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A divisão do Império Romano, em 395 d. C., criou o Império Romano do Oriente ou Império Bizantino, o qual durou até 1453, com a invasão dos turcos. Sua capital era a antiga cidade grega chamada Bizâncio, também conhecida como Constantinopla (atual Istanbul). Sua localização estratégica era ponto de passagem de rotas que interligavam o mar Negro ao Mediterrâneo, e a Europa à Ásia. Era um importante e rico entreposto comercial. A sua sobrevivência pode ser explicada pela manutenção das vias de comércio internacional nas mãos dos bizantinos (o que possibilitou a manutenção de um exército) e pela preservação de Constantinopla como rota comercial importante entre o Oriente e o Ocidente. Possuía traços característicos da cultura grega, uma vez que possuía herança helenística (língua grega era a língua oficial); Possuía uma economia dinâmica, sendo o comércio sua atividade principal (sendo, por isso, considerada como um elo de ligação entre o Oriente e o Ocidente); o A produção agrícola baseava-se na grande propriedade. Contava com a mão de obra camponesa, mas ainda existiam escravos. O poder político, a partir do reinado de Justiniano, estava concentrado nas mãos do imperador que, com tempo, passou a controlar a própria igreja (Cesaropapismo). o O Cesaropapismo era, em linhas gerais, a subordinação da Igreja ao Estado. Foi o mais importante imperador do Império Bizantino. Entre suas principais realizações, destacam-se: Tentou estender as fronteiras do império na tentativa de recuperar a unidade do império romano. Conquistou importantes áreas como o norte da África (reino dos vândalos) e retomou a península itálica (na época, dominada pelos ostrogodos); Remodelou a cidade de Constantinopla criando, por exemplo, a Basílica de Santa Sofia (“sagrada sabedoria”); Reordenou e codificou o Direito Romano (Corpus Juris Civilis). Nesse monumento jurídico, toda a legislação romana foi revista. Essa obra sobreviveu ao próprio Império Bizantino, servindo de base para todas as legislações modernas. o O Código era composto de quatro partes: as antigas leis, reunidas sob o nome de Codex Justinianus ou Código; as Novellae (Novelas), que continham a legislação de Justiniano; os comentários feitos por juristas (Digesto), e as Institutiones, um compêndio para os estudantes que discutiam os pressupostos do pensamento jurídico. O Império Bizantino teve uma efervescente vida religiosa, em que as disputas doutrinárias eventualmente chegavam ao extremo da guerra civil. No século VIII, irrompeu em Constantinopla o movimento iconoclasta, que condenava o culto das imagens sagradas e ordenou que elas fossem destruídas. A crise atingiu seu auge em 1054, quando o patriarca de Constantinopla recusou-se a continuar respeitando a autoridade papal de Roma. Ocorreu, em 1054, uma ruptura conhecida como Grande Cisma do Oriente, provocando a separação definitiva da Igreja Católica Apostólica Romana (cuja sede era Roma – continuou a cultuar imagens) da Igreja Católica Ortodoxa (cuja sede era Bizâncio), criada a partir deste momento. Não há um único fator que explique a crise e o fim do Império Bizantino, mas sim um conjunto de fatores: Disputas políticas e religiosas; Perdas territoriais; o Pelo sul, ocorriam as invasões dos bárbaros. Pelo norte, invasões dos muçulmanos. o As perdas territoriais fizeram com que a arrecadação de impostos também se reduzisse, tornando difícil para o Estado cumprir seus pagamentos. Invasão dos cruzados no século XIII (Quarta Cruzada); Invasões muçulmanas. o A expansão muçulmana partiu da Arábia, passou pelo norte da África e chegou à Península Ibérica. Também chegou, posteriormente, à Ásia, ocupando a Síria, a Palestina e a Mesopotâmia O fim definitivo do império veio em 1453, quando os turcos otomanos, liderados pelo sultão Maomé II, finalmente conquistaram a capital do império, Constantinopla. Tal conquista assinala o final da Idade Média e início da Idade Moderna. Para lembrar: com a invasão dos turcos, muitos eruditos grego-bizantinos fugiram de Constantinopla para a Itália, fator que favoreceu o início do Renascimento na região. O Código de Justiniano foi baseado no Direito Romano, também servindo como base no Direito Internacional. Vitrais e