eu tiver doença inflamatória crônica (lúpus, HIV, tumores em geral, artrite reumatóide doença inflamatória intestinal, TB pulmonar), a inflamação reduz a reciclagem macrofágica do ferro. Isso é uma anemia “ferropriva qualitativa”. 5. Intoxicação por chumbo (Saturnismo): o chumbo compete com o ferro. Por isso, teremos: microcitose + pontilhado basofílico + linhas azuladas no palato por isso o nome de saturnismo. Isadora Albuquerque Geralmente é história ocupacional ou quem tem projétil de arma de fogo que não operou pode fazer uma captação de chumbo e interferir. 6. Hipertireoidismo pode em alguns casos causar microcitose. ANEMIA FERROPRIVA A primeira coisa que tenho que levar em consideração é o tempo de vida das hemácias: 120 dias. Quanto menos ferro eu tiver, menos ferro celular eu vou conseguir captar, então às hemácias podem, começando a racionalizar o ferro, elas vão diminuir em número e diminuir em volume. Nesse ponto, você começa a avaliar se a dieta está sendo suficiente, etc. A apresentação mais comum da anemia ferropriva é a leve/moderada: comumente se manifesta como normocítica. À medida que as reservas de ferro vão se depletando e eu não tenho mais como crescer esse ferro celular, começo a ter hemácias menores e isso vai causar diferença do tamanho, isso é anisocitose. RDW maior (quando começa a faltar ferro, a síntese de hemoglobina cai progressivamente e as hemácias vão ficando menores). Durante o tratamento, vai acontecer o inverso e você normaliza. Sequência de alteração: Hb – VCM – RDW. LABORATÓRIO DE FERRO Ferro sérico; Transferrina (proteína que transporta o ferro); Saturação de transferrina; Normal em homens: 20 a 50. Capacidade total de ligação da transferrina; Ferritina (reservas teciduais de ferro). Se está faltando ferro no meu organismo: a ferritina e a saturação de transferina vão estar baixas, mas os níveis de transferrina aumentam, para que onde apareça ferro eu consiga captar; a capacidade total de ligação da transferrina também aumenta com o mesmo objetivo. PROBLEMA! A ferritina também é prova inflamatória (agua e crônica). Então em qualquer doença que cause inflamação (ex: doença inflamatória do intestino, doença de Crohn), vai cursar com ferritina elevada, mesmo que ele sangre e/ou tenha deficiência em ferro. O MELHOR EXAME PARA DIAGNOSTICAR FERROPENIA É A SATURAÇÃO DE TRANSFERRINA. TALASSEMIA O problema é genético, então não tem cura, a menos que eu faça um transplante de medula óssea, ou seja, lhe dê hemácias geneticamente normais. O paciente só sintetiza determinada quantidade de hemoglobina e pro resto da vida as hemácias serão microcíticas e hipocrômicas, não importa o que eu faça. As hemácias serão homogeneamente reduzidas, por isso teremos um RDW normal e um VCM diminuído. O diagnóstico se baseia pela clínica + eletroforese de hemoglobina (pelo menos) + testes genéticos (opcional). MACROCITOSE MACROCITOSE TEM QUE PENSAR EM DNA. Isadora Albuquerque Pseudomacrocitose: não houve o aumento real das hemácias, mas aconteceu alguma coisa na minha periferia circulante que causou esse aumento do VCM. Anemias hemolíticas: grupos de doenças que tem por característica a destruição ou a diminuição da sobrevida média das hemácias, no lugar de durar 120 dias elas vão durar 20/30 dias. A medula óssea vai responder, lançando eritoblastos na corrente sanguínea, o que leva ao aumento do VCM (por razões já explicadas). O QUE CAUSA ANEMIA HEMOLÍTICA? Defeitos de membrana, esferocitose, estomatocitose, defeitos no piruvato quinase, hemoglobinopatias induzidas por anticorpo, autoimunes, é um grupo de doenças que aumentam os reticulócitos. TRANSFUSÃO SANGUÍNEA: Toda vez que for solicitar uma transfusão, é necessário fazer o Coombs direto e indireto. Coombs direto: ver se há anticorpos ligados às hemácias (aglutinação), ou se não tem (sem aglutinação). As