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Caso 05 - Saúde da Criança e do Adolescente

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ADDONAI TEIXEIRA MED 20 - FPS
Caso 05 - Is your child on track?
Objetivos de Aprendizagem (Nelson - 640-668)
1. Diferenciar as fases pré-escolar e escolar, conhecendo os seus marcos de desenvolvimento;
2. Conhecer os fatores que influenciam no CD dos pré-escolares e escolares, relacionando com os
índices antropométricos;
3. Entender o Planejamento de Gesell, compreendendo os parâmetros utilizados na avaliação.
Termos desconhecidos
Gesell Developmental Schedules – um cronograma do desenvolvimento; de acordo com os estágios de
desenvolvimento; teste ou triagem; classificação; avaliação;
R: [objetivo]
Fase Pré-Escolar (2-5 anos de idade)
A urgência da linguagem e a exposição das crianças a uma esfera social em expansão representam os
principais marcos para crianças de 2 a 5 anos. Em fase pré-escolar, as crianças exploram a separação
emocional, alternando entre a teimosia da oposição e a alegria da colaboração, entre a exploração ousada e a
dependência.
Desenvolvimento Estrutural do Cérebro
● Apresenta um aumento da área cortical, redução da espessura cortical e alteração do volume cortical
(mudanças não-uniformes no cérebro todo);
● Propriedades das substâncias branca e cinzenta se alteram, incluindo a difusão dos principais tratos
de fibras cerebrais;
● Exigência metabólica aumenta;
● Utilizam mais regiões cerebrais para concluir uma tarefa cognitiva do que as crianças maiores (um
modo de “estruturação”), pois só depois passam por um processo de “poda” dos excessos de
sinapses.
Desenvolvimento Físico
● A velocidade de crescimento somático e cerebral diminui até o fim do segundo ano de vida,
proporcionalmente às reduções das exigências nutricionais e de apetite e do surgimento de hábitos
alimentares “urgentes”;
● Aumentos esperados: 2 kg e 7-8 cm por ano. Peso ao nascer quadruplica aos 2,5 anos. Criança de 4
anos na média pesa 20 kg e mede 106 cm;
● Crescimento dos órgãos sexuais é proporcional ao crescimento somático.
● A criança tem genuvalgo (joelhos aproximados na linha média) e pés planos leves. O dorso se afila e
os membros inferiores alongam.
● A energia física atinge seu pico e a necessidade de sono diminui para 11 h a 13 h/24 h, deixando a
criança, por fim, de fazer sua sesta;
● A acuidade visual atinge 20/30 por volta dos 3 anos de idade, e 20/20 aos 4 anos.
● Todos os 20 dentes decíduos já eclodiram por volta de 3 anos de idade.
● A maioria das crianças caminha com a marcha madura e corre de maneira firme antes do fim de seu
terceiro ano. Além desse nível básico, há grande variação nas habilidades já que a gama de
atividades motoras se expande para incluir arremessos, captura e chute de bolas; andar de bicicleta;
escalar estruturas de áreas de recreação; dançar; e outros padrões complexos de comportamento.
Características de estilo da atividade motora grosseira, como ritmo, intensidade e cautela, também
variam significativamente. Embora crianças possam andar com estilos diferentes, a deambulação na
ponta dos pés não deve persistir.
● A dominância da mão geralmente se estabelece por volta do terceiro ano de vida. Pode haver
frustrações com tentativas de mudar a preferência de mão da criança. Variações no desenvolvimento
motor fino refletem preferências individuais e diferentes oportunidades de aprendizado.
● Controles intestinal e vesical surgem durante esse período, mas o “amadurecimento” para ir ao
banheiro tem grande variação individual e cultural;
● A enurese é normal até a idade de 4 anos em meninas e 5 anos em meninos;
● Há uma diminuição normal no apetite que pode preocupar os pais, a ingestão diária flutua, em
intervalos amplos de tempo, mas a ingestão durante um período de 1 semana é relativamente estável.
● Os pais devem oferecer uma programação alimentar previsível, com três refeições e dois lanches por
dia, permitindo que a criança escolha o quanto comer. Um multivitamínico completo pode ser
utilizado também.
Linguagem, cognição e brincadeiras
Linguagem
● Comandam significativas habilidades computacionais e compreendem padrões estatísticos que lhes
possibilitam aprender sobre linguagem e nexo causal;
● A criança de 2 a 3 anos de idade emprega distribuições de frequência para identificar unidades
fonéticas que fazem distinção entre as palavras na sua linguagem nativa e as em outros idiomas.
