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PB1 ABERTURA- EIXO HHO

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EIXO HHO E DISTÚRBIOS HORMONAIS NA ADOLESCÊNCIA 
FISIOLOGIA MENSTRUAL 
 Envolve o eixo hipotálamo-hipófise-
ovariano (HHO), o qual determina a 
regularidade do ciclo ovulatório, assim como 
volume e duração dos fluxos menstruais. 
 Esse eixo é regulado por alguns hormônios 
essenciais, fazendo a seleção dos folículos 
ovarianos e produzindo hormônios esteroides 
sexuais femininos. 
 Envolve os seguintes “passos”: 
1. Comandos do córtex cerebral atuam no 
hipotálamo, causando a liberação de GnRH 
de maneira pulsátil. 
 Envolve retroalimentação feita por 
neurotransmissores excitatórios 
(glutamato e noraepinefrina) e inibitório 
(endorfinas e dopamina). 
 Influencia também de fatores ambientais, 
como estresse, exercícios físicos e 
desnutrição >> inibidores 
 Secreção ovariana de estrogênio e 
progesterona altera a amplitude e 
frequência dos pulsos 
2. GnRH atinge a hipófise pelo sistema porta-
hipofisário, causando liberação de FSH e LH 
 FSH: estimula o crescimento dos 
folículos ovarianos e a seleção do óvulo 
dominante, até que ele seja fecundado. 
 LH: produz a luteinização das células da 
teca e da granulosa, além de completar a 
maturação do ovulo e promover a 
ovulação. 
 A secreção dessas gonadotrofinas 
também sofre retrocontrole dos 
esteroides ovarianos, sendo que o 
estradiol estimula síntese e 
armazenamento de FSH e LH, já a 
progesterona atua na liberação. 
3. O ovário em resposta a esses comandos 
produz os esteroides sexuais, estrogênios e 
progesterona. 
 Produzidos a partir da molécula de 
colesterol obtida na dieta ou produzida 
no fígado. 
 Colesterol primeiro é convertido em 
progesterona (21 carbonos), depois em 
androgênio (19) e, por fim, em estrogênio 
(18) >> é a perda de carbonos 
 Essa produção envolve as células da 
granulosa e da teca por meio do 
“mecanismos das duas células”. 
Foliculogênese e esteroidogênese 
 Folículo ovariano é composto por um óvulo 
central e duas populações de células somáticas 
dispostas em camadas: uma interna, a 
granulosa, e uma externa, a teca. 
 Os primeiros são os folículos primordiais, que 
possuem células da granulosa inativas com 
formato fusiforme, possuindo sua formação 
completa até o sexto mês após o nascimento. 
 A divisão células do ovulo fica 
estacionada na primeira meiose, 
permanecendo assim durante a infância. 
 As gonadotrofinas atuam nos ovários 
estimulando 2 processos: 
1. Esteroidogênese: produção de esteroides 
sexuais 
2. Foliculogênese: recrutamento e 
desenvolvimento dos folículos ovarianos 
 Inicia com o recrutamento folicular, que é 
quando os folículos quiescentes tornam-se 
ativos, sendo que as células da granulosa 
tornam-se cuboides. >> folículo passa ser 
chamado de primário. 
 Em seguida, multiplica-se o número de 
camadas das células da granulosa, sendo 
chamado de folículo secundário (2 camadas) 
e terciário (3 camadas), além de iniciar a 
formação das células da teca. 
 As células da teca se originam do estroma 
perifolicular. 
 Forma-se então o folículo pré-antral 
multilamelar, com 4 ou mais camadas, sendo 
dependente do FSH. 
 As células teca se proliferam e passam a 
produzir androgênios por estimulo do LH. 
 Apenas as células da teca são 
vascularizadas, possuindo acesso ao 
colesterol plasmático, produzindo os 
primeiros esteroides. 
 
