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Apg 22: Gametogênese, Fecundação, Nidação e Gestação Objetivos OBJETIVO 1: Compreender a gametogênese OBJETIVO 2: Entender a fecundação e nidação OBJETIVO 3: Analisar as mudanças morfofisiologicas da gestante OBJETIVO 4: Diferenciar o tempo gestacional e o tempo de vida fetal Gametogênese ➔ Formação dos gametas, ou seja, o desenvolvimento das células germinativas ➔ O processo envolve cromossomos e citoplasma dos gametas ➔ Meiose: os gametas são reduzidos pela metade, ou seja, de (2n) passam a ser (n) ➔ Inicialmente os cromossomos são de cromátide única, após a replicação do DNA, os cromossomos tornam-se cromossomos de cromátides duplas ➔ Gametas são haploides (23n) ➔ Crossing-over = recombinação genética Meiose I: • Células germinativas dão origem aos gametas haploides (espermatozoides e ovócitos) • Redução de 2n para n • Cromossomos homólogos se emparelham (prófase) • Ao final, tem-se um cromossomo haploide, mas com cromátide dupla Meiose II: • Tem caráter equacional • Não há replicação de DNA • Cada cromossomo de cromátide dupla se divide e cama metade é direcionada para um polo diferente da célula • O número haploide de cromossomos (23n) se mantém Espermatogênese: • Inicia-se na puberdade • Acontece no espaço oco no centro do túbulo seminífero (lúmen) em direção à luz • Espermatogônias se transformam em espermatócitos primários ➜ mitose • Cada espermatócito primário sofre uma redução ➜ meiose I ➜ espermatócito secundário ➜ meiose II ➜ formação de 4 espermátides haploides, que são transformadas gradualmente em 4 espermatozoides maduros ➜ processo denominado de espermiogênese, a qual é completada na luz dos túbulos seminíferos • Células de Sertoli: nutrem os espermatozóides/ovócitos e regulam a espermatogênese • Os espermatozoides são transportados para o epidídimo onde sofrem a maturação e adquirem motilidade • Depois são transportados para a uretra pelo ducto deferente • Na cabeça do espermatozoide tem-se o núcleo • Os dois terços da cabeça são revestidos por acrossoma (organela que contêm enzimas – essas enzimas facilitam a dispersão das células foliculares da corona radiata e a penetração na zona pelúcida durante a fecundação Ovogênese: • Sequência de eventos nos quais as ovogônias (células germinativas) se transformam em ovócitos maduros • Durante a vida fetal as ovogônias proliferam por mitose (duplicação das células) • As ovogônias crescem e se tornam ovócitos primários, os quais são circundados por uma camada de células foliculares, formando o folículo primário • O ovócito primário é envolvido pela zona pelúcida • Os ovócitos primários iniciam a primeira divisão meiótica antes do nascimento • As células foliculares secretam uma substância conhecida como inibidor da maturação do ovócito, que mantem o processo meiótico estacionado • A maturação pós-natal dos ovócitos começa na puberdade, período no qual um folículo ovariano amadurece a cada mês e ocorre a ovulação • Quando o folículo amadurece, origina-se um folículo secundário + corpo polar • A divisão meiótica para na metáfase e só é completada se há penetração de um espermatozoide Fecundação e Nidação Local da fecundação: tubas uterinas Se não for fecundado na tuba ele passa para o útero e é degenerado e reabsorvido Fases da Fecundação: • Dispersão das células foliculares e da corona radiata por meio da liberação da enzima presente no acrossoma do espermatozoide (hialuronidase). • Os movimentos da cauda do espermatozoide são importantes na penetração da corona radiata • Uma das fases mais importantes • Também é resultado da ação das enzimas do acrossoma do espermatozoide (esterase, acrosina e neuraminidase – causam dissolução da zona pelúcida) • Reação zonal – torna a zona pelúcida impermeável aos outros espermatozoides. Ocorre, pois, a cobertura glicoproteica da zona pelúcida muda após a fecundação. Acredita-se que a reação zonal ocorre pela ação de enzimas liberadas por grânulos da membrana plasmática do ovócito no espaço perivitelino • As membranas se rompem e se fundem • A cabeça e a cauda do espermatozoide entram no citoplasma do ovócito, mas a membrana celular espermática e as mitocôndrias não entram • A penetração do espermatozoide ativa a meiose II no ovócito, tornando-o um ovócito maduro e um segundo corpo polar • Dentro do citoplasma do ovócito o núcleo do espermatozoide aumenta para formar o pró-núcleo masculino e a cauda degenera • Morfologicamente os pró-núcleos (feminino e masculino) são indistinguíveis. • Durante o crescimento dos