Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

Fernanda Jorge Martins – 4º Período @fernandamartins.med 
 
 HAM IV 
1 
DISTÚRBIOS DE MICÇÃO EM PEDIATRIA 
Introdução 
 As diversas alterações da micção na 
infância, também conhecidas como distúrbios 
miccionais ou disfunção do trato urinário 
inferior, acometem um grande número de 
pacientes em idade pediátrica, e apesar da 
sua frequência elevada, ainda não são 
diagnosticados e tratados adequadamente; 
 A incontinência urinária: O principal 
sintoma das disfunções miccionais pode ser 
causa de infecção do trato urinário e por isso 
necessitam ser identificadas para o 
tratamento adequado; 
 Há um predomínio entre as meninas; 
 No Brasil (2 ESTUDOS): 
- Crianças de 3 a 9 anos de 22,8%, sendo 
10,5% para os meninos e 33,8% para as 
meninas; 
- Crianças de 6 a 12 anos de 21,8%, sendo 
22,4% composto por meninos e 77,6% de 
meninas. 
 ATO DA MICÇÃO: ação coordenada 
entre a bexiga, a uretra e o complexo 
esfincteriano sob o controle do sistema 
nervoso autônomo, somático e central 
(córtex, tronco cerebral e medula espinhal); 
 Essas estruturas atuam de forma 
coordenada, possibilitando uma continência 
inconsciente permanente e o início voluntário 
consciente da micção; 
 Processo normal da micção: 
- A urina produzida nos rins é armazenada na 
bexiga – fase de armazenamento – que se 
faz sob baixas pressões vesicais e permite o 
esvaziamento ureteral da urina para a bexiga 
por peristaltismo contínuo dos ureteres; 
- Na fase de esvaziamento, ocorre a abertura 
do complexo esfincteriano uretral, 
coordenada com a contração da musculatura 
lisa da bexiga, o músculo detrusor e 
consequente aumento da pressão 
intravesical; 
- Ocorre neste momento o fluxo urinário, com 
a saída da urina pela uretra, levando ao 
esvaziamento completo da bexiga. 
A Bexiga 
 A bexiga tem duas funções: o 
armazenamento e a eliminação da urina; 
 O principal componente da parede 
vesical é um músculo liso: o detrusor; 
 A bexiga neurologicamente intacta 
armazena, de modo inconsciente, grande 
volume de urina com alta complacência e 
pequena ou nenhuma alteração da pressão 
intravesical; 
 Durante o enchimento - a musculatura 
estriada do esfíncter é ativada reflexamente, 
mantendo a continência mesmo na 
capacidade máxima do enchimento vesical; 
 A contração do detrusor, que ocorre 
simultaneamente com o relaxamento reflexo 
do esfíncter uretral, permite o esvaziamento 
completo da bexiga e sem interrupções. 
Fernanda Jorge Martins – 4º Período @fernandamartins.med 
 
 HAM IV 
2 
 
 
 
Continência Urinária 
 O desenvolvimento da continência 
urinária ocorre em diversas etapas: 
- 1º Ano de vida: ocorre o aumento 
progressivo da capacidade vesical, em 
função do seu crescimento somático 
acelerado; 
- 1-3 anos: a criança começa a ter a 
percepção da plenitude vesical e consegue a 
inibição consciente da contração detrusora, 
inicialmente acordada e depois dormindo; 
- A partir de 3-4 anos: a maioria das crianças 
está continente durante o dia. 
OBS 1: Após a continência existe um período 
variável, usualmente de até seis meses, em 
que o escape urinário pode ocorrer; 
OBS 2: O controle urinário noturno ocorre em 
torno de seis meses a um ano depois da 
retirada das fraldas do período diurno. 
Avaliação dos Distúrbios Miccionais 
 Anamnese; 
 Exame físico; 
 Diário miccional; 
 Ultrassonografia; 
 Urodinâmica. 
Anamnese 
 Um dos instrumentos mais importantes 
para a avaliação de crianças com queixas 
relacionadas à função do trato urinário 
inferior; 
 História da gestação: hidronefrose 
antenatal? Oligohidrâmnio? 
 Pesquisar situações de risco, como 
prematuridade, asfixia perinatal, convulsões 
e outros, que possam ter ocorrido no período 
neonatal; 
 O desenvolvimento psicomotor deve 
ser avaliado e informações sobre o 
treinamento e controle esfincteriano obtidas; 
 Na história familiar: presença de 
enurese, incontinência urinária, sintomas do 
trato urinário inferior, litíase, uropatias e 
doença renal. 
Fernanda Jorge Martins – 4º Período @fernandamartins.med 
 