aglutinações estão presentes nas anemias hemolíticas autoimunes ou em transfusões sanguíneas. CAUSAS REAIS DE MACROCITOSE: 1. .Deficiência de B12: normalmente quem tem essa deficiência são os veganos ou vegetarianos, gastrectomia bariátrica e anemia perniciosa. Sendo os dois últimos, os principais. A dosagem de B12 deve ser solicitada, assim como os reticulócitos, SEMPRE que o hemograma vier alterado. ANEMIA PERNICIOSA É quando há eficiência de B12, mas a causa é gastrite atrófica autoimune, onde na biópsia vai aparecer: gastrite atrófica autoimune + metaplasia intestinal. Significando que, assim como eu faço autoanticorpos contra as hemácias, faço também contra tecidos do conjuntivo (colagenoses), contra os melanócitos (vitiligo), provoco tireoidite de Hashimoto, ocorre também a destruição das células do corpo gástrico. A gastrite atrófica autoimune vai causar deficiência de B12, porque não tenho mais célula parietal no estômago. Posso dosar anticorpo anti célula parietal e anti fator intrínseco, este último eu doso no sangue, faz parte do meu diagnóstico Gastrite atrófica autoimune -> metaplasia intestinal - > neoplasia (adenocarcinoma gástrico subtipo intestinal ou subtipo anel de sinete) O fator intrínseco que se liga à vitamina B12 é produzido no estômago e absorvido no íleo terminal, então quando você arranca o estômago não tem fator intrínseco, destruiu as células que fazem o fator intrínseco. 2. Deficiência de ácido fólico 3. Síndrome mielodisplásica: displasia significa disfunção na forma e na função, ou seja, esse paciente já possui câncer de medula óssea. É essa síndrome, que quase sempre vai ter anemia, que vira leucemia aguda. 4. Infiltrações medulares: Na infiltração medular POSSO ter a reação leucoeritroblástica. Isso significa que apareceram leucócitos e eritrócitos jovens no hemograma. Essas células que aparecem deveriam estar dentro da medula óssea, mas elas foram expulsas, formando as hemácias em lágrimas. Junto a isso, tem a hepatoesplenomegia, pois como foram expulsas de seu Isadora Albuquerque ambiente, vão pegar os tecidos embrionários para povoar e fazer hematopoese. CAUSAS DE INFILTRAÇÃO MEDULAR Fibrose da medula (mielofibrose idiopática), infiltração por tumores hematológicos (leucemias, linfomas, mieloma múltiplo), infiltração por cânceres sólidos (próstata, mama, rim, tireoide) e infecção disseminada na medula óssea (que antes era chamada de anemia mieloftísica ou anemia da ocupação medular). 5. Drogas: por alterarem a síntese de DNA (hidróxido de ureia, metotrexato e sulfas). 6. Hipotireoidismo: está relacionado à alteração de lipídeos na membrana. É a única causa que não tem a ver com DNA. 7. Anemia megaloblástica: VCM >120. Deficiência de B12 e ácido fólico pode causar anemia, leucopenia e/ou plaquetopenia. Essa deficiência afeta todo o hemograma. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Glossite mais atrofia de papila (língua lisa e vermelha). No caso de deficiência da B12 encontramos também síndrome neurológica, relacionada com bainha de mielina, uma doença desmielinizante, com alterações de coordenação: ataxia; alteração de equilíbrio; cegueira; demência; neuropatia sensitiva, motora, difusa. LEUCOGRAMA É a parte do hemograma que avalia a leucometria. Os leucócitos normais são de 4 mil a 10 mil. Tem que fazer o hemograma completo e associar ele com a clínica. O leucograma normal só é 1% da parte celular do sangue, junto com as plaquetas. Essa aqui é a hierarquia de maturação: Blasto Promielócito Mielócito Metamielócito Bastões Segmentados Basófilo Eosinófilo Linfócito Monócito. Esses são os valores para o sangue periférico. Se tivesse na medula óssea, seria normal encontrar blastos. Quando eu tenho aumento de células jovens, ou seja, o hemograma dá sinal de que, por algum motivo, eu aumentei as células jovens, tive um estímulo