● O desenvolvimento da linguagem ocorre mais rapidamente entre 2 e 5 anos de idade. O vocabulário
aumenta de 50 a 100 palavras para mais de 2 mil. A estrutura da frase avança de frases telegráficas
(“Bebê chora”) para frases incorporando todos os principais componentes gramaticais.
● Aos 4 anos de idade, as crianças, em sua maioria, podem contar até quatro e usa os verbos no
passado; aos 5 anos, usam o tempo verbal futuro. As crianças não utilizam discursos figurativos; elas
só compreendem o significado literal das palavras.
● A aquisição da linguagem depende criticamente dos estímulos ambientais. Os principais
determinantes incluem a quantidade e a variedade do discurso dirigido para crianças e a frequência
com que os adultos fazem perguntas e incentivam a verbalização. Crianças criadas em condições de
pobreza normalmente apresentam desempenho inferior nas avaliações de desenvolvimento da
linguagem em comparação com crianças de famílias economicamente favorecidas.
● A linguagem está ligada tanto ao desenvolvimento cognitivo como ao emocional. Atrasos de
linguagem podem ser os primeiros indícios de que uma criança tenha uma deficiência intelectual, um
transtorno do espectro autista, ou de que tenha sido maltratada.
● O desenvolvimento da linguagem pré-escolar estabelece as bases para o sucesso escolar mais tarde.
● As crianças bilíngues não seguem o mesmo curso do desenvolvimento da linguagem das crianças
monolíngues, mas criam um sistema diferente de pistas de linguagem. Várias vantagens cognitivas
foram demonstradas repetidamente entre crianças bilíngues quando comparadas a crianças
monolíngues.
O vocabulário infantil e a linguagem receptiva melhoram quando pais ou cuidadores com frequência leem
para as crianças. A leitura em voz alta para uma criança nova é um processo interativo no qual um pai
repetidamente concentra a atenção da criança em uma imagem em especial, faz perguntas, e, em seguida, dá
o feedback para a criança (leitura dialógica).
Cognição
Consiste na fase pré-operacional (pré-lógica) de Piaget, que tem algumas características: pensamento
mágico, egocentrismo e pelo pensamento dominado pela percepção, não abstração.
Pensamento mágico - confundir coincidência com causalidade, animismo (atribuindo motivações a objetos
inanimados e eventos) e crenças irrealistas sobre o poder dos desejos. Uma criança pode acreditar que as
pessoas fazem chover porque transportam guarda-chuvas, que o sol se põe porque está cansado ou que um
sentimento de ressentimento para com um irmão pode realmente fazer com que este fique doente.
Egocentrismo - diz respeito à incapacidade de uma criança levar em consideração o ponto de vista de outro e
não conota egoísmo. Uma criança pode tentar confortar um adulto que está chateado, levando até o adulto
seu animal de pelúcia favorito. Após os 2 anos de idade, a criança desenvolve um conceito de sua própria
existência como um indivíduo e sente a necessidade de sentir o “todo”.
Pensamento dominado pela percepção - Piaget demonstrou o domínio da percepção sobre a lógica. Em um
experimento, a água é despejada para dentro e fora de um vaso fino e um prato amplo e baixo. Então, as
crianças são perguntadas sobre qual dos objetos contêm mais água. Invariavelmente, elas escolhem o que
parece maior (geralmente o vaso alto), mesmo quando o examinador observa que nenhuma água foi
adicionada ou retirada. Tais equívocos refletem a imaturidade ou incipiente capacidade de desenvolvimento
de hipóteses que crianças têm sobre a natureza do mundo, bem como sua dificuldade de avaliar
simultaneamente vários aspectos de uma situação.
Aos 3anos de idade, as crianças auto identificam seu sexo e estão ativamente buscando a compreensão do
significado de identificação do gênero. Observa-se uma progressão do desenvolvimento da rigidez (meninos
e meninas têm papéis estritos de gênero) no início da fase pré-escolar para uma compreensão mais realista e
flexível (meninos e meninas podem ter uma variedade de interesses).
Brincadeiras
Brincar envolve o aprendizado, a atividade física, a socialização com os colegas e a prática de papéis adultos.