mosaicos. Localização: Península Arábica (continente asiático); o Área desértica. A população concentra-se na área costeira, nas principais cidades de Meca e Medina; o Possuía excelente localização geográfica, que proporcionou ótima relação comercial entre Oriente e Ocidente). ▪ Meca era (e é até hoje) o centro comercial e religioso. As tribos árabes iam até a Kaaba em peregrinações, uma vez que lá é onde ficavam guardados os ídolos religiosos de todas elas. Organização Política: não formavam um Estado, mas dividiam-se em tribos independentes, sendo, algumas, nômades e, outras, seminômades; o Elementos de união: língua e crença na Kaaba. ▪ A Kaaba era um edifício cúbico, coberto de seda negra que ficava no centro da mais importante cidade da Península Arábica, Meca. Nela, havia uma fonte considerada milagrosa, uma pedra negra e vários símbolos religiosos (ídolos) das diferentes tribos. Religião: as tribos árabes eram politeístas (acreditavam em forças da natureza). Consideravam-se descendentes de Ismael (filho bastardo de Abraão). Maomé teria nascido por volta de 570 d.C. na cidade de Meca, centro comercial e religioso. Pertencia ao ramo pobre da família guardiã da Kaaba. Ficou órfão menino e passou a trabalhar nas caravanas de comércio, o que lhe proporcionou contato com o mundo ocidental e, consequentemente, com as religiões monoteístas. Segundo a tradição islâmica, por volta de 611 d.C., quando contava com 40 anos, Maomé teve uma visão do anjo Gabriel, que lhe revelou a existência de um único Deus (Alá) e ordenou à pregação (proselitismo), assinalando o início do islamismo. Inicialmente, o crescimento do islamismo se deu a partir da pregação e conversão de seus familiares e amigos. Nesse momento, são perseguidos por possuírem uma doutrina teocrática, a qual estabelecia que Maomé seria o chefe político, além de religioso, gerando conflito com os governantes da região. É nesse contexto de perseguição em que ocorre a Hégira (fuga de Maomé de Meca para Yatreb - posteriormente Medina, “a cidade do profeta” -, em 622), considerado o marco inicial do calendário islâmico. Em Medina, continua a pregar a nova religião, ganhando novos adeptos e desenvolvendo seu governo. Em 630, Maomé retorna a Meca, onde também ganha novos adeptos, dominando a região. É nesse momento em que se considera o início do Império Árabe. Destrói todos os símbolos politeístas da Kaaba, restando apenas a “Pedra Negra”. Passou a defender a Jihad, “esforço” para a conversão e o combate aos infiéis. Esse “esforço” pode se tornar uma ação militar e, por isso, muitas vezes é chamado de “guerra santa”. Dois anos depois, Maomé falece. É o livro sagrado dos muçulmanos (seu nome significa “relato”). Foi escrito a partir das pregações e dos ensinamentos de Maomé. Contém, portanto, não apenas a doutrina religiosa, mas também disposições sobre a organização da sociedade, governo e justiça. Em termos doutrinários, podemos dizer que é uma síntese dos elementos de outras religiões, principalmente da judaica e da cristã. É monoteísta: defende a existência de um único deus (Alá) e um principal profeta (Maomé) que é o intermediário entre os homens e Alá; Acredita no destino (Marktub); Prega um julgamento final. Além do Alcorão, existe também a Sunna, compêndios dos relatos de Maomé. Seus seguidores são chamados de Sunitas. A religião islâmica é considerada uma religião sincrética, uma vez que possui elementos do judaísmo, do cristianismo e de religiões árabes anteriores ao islamismo. Estabelece os seguintes preceitos: “Alá é o único deus e Maomé o seu profeta”; Peregrinar pelo menos uma vez na vida a Meca; Cinco orações ao dia dirigidas a Kaaba; Jejuar no mês de Ramadã; Dar esmolas aos pobres; Defender a Jihad: “guerra santa”, que pode ser entendida através de duas visões: o Religiosa: o fiel deve se manter dentro dos preceitos da religião; o Militar (expansionista): o fiel deveria defender o islamismo, de modo a estender o islamismo para o restante do mundo. Assim, iniciaram a expansão muçulmana, que conquistou um vasto império. Essa expansão foi responsável pela conversão de diferentes povos à religião islâmica na África, Ásia e sul da Europa. Seu início se dá a partir expansão e formação de novos domínios (denominados califados: regiões