URGÊNCIAS NEUROLÓGICAS EXAMES ● RAIO X: Só vejo osso, e aqui estou querendo ver parênquima pulmonar. Por isso, o raio x só é usado em 3 indicações: 1. Cranioestenose: durante o primeiro ano de vida as fontanelas ou suturas cranianas fecham antes do tempo, pode ser uma sutura coronal, lambdoide, escamosa, etc; 2. Metástase: para ver se deu metástase óssea cerebral (exemplo: eu tenho um carcinoma medular de tireoide e estou suspeitando que tem metástase óssea cerebral); 3. Fratura: Fratura não tem nada a ver com dano cerebral (tem pacientes que fazem fraturas gigantescas e o parênquima cerebral está normal e tem pacientes que tem um trauma sem fraturas, mas tem um dano cerebral muito importante). - Exemplo: espancamento, vemos múltiplas fraturas em fases de consolidação diferentes. Se fosse um politraumatizado, o calo ósseo de todas as fraturas iria se formar ao mesmo tempo. ● TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC): Excelente método. Usada bastante em trauma por ser rápida. - No trauma, na urgência, o primeiro exame que a gente faz é TC, pois o sangue vai ficar imediatamente branco, na RM eu tenho que esperar o enfraquecimento das ligações do ferro e da Hb com o O2, o que demora para acontecer. - Tomografia 3D: Fratura por afundamento, é o pior tipo de fratura, porque na hora que o osso afunda, ele entra em contato com o parênquima cerebral, empurrando-o e lesionando por afundamento; - Sangue na tomografia (em casos de trauma): a) Fase aguda: Sangue branco, uma vez que o ferro do grupamento M e a mioglobina faz ele se tornar hiperdenso quando cai dentro de uma área e forma coágulo. Quando o sangue cai no parênquima cerebral, ele estimula a migração de macrófagos que vão fagocitar as hemácias, o ferro e a proteína, deixando só a parte líquida do sangue. Assim, e ele – o sangue- vai ficando aos poucos cinza e, depois, preto. b) Fase subaguda: Sangue cinza; c) Fase crônica: Sangue quase preto. ● RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM): Método bom, só que demora. - Usado em pacientes já estáveis, para ver o parênquima cerebral melhor. - Sangue na RM: O que vai dar a coloração do sangue é a ligação do oxigênio com as hemácias. Então, nós temos: a) Fase aguda: Oxi-Hb, ou seja, a hemoglobina está ligada diretamente ao O2. b) Fase subaguda: Deoxi-Hb, isso significa que a hemoglobina começa a perder força e libera 02. Ainda nessa fase, a deoxi-hb é transformada em met-hb, só que a hemoglobina é intracelular. Na fase subaguda mais tardia, há uma lise dessa hemácia e a met-gb passa a ser extracelular. c) Fase crônica: Presença do ferro, pois o macrófago vai fagocitar o ferro e o ele –o macrófago- vai entrar em degeneração, aí eu tenho o ferro extracelular. ALGUNS ACHADOS: Crianças normais possuem uma desproporção crânio-facial, por isso o crânio é maior. Em crianças acometidas pela Zyka, há uma proporcionalidade patológica. Para fechar quadro clínico de espancamento: múltiplas fraturas em fases de consolidação diferentes + edema cerebral, lesões cerebrais, contusão pulmonar e hepática.... Toda vez que eu tenho um trauma, o osso não é importante para mim (pois osso cola), eu preciso me preocupar com o dano cerebral, ou seja, vou procurar sangue. TUDO QUE FOR BRANCO, É PATOLÓGICO. TIPOS DE HEMATOMAS: HEMATOMA INTRAPARENQUIMATOSO ● Acontece sempre onde eu tenho cérebro perto de estrutura óssea, porque na hora do trauma eu tenho sempre um movimento de golpe e contragolpe e o cérebro não está fixo, ele tem uma discreta mobilidade no parênquima; ● No golpe, o cérebro é jogado contra a região frontal e temporal. Já no contragolpe, ele é jogado contra a região occipital; ● O sangramento intraparenquimatoso tem 2 subtipos: o traumático e o hipertensivo. 