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Peça 04 - Ação Direta de Inconstitucionalidade

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1 | P á g i n a 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMERCIO DE BENS, SERVICOS E 
TURISMO - CNC, Entidade Sindical, inscrita sob CNPJ nº. 33.423.575/0001-76, situada a ST 
SB/Norte Quadra 01 Bloco B Ed. CNC, nº. 14, Andar 15 ao 18, Asa Norte, CEP: 70.041-902, 
Brasília – DF, neste ato representado pelo seu advogado, procuração anexa: 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, inscrito na OAB/SP sob o n. XXXXX, endereço profissional situado 
à rua: XXXXXXXXXXXX, Nº XXX, Bairro: XXXXXXXXX, Cidade/UF, Cep: XXXXX-XXX, e-mail: 
XXXXXXXX@XXXXXXXXXX, propor, com fulcro no art. 102, inc. I, letra “a” da Constituição 
Federal. 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE CUMULADO COM PEDIDO 
LIMINAR. 
 
Em face ESTADO GAMA, Administração Pública em Geral, inscrito no 
CNPJ sob nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, situado a rua: XXXXXXXXXXXX, Nº XXX, Bairro: XXXXXXXXX, 
Cidade/UF, Cep: XX.XXX-XXX, e-mail: XXXXXXXX@XXXXXXXXXX, Cidade – GAMA, neste ato 
representado pelo então Excelentíssimo Sr. Governador, nome do governador, pelos motivos 
de fato e direito a seguir expostos. 
 
1 DOS FATOS 
O Constituinte ao elaborar a Constituição Federal reservou os artigos 
21 a 24 visando estabelecer os parâmetros para o exercício das atividades, legislativas, dos 
entes federados. O art. 21 por sua vez, aponta que caberá exclusivamente a União, i. e, ao 
 
2 | P á g i n a 
 
executivo, ao presidente da Republica permitir que outros estados (países) transitem pelas 
terras brasileiras, emitir moeda, conceder anistia, dentre outras ações. 
 
Por sua vez o art. 22, em regra aponta que é privativo à União, ou seja, 
apenas a união poderá legislar sobre as matérias de direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho e etc. A exceção deste artigo 
fica por conta do paragrafo único que mediante lei complementar os demais entes, Estados, 
poderão legislar sobre as matérias contidas neste artigo. 
 
Não diferente o art. 23 desdobra-se na competência comum aos entes. 
A competência comum ou residual traz aos entes Distrito Federal, Estados e Municípios, o 
direito e obrigação de agirem segundo suas competências sobre as matérias elencadas neste 
artigo. 
 
Por fim, o artigo 24 traz a competência concorrente, esta competência 
é revelada nas situações em que a união e os estados legislem segundo suas alçadas sobre as 
matérias de direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico, dentre 
outros. 
 
Conhecida as competências de cada ente federado, parece-nos que o 
ESTADO GAMA, não reconhece seus limites constitucionais, pois por deliberação do então 
Excelentíssimo Sr. Governador, nome do governador, a assembleia legislativa editou norma 
contrária as limitações constitucionais que este ente deveria e deve observar. Por este motivo 
A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMERCIO DE BENS, SERVICOS E TURISMO – CNC, diante de 
clara publicação de norma inconstitucional, gratuidade de estacionamento privadas, reservou-
se em seu direito de propor esta ação. 
 
2 DOS DIREITOS 
2.1 DA LEGITIMIDADE ATIVA 
Fundada em setembro de 1945, a CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO 
COMERCIO DE BENS, SERVICOS E TURISMO, atualmente, é composta por 34 (trinta e quatro) 
 
3 | P á g i n a 
 
federações e mais de 1.000 (mil) sindicatos que juntos atendem aproximadamente 5 (cinco) 
milhões de pequenas, médias e grandes empresas brasileiras. 
 
Desde sua criação, a CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMERCIO DE 
BENS, SERVICOS E TURISMO, sempre esteve à frente do seu tempo, buscando soluções e 
alternativas para aperfeiçoar sua atuação e cumprir com maior eficiência sua missão de 
representar o setor do comércio de bens, serviços e turismo junto à sociedade brasileira 
 
Por sua vez, a Lei 9.868 de 10 de novembro de 1999 em seu artigo 2, 
inc. IX, norma reproduzida do art. 103, inc. IX1 da Constituição Federal, demonstra quem são 
os legitimados para propor ação direita de inconstitucionalidade. A CONFEDERAÇÃO NACIONAL 
DO COMERCIO DE BENS, SERVICOS E TURISMO – CNC, nos termos do art. 485, inc. VI, do CPC2 
é entidade legitimada, pois demonstra os requisitos ad causam primeiro por ser entidade 
sindical fundada a mais de um ano, precisamente a 76 anos, segundo pelo fato de haver a 
pertinência temática que se traduz na relação de congruência que necessariamente deve existir 
entre os objetivos estatutários ou as finalidades institucionais da entidade autora e o conteúdo 
material da norma questionada. 
 
2.2 DA LEGITIMIDADE PASSIVA 
Trata-se de lei promulgada pelo ESTADO GAMA, representado pelo 
então Excelentíssimo Sr. Governador, nome do Governador, que sancionou lei de nº XXXX, 
inconstitucional, violando diretamente dispositivos constitucionais privativos da União, 
encravados nos arts. 1 inc. IV3, 22 inc. I4 e art. 5 inc. XXIII5 da Constituição Federal. 
 