 
 
 
MECANISMO DAS DUAS CÉLULAS: a teca 
produz progesterona e androgênios, os quais 
entram nas células da granulosa por difusão e, 
por ação da enzima aromatase, se convertem 
em estradiol pela ação do FSH. 
 Por fim, forma-se o folículo antral: células da 
granulosa secretando o fluido folicular, criam 
lacunas que se confluem formando a cavidade 
antral. 
 O fluido possui diversas funções, como: 
 Facilita troca de substancias entre células 
da granulosa e ovulo 
 Regula maturação do ovulo 
 Seu acumulo ocorre em direção à 
superfície do ovário, onde a resistência do 
tecido é menor, o que facilita a expulsão 
do ovulo para a cavidade pélvica. 
 O aumento do fluido também causa a 
formação da teca externa. 
 A cavidade antral promove a diferenciação das 
células da granulosa em 2 tipos: 
1) Células da granulosa do cumulus (CC): 
aderidas ao óvulo, auxiliando seu 
crescimento e diferenciação, além de 
produzir ácido hialurônico. 
2) Células da granulosa mural (CGM): 
compõe a parede do folículo junto à teca; 
função endócrina na esteroidogênese. 
 Um dos folículos da reserva ovariana se 
destaca, possuindo crescimento mais 
acelerado, tronando-se cada vez mais sensível 
e responsivo ao FSH do que os demais. 
 Nessa fase a produção de estradiol é 
máxima, causando feedback negativo 
sobre a hipófise, reduzindo parcialmente a 
liberação de FSH. 
 Essa pequena queda interfere nos demais 
folículos, desacelerando o crescimento, 
causando a atresia. Isso causa a 
dominância folicular, na qual apenas 1 
folículo completará o desenvolvimento e 
será ovulado. 
 No fim da fase folicular, o folículo pré-
ovulatório possui células da granulosa 
expressando também receptores para o LH e 
reduzindo os de FSH >> fase LH-dependente 
 A secreção de LH pela hipófise prepara o 
folículo para a ovulação 
 A secreção de fator de crescimento 
endotelial vascular (VEGF) estimulada 
pelo LH aumenta a vascularização. 
 O folículo libera pequenas quantidades de 
progesterona, que atua na hipófise, 
causando o pico de LH >> finaliza 
maturação folicular e desencadeia 
ovulação, que ocorre 36 horas depois. 
 O LH também possuirá outras funções: 
 Produção de substancias proteolíticas: faz 
digestão da parede folicular, que torna-se 
mais fina. 
 Produção de prostaglandinas: age na 
musculatura lisa que circunda o folículo, 
causando contração e liberação do ovulo, do 
fluido folicular e de algumas células do 
cúmulos >> serão captados pelas fimbrias da 
tuba ovariana 
 Reativa a meiose interrompida do ovulo: só 
será completada se ocorrer fecundação 
 As células a parede folicular que permanecem 
no ovário após ovulação entram em processo 
de luteinização. 
 A síntese de esteroides é direcionada para 
progesterona, que atua na transformação 
endometrial. 
 Esse período pós-ovulatório é denomina fase 
secretora ou lútea, desenvolvendo o corpo 
luteo. 
 Se não houver implantação embrionária, o 
corpo lúteo reduz a produção de 
progesterona, promovendo a liberação de 
prostaglandinas, que causam espamos no 
endométrio, isquemia e necrose do tecido. 
 Isso causa descamação da camada funcional 
do endométrio, formando o fluxo menstrual, 
que marca inicio de um novo ciclo. 
 
