Isadora Albuquerque HEMOGRAMA TUBO COM TAMPA ROXA É o tubo que colhemos o hemograma; Contém o anticoagulante chamado EDTA; Uma vez que o sangue está no tubo, coloco para centrifugar e aí teremos: plasma + parte celular. Se eu homogeneizar, volto a ter o sangue; Retiro 0,01 a 0,03 ml, coloco numa máquina e ela vai me dá, automaticamente, o valor da hemoglobina, hematócritos, etc. A amostra aspirada vai ser separada em duas frações: a primeira é diluída e tem seus eritrócitos lisados, o que permite a medida da concentração de hemoglobina e contagem leucocitária. A segunda, por sua vez, é diluída sem lise (para permitir a contagem e aferição do tamanho de hemácias e plaquetas). Importante revisar os resultados, uma vez que erros podem acontecer. (Ex: blastos – célula maior e mais imatura- sendo contados como linfócitos, e aí o hemograma apresentar uma falsa linfocitose); Geralmente o tubo fica 24 horas no laboratório, depois disso é desprezado e, se necessário, uma nova amostra é colhida. TUBO COM TAMPA AMARELA É o tubo da bioquímica; Não tem anticoagulante; Quando coloco o sangue, ele vai coagular em uma malha de fibrina junto com as células e vai me dá o soro. O soro significa que não coloquei anticoagulante e ativei a cascata de coagulação, ou seja, as proteínas da coagulação do plasma que eram inativas, foram ativadas pela superfície de vidro; Esse soro não existe no organismo, apenas no plasma. TUBO AZUL Contém o anticoagulante chamado citrato (um quelante de cálcio). Sem cálcio não há coagulação; Usa-se esse últimos em testes de coagulação (tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial ativado, fatores de coagulação, fibrinogênio), bolsas de transfusão e mielograma; Posso usar para ver se o hemograma deu alguma interferência na afecção de plaquetas (citopenia, bicitopenia e pancitopenia); CONCEITOS CITOPENIA (célula que está baixa): anemia, leucopenia ou plaquetopenia; BICITOPENIA: anemia + leucopenia; PANCITOPENIA: hemograma todo baixo (anemia+ leucopenia+ plaquetopenia); POLICITEMIA: aumento da contagem eritrocitária, o oposto da anemia. Como é a medula óssea vermelha que produz as células sanguíneas, quando temos citopenia, bicitopenia ou pancitopenia, ou seja, com a celularidade baixa, a primeira coisa que pensamos é que a medula óssea parou de produzir. Exemplos: anemia ferropriva é defeito na produção, o ferro não está sendo produzido direito. O segundo mecanismo que pensamos é: a produção (medula óssea) está normal, mas eu tenho aumento da destruição ou do consumo. O terceiro mecanismo é: a produção está normal, a vida média também (sem destruição ou consumo excessivo), mas há um sequestro esplênico. No baço, há um sequestro importante de leucócitos, mas principalmente de plaquetas. Também pode interferir na contagem de hemoglobinas e células vermelhas. Isadora Albuquerque Doenças como cirrose, hipertensão portal, ICC direita, tromboses de veia porta e esplênica, causam sequestro esplênico. Então é aquele paciente que chega com eritema palmar, telengectasias, ascite, atrofia testicular, encefalopatia hepática etc. O HEMOGRAMA SERVE PARA RESPONDER 3 QUESITOS: 1 A M.O está produzindo número suficiente de células hematopoéticas maduras? 2 O desenvolvimento de cada linhagem hematopoética encontra-se quantitativamente e qualitativamente normal? 