Características do brincar na fase pré-escolar:
● Brincar aumenta em complexidade e imaginação, da simples imitação de experiências comuns, como
fazer compras e pôr o bebê na cama (2 ou 3 anos de idade), passando por cenários mais amplos que
envolvem eventos singulares, como ir ao zoológico ou viajar (3 ou 4 anos de idade), até a criação de
cenários que foram apenas imaginados, como ir à lua (4 ou 5 anos de idade).
● Aos 3 anos de idade, a brincadeira cooperativa é vista em atividades como a construção de uma torre
de blocos; mais tarde, uma atividade com papéis mais estruturados, como ao brincar de casinha.
● O ato de brincar também se torna cada vez regido por regras, começando pelas regras do pedir (em
vez de pegar) e do compartilhar (2 ou 3 anos de idade) passando por regras que mudam de momento
a momento, de acordo com os desejos dos jogadores (4 e 5 anos de idade), chegando ao começo do
reconhecimento das regras como relativamente imutáveis (5 anos de idade).
● Brincar também permite a resolução de conflitos e ansiedades, e as saídas criativas. As crianças
podem liberar a raiva de maneira segura (espancar um boneco), ter superpoderes (e brincar de
dinossauro ou super-heróis) e conseguir coisas que lhes são negadas na vida real (um amigo
imaginário ou animais de pelúcia).
● Temas e emoções que surgem nos desenhos de uma criança geralmente refletem as questões
emocionais de maior importância para ela.
Recomendações
● Uma programação interativa com qualidade educacional na qual a criança desenvolva relações com
os personagens pode ajudar no aprendizado. Entretanto, a exposição à TV comercial com conteúdo
violento está associada a problemas comportamentais tardios, e, como crianças com idade inferior a
8 anos não são capazes de compreender a intenção persuasiva, elas são mais vulneráveis à
publicidade televisiva.
● À medida que a linguagem emerge, os pais podem apoiar o desenvolvimento emocional, usando
palavras que descrevam os estados que a criança está sentindo (“Você parece com raiva agora.”) e
que incitem a criança a usar palavras para expressar sentimentos, em vez de exteriorizá-los.
● À medida que a linguagem emerge, os pais podem apoiar o desenvolvimento emocional, usando
palavras que descrevam os estados que a criança está sentindo (“Você parece com raiva agora.”) e
que incitem a criança a usar palavras para expressar sentimentos, em vez de exteriorizá-los.
● Os pais devem ter um horário regular durante o dia para a leitura ou visualização de livros com seus
filhos. Programas como o Reach Out and Read ** , em que os pediatras fornecem livros ilustrados
juntamente com orientação adequada durante atendimentos ambulatoriais, têm sido eficazes no
aumento de horas que os pais leem em voz alta para seus filhos, promovendo o desenvolvimento da
linguagem, particularmente em famílias de baixa renda.
● A TV e similares devem ser limitados a 2 h/dia de programação de qualidade e os pais devem estar
assistindo aos programas juntamente com os seus filhos, comentando sobre os programas depois.
Crianças em risco, especialmente as que vivem na pobreza, podem responder melhor aos desafios
futuros da escola se tiverem tido experiências de alta qualidade, como as do programa Head Start.
● As crianças começam a entender que corpos têm “interiores” e “exteriores”. Devem receber
explicações simples e concretas para procedimentos médicos e ter algum controle sobre os
procedimentos, se possível.
● A imaginação ativa que nutre as brincadeiras e o pensamento mágico e animista característico da
cognição pré-operacional também pode produzir medos intensos. Mais de 80% dos pais relatam pelo
menos um tipo de medo em suas crianças em fase pré-escolar.
● As tentativas de demonstrar racionalmente que não há monstros no armário geralmente falham, na
medida em que o medo surge do pensamento pré-racional. No entanto, este mesmo pensamento
permite que os pais sejam dotados de poderes mágicos que podem banir os monstros com “spray de
monstro” ou uma luz noturna. Os pais devem reconhecer os medos, reconfortar a criança e dar uma
sensação de segurança, dar à criança algum senso de controle sobre a situação. A utilização da
técnica de “Desenhe-uma-Pessoa”, na qual a criança é convidada a desenhar a melhor pessoa que ela
conhece, pode ajudar a elucidar o ponto de vista da criança.