PUBERDADE PRECOCE 
 A puberdade se inicia com a reativação do 
eixo HHO, que está quiescente durante a 
infância. 
 Os eventos da puberdade obedecem a 
sequência telarca, pubarca e por fim menarca, 
que ocorre 2 a 2,5 anos após o início da 
telarca. 
 A menarca precoce, que ocorre numa idade 
menor ou igual a 11 anos, varia conforme a 
etnia e pode possuir também influência de 
fatores genéticos, obesidade, saúde em geral e 
fatores ambientais. 
 Quando ela ocorre de forma isolada, na 
ausência de outras características sexuais 
secundaria, é chamada de menarca 
prematura. 
 A USG pélvica é normal e as 
gonadotrofinas estão em níveis pré-
púberes. 
 Deve-se excluir trauma genital, infecção 
vaginal e abuso sexual. Se for recorrente, 
avaliar cistos ovarianos funcionais. 
 A puberdade precoce é quando os caracteres 
sexuais secundários surgem antes dos 8 anos 
de idade em meninas, sendo que ela pode ser 
completa ou incompleta. 
 A puberdade precoce completa pode ser 
central (PPC) ou periférica (PPP): 
1. PPC: também chamada de verdadeira; 
amadurecimento precoce do eixo HHO, 
sendo a maioria dos casos nas meninas. >> a 
sequência dos eventos puberais é normal 
2. PPP: também chamada de pseudopuberdade 
precoce; causada pelo excesso de estrogêniosou androgênios, sendo o eixo HHO 
suprimido pelas altas concentrações. 
 A sequência dos eventos puberais podem 
não seguir o habitual, por exemplo a 
menarca antes da telarca. O período de 
tempo também pode ser diferente, sendo a 
menarca num período menor que um ano 
do início da telarca. 
SÍNDROME DOS OVÁRIOS 
POLICÍSTICOS 
 A etiologia da SOP ainda está indefinida, 
sendo possivelmente causada pelo conjunto de 
fatores ambientais, comportamentais e 
psíquicos, associado com a predisposição 
genética. 
 Ocorre piora com o ganho de peso e a 
idade 
 Em relação à genética, dados sugerem que 
filhas de mães com SOP tem risco 
elevado de desenvolver. Porém, o fator 
gênico não é suficiente para desencadear 
SOP. 
Fisiopatogenia 
 O mais marcante é o hiperandrogenismo, que 
pode interferir no eixo córtico-hipotalâmico-
hipofisário e nos ovários, levando à uma 
retroalimentação inadequada. 
 A maior produção de androgênios causa a 
anovulação e a inadequação endometrial. 
 No hipotálamo, os androgênios causam maior 
produção de estrogênios pela ação da 
aromatase, que interfere nos neurônios 
produtores de GnRH. 
 A mudança no padrão normal do GnRH 
pode explicar em parte a anovulação 
crônica. 
 A relativa diminuição do FSH em algumas 
mulheres com SOP advém do aumento dos 
níveis de inibina B, produzida nos pequenos 
folículos. 
 Essas alterações causam interrupção do 
crescimento folicular, micropolicistose e 
hipertrofia do estroma ovariano, que é uma 
grande fonte de androgênios. 
 A produção abundante de androgênios 
também causa hiperandrogenismo 
cutâneo. 
 A resistência à insulina também é fundamental 
na fisiopatologia da SOP, o que pode estar 
relacionado com defeito pós-receptor de 
insulina, dificultando o ingresso de glicose pra 
o meio intracelular. 
 Leva ao hiperinsulinismo compensatório, 
que pode predispor à intolerância a glicose 
ou DM. 
 A insulina tem ação sinérgica ao LH nas 
células da teca interna, aumentando a 
produção de androgênios. 
 A hiperinsulinemia em nível hepático reduz os 
níveis de globulina carreadora de esteroides 
sexuais (SHBG), permitindo uma maior 
fração de androgênios circulando na forma 
ativa. 
 Reduz também outras proteínas 
carreadoras de fatores de crescimento, 
aumentando ação em tecidos como 
endométrio >> dificulta implantação 
embrionária, maior risco de lesões 
precursoras do câncer endometrial. 
 Também favorece disfunção endotelial, 
doença cardiovascular, obesidade, apneia 
do sono, etc. 
Diagnóstico 
 A suspeita ocorre quando houver queixas de 
pelos excessivos pelo corpo, irregularidade 
menstrual, sendo ciclos alongados ou períodos 
de amenorreia. 
 A pubarca precoce excessiva pode ser 
indicativo de que a adolescente tenha 
predisposição à SOP. 
 No exame físico deve procurar sinais clínicos 
de hiperandrogenismo, acne e hirsutismo. 
 O sinal clinico mais importante da resistência 
insulínica é a acantose nigricante, que é o 
espessamento e escurecimento da pele em 
região de dobras. 
 A USG pélvica pode mostrar ovários com 
volume aumentado, acima de 10 mL com mais 
de 12 microcistos, de até 9 mm de diâmetro na 
periferia do ovário. 
 O consenso mais utilizado é o de Rotterdam:

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