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HIV e AIDS HIV e AIDS - Histórico 1981: 5 casos de pneumonia por Pneumocystis carinii em Los Angeles Todos pacientes homossexuais masculinos e jovens 1981: 26 casos de sarcoma de Kaposi em Nova York e São Francisco Síndrome* similar observada em IVDUs, hemofílicos, receptores de sangue e em seus parceiros sexuais Agente infeccioso transmitido por via sexual ou parenteral Principal aspecto da infecção – perda seletiva de cels CD4+ Infecção VIRAL 1983: isolamento do vírus (Montanier e Gallo) 1986: adoção do termo HIV • AIDS representa portanto o estágio final de uma infecção que é contínua, progressiva e patogênica • Em função da prevalência do HIV nos países em desenvolvimento, o HIV e suas complicações permanecerão conosco por muitas gerações AIDS: Definição • Presença de uma em 25 condições indicativas de imunossupressão grave OU • Infecção pelo HIV em um indivíduo com contagem de células CD4+ < 200 células por mm3 de sangue Expectativa de vida na África (Sub Sahara) Epidemiologia da infecção pelo HIV Dados sobre HIV e aids no mundo (até 2008): cerca de 40 milhões de pessoas infectadas pelo HIV África Subsaariana: dois terços do total mundial (mais de 30 milhões de pessoas infectadas, sendo ¾ mulheres) A cada ano: 5 milhões de casos novos (90% em países pobres) Aumento global no número de pessoas que vivem com aids, especialmente em regiões da Ásia Oriental e Europa Oriental e da Ásia Central (> 40-50% casos) Dados sobre HIV e aids no Brasil (até 2007) 693 mil pessoas infectadas pelo HIV (15 a 49 anos): 254 mil são mulheres e 439 mil são homens. 474.273 casos de aids notificados até junho de 2007. Família Retroviridae Subfamília Oncovirinae Gênero Oncovirus HTLV-I (leucemias e linfomas de cels T) HTLV-II (não associado a patologia) Subfamília Lentivirinae Gênero Lentivirus HIV-1, HIV-2 (Aids) HIV - A partícula viral Retrovirus Três genes GAG – POL – ENV três poliproteínas HIV - A partícula viral Duas glicoproteínas associadas ao envelope: gp120 and gp41 Retrovirus ENV gene HIV - A partícula viral GAG gene Antígenos grupo específicos p17: proteína matriz p24: proteína de nucleocapsídeo p9: ptn associada ao RNA Retrovirus HIV - A partícula viral • Transcriptase reversa • Integrase • Protease (cliva as poliproteinas) Enzimas POL gene Retrovirus Estrutura do HIV Gp41 (transmembrana) Gp120 (superfície) Transcriptase reversa envelope RNA Integrase e protease P24 (capsídeo) P17 (matriz) Processamento das poliproteínas precursoras do HIV Polimorfismo da população viral O genoma do HIV tem 9749 nucleotideos Portanto CADA vírus novo possui pelo menos uma mutação! O HIV que infecta um paciente é muito diferente do que é visto na época em que a AIDS aparece HIV é um retrovirus Retrovirus usam a Transcriptase reversa e a RNA polimerase II celular para replicar genoma viral Problema para vacina Taxa de erro de 1 em 2,000-10,000 nucleotídeos • A amostra viral do início da infecção tem tropismo por macrófagos (tem CCR5 como co-receptor) • São as chamadadas cepas não indutoras de sincício • A medida que o vírus vai sofrendo mutações, ele muda os subtipos das células que ele infecta e a capacidade de se ligar a diferentes co-receptores Polimorfismo da população viral HIV - Ciclo de multiplicação viral HIV - Ciclo de multiplicação viral • linfócitos CD4+ (T4) • monócitos e macrófagos (Fc ou C) • Células dendríticas foliculares •Oligodendrócitos, astrócitos, neurônios e células glia (galactocerebrosídeos) Células infectadas pelo HIV Destruiçao viral específica Sem lise: reservatórios Macrófagos podem ser infectados por duas vias CD4 Fc receptor HIV gp120 se liga ao antígeno CD4 Vírus é opsonizado por Acs anti-gp120 que se ligam a receptores Fc de macrófagos HIV gp120 HIV Anti-gp120 Macrófagos – O cavalo de Tróia Macrófagos formam um reservatório viral fora da corrente sanguínea Macrófagos levam o vírus para tecidos extravasculares Produção viral por um longo período sem serem eliminados Não existe latência nestas células Como o HIV entra na célula Receptor celular: antígeno CD4 Human HeLa Cell Célula HeLa Humana transfectada com antígeno CD4 NÃO INFECTADA INFECTADA Permanecia a dúvida porque células de camundongo transfectadas com o gene CD4 não eram infectadas HIV - Multiplicação viral Co-Receptores: receptores para quimiocinas (CCR5 e CXCR4) 3 Quimiocinas secretadas por cels CD8+ MIP-1 alpha MIP-1 beta RANTES Potentes supressores da infecção pelo HIV Bloqueio do receptor que o HIV precisa para entrar Porque cels humanas CD4-transfectadas são infectadas pelo HIV mas cels de camundongo CD4-transfectadas não são? Cels humans devem possuir um co-fator para infecção que as cels de camundongo não possuem HIV - Multiplicação viral CD4 CD4 CD4 HIV CCR5 CCR5 quimiocina Mutant CCR5 macrophageReceptores quimiocinas são necessários como co-receptores junto com CD4 antigeno HIV eAIDS Algumas pessoas não desenvolvem AIDS Sobreviventes de longo prazo Pessoas expostas não infectadas A história dos receptores de quimiocinas HIV e AIDS Co-receptores e infecção pelo HIV • CCR5 é um receptor de quimiocina • Células com mutação homozigótica de moléculas de CCR5 não são infectadas pelo HIV 1 em 100 Caucasianos Nenhum Africano • Pessoas com mutação heterozigótica em moléculas de CCR5 molecules progridem para AIDS mais vagarosamente HIV and AIDS Co-receptores • 25% dos sobreviventes de longo termo são mutantes de CCR5 • Esta mutação CCR5 (chamada “delta 32”) parece ser a mesma mutação que deixou algumas pessoas imunes a praga na idade média HIV - Como o vírus entra na célula • mudança conformacional em gp 41 independente de pH •Fusão com membrana plasmática • Formação de sincícios Profundo significado para progressão da AIDS: disseminação célula a célula Profundo significado para terapia: Resposta humoral não irá parar a disseminação – necessidade resposta mediada por célula Adsorção ao receptor celular via GP 120 Transcrição reversa Ligação Penetração Integração ssRNA (mRNA viral + RNA da progênie) Proteínas virais montagem nucleocapsídeo Proteínas do envelope viral brotamento liberação CICLO DE MULTIPLICAÇÃO DO HIV Fusão celular (sincício) em linfonodos infectados pelo HIV Microscopia eletrônica mostrando partículas do HIV brotando no meio extracelular Transmissão do HIV Vias de transmissão Sexual (homo ou hetero) Parenteral (transfusão, IVDU, ocupacional) Vertical (intrauterina ou perinatal) Principais fontes de infecção Sangue Secreções sexuais Leite materno O HIV não é transmitido por: Contato pessoal casual com saliva, beijo Picadas de insetos Instalações sanitárias Utensílios de comer HIV e AIDS O aspecto celular e imunológico – O curso da doença HIV e AIDS 1. Infecção aguda Macrófagos carreiam HIV para o organismo após transmissão sexual • Alto título viral (até 10 milhões vírus por ml sangue) • Sintomas brandos • Queda em células CD4+ com recuperação • Aumento em células CD8+ com recuperação •Macrófagos infectados HIV