Desenvolvimento Emocional e Moral
Emocional
Desafios emocionais enfrentados:
● Aceitação de limites;
● Manutenção do senso de autocuidados;
● Controle da agressividade e dos impulsos sexuais;
● Interação com um círculo crescente de adultos e colegas.
2 anos de idade - limites comportamentais são predominantemente externos.
5 anos de idade - limites devem estar internalizados, caso a criança precise frequentar uma sala de aula típica.
Depende do desenvolvimento emocional prévio, particularmente a capacidade de usar imagens internalizadas
de adultos confiáveis para fornecer um ambiente seguro em tempos de estresse. O amor que uma criança
sente em relação aos adultos importantes é o principal incentivo para o desenvolvimento do autocontrole.
As crianças aprendem quais comportamentos são aceitáveis e quanto poder exercem perante adultos
importantes, testando seus limites. Limites excessivamente rígidos podem minar o senso de iniciativa de uma
criança, enquanto limites excessivamente frouxos podem provocar ansiedade em uma criança, ao sentir que
ninguém está no controle.
Um temperamento agressivo que dure mais de 15 min ou que ocorra regularmente mais de três vezes/dia
pode refletir problemas médicos, emocionais ou sociais subjacentes.
Questão sexual - A curiosidade sobre a genitália e sobre os órgãos sexuais adultos é normal, assim como é a
masturbação. A masturbação excessiva que interfira na atividade normal, a simulação de uma relação sexual,
o extremo pudor ou a simulação de um comportamento sedutor de um adulto sugere a possibilidade de abuso
sexual ou exposição imprópria. Os pais devem começar a ensinar as crianças sobre a “privacidade” de áreas
corporais antes que elas comecem a frequentar a escola.
Moralidade
● O pensamento moral é limitado pelo nível cognitivo e pelas habilidades de linguagem, mas se
desenvolve a partir do progresso na identificação com os pais;
● Antes dos 2 anos - certo e errado relacionado do desejo de aprovação dos pais;
● Posteriormente - As ações serão vistas pelos danos causados, não pela intenção.
● 4 anos - regras tendem a ser absolutas, com a culpa atribuída a maus resultados, a despeito das
intenções.
Recomendações
● Diga à criança o que vai ocorrer, mas não peça sua permissão, a menos você esteja disposto a receber
com “não” como resposta. Uma breve introdução às “partes íntimas” é aconselhável antes do exame
genital.
● entre 4 e 5 anos - consulta deve ser divertida, por causa da capacidade de se comunicar da criança e
da sua curiosidade natural;
● Os pais devem ser questionados sobre rotinas diárias e suas expectativas sobre o comportamento da
criança. Oferecer opções às crianças (sendo todas as opções aceitáveis para os pais) e incentivar a
independência nas atividades de autocuidado (alimentação, vestir e banhar) reduz conflitos.
● Estratégias alternativas de disciplina devem ser oferecidas, tais como a “contagem regressiva”, junto
com imposição coerente de limites, comunicação clara das regras e frequente aprovação. A
disciplina deve ser imediata, específica para o comportamento e limitada no tempo.
● O disciplinamento de cerca de 1 min/ano de idade é muito eficaz (contagem regressiva).Um timer
de cozinha permite que o pai/a mãe se afaste da situação; a criança está livre quando o alarme tocar.
● Castigos corporais não devem ser feitos (aumenta risco de ferimentos graves e possibilita
comportamentos agressivos da criança posteriormente, grande custo psicológico).
Fase Escolar (6-11 anos de idade)
É o período em que as crianças cada vez mais se separam dos pais e procuram a aceitação por parte dos
professores, outros adultos e colegas. As crianças começam a se sentir sob pressão para se adequar ao estilo e
aos ideais do grupo de pares. A autoestima torna-se uma questão central, à medida que as crianças
desenvolvem a capacidade cognitiva para considerar suas próprias autoavaliações e sua percepção de como
os outros as veem. Pela primeira vez, elas são julgadas de acordo com sua capacidade para produzir
resultados socialmente valorizados, como tirar boas notas, tocar um instrumento musical ou praticar um
esporte.
Desenvolvimento Físico
● 3 a 6 estirões irregulares/ano, com variações individuais;
● 3 a 3,5 kg e 6 a 7 cm em média de crescimento/ano;
● Circunferência cefálica: aumenta 2 cm ao longo de todo o período (desaceleração no crescimento do
cérebro). Pico de massa cinzenta aos 12 e 14 anos;
● Habitus corporal mais ereto com pernas longas em relação ao tronco.
