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Profilaxia da Enxaqueca

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Luciana Santos ATM 2023/2 
 
1 
Neurologia 
Profilaxia para Enxaqueca 
Considerando as evidências de eficácia e o risco de potenciais efeitos colaterais e eventos adversos, os tratamentos com 
os perfis mais favoráveis são: Amitriptilina, beta-bloqueadores, biofeedback, candesartan, coenzima Q10, terapia 
cognitivo-comportamental, magnésio citrato, onabotulinumtoxinA (apenas para enxaqueca crônica), terapia de 
relaxamento, riboflavina e topiramato. 
 
Modificação do estilo de vida 
o Acredita-se que flutuações/mudanças na rotina diária usual de uma pessoa desencadeiem os ataques de 
enxaqueca. Dormir no mesmo horário todas as noites, acordar no mesmo horário, comer refeições regulares, 
praticar exercícios e manter um estilo de vida consistente de baixo estresse ajuda a reduzir o quadro. 
o Os exercícios aeróbicos podem fornecer benefícios aos padrões de dor de cabeça. 150 minutos de aeróbicos de 
intensidade moderada devem ser considerados para a prevenção da enxaqueca em adultos. 
o Um diário de cefaleia é recomendado para obter uma contabilidade da frequência da enxaqueca, padrões do 
tratamento e potenciais desencadeadores de crises. 
o Gatilhos comumente citados incluem: alto estresse, diminuição do estresse (quando passa do alto para o baixo 
estresse muito rapidamente como nas férias), mudanças climáticas, flutuações de hormônios sexuais em 
mulheres, não comer, álcool, distúrbios do sono, odores, luz, fumaça, calor, certos alimentos. Alimentos: com 
glutamato monossódico, nitratos/nitritos (carnes processadas), queijos envelhecidos, adoçantes artificiais. Uso 
excessivo de cafeína e sua abstinência. 
o Vários fatores estão associados ao aumento do risco de desenvolver dores de cabeça mais frequentes (por 
exemplo, transição de enxaqueca episódica para enxaqueca crônica), incluindo obesidade, distúrbios do sono, 
ingestão excessiva de cafeína, doença psiquiátrica, maior frequência de cefaléia basal, uso frequente de 
medicamentos para enxaqueca abortiva, sexo feminino, menor nível socioeconômico, comorbidades dolorosas, 
eventos importantes da vida, história de traumatismo craniano ou cervical, tratamento agudo ineficaz de crises 
de enxaqueca e presença de alodinia cutânea. 
 
Cafeína: pode ser tratamento eficaz para ataques de enxaqueca, porém a retirada também pode causar dores de cabeça. 
Uso regular de cafeína é fator de risco para dores de cabeça mais frequentes. Cessação do consumo por 2-3 meses é 
recomendada caso enxaqueca frequente para ver se isso reduz. Ingestão diminuída lentamente. 
 
Excesso de medicamentos para dor de cabeça aguda: fator de risco para cefaleias mais frequentes e pode levar a cefaleia 
por uso excessivo de medicamentos. Analgésicos simples – excesso se 15 ou mais dias por mês; Triptanos, 
diidroergotamina, analgésicos combinados e opiáceos estão em excesso quando 10 ou mais dias ao mês. 
 
Dormir: sono é tratamento eficaz para ataques de enxaqueca; falta de sono está positivamente associada a ocorrência e 
frequência das crises de enxaqueca. Há insônia, sono de má qualidade, curta duração do sono, ronco, distúrbios 
respiratórios, síndrome de pernas inquietas. Terapia comportamental da insônia e CPAP para apneia do sono ajudam na 
redução da enxaqueca. 
 
Obesidade: risco moderadamente maior de enxaqueca e número crescente de dias de dor de cabeça; perda de peso pode 
auxiliar na redução das dores. 
 
Indicações para prevenção adicional na enxaqueca: 
Baseia-se na frequência da cefaleia, duração dos ataques, gravidade dos sintomas, frequência do uso de terapias agudas, 
capacidade de resposta a terapia, extensão da incapacidade, preferência do paciente. 
Deve-se considerar a profilaxia quando: 
o 3 dias de cefaleia moderada a grave por mês, causando comprometimento funcional e que não são responsivos 
a tratamento agudo 
o 6-8 dias de cefaleia por mês, se medicações eficazes 
o Contraindicações para tratamentos de enxaqueca aguda 
o Outros sintomas, mesmo se ataques pouco frequentes: enxaqueca com aura do tronco cerebral, enxaqueca 
hemiplégica 
o Enxaqueca com impacto significativo nas modificações do estilo de vida do paciente 
o Risco de cefaleia por uso excessivo de medicamentos 
 
Tratamentos preventivos: 
Luciana Santos ATM 2023/2 
 
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o Os medicamentos usados para a enxaqueca episódica também são usados para a crônica (cefaleia pelo menos 15 
dias por mês, incluindo pelo menos 8 dias que os sintomas atendem critérios de enxaqueca ou são tratados com 
remédios para enxaqueca). 
o Onabotulinumtoxina: é eficaz na prevenção de enxaqueca crônica, mas não da episódica. 
o Os medicamentos mais indicados são: Topiramato, Propranolol, Nadolol, Metoprolol, Timolol, Amitriptilina, 
Gabapentina, Candesartana, Divalproato de Sódio, Valproato de Sódio, Flunarizina, Venlafaxina etc. 
 
Outras terapêuticas 
Neuroestimulação: a estimulação do nervo supraorbital transcutânea, a estimulação magnética transcraniana e a 
estimulação vestibular calórica (ainda não disponível comercialmente) receberam autorização do FDA para a prevenção 
da enxaqueca. Esses dispositivos são usados diariamente para a prevenção da enxaqueca. 
 
Terapia comportamental: treinamentos de relaxamento possuem nível A de evidência, assim como biofeedback térmico 
associado a relaxamento, TCC etc. 
 
Terapia combinada: é recomendado que os medicamentos atuem por meio de mecanismos de ação complementares, mas 
diferentes. Estudo demonstrou que uma combinação de Topiramato e Propranolol não é mais eficaz do que o Topiramato 
sozinho para o tratamento de enxaqueca crônica. 
 
Terapias em andamento: modos de neuroestimulação não invasiva; anticorpos monoclonais CGRP com alvo no CGRP – 
prevenção de enxaqueca episódica e crônica; ANTICORPOS MONOCLONAIS CGRP SÃO A ÚNICA CLASSE DE MEDICAÇÃO 
PROJETADA ESPECIFICAMENTE PARA PREVENÇÃO DA ENXAQUECA. Erenumabe recebeu aprovação do FDA para prevenção 
da enxaqueca. 
 
Aderência e persistência na terapia preventiva: 
A adesão aos medicamentos preventivos de enxaqueca oral varia de 26-29% em 6 meses e de 17-20% em 12 meses. Os 
efeitos colaterais e a falta de eficácia são comumente citados. 
Quando a terapia preventiva oral é administrada por 2-3 meses e ineficaz, deve ser descontinuada ou dose aumentada se 
apropriado. Em pacientes com resultados a terapia pode ser mantida mais do que 3-6 meses, avaliando a tolerabilidade e 
utilizando a menor dose necessária. 
 
Luciana Santos ATM 2023/2 
 
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Efeitos colaterais comuns das principais medicações: 
 
 
 
 
Referência: 
SCHWEDT, Todd J. Preventive Therapy of Migraine. Continuum: Lifelong Learning in Neurology, [S.L.], v. 24, n. 4, p. 1052-
1065, ago. 2018. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health). http://dx.doi.org/10.1212/con.0000000000000635.

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