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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO INTEGRADA EM SAÚDE CURSO DE NUTRIÇÃO INTRODUÇÃO A BIOESTATÍSTICA MEDIDAS DE DISPERSÃO PARA UMA AMOSTRA E NOÇÕES SOBRE CORRELAÇÃO ALUNO: Daniel Sgrancio Uliana As medidas de tendência central não são suficientes para descrever um conjunto de dados, pois não dizem nada sobre a variabilidade; Elas são usuais para descrever conjuntos pequenos e com pouca variabilidade, por isso, na maioria das vezes, precisa expressar uma medida de variabilidade ou dispersão; Ex.: Encontre a média, mediana e moda do conjunto abaixo: INTRODUÇÃO 6, 7, 7, 7, 7, 8, 42 MÉDIA: 12 MEDIANA: 7 MODA: 7 Resolução: Obtenção da amplitude: ordena os dados, seleciona os extremos e faz a subração do maior pelo menor: 3, 5, 6, 7, 9 Exemplo: As idades de algumas crianças são: 3, 6, 5, 7 e 9 anos. Qual o mínimo, o máximo e a amplitude? MÍNIMO, MÁXIMO E AMPLITUDE MÍNIMO DE UM CONJUNTO DE DADOS: é o número de menor valor; MÁXIMO DE UM CONJUNTO DE DADOS: é o número de maior valor; AMPLITUDE: diferença entre o máximo e o mínimo. (VIEIRA, 2008) Amplitude = 9 - 3 = 6 AMPLITUDE Os valores de mínimo e máximo, muitas vezes podem ser mais úteis que a amplitude; Não mede bem a variabilidade. É SENSÍVEL A VALORES DISCREPANTES (VIEIRA, 2008) QUARTIL Divide um conjunto de dados em quatro partes iguais. São três: (VIEIRA, 2008) {1, 2, 3, 4, 5, 5, 7, 9, 10{ 1º QUARTIL 3º QUARTIL MEDIANA (2º QUARTIL) 82,5 É uma extensão do conceito de mediana para conjuntos grandes. OBTENÇÃO DE UM QUARTIL (VIEIRA, 2008) Organize os dados em ordem crescente e determine a mediana = 2º quartil Tome os dados à esquerda da mediana e obtenha a mediana desse novo conjunto = 1º quartil Tome os dados à direita da mediana e obtenha a mediana desse novo conjunto = 3º quartil {1, 2, 3, 4, 5, 5, 7, 9, 10{ 1º QUARTIL 3º QUARTIL MEDIANA (2º QUARTIL) 82,5 Distância interquartílica é a distância entre o primeiro e o terceiro quartil. DQ = 8 - 2,5 = 5,5 Distância interquartílica = Terceiro quartil - Primeiro quartil DIAGRAMA DE CAIXA (BOX PLOT) Mostra como as informações estão contidas em um conjunto de dados. (VIEIRA, 2008) Exemplo: Desenhe um diagrama de caixa para apresentar o conjunto de dados: 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10. Mínimo: 1 Primeiro quartil: 3 Mediana: 5,5 Terceiro quartil: 8 Máximo: 10 Solução Se os desvios em torno da média forem grandes, significa que a variabilidade é grande. VARIÂNCIA (VIEIRA, 2008) É a soma dos quadrados dos desvios de cada observação em relação à média, dividida por (n - 1). Aplicado para obter uma medida de variabilidade na mesma unidade de medida dos dos dados; Mede bem a dispersão dos dados. DESVIO PADRÃO (VIEIRA, 2008) Desvio padrão é a raiz quadrada da variância, com sinal positivo. EXERCÍCIO PROPOSTO: 5. 6.3 - Calcule a média e o desvio padrão para o seguinte conjunto de dados: 3; 9; 4; 1; 3. A média foi 4 e o desvio padrão 3 DESVIO PADRÃO = = == = 3 Razão entre o desvio padrão e a média, multiplicado por 100. Mede a dispersão dos dados em relação à média. Exemplo: imagine dois grupos de pessoas: no primeiro, as pessoas têm idades 3, 1 e 5 anos (média 3 anos); no segundo, as pessoas têm idades 55, 57 e 53 anos, (média 55 anos). COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (CV) Discussão A variância em ambos é 4, mas as diferenças de 2 anos são muito mais importantes no primeiro grupo do que no segundo. GRUPO 1 GRUPO 2 (VIEIRA, 2008) Pensemos em duas variáveis: X e Y. Existe relação entre as variáveis X e Y? Que tipo de relação existe entre elas? Qual é o grau da relação? Para estudar a relação entre elas pode ser feito um diagrama de dispersão. DIAGRAMA DE DISPERSÃO (VIEIRA, 2008) FAÇA UM EIXO CARTESIANO ESCREVA AS GRADUAÇÕES DAS VARIÁVEIS EM CADA EIXO DESENHE PONTOS PARA CADA PAR DE VALOR DA VARIÁVEL Permite visualizar a relação entre duas variáveis. CORRELAÇÃO POSITIVA (A): X e Y crescem no mesmo sentido; CORRELAÇÃO NEGATIVA (B): X e Y variam em sentidos contrários. DIAGRAMA DE DISPERSÃO (VIEIRA, 2008) Correlação fraca, correlação forte, correlação perfeita. DIAGRAMA DE DISPERSÃO (VIEIRA, 