● O crescimento da face média e da parte inferior do rosto ocorre gradualmente.
● Por volta dos 6 anos: perda de dentes decíduos como sinal de maturação;
● Taxa de substituição dos dentes: 4/ano;
● Entre 11 e 12 anos: erupção de pré-molares;
● Origem das amígdalas e adenoides;
● A força muscular, coordenação e resistência aumentam progressivamente, tal como a capacidade de
executar movimentos complexos, como a dança ou arremesso em cestas.
● Antes da puberdade, a sensibilidade do hipotálamo e da pituitária se altera, conduzindo à síntese
aumentada de gonadotrofinas. O interesse em diferenças de gênero e no comportamento sexual
aumenta progressivamente até a puberdade.
● As taxas de maturação sexual diferem por área geográfica.
[Caderneta da criança contém os dados antropométricos esperados por idade, assim como a evolução]
Recomendações
● Tomar cuidado com os sentimentos das crianças com relação às suas diferenças físicas e habilidades.
As crianças com deficiências físicas reais podem enfrentar tensões especiais.
● As crianças devem ser questionadas sobre fatores de risco para a obesidade.
● A participação em atividades físicas, incluindo esportes organizados ou outras atividades
organizadas podem promover habilidades, trabalho em equipe e boa forma física, bem como um
sentimento de realização, mas a pressão de competir quando a atividade não é mais agradável tem
efeitos negativos.
● O aconselhamento sobre a criação de hábitos alimentares saudáveis e o tempo limitado de tela deve
ser dado a todas as famílias.
● Crianças pré-púberes não devem se envolver em esportes de alto impacto e alto estresse, como o
levantamento de peso ou o futebol americano, porque a imaturidade esquelética aumenta o risco de
lesão.
Desenvolvimento Cognitivo
A partir desse ponto, segundo Piaget, agora o pensamento passa a ser concreto lógico;
● As crianças em idade escolar cada vez mais aplicam regras baseadas em fenômenos observáveis,
fatores em múltiplas dimensões e pontos de vista e interpretam suas percepções usando as leis
físicas.
● Os primeiros 2 a 3 anos do ensino fundamental são dedicados a adquirir os fundamentos: leitura,
escrita e habilidades básicas de matemática.
● Na terceira série, as crianças precisam ser capazes de sustentar a atenção por um período de 45
minutos e o currículo requer tarefas mais complexas. A meta de ler um parágrafo não é mais para
decodificar as palavras, mas para compreender o conteúdo; o objetivo da escrita não é mais a
ortografia ou a caligrafia, mas a redação. O volume de trabalho aumenta junto com a complexidade.
Interferem no desempenho em sala de aula:
1. Habilidades cognitivas;
2. Atitudes;
3. Fatores emocionais.
Fatores emocionais:
● Recompensas externas: dedicação para agradar adultos e aprovação de seus pareS;
● Recompensas internas:
○ Competitividade;
○ Vontade de trabalhar para uma recompensa posterior;
○ Crença em sua própria habilidade;
○ Capacidade de se arriscar a tentar quando o sucesso não é garantido.
O sucesso predispõe para o sucesso, enquanto o fracasso impacta a autoestima e reduz a autoeficácia,
diminuindo a capacidade de uma criança para assumir riscos futuros.
Recomendações
● Pediatra deve fazer parte da preparação da criança para o ingresso na escola (imunização, nutrição
adequada, recreação apropriada e rastreamento de distúrbios físicos, de desenvolvimento e
cognitivos);
● Pediatras devem promover os 5 R’s: reading (leitura diária), rhyming (jogos de rimar e brincar),
routines (horários para comer, brincar e dormir), reward (recompensar com elogios ao sucesso da
criança) e relationships (nutrir relacionamentos recíprocos);
● As crianças cujo estilo de aprendizagem não se enquadra à cultura da sala de aula podem ter
dificuldades escolares e precisam de avaliação antes de o fracasso se concretizar. É raro uma simples
repetição de ano ter qualquer efeito benéfico e muitas vezes isso enfraquece seriamente a autoestima.
Além de encontrar as áreas do problema, identificar os pontos fortes de cada criança é importante.
