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Diferenciação e Anaplasia O termo diferenciação refere-se à extensão com que as células do parênquima neoplásico assemelham-se às células parenquimatosas normais correspondentes, tanto morfológica quanto funcionalmente. A falta de diferenciação é denominada anaplasia, sendo considerada uma marca da malignidade. O termo anaplasia significa “formar-se para trás”, indicando uma reversão da diferenciação para um nível mais primitivo. Pleomorfismo Células cancerígenas sempre mostram pleomorfismo – uma variação no tamanho e na forma. Assim, as células dentro do mesmo tumor não são uniformes, mas variam desde células pequenas com um aspecto indiferenciado, até células tumorais gigantes, muitas vezes maiores do que as suas vizinhas. Algumas células tumorais gigantes possuem apenas um único núcleo gigante polimórfico, enquanto outras apresentam dois ou mais gigantes núcleos hipercromáticos. Morfologia nuclear anormal Caracteristicamente, os núcleos são desproporcionalmente grandes para a célula, com uma razão núcleo-citoplasma que pode chegar a 1:1, em vez da relação normal de 1:4 ou 1:6. A forma do núcleo é variável e muitas vezes irregular, e a cromatina está normalmente agrupada de forma desordenada e distribuída pela membrana nuclear, ou com uma coloração mais escura que o normal (hipercromática). Nucléolos anormais grandes também são comumente observados. Mitoses Diferentemente dos tumores benignos e de algumas neoplasias malignas bem diferenciadas, nos tumores indiferenciados, muitas células estão na mitose, refletindo atividade proliferativa maior das células parenquimatosas. A presença de mitoses, contudo, não indica, necessariamente, que um tumor seja maligno ou que o tecido seja neoplásico. As mitoses são indicativas de crescimento celular rápido. Mais importante como característica morfológica de malignidade são as figuras mitóticas atípicas, bizarras, algumas vezes com fusos tripolares, quadripolares ou multipolares. Perda de polaridade Além das anormalidades citológicas, a orientação das células anaplásicas é significativamente alterada. Lençóis ou grandes massas de células tumorais crescem de maneira anárquica e desorganizada. Invasão Local O crescimento dos cânceres é acompanhado por infiltração progressiva, invasão e destruição do tecido circundante, ao passo que quase todos os tumores benignos crescem como massas expansivas coesas que permanecem em seu local de origem e não possuem capacidade para se infiltrar, invadir ou formar metástase em áreas distantes. Com o desenvolvimento de metástases, a capacidade de invasão é a característica mais confiável para diferenciar os tumores malignos dos benignos. Metástase A metástase é definida pela propagação de um tumor para áreas que são fisicamente descontínuas com o tumor primário e de forma inequívoca marca um tumor como maligno, pois, por definição, neoplasias benignas não formam metástases. A invasividade dos tumores malignos permite que eles penetrem nos vasos sanguíneos, linfáticos e cavidades corpóreas, provendo a oportunidade para a disseminação. Vias de Disseminação A disseminação dos cânceres pode ocorrer através de três vias: 1. Implante direto nas cavidades ou superfícies corpóreas. 2. Disseminação linfática. 3. Disseminação hematológica. Embora possa ocorrer uma disseminação iatrogênica das células tumorais em instrumentos cirúrgicos. O implante de células tumorais em cavidades e superfícies corpóreas pode ocorrer sempre que uma neoplasia maligna penetra em um “campo aberto” natural sem barreiras físicas. A cavidade peritoneal é o local mais frequentemente envolvido, mas qualquer outra cavidade – pleural, pericárdica, subaracnoide e do espaço articular – pode ser afetada. Tal implantação é particularmente característica de carcinomas que se originam nos ovários, e que, com certa frequência, se espalham para superfícies peritoneais que se tornam recobertas por uma pesada camada vítrea do tumor maligno. Ressalta-se que as células tumorais podem permanecer confinadas à superfície da víscera abdominal sem penetrar em seu parênquima. Disseminação Linfática O transporte através dos vasos linfáticos é a via mais comum para a disseminação dos carcinomas. Os sarcomas podem também utilizar essa rota. Os tumores não contêm linfáticos funcionais, mas os vasos linfáticos localizados nas margens tumorais são aparentemente suficientes para a disseminação das células tumorais. Disseminação Hematogênica É típica dos sarcomas, mas também é vista nos carcinomas. As artérias, com suas paredes mais espessas, são menos prontamente invadidas do que as veias. Contudo, a disseminação arterial pode ocorrer quando as células tumorais passam através dos leitos capilares pulmonares, ou através dos shunts arteriovenosos pulmonares, ou quando as metástases pulmonares por si mesmas originam êmbolos tumorais. Características das Neoplasias Benignas e Malignas Tumores benignos e malignos podem ser distinguidos entre si com base no grau de diferenciação, taxa de crescimento, invasão local e disseminação à distância. Tumores benignos se assemelham ao tecido de origem e são bem diferenciados; tumores malignos são bem menos diferenciados ou completamente indiferenciados (anaplásicos). Tumores benignos são mais propensos a reterem funções de suas células de origem, ao passo que os tumores malignos, algumas vezes, adquirem funções inesperadas devido aos distúrbios na diferenciação. Tumores benignos são de crescimento lento, enquanto tumores malignos geralmente crescem mais rápido. Tumores benignos são circunscritos e possuem uma cápsula; tumores malignos são mal circunscritos e invadem tecidos normais circundantes. Tumores benignos permanecem localizados no local de origem, ao passo que tumores malignos formam metástases em locais distantes.
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