a febre dura de 4 a 6 horas; A febre é alta/intensa (39,5 °C – 40° C); No final, a febre vai terminar em crise, com intensa sudorese; Esse ciclo vai se repetir a cada 48 horas se for falciparum/ vívax ou a cada 72 horas se for malariae; Período de incubação: 10 a 14 dias; Com o plasmodium vívax, a série de ciclos de febre vai ocorrer até acontecer um esgotamento na produção de merozoítos e o indivíduo fica bom, ou pode morrer. Já com o plasmodium falciparum, eu tenho cada vez mais a produção de falciparum e a doença vai se agravando; Se está havendo a ruptura das hemácias, outra manifestação esperada é a palidez; Isadora Albuquerque Medicina UnP MANIFESTAÇÕES 1. Acesso malárico: febre; 2. Icterícia: malária grave (em casos de intensa hemólise); 3. Palidez. Se tem icterícia, a urina vai ter hematúria, porque a bilirrubina indireta (é a que aumenta) não sai da urina, mas vai haver resíduos da degradação da hemácia e por isso a urina fica mais avermelhada; Resíduos = hemoglobinúria (↑ hemoglobina sendo liberada pela ruptura das hemácias) É tanta hemoglobina sendo liberada, que ocorre invasão do parasita na microcicurlação renal, provocando insuficiência renal e hemoglobinúria; Hepatoesplenomegalia (eritrócitos parasitando os dois órgãos); Febre terçã (malária) benigna: p. vívax; Febre terçã (malária) maligna: p. falciparum; Como eles precisam tanto de hemoglobinas boas(alto poder biológico), a seleção natural fez com que a população negra (malária veio da África) tivesse muita anemia falciforme. Era uma maneira de não pegar a doença (resistência = hemoglobina S); DIAGNÓSTICO DA DOENÇA SEMPRE epidemiológico; Diagnóstico laboratorial: 1. Hemograma: anemia (palidez é clínico); 2. Leucócitos normais; 3. Plaquetopenia em casos graves; 4. Enzimas hepáticas e função renal alteradas, quando houver disfunção orgânica; 5. VHS: não é usado para diagnóstico, embora possa estar alterado, dependendo da gravidade; Para ver o parasita: 6. Esfregaço na microcirculação; 7. Gota espessa na microcirculação 8. Teste imunocromatológico: bom para o diagnóstico, uma vez que vê o parasita, mas não dá a carga biológica; Isadora Albuquerque Medicina UnP ESFREGAÇO GOTA ESPESSA Mais fácil de fazer; Pega uma gota e faz o esfregaço; Não consegue concentrar o parasita, mas eu não deixo o eritrócito íntegro e assim consigo ver um eritrócito com 1 ou 2 plasmodiuns (vívax ou falciparum). Mais sensível; Pego uma gota de sangue, coloco em 1cm², deixo secar. Depois pego esse material e coloco em uma solução a 0,45%; Como o sangue é a 0,9%, quando coloco a 0,45%, rompo todos os eritrócitos, deixando só o plasmodium e aí coro e vejo uma grande quantidade de parasita; Importante em casos graves (na malária tende a ter 4+/ 4+); Avalia a intensidade do parasitismo, mas também vê os gametas. Isso é importante para saber se ele (infectado) é polo de infecção para o Anophelino); Exemplo: é encontrado gameta em uma pessoa que mora perto do Giselda, pensar que ali pode haver foco de infecção. TRATAMENTO 1. Primaquina: age sobre o sítio tecidual e sobre os gametas. No entanto, é feita com o objetivo principal de matar as foras teciduais; Se for malária por p. vívax, usamos primaquina (mata o hipinozoíto) + cloroquina (150mg- 1º dia, 4 comprimidos; 2º dia, 3 comprimidos; 3º dia, 3 comprimidos); Se for malária por p. falciparum, depende da região e se a malária é mais resistente ou não. Mas, para esse plasmodium normalmente usa a combinação de artesunato + lumefantrina ou quenina ou doxiciclina (a depender da região); Pode haver infecção pelos dois plasmodiuns ao mesmo tempo. Além disso, a malária não confere imunidade, então você vai ter malária quantas vezes for picado pelo mosquito. PREVENÇÃO Sem vacina; O Ministério da Saúde não recomenda profilaxia. Se adoecer, é que trata; Grupos de risco: grávida (letalidade – “é a única situação em que mulheres morrem mais do que homens”) e crianças pequenas; O idoso não é tanto, porque ele já teve várias vezes e cria um tipo de imunidade parcial (não cria tanto parasitismo). Por isso, esse grupo etário não morre tanto; Isadora Albuquerque Medicina UnP Com o tratamento, o paciente cura. Exceto naqueles que não podem usar a primaquina (mata o hipnozoíto); Exemplo: paciente com malária vívax com deficiência de G6PD ou grávidas. Nesses casos, são tratados com cloroquina, mas já sabemos que vao haver recaída e esses pacientes vão ficar tendo. Em aidéticos, a tendência é que a malária tenha maior gravidade.
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