Desta forma, não resta dúvidas quanto ao dever de o ESTADO GAMA 
figurar no polo passivo, como requerido, desta ação, dado ao fato de sua função pública. 
Canotilho6, neste sentido adverte, vejamos: 
 
 
1 Art. 103, inc. IX, CF: Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade [...] 
 IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
2 Art. 405, inc. IV, CPC: verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
3 Art. 1, inc. IV, CF: os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
4 Art. 22, inc. I, CF: Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; 
5 Art. 5, inc. XXIII, CF: a propriedade atenderá a sua função social; 
6 CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. Coimbra: Livraria Almedina, 2000, pp. 468-469. 
 
4 | P á g i n a 
 
“Os poderes públicos têm uma significativa 'quota' de responsabilidade 
no desempenho de tarefas econômicas, sociais e culturais, 
incumbindo-lhes pôr à disposição dos cidadãos prestações de várias 
espécies, como instituições de ensino, saúde, segurança, transportes, 
telecomunicações, etc. À medida que o Estado vai concretizando as 
suas responsabilidades no sentido de assegurar prestações existenciais 
dos cidadãos (...), resulta, de forma imediata, para os cidadãos: (1) o 
direito de igual acesso, obtenção e utilização de todas as instituições 
públicas criadas pelos poderes públicos (exs: igual acesso às instituições 
de ensino, igual acesso aos serviços de saúde, igual acesso à utilização 
das vias e transportes públicos); (2) o direito de igual quota-parte 
(participação) nas prestações fornecidas por estes serviços ou 
instituições à comunidade (ex.: direito de quota parte às prestações de 
saúde, às prestações escolares, às prestações de reforma e invalidez). 
Com base nestes pressupostos, alude a doutrina a direitos derivados a 
prestações (derivative Teilhaberecht) entendidos como direito dos 
cidadãos a uma participação igual nas prestações estaduais 
concretizadas por lei segundo a medida das capacidades existentes. Os 
direitos derivados a prestações, naquilo que constituem a densificação 
de direitos fundamentais, passam a desempenhar uma função de 
'guarda de flanco' (J.P. Müller) desses direitos garantindo o grau de 
concretização já obtidos. 
 
Em virtude do exposto, é clara a legitimidade do requerido para 
responderem aos termos desta exordial e suportarem os efeitos de decisão porventura tomada 
nestes autos. 
 
2.3 DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 
O Ato normativo estadual, ora contestado, configura intervenção 
indevida do poder estatal em domínio da união para legislar sobre direito comercial, conforme 
disposição do art. 22, inc. II da Constituição Federal, sendo esta uma competência privativa da 
União. 
 
 
O ente federado, ESTADO GAMA, ao editar a lei estadual de nº. XXXX, 
determinando a gratuidade dos estabelecimentos particulares, i.e, aqueles vinculados a 
estabelecimentos comerciais como supermercados, shoppings e outros estabelecimentos 
assemelhados, retirou destes conforme disposição do art. 1 inc. IV da Constituição a 
 
5 | P á g i n a 
 
prerrogativa da livre iniciativa que concatenado ao art. 1.228 do Código Civil fere o direito a 
propriedade, vejamos: 
“Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito 
de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
§ 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas 
finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade 
com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio 
ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e 
das águas. 
§ 2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou 
utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. 
§ 3º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por 
necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em 
caso de perigo público iminente. 
§ 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado 
consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, 
de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto 
ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e 
econômico relevante. 
§ 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao 
proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel 
em nome dos possuidores”. 
 
Importante, ainda, salientar que o direito à propriedade se constitui 
outro importante princípio constitucional, encravado no art. 5, caput, da Constituição. Federal, 
dos quais se caracteriza pelo reconhecimento dos direitos inerentes ao domínio da coisa, 
objeto da exploração e organização dos agentes econômicos, ou seja, de forma objetiva, a 
propriedade privada constitui um dos pressupostos da livre-iniciativa, qual seja, posso 
empregar os meus bens na realização de atividade econômica e da mesma maneira posso me 
apropriar dos resultados dessa exploração. 
 
2.4 DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA JURISDICIONAL 
Conforme disposição do art. 300 do CPC, a tutela de urgência poderá 
ser concedida quando houver elementos que demonstrem a probabilidade do direito e o perigo 
do dano. 
Em relação a probabilidade do direito, esta se demonstra claramente 
quando o ente ao promulgar a lei estadual de nº. XXXX determinando a gratuidade dos espaços 
privados para estacionamento, viola o arts. 1 inc. IV, 22 inc. I e art. 5 inc. XXIII da constituição 
federal, restando demonstrada que a relevância dos fundamentos jurídicos, autoriza a 
concessão da medida cautelar no presente caso, a fim de proceder-se a interpretação 
conforme a Constituição Federal. 
 
6 | P á g i n a 
 
 
Quanto ao perigo da demora, estipula-se que porquanto a referida lei 
estiver em vigência, trará aos comerciantes prejuízo imensurável, podendo até vir alguns 
estabelecimentos ter perda considerável de suas receitas financeiras. 
 
3 DOS PEDIDOS 
Assim, diante dos fatos expostos e da fundamentação apresentada 
requer: 
a) A Concessão da medida cautelar para suspender os efeitos da lei nº. 
XXXX, promulgada pelo estado GAMA; 
b) A intimação do Excelentíssimo Sr. Governador, nome do 
governador e mesa da Assembleia Legislativa para se manifestar 
sobre o mérito da presente ação, no prazo legal; 
c) A Citação do Advogado geral da União; 
d) A oitiva do Procurador Geral do Estado GAMA; 
e) Por fim, a procedência do pedido, para que norma estadual 
contestada na presente ação seja declarada inconstitucional; 
 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 500,00 (Quinhentos reais). 
 
 
Termos em que, 
pede deferimento. 
 
 
Local e data 
NOME DO(A) ADVOGADO(A) 
OAB/SP XXX

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