 HAM IV 
3 
Sintomas 
 
 
 
Exame Físico 
 Recomenda-se atenção a alguns 
aspectos clínicos que permitam uma 
diferenciação com a bexiga neurogênica e 
com problemas estruturais do trato urinário 
inferior: 
- Exame cuidadoso da região genital - 
epispádia, hipospádia, sinéquia labial, 
aparência e localização dos meatos uretral e 
himenal e perdas urinárias durante o exame 
- Inspeção da coluna lombossacra em busca 
de sinais neurocutâneos que possam estar 
associados com espinha bífida - lipoma, 
pigmentação anormal, aumento de 
pilosidade, assimetria de sulco interglúteo 
- Faz-se necessário, ainda, pesquisar a 
sensibilidade de reflexos perineais de área 
inervada pelos segmentos sacrais S1-S4 e 
tônus do esfíncter anal, bem como observar 
alterações na marcha. 
 
 
Espinha Bífida Oculta 
 
 
Alteração da Via de Saída da Uretra 
 
 
 
Fernanda Jorge Martins – 4º Período @fernandamartins.med 
 
 HAM IV 
4 
Hipospádia 
 Abertura anormal da uretra em um 
local por baixo do pênis; 
 Excesso de pele na região do 
prepúcio; 
 Falta da abertura da uretra na 
extremidade do órgão genital; 
 O genital quando ereto não fica reto, 
apresentando a forma de anzol; 
 O menino urina sentado. 
 
Epispádia 
 Masculina: 
- Distal: a abertura anormal da uretra se 
encontra perto da glande; 
- Total: a uretra se abre na base do órgão 
masculino e forma uma fenda até à ponta do 
genital; 
- Órgão curto, largo e com uma curvatura 
anormal para cima; 
- Presença de uma fenda na parte superior 
do pênis por onde sai a urina; 
- Incontinência urinária; 
- Infecções urinárias constantes; 
- Osso da bacia alargado. 
 Feminina: 
- Muito rara; 
- Abertura da uretra junto do clitóris, acima 
dos grandes lábios; 
- Clitóris dividido em dois; 
- Refluxo da urina para a bexiga; 
- Incontinência urinária; 
- Infecções urinárias; 
- Osso da bacia alargado. 
Epispádia Total 
 
Bexiga Neurogênica 
 É a disfunção da bexiga (flácida ou 
espástica) causada por lesão neurológica; 
 Os sintomas podem incluir 
incontinência por transbordamento (pacientes 
retêm a urina e apresentam gotejamento 
constante), urgência, incontinência e 
retenção; 
 O risco de complicações graves 
(infecções reincidentes, refluxo vesicoureteral 
e disreflexia autonômica) é elevado; 
 O diagnóstico compreende exames de 
imagem e/ou exame urodinâmico; 
 O tratamento abrange cateterismo ou 
medidas para desencadear a micção, 
fármacos, cirúrgico. 
Fernanda Jorge Martins – 4º Período @fernandamartins.med 
 
 HAM IV 
5 
 
Bexiga Hiperativa/Urgeincontinência 
 A hiperatividade do detrusor - 
urgência, urgeincontinência, assim como 
aumento da frequência urinária; 
 É o tipo mais comum distúrbio do trato 
urinário inferior em crianças, na qual o 
quadro clínico é consequência da 
hiperatividade do detrusor que ocorre durante 
a fase de enchimento, seguida de contração 
voluntária do assoalho pélvico com o objetivo 
de evitar as perdas urinárias; 
 A fase miccional é normal, entretanto, 
a contração do detrusor durante a micção 
pode ser muito intensa; 
 Como as contrações do detrusor são 
involuntárias, caso a criança, durante essas 
contrações, tente manter a continência 
contraindo o esfíncter uretral externo, isto 
resultará em uma contração simultânea, não 
fisiológica, do esfíncter e do detrusor; 
 Este comportamento causa uma 
obstrução funcional ao esvaziamento da 
bexiga, com elevação da pressão vesical 
persistindo até que a bexiga relaxe ou 
esvazie; 
 Se a criança, durante a contração 
instável, não impede a micção, esta ocorre 
normalmente com baixa pressão porque o 
esfíncter uretral externo relaxará durante a 
contração vesical; 
 Muitas vezes, os pacientes tendem a 
diminuir a ingestãohídrica para diminuir as 
perdas urinárias; 
 Portanto, muitas crianças não relatam 
espontaneamente o sintoma de 
urgeincontinência, sendo essencial um 
questionário detalhado para o diagnóstico 
preciso. 
Bexiga Hipoativa 
 Crianças que possuem uma baixa 
frequência de esvaziamento, com 
necessidade de aumentar a pressão intra-
abdominal para iniciar, manter ou completar 
micção; 
 Relatam que não têm vontade de ir ao 
banheiro, ficando até 12 h sem urinarem; 
 No passado, foi chamada de "bexiga 
preguiçosa". Caracteriza-se por uma bexiga 
de grande capacidade. 
Adiamento da Micção 
 Crianças com incontinência diurna 
adiam a micção usando manobras de 
contenção, quadro que, geralmente, se 
associa com baixa frequência miccional e 
sensação de urgência com a bexiga cheia; 
Fernanda Jorge Martins – 4º Período @fernandamartins.med 
 
