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Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Ondas Dispersão de Ondas 1 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Ondas em Meios Dispersivos • Viu-se anteriormente que meios dielétricos dispersivos apresentam permissividade elétrica complexa dependente da frequência. • Na verdade, esse efeito pode ocorrer em todos os materiais em razão de mecanismos como a oscilação das cargas ligadas, as quais se comportam como um oscilador harmônico de uma dada frequência de ressonância. Quanto mais a frequência da onda se aproximar da frequência de ressonância, maior é a atenuação sofrida. • Em razão disso, os valores de !” e de !’ (logo também n, o índice de refração) variam continuamente com a frequência, mesmo distante da frequência de ressonância, onde as perdas são desprezíveis, mas o defasamento é significativo. ! = "! # j $ % & '( ) *+ = "! # j ""!( ) ! =" µ #$2 1+ % " #$ & '( ) *+ 2& '( ) *+ ,1 e - =" µ #$2 1+ % " #$ & '( ) *+ 2& '( ) *+ +1 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Ondas em Meios Dispersivos • Um exemplo clássico é a separação da luz branca em um prisma de vidro. Nesse caso, o índice de refração depende da frequência e produz diferentes ângulos de refração para os diferentes comprimentos de onda (cores), segundo a lei de Snell. Esse efeito é conhecido como dispersão angular cromática. Luz branca: múltiplos comprimentos de onda Quanto maior o comprimento de onda, maior o ângulo de refração. n1 sen!1 = n2 "( )sen!2 # sen!2 = n1 n2 "( ) sen!1 Prisma de vidro Luz branca !1 !2 " grande " pequeno Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul Anil/Índigo Violeta Potência é subdividida em pacotes espectrais Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Dispersão da Onda no Tempo • Para um meio não magnético sem perdas, a constante de fase pode ser descrita em termos da frequência como: • Tipicamente, n(#) cresce monotonicamente com a frequência, ou diminui monotonicamente com o comprimento de onda. k !( ) = " !( ) =! µ0# !( ) =! µ0#0 $#R !( ) = ! c n !( ) Ín di ce d e re fr aç ão n Comprimento de onda " Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Dispersão da Onda no Tempo • Pode-se descrever a relação entre a constante de fase e a frequência pelo seguinte gráfico, conhecido como diagrama #-$: • Conforme o formato da curva, a propagação de ondas no material pode sofrer maior ou menor dispersão no tempo. Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Dispersão da Onda no Tempo • Esse efeito pode ser observado na propagação conjunta de duas ondas de frequências #a e #b e de mesma amplitude e de mesma polarização. • Para cada frequência o material apresenta uma constante de fase associada, $a e $b. Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Dispersão da Onda no Tempo • A onda resultante dessa propagação conjunta pode ser descrita por: • multiplicando-se e dividindo-se pela exponencial do argumento médio, tem-se: Es,res z,t( ) = E0 e! j"a ze j#at + e! j"b ze j#bt$% &' Es,res z,t( ) = E0e! j"0 ze j#0 t e j$"ze! j$# t + e! j$"ze j$# t%& '( = 2E0e! j"0 ze j#0 t cos $#t ! $"z( ) onde #0 = #a +#b 2 e "0 = "a + "b 2 $# = #b !#a2 e $" = "b ! "a 2 !"! "## ! "! "## Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Dispersão da Onda no Tempo • Tomando a parte real, tem-se a onda viajante: • que pode ser interpretada como uma onda portadora de frequência #0, modulada em amplitude por uma envoltória senoidal de frequência !#. Eres z,t( ) = 2E0 cos !0t " #0z( )cos $!t " $#z( ) Envoltóriaportadora Envoltória de frequência !# << #0 Portadora de frequência #0 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Dispersão da Onda no Tempo • A envoltória e a portadora viajam em velocidades diferentes: • Para frequências muito próximas, a diferença !# tende a zero e a velocidade da envoltória tende à velocidade de grupo, ou seja, de um pacote espectral de largura infinitesimal, na frequência #0. Envoltória: vpe = !" !# Portadora: vpc = !0 "0 !vpe" !" !vpc" !" vg !0( ) = lim"!#0 "! "$ = d! d$ Como a inclinação varia com #0, a velocidade de grupo também varia com a frequência #0! Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Alargamento de Pulsos • A transmissão de informação digital é normalmente feita através de pulsos representativos dos bits. A duração dos pulsos é inversamente proporcional à taxa de transmissão de símbolos utilizada. • Um pulso apresenta uma infinidade de componentes continuamente distribuídas em uma faixa de frequências. • A largura da faixa de frequências depende do formato do pulso utilizado na transmissão. Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Alargamento de Pulsos • Considere-se um pulso eletromagnético com formato gaussiano, com campo elétrico em z = 0 dado por E(0, t) abaixo, onde T é a meia largura da envoltória do pulso, ou seja onde a amplitude dele cai a 1/e do valor máximo. • O espectro de frequências desse pulso é dado por E(0, #), que tem o mesmo formato de E(0, t): E 0,!( ) = E0T2" e # 1 2T 2 ! #!0( )2 E 0,t( ) = E0e ! 1 2 t T " #$ % &' 2 e j(0 t Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Alargamento de Pulsos • O deslocamento do espectro para #0 corresponde ao efeito da modulação. • A largura de faixa do sinal modulado corresponde a 2!#. • !" = 1T E 0,!( ) = E0T2" e # 1 2T 2 ! #!0( )2 Cada frequência # viaja em uma diferente velocidade de grupo! Assim, sofrem atrasos de grupo diferentes, chegando em momentos diferentes! Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Alargamento de Pulsos • A diferença entre os tempos de chegada (atrasos de grupo) entre as componentes de frequências #b e #0, após percorrerem uma distância z, é dada por: • Assim, o meio age como um prisma temporal, dispersando no tempo os diferentes pacotes de energia. !" = z 1vgb # 1 vg0 $ %& ' () = z d*d+ +b # d* d+ +0 $ % & ' ( ) Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Alargamento de Pulsos • Para estimar o valor do alargamento, pelo menos para materiais com curvas #-$ mais suaves, pode-se aproximar essa relação não linear pela série de Taylor: • onde, para: é o terceiro termo que descreve a curvatura do diagrama e a dispersão. • Para $0, $1 e $2 constantes, pode-se escrever: tal que 14 ! "( ) = ! "0( ) + " #"0( )!1 + 12 " #"0( ) 2 !2 !" = #1 + $b %$0( )#2&' () z % #1 + $0 %$0( )#2&' () z = !$#2z = #2z T !0 = ! "0( ) !1 = d! d" "0 !2 = d 2! d" 2 "0 d! d" = !1 + " #"0( )!2 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Alargamento de Pulsos • Se a largura inicial T do pulso for muito pequena se comparada a !%, então a largura do pulso alargado na posição z será apenas !%. • Porém se a largura inicial for comparável a !%, então a largura do pulso em z pode ser estimada por: • A recepção de sucessivos pulsos alargados pode levar à sobreposição dos mesmos, comprometendo a integridade da informação recebida, o que se conhece por interferência intersimbólica. 15 !T = T 2 + "#( )2 ! Obrigado! 16
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