administrativas chefiadas pelos califas) feita por Maomé e seus descendentes. Após a morte de Maomé, há o início de uma grande expansão a partir dos Árabes Sarracenos - grandes guerreiros - que fazem a jihad pela visão militar. Dentre suas conquistas, destacam-se: Norte da África; Oriente Médio; Europa: península Ibérica; o Só não adentraram na Europa Central, pois foram derrotados por Carlos Martel na Batalha de Poitiers, 732. Mesmo com a derrota, permaneceram na Península Ibérica até 1492, quando foram expulsos durante a Guerra de Reconquista; o Chegam até a região da China e Índia, onde entram em contato com esses povos; Os muçulmanos dominaram quase todas as margens do Mediterrâneo e grande parte de suas ilhas. Passaram a controlar as atividades comerciais e bloquearam o comércio europeu na região, acelerando a retração comercial europeia e o processo de êxodo urbano no continente. O domínio do Mediterrâneo é um dos principais elementos da formação do feudalismo europeu. Com o tempo, ocorreram disputas políticas pelo poder entre a Dinastia Ali (descendente de Maomé) e a Dinastia Omíada. Como consequência, há a divisão da religião entre os xiitas e os sunitas. Entre esses grupos, há as seguintes diferenças: Xiitas: possuem o Alcorão como o único livro sagrado. Afirmam que apenas os descendentes diretos de Maomé podem governar, ou seja, a Dinastia Ali. São considerados fundamentalistas → “seguem a religião ao pé da letra”; Sunitas: além do Alcorão, possuem a Suna como livro sagrado. Afirmam que qualquer um competente e comprometido com a fé islâmica pode governar. São considerados moderados. No século XII, durante as Cruzadas, os árabes sofrem ataques dos cristãos. Apesar da perda de diversos territórios, mantém Jerusalém sob seu domínio. No século VII, os califas conquistaram Jerusalém. Esta cidade é considerada sagrada por judeus, cristãos e muçulmanos. Para estes, a cidade foi o lugar onde Maomé, depois de transportado de Meca, teria iniciado sua viagem aos céus. No século XV, há a invasão dos turcos-otomanos, colocando um fim no Império Árabe. Todavia, os árabes sobrevivem através da religião, dos estados ou dos povos. Os árabes são considerados os herdeiros dos gregos (traduziram muitas obras gregas e também persas). Alcorão; Mil e uma noites; Preservam e difundem obras clássicas (greco-romanas), por conta da admiração e do contato com Alexandre Magno. Nesse contexto, destacam-se o médico Avicena e o filósofo Averróis, em seus estudos sobre Aristóteles e Platão. Os árabes irão influenciar o Renascimento europeu. Desenvolveram a Matemática, a Astronomia, a Geografia e a Medicina. Nesta última destacam-se Avicena e os alquimistas árabes que se preocupavam, entre outras coisas, com a “pedra filosofal” e o “elixir da vida”. o Os alquimistas árabes descobriram o álcool e o ácido sulfúrico. Destacaram-se na arquitetura e na decoração. As mesquitas são o principal marco arquitetônico das cidades muçulmanas. A decoração interna é considerada abstrata, formada pelos arabescos (desenhos geométricos). Nelas, não há representações humanas ou de animais. Além disso, desenvolveram o comércio como atividade principal. Nesse contexto, exerceram domínio sobre o Mar Mediterrâneo até o extremo Oriente (China). Da China, por exemplo, trouxeram invenções importantes que transformaram o mundo ocidental: o papel, a pólvora e a bússola. Introduziram também o numeral zero (algarismo indo-arábico). Período que se estende do século V ao século XV. Formação dos reinos bárbaros cristãos; Consolidação do poder da Igreja Católica (poder espiritual e temporal); o A Igreja era uma instituição romana que sobrevive à queda do império, ganhando forças no período. Queda do comércio, acarretando no desenvolvimento de uma economia agrária; o Ampliação da servidão (regime de trabalho compulsório); Aparecimento do islamismo, no século VII, que acelerou o processo de ruralização da Europa (“lago muçulmano”); Fortalecimento do poder dos senhores feudais (descentralização política e espacial); Período do apogeu do feudalismo (século IX – XI). Por definição, eram considerados bárbaros todos os povos que viviam fora do império romano e que não possuíam os mesmos costumes e tradições. Entre os principais povos, destacam-se