 HAM IV 
6 
 Estas crianças frequentemente sofrem 
de comorbidade psicológicas ou distúrbio de 
comportamento. 
Outras Condições 
 Frequência urinária diurna 
extraordinária: ocorre em crianças pré-
escolares saudáveis, sem antecedentes 
mórbidos ou relato de ITU anterior. A causa é 
desconhecida e caracteriza-se por uma 
elevada frequência urinária diurna sem 
incontinência urinária, que pode ocorrer a 
cada 10 a 20 minutos. Os sintomas 
desaparecem quando a criança dorme, 
embora a incontinência urinária noturna 
possa preceder ou coexistir com os sintomas; 
 Obstrução: Impedimento mecânico ou 
funcional, estático ou fásico durante o 
esvaziamento da bexiga. É caracterizada 
pelo aumento da pressão detrussora e um 
fluxo de urina reduzido; 
 Incontinência por estresse: perda de 
pequenas quantidades de urina durante o 
esforço ou aumento da pressão intra-
abdominal por várias razões. É rara em 
crianças neurologicamente normais; 
 Refluxo vaginal: Meninas na pré-
puberdade que apresentam incontinência em 
quantidade moderada, ocorrendo até 10 
minutos após a micção; 
 Incontinência do riso: Consiste na 
perda urinária desencadeada pelo riso. 
 
 
 
Investigação 
 Diário (Mapa/cartilha) miccional: 
registro dos horários e volumes da micção e 
registro da ingestão hídrica; 
 Ultrassonografia de rins e vias 
urinárias com medidas do volume vesical pré 
e pós-miccional e medida da espessura da 
parede vesical; 
 Fluxometria urinária: taxa de fluxo, 
identificar problemas de esvaziamento; 
 Urodinâmica ou estudo urodinâmico: 
exame complexo, com cateterismo uretral e 
retal, apenas para casos associados com 
comprometimento do trato superior. 
Diário Miccional (Mapa de volume urinário) 
 É um diário que registra a ingestão 
hídrica e o volume urinado em 24 horas; 
 O mapa dá informações objetivas do 
número de micções diurnas e noturnas, 
juntamente com o volume e os episódios de 
perdas urinárias; 
 Estes dados são fundamentais para se 
conhecer e acompanhar a rotina miccional da 
criança; 
 No diário também devem ser 
registrados as evacuações e os episódios de 
perdas fecais; 
 O preenchimento das micções é 
solicitado por um período de 2 dias que pode 
compreender o final de semana, enquanto o 
hábito intestinal deve ser anotado pelo 
período mínimo de uma semana. 
 
 
Fernanda Jorge Martins – 4º Período @fernandamartins.med 
 
 HAM IV 
7 
Referências 
 Manual de Uropediatria – Guia para 
pediatras. Disponível em: 
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_uploa
d/Manual_Uropediatria-Final.pdf 
 Disfunção do trato urinário inferior: um 
diagnóstico comum na prática pediátrica. 
Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/jbn/a/VLxsw7MXmYVr
DLkjyJ7xd6t/?lang=pt 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Manual_Uropediatria-Final.pdf
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Manual_Uropediatria-Final.pdf
https://www.scielo.br/j/jbn/a/VLxsw7MXmYVrDLkjyJ7xd6t/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/jbn/a/VLxsw7MXmYVrDLkjyJ7xd6t/?lang=pt

Mais conteúdos dessa disciplina