Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anamnese Ligante: Wathyson Alex de Mendonça Santos Aspectos Gerais 01 Aná = trazer novamente e mnesis = memória Trazer novamente os fatos relacionados com a doença e com a pessoa doente 02 Médico-paciente É o núcleo em torno do qual se desenvolve a relação 03 Princípios éticos São colocados em prática por meio de ações e atitudes Boa anamnese Possui decisões diagnósticas e terapêuticas corretas; Caso contrário, desencadeia uma série de consequências negativas, não compensando-as nem com os exames mais sofisticados. Qualidade - Tempo dedicado à anamnese = perda de qualidade do trabalho médico Anamnese corretamente direcionada → escolha racional dos exames adequados sem custos adicionais Importância da anamnese no diagnóstico clínico (Benseñor, 2013) Como determinar a abrangência da avaliação? Avaliação abrangente Avaliação focalizada Pacientes novos no consultório Pacientes já conhecidos* Consultas de rotina ou urgência Fornece dados fundamentais e personalizados sobre o paciente Aborda queixas ou sintomas localizados Fortalece relação médico-paciente Avaliação de sintomas restritos a um sistema corporal em específico Ajuda a identificar ou descartar causas físicas relacionadas com as queixas do paciente Aplica métodos de exames relevantes à avaliação das queixas ou problemas da maneira mais detalhada possível Constitui uma linha de base para avaliações futuras 1 Livre Paciente relata de forma livre e espontanea suas queixa. Medicina narrativa Formas de condução Dirigida Condução mais objetiva da entrevista. Técnica que exige um rigor maior na sua execução Mista Primeiro o paciente relata de maneira espontânea e depois o médico direciona de forma mais objetiva 2 3 Principais obstáculos Empatia O médico deve demonstrar interesse ao que estar sendo dito e ao mesmo tempo ser compreensível Tempo Depende da doença e da quantidade de sintomas associados Preconcepção As vezes ocorre de forma inconsciente ou pela predileção a uma doença Falta de conhecimento A limitação do conhecimento sobre os sintomas da doença dificulta uma investigação completa Pontos para uma boa anamnese Atenção à fala Investigar bem Sintomas bem avaliados e compreendidos direcionam melhor o exame físico Primeiro contato Apresentar-se e perguntar o nome do paciente. Não sugestionar o paciente com perguntas de ideias preconcebidas Condições socioculturais Conhecer essas pode ajudar a reconhecer a doença e entender o paciente Elementos componentes da anamnese Identificação História da Doença Atual Antecedentes pessoais e familiares Queixa principal Interrogatório sintomatológico Hábitos de vida Condições socioeconômicas e culturais Identificação É o perfil sociodemográfico do paciente e que permite a interpretação de dados individuais atrelados a ele Identificação Saber e chamar o paciente pelo seu nome é indispensável para que se comece um processo de comunicação em nível afetivo Elementos da identificação • Nome • Cor/etnia (no Brasil é preferível o registro da cor da pele) • Estado Civil • Profissão • Naturalidade • Nome da mãe/responsável/cuidador e/ou acompanhante • Religião • Idade • Sexo/Gênero • Ocupação atual e Local de Trabalho* • Residência Queixa Principal “Qual o motivo da consulta?” “Dor de ouvido” “Dor no peito há 2h” “Exame períodico para o trabalho” Nas palavras do paciente Geralmente é um sinal ou sintoma que é de fato o motivo da consulta e que mais o incomoda HDA I Registro cronológico e detalhado do motivo da consulta desde o início II Permita o paciente falardepois escreva numa sequência lógica III Determine o sintoma-guia e use-o como fio condutor da história, relacionando com outras queixas 03 Elementos para análise de um sintoma Início Características Fatores de melhora ou piora “Quando a dor surgiu? “Onde doi? Irradia? Dura muito? Como é essa dor?” “Alguma coisa ajuda a amenizar a dor? Quando ela piora? Epoca de aparecimento do sintoma Localização, duração, intensidade, frequência, tipo. Fatores ambientais, posição, atividade