e AIDS 1. Infecção aguda HIV e AIDS 2. Uma resposta imune vigorosa Os virus quase desaparecem da circulação: • Boa resposta cel Tcitotóxica • Aparecimento de anticorpos contra proteínas de superfície e internas • A produção de cels CD4+ compensa inicialmente a perda ocasionada pela lise resultante da produção viral e destruição de cels infectadas por CTLs. 2. Uma resposta imune vigorosa HIV e AIDS HIV e AIDS 3. Um estado de latência Latência clínica: fase assintomática da infecção pelo HIV Durante esta fase, o vírus permanece sendo replicado e eliminado Latência de sintomas e viral em algumas céls: • Carga viral baixa em circulação mas Vírus persiste em tecidos extra- vasculares • Replicaçãocontinuada em macrófagos e células dendríticas de linfonodos periféricos • Latência viral em células CD4+ de memória (meia vida longa – gr. Potencial de estabilidade):carreiam o próvirus 3. Um estado de latência HIV e AIDS A infecção pelo HIV O problema das cels T4 de memória Somente cels T4 ativadas podem replicar o vírus (ativação por contato com Ags) O vírus mata a maioria das cels T4 infectadas, que são inicialmente repostas Algumas cels T4 revertem para cels de memória cells (vida-longa!) Cels T4 memória não podem replicar o vírus a não ser quando ativadas HIV e AIDS “Set point” viral estabelecido durante a latência clínica: fator preditivo para o início da doença clínica •< 10.000 cópias / ml sangue: período latência > 10 anos • 10.000-100.000: período latência < 10 anos HIV e AIDS Boa correlação entre a carga viral e a progressão da doença HIV e AIDS A carga viral é um bom valor preditivo do tempo de sobrevida HIV e AIDS 4. O início da doença HIV e AIDS 4. O início da doença Depleção cels CD4+ e colapso da resposta imune • Cels dendríticas também são infectadas e podem apresentar o antígeno ou o vírus a mais cels CD4. O número destas cels também diminui com o tempo • A variação nos epítopos virais permite que mais e mais vírus escapem da resposta imune • Apoptose de cels CD4+ HIV e AIDS 5. Doença avançada - AIDS Células CD8+ destroem mais cels CD4+ • A perda de cels CD4 cell indica que a infecção viral não pode ser mais controlada • A medida que a contage,de cels CD4+ cai abaixo de 200 cels/mm3, o título viral aumenta rapidamente •Queda no número de cels CD8+ •Infecções oportunistas •Morte em 2 anos sem intervenção Dinâmica das cels T CD4 na infecção pelo HIV Remoção por apoptose Cel T não infectada ativada Cels T memória cronicamente infectadas com provirus Retorno ao estado de memória Reativação cel T memória Infecção Adapted from Saag and Kilby Nat Med 5: 609, 1999 Vida longa! Vida longa! Morte celular destruição imune HIV latente Cel T4 memória Antígenos Cel T4 ativada Produção HIV Este fato torna impossível a cura de um paciente com HIV Mesmo se a terapia parar a replicação do HIV Declínio inexorável das cels CD4+ T4 De grande importância para estratégia terapêutica Porque todas as cels T4 desaparecem? Nos estágios iniciais da infecção somente 1 em 10,000 cels é infectada No fim 1 em 40 Mas poucas cels são infectadas: Estágio inicial da infecção 1:10,000 Final 1:40 Porque todas as cels T4 desaparecem? 