Metodologias que valorizem uma gama maior de talentos tendem a permitir mais crianças a
alcançarem o sucesso;
● As estratégias de disciplina devem mover-se em direção a negociação e um entendimento claro das
consequências, incluindo a suspensão dos privilégios em caso de infrações. Isso pode ser feito pois
as crianças já entendem as cláusulas “se/quando”.
Desenvolvimento social, emocional e moral
Desenvolvimento social e emocional
● Energia direcionada para a criatividade e a produtividade;
● Irmãos têm papéis importantes como concorrentes, apoiadores leais e modelos;
● Separação da criança da família e da importância crescente dos professores e dos relacionamentos
com os colegas;
● Grupos sociais tendem a ser de pessoas do mesmo sexo, com a mudança frequente de adesão,
contribuindo para o crescente desenvolvimento e competência social de uma criança.
● Algumas crianças se enquadram facilmente às regras entre colegas e desfrutam o sucesso social fácil.
As que adotam estilos individualistas ou têm diferenças visíveis podem sofrer mais provocações;
● As crianças com déficits em habilidades sociais podem ir a extremos para ganhar a aceitação,
unicamente por encontrarem-se em fracasso repetido. Os atributos conferidos por seus colegas, como
engraçado, estúpido, mal ou gordo, podem tornar-se incorporados a sua autoimagem e afetar sua
personalidade, bem como seu desempenho escolar.
● As interações com colegas sem supervisão de um adulto apelam para o aumento de resolução de
conflitos ou habilidades pugilistas. A exposição na mídia ao materialismo adulto, sexualidade,
consumo de drogas e violência pode ser assustadora, reforçando o sentimento de impotência das
crianças no mundo maior.
Desenvolvimento moral
● Mesmo com 6 anos de idade, a consciência (regras internalizadas da sociedade) variam muito no
nível de desenvolvimento moral;
● As necessidades dos outros não são fortemente consideradas na tomada de decisões. À medida que
crescem, a maioria vai reconhecer não apenas suas próprias necessidades e desejos, mas também as
de outros, embora as consequências pessoais ainda sejam o principal condutor do comportamento.
● Comportamentos sociais socialmente indesejáveis são considerados errados;
● Entre 10 e 11 anos: combinação de pressão dos pares + desejo de agradar as figuras de autoridade +
compreensão de reciprocidade = moldar o comportamento da criança.
Recomendações
● Uma conversa diária dos pais na mesa de jantar ou na hora de dormir sobre os fatos bons e ruins que
aconteceram durante o dia da criança pode descobrir problemas mais cedo.
● O divórcio afeta quase 50% das crianças. A violência doméstica, o consumo abusivo dedrogas pelos
pais e outros problemas de saúde mental podem também prejudicar a capacidade da criança de usar
sua casa como uma base segura para o reabastecimento de energias emocionais.
● Crianças que intimidam as outras e crianças que sofrem bullying devem ser avaliadas, devido a
associação com transtornos de humor, problemas familiares e de ajustamento escolar.
● Os comportamentos desajustados, tanto a internalização como a externalização, ocorrem quando o
estresse em qualquer um desses ambientes oprime as respostas de enfrentamento da criança.
● Pais devem estar alerta para as exposições da TV e internet;
Teste de Gesell
O teste de Gesell é um teste de referência, envolvendo a avaliação direta e a observação da qualidade e da
integração de comportamentos. Pode ser aplicado em crianças de quatro semanas até 36 meses de idade
cronológica. As categorias de análise dessa escala referem-se às seguintes áreas:
● comportamento adaptativo (organização e adaptação sensório-motora, cognição);
● comportamento motor grosseiro e delicado (sustentação da cabeça, sentar, engatinhar, andar,
manipulação de objetos com as mãos);
● comportamento de linguagem (expressiva ou receptiva);
● comportamento pessoal-social (relação com o meio-ambiente).
Os comportamentos acima descritos são observados nas idades-chave de: quatro semanas, 16 semanas, 28
semanas, 40 semanas, 12 meses, 18 meses, 24 meses e 36 meses. O resultado final é quantitativo e expresso
como quociente de desenvolvimento (QD), quando a criança é prematura deve ser usada a idade corrigida na
avaliação. Tais dados são comparados a uma escala elaborada a partir dos comportamentos padrão
apresentados por crianças em determinadas faixas etárias.
A tabela abaixo reúne padrões de comportamento de Gesell, Shirley, Provence, Wolf, Bailey e outros.

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