física ou repouso, alimentos ou uso de medicamentos que interfiram na dor Elementos para análise de um sintoma Relação com outras queixas Evolução Situação atual “Você está tossindo? Sente falta de ar?” “A dor mudou desde o início até o dia de hoje?” “Como está a dor nesse momento?” Analisar se existe alguma manifestação que acompanhe o sintoma. Geralmente relacionado ao segmento acometido pelo sintoma Registrar o comportamento do sintoma com o tempo, relatando mudança das características e influência de tratamentos Registrar como o sintoma está no momento da anamnese Interrogatório sintomatológico (IS) • Constitui um complemento da história da doença atual. • Documenta a presença ou ausência de sintomas comuns relacionados com cada sistema corporal. • Principal utilidade prática é levantar sinais que não possuem relação com o quadro apresentado na HDA 04 “O relato de um paciente conduziu ao diagnóstico de úlcera péptica. No IS houve referência de edema de MMII” Tal sintoma referido no IS pode despertar uma nova hipótese diagnóstica que vai culminar, exemplo, no encontro de uma cirrose. “Paciente concentra seu relato na preocupação quanto a sua impotência sexual, não antes existente” IS: encontro de polidipsia, poliúria e emagrecimento, sintomas esses que não eram de grande importância pro paciente. HD: diabetes melito Sistematização proposta para IS 1. Sintomas Gerais 2. Pele e Fâneros 3. Tórax 4. Abdome 5. Sistema Geniturinário 6. Sistema Hemolinfopoiético 7. Sistema Endócrino 8. Coluna vertebral, ossos, articulações e extremidades 9. Músculos 10. Artérias, veias, linfáticos e microcirculação 11. Sistema Nervoso 12. Exame psíquico e avaliação das condições emocionais. Gestação e nascimento • Como decorreu a gravidez • Uso de medicamentos na G. • Viroses contraidas na G. • Parto (N, F, C) • Estado da criança (APGAR) • Número de irmãos Antecedentes pessoais fisiológicos05 Desenvolvimento psicomotor e neural • Dentição • Engatinhar e andar • Fala • Desenvolvimento físico • Controle dos esfíncteres Desenvolvimento sexual Estabelecer época: • Puberdade • Menarca • Sexarca • Menopausa Doenças passadas • Comuns na infância (sarampo, caxumba, amigdalites, varicela) • Vida adulta (pneumonia, hepatite, malária, tuberculose, HAS, diabetes, artrose, osteoporose) Antecedentes pessoais patológicos05 Alergias Cirurgias Internações Traumatismo Transfusões sanguíneas História Obstétrica (G-P-A-C) Imunizações Medicamentos em uso Inicialmente • Estado de saúde dos pais e irmãos • Estado de saúde do parceiro e dos filhos • Caso haja alguem doente na família esclarecer a natureza da enfermidade Antecedentes familiares05 Em caso de falecimento • Indagar a causa do óbito e a idade em que ocorreu Pergunta-se sistematicamente Existência de: enxaqueca, diabetes, TB, hipertensão, CA, doenças alérgicas, DAC, AVC, dislipidemias, úlcera péptica, colelitíase e varizes Hábitos de vida Atividades físicas Qual tipo? Frequência? Duração? Há quanto tempo? Hábitos ● Uso de tabaco ● Uso de bebidas alcoolicas ● Uso de drogas ilícitas Alimentação Avaliar o consumo de alimentos a base de carboidratos, proteínas, gorduras, fibras, água. Ocupações anteriores Pode existir relação com o local de trabalho e a piora dos sintomas relatados 06 Condições socioeconômicas e culturais Condições culturais ● Escolaridade ● Crenças espirituais do paciente Vida conjugal e relação familiar Investiga- se o relacionamento entre pais e filhos, entre irmãos e entre cônjuges. Habitação ● Condições de moradia ● Saneamento básico? ● Coleta de lixo? ● Presença de animais? Condições socioeconômicas ● Rendimento mensal ● Há dependência econômica de parentes ou instituição? 07 Referências BICKLEY,L. S. Bates - Propedêutica Médica. 12ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2018 BENSEÑOR, I. M. Vista do Anamnese, exame clínico e exames complementares como testes diagnósticos. Rev Med: São Paulo, 2013. PORTO, C. C. Semiologia Médica. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
Compartilhar