2008) A variação Y pode não estar relacionada com a variação de X; X cresce e Y varia ao acaso; Não existe correlação ou correlação nula. DIAGRAMA DE DISPERSÃO (VIEIRA, 2008) VARIAÇÃO NÃO-LINEAR: os pontos não estão dispersos em torno de uma reta como na linear. DIAGRAMA DE DISPERSÃO (VIEIRA, 2008) LINEAR NÃO-LINEAR Mede o grau de correlação linear entre duas variáveis = Coeficiente de Correlação de Pearson (r): COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO (VIEIRA, 2008) EXERCICIO PROPOSTO 6.6.14 - Suponha que os seguintes dados foram obtidos de pacientes com enfisema: X é o número de anos que o paciente fumou e Y é a avaliação do próprio médico sobre a diminuição da capacidade pulmonar (medida numa escala de zero a 100.). Os resultados para 10 pacientes estão na Tabela 6.16. Calcule o valor do coeficiente de correlação. COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO (VIEIRA, 2008) RESOLUÇÃO COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO CORRELAÇÃO POSSITIVA r = 1: correlação perfeita positiva r = -1: correlação perfeita negativa r = 0: correlação nula 0 < r < 1: correlação positiva -1 < r < 0: correlação negativa 0 < r < 0,25 ou - 0,25 < r < 0: correlação pequena ou nula 0,25 < r < 0,5 ou -0,5 < r <-0,25: correlação fraca 0,5 < r < 0,75 ou -0,75 < r <-0,5 : correlação moderada 0,75 < r < 1 ou -1< r <-0,75: correlação forte ou perfeita Julgamento do valor de r: COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO (VIEIRA, 2008) Nas ciências da saúde, os r são bem menores, devido à grande variabilidade dos fenômenos biológicos. 0,744 Mede apenas a relação linear entre as variáveis; INTERPRETAÇÃO DO COEFICIENTE DE RELAÇÃO (VIEIRA, 2008) CORRELAÇÃO POSITIVA O aumento de uma variável não causa o decréscimo da outra CORRELAÇÃO POSITIVA O aumento de uma variável não causa o aumento da outra Análise dos resultados e estatística Os dados foram registrados em um banco de dados no programa Microsoft Office Excel 2007®, com dupla digitação. O processamento e a análise dos dados foram realizados com a utilização do pacote estatístico Statistic 11.0. As comparações entre os dois momentos (antes e após a intervenção) dos valores da pressão arterial, dados antropométricos e valores bioquímicos foram determinadas com o uso teste “t” de Student, sendo considerado significativo quando p < 0,05. Para avaliar os valores da pressão arterial (individual) em cada sessão de treinamento do grupo- intervenção foi construída uma figura representando as variações da pressão sistólica e diastólica durante os quatro meses de estudo. Intervenção multiprofissional em adultos com hipertensão arterial: ensaio clínico randomizado Cremilde Aparecida Trindade Radovanovic, Cheila Aparecida Bevilaqua, Carlos Alexandre Molena-Fernandes, Sonia Silva Marcon (RADOVANOVIC, 2016) RESULTADOS A média de idade dos participantes do GIa foi 51,2 ± 10,0 anos, com variação de 27 a 60 anos, do GIb foi 54,6 ± 6,3 anos, com variação de 41 a 60 anos e do GC foi 52,6 ± 8,1 anos, variando de 27 a 60 anos. A maioria dos participantes de cada grupo era do sexo feminino, pertencentes à classe econômica C, da cor branca. Quanto ao estado civil, no GIb, a metade dos participantes vivia sem companheiro; e nos outros dois grupos, a maioria vivia com companheiro. Todos tinham pelo menos uma comorbidade: diabetes mellitus, obesidade, hipotireoidismo, dislipidemias e doenças osteoarticulares. Somente um participante não fazia uso contínuo de medicação (RADOVANOVIC, 2016) Intervenção multiprofissional em adultos com hipertensão arterial: ensaio clínico randomizado Cremilde Aparecida Trindade Radovanovic, Cheila Aparecida Bevilaqua, Carlos Alexandre Molena-Fernandes, Sonia Silva Marcon (RADOVANOVIC, 2016) RADOVANOVIC, Cremilde Aparecida Trindade et al. Intervenção multiprofissional em adultos com hipertensão arterial: ensaio clínico randomizado.Revista Brasileira de Enfermagem, v. 69, n. 6, p. 1067- 1073, 2016. VIEIRA, Sonia. Introdução à Bioestatística. 4ª ed., Elsevier Health Sciences, Rio de Janeiro, 2008 1. 2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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