os eslavos, mongóis (hunos) e germânicos. Entre estes últimos: os visigodos, ostrogodos, burgúndios, vândalos e os Francos. Eram nômades e viviam da caça, pesca e coleta. Tinham uma agricultura pouco desenvolvida. Tinham a guerra como atividade principal. As invasões bárbaras intensificaram-se no século V, levando a queda do Império Romano do Ocidente e a criação de inúmeros reinos bárbaros. Com o tempo, os bárbaros começaram a assimilar costumes romanos, entre eles, a religião, fator que levou à formação dos reinos cristãos bárbaros. Os Francos são provenientes da região do rio Reno (atual França e Alemanha). Assim como os outros bárbaros, foram conquistando territórios que pertenciam ao império romano por volta de 406 d.C.. Clóvis, o Meroveu foi o rei unificador da Monarquia e conquistador das terras que, de modo aproximado, formam a França atual. Fundador da Dinastia Merovíngia, é considerado o primeiro rei da França. Clóvis casou-se com Clotilde, uma sobrinha católica do rei da Burgúndia. Esse casamento deu a Clóvis o apoio da Igreja para dar continuidade a suas conquistas militares. Com a sua morte, o reino é repartido entre seus quatro filhos. É o período conhecido como período dos “reis indolentes”, já que deixaram o controle do governo nas mãos de seus auxiliares chamados “mordomos do paço”, pois não se preocupavam com a política. Dois dos mais importantes mordomos do paço foram Carlos Martel e Pepino, o Breve: O governo de Carlos Martel é marcado pela luta entre católicos e muçulmanos: derrotou os islâmicos na famosa Batalha de Poitiers, ocorrida em 732, impedindo o avanço islâmico na região da Gália. Por esse feito é conhecido como “o defensor”. Sucedeu-lhe um de seus filhos chamado Pepino, o Breve; O governo de Pepino, o Breve é marcado pelo fortalecimento das relações com a Igreja, pela luta contra os lombardos e pelo início da dinastia carolíngia. o Foi coroado como rei dos francos pelo papa Estevão II, em 754, em Roma. Esse ato tornou Pepino rei dos francos por “vontade dos francos” e “vontade de Deus”. o Após sua coroação, Pepino, o Breve ampliou suas relações com a Igreja. Lutou e venceu os lombardos na Península Itálica, entregando parte das terras conquistadas à Igreja. A doação de terras ao papa levou à criação do território hoje conhecido como “Patrimônio de São Pedro” (a Igreja passa a ter poder espiritual e temporal). A posse deste território é findada em 1870, quando ocorre a Unificação Italiana. O mais importante rei da Dinastia Carolíngia. Alargou as fronteiras do império. Teve excelente administração: criou os condados (leis escritas), ducados e marcas (fortalezas estabelecidas nas fronteiras do império). Criou os “missi dominici” ou “olhos e ouvidos do rei”, que eram inspetores que fiscalizavam as unidades administrativas do império.Criou feiras para integrar o comércio europeu. Incentivou e multiplicou o “sistema de recomendação”: os mais fracos colocavam-se a serviço dos mais poderosos. O protetor era o “senhor” e o protegido era o “vassalo”. Entre eles havia uma relação de direitos e deveres. Expressão que traduz a preocupação de Carlos Magno com a educação/instrução/cultura em geral principalmente de seus funcionários e membros da Igreja. É, portanto, o nome do movimento de renovação cultural ocorrido na Europa entre os séculos VIII e IX. Neste movimento: As artes, a arquitetura e o ensino floresceram; Retomam-se alguns valores da cultura clássica; Criação da escrita carolíngia (minúscula carolíngia); Criação de escolas ligadas aos mosteiros e Igrejas abertas a todos; O próprio Carlos Magno se alfabetizou já em idade avançada; Após a morte de Carlos Magno, seu filho, Luís, o Piedoso, não conseguiu uma boa administração, sendo deposto pelos seus filhos. A disputa pela sucessão da Coroa entre seus filhos foi resolvida por meio do Tratado de Verdun, que desmembrou o Império Franco. A França coube a Carlos, o Calvo. A Germânia e as terras além-Reno couberam a Luís, o Germânico. O Reino da Lotaríngia ficou com Lotário. Quando este morreu, a Lotaríngia também foi dividida entre Carlos e Luís. A divisão do império fortaleceu os poderes da nobreza local e enfraqueceu o rei. – As invasões bárbaras provocaram o êxodo urbano, a destruição das cidades e a consequente