pró-núcleos eles replicam seu DNA, o ovócito contendo 2 pró- núcleos é denominado ovótide. • Depois de se fundirem os pró-núcleos se tornam um único agregado diploide de cromossomos e a ovótide se torna um zigoto Características da Fecundação: ➔ Estimula o ovócito a terminar sua divisão meiótica ➔ Restaura o número diploide normal de cromossomos (46) no zigoto ➔ Resulta na variação da espécie humana por meio da mistura de cromossomos – paterno e materno ➔ Determina o sexo cromossômico do embrião ➔ Causa ativação metabólica da ovótide e inicia clivagem do zigoto Nidação: • Embrião leva de 4 a 5 dias para se mover da tuba uterina até a cavidade uterina • Sob a influência da progesterona as células musculares lisas da tuba uterina relaxam e o transporte ocorre lentamente • Quando o embrião chega ao útero ele consiste em um aglomerado de células oca denominado blastocisto • A implantação do blastocisto na parede uterina ocorre dentro de 7 dias após a fertilização • O blastocisto secreta enzimas que permite que ele invada o endométrio • Algumas camadas do blastocisto irão se tornar o córion, que forma a placenta • A massa interna do blastocisto desenvolve o embrião e as outras membranas originam o âmnio (secreta líquido amniótico) e alantoide (parte do cordão umbilical) Mudanças fisiologicas na mulher Hormônios da gestação: Gonadotrofina coriônica humana (HCG): • Secretado pela placenta • Mantem o corpo lúteo ativo, o qual produz progesterona para manter o endométrio • Na 7ª semana a placenta começa a produzir progesterona, não havendo mais necessidade do corpo lúteo. Estrogênio e Progesterona: • São produzidos primeiramente pelo corpo lúteo e depois pela placenta • Impedem que outro folículo se desenvolva • Estrogênio contribui para o desenvolvimento dos ductos da secreção de leite nas mamas • Progesterona faz a manutenção do endométrio e auxilia na supressão das contrações uterina Lactogênio placentário (LP): • Auxilia na preparação das glândulas mamárias para a lactação • Aumenta o desenvolvimento materno pela elevação da síntese de proteínas e regula aspectos do metabolismo na mãe e no feto Relaxina: • Inicialmente liberado pelo corpo lúteo e depois pela placenta • Aumenta flexibilidade da sínfise púbica e dos ligamentos das articulações sacroiliaca e sacrococcígea ajudando a dilatar o colo do útero durante o trabalho de parto Alterações: No sistema circulatório: ➔ Aumento do volume de sangue e débito cardíaco ➔ Aumento da frequência cardíaca ➔ Esses aumentos ocorrem em virtude da maior demanda de nutrientes e oxigênio No sistema respiratório: ➔ Também sofre alterações devido a maior demanda de oxigênio ➔ O volume corrente pode aumentar em 30-40% ➔ O volume de reserva pode se reduzir em até 40% ➔ Capacidade residual pode diminuir em até 25% ➔ E a ventilação/minuto pode aumentar em até 40% ➔ Resistência das vias respiratórias pode diminuir em até 40% ➔ Consumo de oxigênio pode aumentar de 10 a 20% No sistema digestório: ➔ Aumento do apetite devido as demandas nutricionais do feto ➔ Diminuição da motilidade do trato digestório = constipação, retardo do esvaziamentogástrico, vomito e náuseas No sistema urinário: Compressão da bexiga devido ao útero ampliado pode produzir sintomas urinários como urgência para urinar e incontinência urinaria Aumento do fluxo plasmático renal de até 35% e aumento da TFG em até 40%, elevando a capacidade de filtração renal = eliminação mais rápida da urina Pele: ➔ Algumas mulheres apresentam maior pigmentação ao redor dos olhos, nas auréolas das mamas e na linha alba do abdômen ➔ Podem ocorrer estrias devido ao estiramento repentino da pele e queda de cabelos pode aumentar No sistema genital: ➔ Edema e aumento da vascularização do pudendo ➔ Aumento da flexibilidade e vascularização da vagina ➔ Massa do útero aumenta de 60 a 80g para 900 a 1.200g Idade gestacional x embrionária Idade gestacional: • Não é a idade real do feto, mas o padrão universal entre obstetras e neonatologistas para discutir a maturação fetal. • É o tempo entre o primeiro dia do último período menstrual até o dia do parto Idade embriológica: • É o tempo decorrido desde a data da concepção até a data do parto e é 2 semanas menor que a idade gestacional Referências: • TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 12ª. edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2010. • MOORE, K.L. & PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. 8a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
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