3 Existe perda ou destruição acelerada das células sanguíneas? PLAQUETAS Pseudoplaquetopenia: 0,01 a 0,03% da população agrega plaquetas por EDTA (anticoagulante do tubo roxo). Nesse caso, na contagem automática de plaquetas, geralmente aparece uma plaquetopenia ISOLADA leve. Isso não é doença, porque não acontece no organismo, apenas quando eu coloco o sangue no EDTA, ou seja, o número de plaquetas está normal, mas aparece como se estivesse diminuído, porque houve a coagulação. Assim, a conduta correta seria: ao chegar um caso de plaquetopenia isolada, solicitar um hemograma em citrato. Se o resultado vier normal, significa que temos uma pseudoplaquetopenia (ou plaquetopenia por EDTA). Além disso, posso analisar a lâmina do hemograma (vai ter a contagem de plaquetas agregadas) e solicitar a contagem manual de plaquetas. Esse exemplo não se aplica aos casos de pancitopenia. Plaquetopenias: podem ser imunes ou não. Imunes: Púrpura trombocitopênica imunológica; PTI é uma doença autoimune, caracterizada pela formação de autoanticorpos dirigidos contra proteínas da membrana plaquetária, principalmente os complexos GPIIa-IIIb e GP Ib-IX. As plaquetas recobertas por autoanticorpos ligam-se a macrófagos do sistema reticuloendotelial por meio dos receptores Fc gama. As plaquetas são, então, fagocitadas pelos macrófagos, predominantemente no baço, o que provoca a trombocitopenia. Não imune: coagulação intravascular disseminada (CIVD). COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSSEMINADA COAGULAÇÃO Fator VIIa (fator tissular) trombina fibrina + Inibição dos anticoagulantes naturais (antitrombina, proteína C, proteína S e inibidor da vida do fator tissular) + Aumento do inibidor do ativador de plasminogênio tipo 1 (PAI-1) Inibição da atividade fibrinolitica Remoção inadequada da fibrina Trombose da microvascultura (IL-6, principalmente, está envolvida nesse último processo) HEMORRAGIAS A ativação sistêmica da coagulação promove não só a deposição de fibrina e a consequente trombose, MAS TAMBÉM promove o consumo e a consequente depleção dos fatores da coagulação e plaquetas, o que, frequentemente, causam manifestações hemorrágicas. COAGULAÇÃO + HEMORRAGIA = CIVD. Isadora Albuquerque OBSERVAÇÃO: embora as manifestações hemorrágicas sejam mais observadas no exame físico, é a trombose microvascular que causa disfunção de órgãos algo e mortalidade. A CIVD consiste na ativação descontrolada da coagulação e decorre de processo desencadeado por várias doenças, como infecção ou trauma, neoplasia, doenças obstétricas e doenças inflamatórias ou vasculares. ERITROPOIESE Reação: nutrientes + enzimas + genes + homeostase = eritrócito. Quem comanda a produção de eritrócitos é a eritropoietina. Ela detecta o nível de oxigenação no sangue do aparelho justaglomerular. Se detectou uma quantidade “x” de saturação de oxigênio, ela vai manter sua produção basal ou vai aumentar, ou mesmo diminuir. Então, nas anemias em geral, a eritropoietina está sem funcionar, seja por deficiência de ferro, de vit. B12, defeito enzimático, ou por inflamação e/ou infecção. Por isso, quando aumentamos os reagentes da reação, não diminuímos a anemia. Exemplo: solicitar ingestão de ferro para o paciente, não vai aumentar a massa de hemoglobinas, nem do hematócrito, a menos que o paciente tenha uma deficiência de ferro. Ferro só trata a anemia ferropriva. POLICITEMIA Hematócrito é a porcentagem de volume ocupada pelos glóbulos vermelhos ou hemácias no volume total de sangue. O normal vai de 36 a 54%. A desidratação vai interferir no plasma, aumentando a proporção da massa eritrocitária, sem que realmente haja aumento desses glóbulos vermelhos. DESIDRATAÇÃO X HEMOCONCENTRAÇÃO Na desidratação (ex: por diarreia, vômito...), temos uma redução do líquido intravascular e também do organismo. Ou seja, um déficit de água corporal. Quem está desidratado, também está hemoconcentrado. Mas o inverso não necessariamente se aplica. Um exemplo de doença que causa hemoconcentração sem a desidratação é a dengue hemorrágica (exemplo mais comum). Nela, ocorre uma capilarite, ou seja, uma alteração da permeabilidade, fazendo com que percamos líquido para o espaço extravascular e deixando o intravascular diminuído. Isso faz com que a hemoglobina e o hematócrito aumentem. Então dá derrame pleural, anasarca, ascite, edema, etc. Doenças que