instituição de uma economia agrária voltada para a subsistência. A partir do século IX, portanto, ocorre o processo de descentralização política, característico da sociedade feudal, no qual há o predomínio dos poderes locais (senhor feudal). Há, portanto, uma fragmentação do poder político, o qual passa a ficar concentrado nas mãos dos senhores feudais. Constantes invasões bárbaras fizeram que os proprietários construíssem castelos e fortificações que passam a aglomerar um grande número de dependentes (ruralização); Expansão islâmica, que isolou a Europa pelo domínio muçulmano do Mediterrâneo (“lago árabe”). Tratado de Verdun e as divisões políticas (condados, marcas e ducados). Esses territórios passaram a ser chamados de feudos. O feudo era um sistema socioeconômico, cuja produção era autônoma e autossuficiente, que envolve o modo de produção servil. o Dentro do feudo, o senhor feudal era absoluto (concentrava o poder em suas mãos): administrava a justiça, recebia tributos, declarava guerras, estabelecia novas relações de suserania e vassalagem entre senhores, etc. Essa organização ficou conhecida como feudalismo. Baseada na agricultura de subsistência, porém era pouco produtiva (a produção de excedentes era quase nula). Apesar disso, os feudos eram autossuficientes – economia natural -, o que acabou impedindo o desenvolvimento do comércio (atividade secundária no feudalismo). Denominada sociedade estamental, de estamento ou de ordens, baseada na desigualdade social e na pouca mobilidade social, onde a condição do indivíduo na sociedade era dada pelo nascimento. No sistema feudal, a Igreja Católica controlava a política, possuía amplo poder econômico e enorme influência cultural. Havia uma divisão em três estamentos sociais: clero, nobreza e servos. Dessa forma, a Igreja difundiu uma explicação da sociedade dividida como a Santíssima Trindade. Aqueles que oravam (os clérigos da própria Igreja) eram o topo da sociedade; os que combatiam (nobres guerreiros, isto é, senhores feudais e seus vassalos) eram os braços; e os que trabalhavam (os camponeses, ligados às terras dos senhores, principalmente, por elos de servidão) eram os pés. Clero (rezavam) Alto Clero = nobres; Baixo Clero = 3º. Ordem. Nobres (combatiam) Servos (Trabalhavam) Forma de trabalho compulsório, na qual o servo paga com seu trabalho (produto ou o tempo) o direito de viver nos domínios do senhor (o qual concedia proteção e o uso da terra aos servos). Desse modo, a relação existente entre servos e senhores feudais era caracterizada por uma relação de direitos e deveres. ALGUMAS DAS OBRIGAÇÕES SERVIS Corveia: dias de trabalho realizados na terra do senhor (a produção era inteiramente destinada ao senhor feudal); Talha: percentual da produção do servo que seria dada ao senhor feudal; Banalidades: uso de equipamentos ou instalações, como os moinhos, que pertenciam ao senhor; Dízimo: 10% da produção realizada na terra do servo era destinada à Igreja. Relação de origem germânica (comitatus – relação de dependência mútua) que ocorre entre nobres: o suserano e o vassalo. O suserano doa terras ao vassalo, em troca da sua lealdade (no caso de guerras, por exemplo) e proteção. Descentralização política: o poder era local/regional e pertencia aos senhores feudais; o Existiam reis, mas possuíam um poder limitado → poder nacional. Também eram senhores feudais; o O clero detinha o poder supranacional. ▪ Querela das Investiduras: movimento no qual a Igreja protestava contra a nomeação de bispos e papas pelo Imperador. Os imperadores alegavam que, já que a Igreja também tinha poder político, os imperadores, portanto, também tinham o direito de assumir o poder religioso. Dominada totalmente pela Igreja; o Controle educacional: conhecimentos, valores morais e universidades; o Arquitetura: estilo românico e gótico. Baixa Idade Média (século XII – XV). Caracterizou-se pela transformação dos métodos de produção existentes no período e surgimento de novas tecnologias, os quais levaram a um aumento da produtividade. Esse aumento de produtividade, por sua vez, proporcionou um crescimento populacional (explosão demográfica). Apesar de o aumento da produtividade ter propiciado o crescimento populacional, esse se deu de modo desenfreado, acabando