1. Ruptura da membrana Virus destroem a célula como resultado do brotamento Uninfected CD4 cell Gp120 negative Cells Fuse Morte de cels CD4 pela formação de sincícios (2) Infected CD4 cell Gp120 positive Cel T citotóxic a Destruição de cels CD4 por cels T citotóxicas (3) Porque as cels T4 desaparecem? Mas: A maioria das cels não são infectadas Destruição cels CD4+ (4) Ligação de antígenos Gp120 livres ao receptor CD4 deixa a cel T4 não infectada se parecer como uma cel infectada Lise mediada por complemento Pode contar pela perda de cels T4 não infectadas Porque cels T CD8+ (CD4-) desaparecem no estágios finais da doença? Indução apoptose em massa das cels CD8 por alguns subtipos HIV que aparecem no fim da infecção Cels CD8 (CD4-) apresentam co-receptores CXCR4 = ligação HIV (apenas subtipos tardios na infecção) Embora não ocorra infecção, a ligação ao receptor CXCR4 induz um sinal para a célula que culmina na apoptose quando macrófagos estão presentes Ligação a CXCR4 resulta na expressão de TNF-alpha na superfície cel ? G protein signal ? Ligação a CXCR4 resulta na expressão do receptor TNF- alpha Cel CD8 (no CD4 antigen) Macrófago CXCR4 HIV gp120 chemokine Porque cels T CD8+ (CD4-) desaparecem no estágios finais da doença? Cel CD8 Macrófago CXCR4 Morte CD8 T cell apoptotic bodies Indução de apoptose Doenças relacionadas a AIDS Candidíase e herpes oral Cistos de Pneumocystis carinii no pulmão Cryptococcus no pulmão Sarcoma de Kaposi no estômago Sarcoma de Kaposi Infecções oportunistas: Vírus: Citomegalovirus, Herpes simplex, Varicela-zoster Prozoários: Pneumocystis carinii, Cryptosporidium Bacteria: Toxoplasma, Mycobacterium avium, Nocardia, Salmonella Fungos: Candida, Cryptococcus neoformans, coccidioides immitis, Histoplasma capsulatum Tumores Linfomas (inxluinso linfomas de cels B associados ao EBV) Sarcoma de Kaposi Carcinoma Cervical Diagnóstico laboratorial da infecção pelo HIV a. Triagem inicial: pesquisa de anticorpos anti-HIV - Soroconversão: 4-6 semanas após a infecção - Indica infecção pelo HIV - Possibilidade de resultados falso-positivos: testes confirmatórios b. Acompanhamento de pacientes - Linfometria (contagem de CD4+) - Carga viral (cópias de RNA/ml): < 10.000 (baixo risco); 10.000 – 100.000 (risco moderado); > 100.000 (elevado risco de progressão ou piora da doença) ELISA I ELISA I Triagem sorológica IF indireta Western Blot Confirmação sorológica HAART: terapia antiretroviral altamente ativa (a partir de 1996) Inibidores análogos nucleosídicos da TR Incorporados ao DNA proviral e provocam o término da cadeia AZT, DdI, DdC, D4T, 3TC, ABC, FTC, TDF + 4 combinações: Combivir (AZT + 3TC), Trizivir (AZT + 3TC + ABC), Epzicon (3TC + ABC) e Tuvade (FTC + TDF) Efeitos colaterais: anemia, leucopenia e pancreatite Inibidores não-nucleosídicos da TR Ligam-se a um local próximo ao sítio ativo da enzima Efavirenz, nevirapina, delavirdina Efeitos colaterais: rash cutâneo Inibidores de protease (início da era HAART) Bloqueiam a clivagem proteolítica das poliproteínas precursoras Saquinavir, indinavir, ritonavir, neldinavir Efeitos colaterais: rash, sintomas gastrointestinais, lipodistrofia e hiperlipidemia, diabetes, falência hepática age interferindo com a ação das enzimas transcriptase reversa e protease Terapia combinada antiretroviral 2 inibidores de TR + 1 inibidor de protease Inibição do ciclo de multiplicação por 2 mecanismos diferentes Quando tratar ? Pacientes assintomáticos com contagem de CD4+ (cels/mm³): - acima de 500: não tratar a despeito da carga viral - 350 – 500: a critério médico/paciente - Abaixo de 350: tratar Fatores que determinam o êxito do tratamento: - Aderência do paciente ao tratamento - Interação da família - Tolerância a medicação - Resistência ao tratamento
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