1. O sangramento intraparenquimatoso traumático é periférico; 2. O sangramento intraparenquimatoso central é central. HEMATOMA SUBARACNÓIDE: ● Acontece entre a pia-máter e o cérebro e a aracnóide; ● Principais causas: trauma e aneurisma; ● Como vou ver? A aracnoide é pregada ao parênquima, então ela é pregada nos sulcos e giros corticais. O sangue vai ficar envolvendo a sulcação cerebral, preenchendo-a; ● Onde era para ter líquor preto, vai ter sangue branco; ● Branco na sulcação cerebral e branco no ventrículo; ● Consequência: Você está colocando líquido dentro do cérebro, o ventrículo está aumentando (hemoventrículo- sangue dentro do ventrículo). Além disso, o sangue (principalmente o ferro) irrita a camada ependimária e aí o epêndima produz mais líquor para tentar limpar essa região que está irritada. Então eu vou ter 2 problemas: líquido pelo sangue e líquido pelo aumento de produção, então faço mais hipertensão intracraniana. O ventrículo vai ficar enorme, o paciente vai ter hidrocefalia, vai ter que colocar uma válvula derivação ventrículo peritoneal nele. HEMATOMA SUBDURAL ● Acontece entre a aracnoide e a dura-máter; ● É uma hemorragia extra axial, ou seja, não tem contato com neurônio; ● Entre a dura-máter e a aracnoide tem um espaço livre rico em veias, o sangramento nesse espaço é 90% venoso; OBSERVAÇÃO: Entre um sangramento arterial e venoso, o arterial é mais complicado, pois ele tem pressão, não para de sangrar. O venoso vai chegar uma hora que a pressão do sangue ao redor fecha a veia, então ele é autolimitado. ● Não pega a sulcação cerebral, pois como o espaço é livre, ele acompanha a convexidade cerebral e o sangramento se espalha; ● Costumamos dizer que a lesão subdural tem formato de banana. HEMATOMA EPIDURAL ● É o mais superficial e o mais perigoso; ● Acontece entre o osso e a dura-máter. Entre eles não há espaço livre para o sangue correr, como no hematoma subdural, ele tem uma área delimitada; ● O hematoma epidural é arterial, isso significa que o volume e a pressão do sangue são maiores; ● Quando acontece? Normalmente nós temos esse tipo de hematoma associado à fraturas na lateral da cabeça, uma vez que esse hematoma é formado pela laceração da artéria meníngea média (artéria calibrosa que passa pela região temporo-parietal); ● Como a dura-máter tem áreas de ligações com o osso (ela se insere no osso em alguns pontos), ele – o hematoma – ocorre em “bolsas” e como ele é arterial, não se espalha como o subdural, formando assim uma lesão lesão que vai crescendo; ● Costumamos dizer que a lesão epidural tem formato de limão; OBSERVAÇÃO: Quando uma pessoa leva um tiro na cabeça, é importante visualizar o caminho percorrido pela bala, nós conseguimos perceber por meio dos estilhaços de chumbo que ficam pelo percurso. Quando chega na mastoide, a bala para, pois é um osso muito duro. DOENÇAS PNEUMOENCÉFALO ● É quando eu tenho ar dentro do cérebro; ● Principais causas: trauma (quando pega os seios da fase e as mastóides, tanto nos seios, quanto nas mastóides, eu tenho ar) e cirurgia (às vezes entra muito ar); ● Consequências: quando eu tenho muito gás dentro do cérebro, eu começo a haver um pneumoencéfalo hipertensivo. Então eu tenho uma hipertensão intracraniana não por acúmulo de líquido, mas pela presença de gás no cérebro; ● Quando atinge o ventrículo, além do pneumoencéfalo, temos um pneumoventrículo. AVC ● Definição: lesão vascular isquêmica ou hemorrágica que provoca um quadro agudo deficitário em alguma área cerebral que deveria estar recebendo sangue ● É quando eu tenho um fluxo sanguíneo para o cérebro e esse fluxo sanguíneo deixa de existir; ● O cérebro não tem capacidade nenhuma de armazenamento de O2 e glicose, diferente do fígado, ou seja, ele não consegue se manter. E aí no AVC ocorre a parada do sangue (glicose e O2) para aquele grupo celular; ● Posso ter três formas de AVC: 1. AVC isquêmico: o vaso entupiu; 2. AVC hemorrágico: o vaso rompeu; 3. Ataque Isquêmico Transitório (AIT): O vaso entupiu, mas voltou. Então o paciente teve a sintomatologia, mas o exame de imagem deu normal, não deu tempo de lesionar o cérebro, por isso o paciente volta ao normal depois de um certo tempo; ● Toda vez que eu tenho um AVC, uma área do cérebro que comanda