por superar a produção de alimentos, gerando um desequilíbrio e, por conseguinte, fome. É possível estabelecer uma relação entre esse período e a Teoria Malthusiana, a qual estabelece que a produção de alimentos cresce em progressão aritmética e a população cresce em progressão geométrica, motivo pelo qual a taxa de crescimento populacional acaba superando a produção de alimentos e gerando um desequilíbrio. A fome passou a afetar diretamente os servos, aumentando a opressão sobre eles (deveriam produzir mais) e causando o êxodo rural, o que vai abalar a relação servil, que era pautada na produção agrícola. Desse modo, inicia-se um período de queda da produção. Também nesse período, inicia-se um conflito entre os nobres, causado por disputas por terras, que irão abalar as relações de suserania e vassalagem (relação militar). Renascimento Comercial e Urbano (surgimento da Burguesia Comercial); Cruzadas; Surgimento das Universidades (século XIII); Renascimento cultural (retomada dos valores greco-romanos, humanismo e antropocentrismo); Crise do século XIV (Grande Fome; Peste Negra e Guerra dos Cem Anos); Fortalecimento das Monarquias Nacionais; Declínio e fim do feudalismo. Expedições militares e religiosas dirigidas a partir da Europa Ocidental, durante os séculos XI-XIII, em direção aos chamados “Lugares Santos”, com a finalidade de resgatar Jerusalém e o Santo Sepulcro do poder dos islâmicos, que também surgem com os nomes de Guerra de Reconquista ou Guerra Justa. Busca de fiéis e reconquista de Jerusalém (Terra Santa), dominada, na época, pelos árabes → fator religioso; Abertura de rotas comerciais, sobretudo no Mediterrâneo → fator econômico; Expansão de reinos, no contexto de formação dos Estados Nacionais → fator político; Eliminar o excedente populacional → fator social. Primeira Cruzada: Cruzada dos Nobres (1096-1099): o Foi a única que conseguiu reconquistar Jerusalém (1099) por um período e outros lugares santos; o Criou algumas ordens religiosas, como a dos Hospitalários e os Templários. o Foi lideradapor senhores franceses e italianos. Terceira Cruzada: Cruzada dos Reis (1189-1192): o É também conhecida como a “Cruzada dos Reis”, pois dela participaram os reis da Inglaterra e da França, além do imperador do Sacro Império Romano Germânio. o Organizou-se após a tomada de Jerusalém por Saladino. Não reconquistou Jerusalém, mas estabeleceu um trato com Saladino, pelo qual seria permitida a passagem de cristãos em direção ao Santo Sepulcro. Quarta Cruzada: Cruzada de Veneza (1202-1204): o É considerada uma das mais importantes cruzadas pelo caráter econômico que desempenhou. Foi responsável pelo ressurgimento do comércio controlado pelos latinos no mar mediterrâneo. Ao conquistar Constantinopla eles construíram o “Império latino no Oriente” (1204-1261). o Dela participaram comerciantes venezianos e franceses. Após ficar bloqueado durante a expansão islâmica, o mar Mediterrâneo foi reaberto ao comércio europeu, surgindo, assim, novas rotas de comércio. Sendo a mediterrânea a mais importante delas, passou a ser controlada pelas cidades italianas, que passaram a ter uma importante burguesia comercial; Renascimento Comercial; o O comércio se transforma na nova economia, servindo como fonte de subsistência; o Caracterizado pela busca de produtos em outras regiões, os quais serão vendidos na Europa; o Surgimento de um novo grupo social: o comerciante, que passarão a ser chamados de burgueses (originados da marginalidade feudal); o Desenvolvimento das Corporações de Ofício: associações manufatureiras com um padrão de qualidade que evitava a concorrência; ▪ O mestre de ofício tinha sua oficina e era o proprietário de todos os meios de produção. Assim, diz-se que o modo de produção capitalista foi precedido pelo feudal, uma vez que os mestres das corporações, então proprietários dos meios de produção, foram ultrapassados pelo advento da fábrica e pelo domínio do capital sobre o processo produtivo. o Início de um processo de monetarização, que vai facilitar as relações comerciais. ▪ É nesse contexto que surge o metalismo, ou seja, a busca por metais preciosos, os quais servirão para produzir as moedas. Renascimento Urbano; o As cidades se destacam como centros comerciais; o Há o surgimento de novas cidades e o desenvolvimento das preexistentes; o Com o crescimento das cidades, surge também a necessidade de defendê-la. Para isso, foram criadas fortificações (muros), denominadas burgos. Com todas as estruturas feudais em crise, o poder local, o senhorial, também entrou em colapso. Nesse cenário, os novos interesses da burguesia e dos reis coincidiam em certos aspectos: a burguesia queria expandir seus negócios, de locais para nacionais, e o rei pretendia expandir seu poder político central sobre os poderes locais. Dessa conjuntura de interesses mais amplos sobre aqueles locais, teve início o processo de formação das monarquias nacionais. Transição da Idade Média para a Idade Moderna; o Transição do modo de produção feudal para o capitalista. Crise do século XIV: conjunto de eventos caóticos que criam uma atmosfera apocalíptica; o Crise climática → gera fome; o Peste negra; o Guerra dos Cem Anos (disputa entre França e Inglaterra). ▪ Ingleses invadem a França almejando conquistas continentais; ▪ Após 116 anos de luta, a França vence a guerra. A tecnologia da imprensa deu passos gigantes com a invenção da gráfica de tipos móveis de Gutenberg, no início do século XV, propiciando a proliferação de livros em maior escala; Expansão marítima e comercial europeia no Atlântico, cujos avanços técnicos e científicos foram extremamente difundidos nas artes plásticas. Movimento intelectual, artístico e científico, ocorrido na transição da Idade Média para a Idade Moderna, no qual os pensadores foram buscar na cultura clássica a fonte de sua produção. Itália, sendo alguns dos principais motivos: Em seu processo de ascensão, a partir da acumulação de capital, a burguesia comercial e banqueira italiana, interessada em afirmar seus valores, protegeu e financiou artistas e cientistas, tornando-se sua mecenas; o Em Florença e Veneza, por exemplo, cidades italianas que controlavam o comércio mediterrâneo, houve a ascensão de uma importante burguesia comercial. ▪ A atividade comercial desses italianos os colocou em constante e profundo contato com outras culturas, como a bizantina e a muçulmana. Nesse contexto, é fundamental destacar que boa parte dos acervos de obras clássicas foram mantidos por esses povos durante a Idade Média. Com a invasão dos turco- otomanos no Império Bizantino, muitos eruditos grego-bizantinos fugiram de Constantinopla para a Itália, fator que favoreceu o início do Renascimento na região. Na península Itálica estão localizados os principais vestígios do nascimento da cultura clássica. Racionalismo, baseado no uso da razão e da lógica como forma de se opor ao misticismo medieval; Antropocentrismo, aproximando o homem ao nível de Deus, para se opor ao teocentrismo; Individualismo, contestando o coletivismo das sociedades feudais; Rigor matemático e geométrico garantindo a harmonia e a proporção. o Permitiu o surgimento da perspectiva. Destaques: o Dante Aliguieri, com A divina comédia; o Boccaccio, com Decamerão; Período do mecenato Médici (família poderosa); Destaques: o Lorenzo, “o magnífico”; o Leonardo da Vinci, com O homem vitruviano e Mona Lisa; o Botticelli, com O nascimento de Vênus; Período do mecenato papal: estilo renascentista com temática cristã; o Surge o chamado Renascimento Cristão, no contexto da Contrarreforma, sendo o Barroco um dos seus desdobramentos. Destaques: o Michelangelo, com Davi, La Pietá e A Capela Sistina; o Rafael de Sanzio. Os estudos fundados nas culturas muçulmana e bizantina ganharam importância. Nicolau Copérnico: propôs a teoria heliocêntrica, rompendo com o geocentrismo defendido pela cultura medieval; Galileu Galilei: comprovou a teoria de Copérnico através de cálculos matemáticos e observações com o telescópio; Johan Kepler: descobriu que a órbita dos planetas possui a forma de uma elipse. O Renascimento conviveu com a ação da Inquisição e sofreu um forte processo de vigilância e censura, um dos motivos que levaram à sua crise. Outro fator que alavancou sua crise foi a transferência do eixo marítimo e comercial do Mediterrâneo para o Atlântico com a expansão ultramarina, provocando a decadência das cidades italianas, que se descapitalizaram e não puderam continuar com o mecenato.
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