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Tal��� Al���to B���� da S���� - UF��/Med����a/Ara����ca Pneumoni� adquirid� n� comunidad� Causa mais comum de morbimortalidade em <5 anos em todo o mundo Maioria das crianças tem de 4-6 infecções respiratórias agudas por ano É uma inflamação do parênquima pulmonar causada por um agente infeccioso que estimula uma resposta no hospedeiro, resultando em dano ao tecido pulmonar. - Em crianças previamente saudáveis - Ainda que tenha uma doença de base → alta há pelo menos 30 dias - Causa por germes não hospitalares provenientes da comunidade onde o paciente vive Etiologia: Vírus, bactérias ou ambos 61% é viral → principal é o vírus sincicial respiratório ● 50% das pneumonias virais acabam se tornando “mistas” → coinfecção por bactérias. Dentre as bactérias → pneumococo é o principal agente em todas as faixas etárias, exceto neonatal Tal��� Al���to B���� da S���� - UF��/Med����a/Ara����ca Diagnóstico de pneumonia Essencialmente clínico Sinais e sintomas são variáveis. Dependem: - Idade do paciente - Extensão e gravidade da doença - Agente etiológico Em menores de 5 anos: ● Hipoxemia (sat <96%) ● Aumento do esforço respiratório (gemência, batimento de asa de nariz e tiragens) ○ São os sinais mais associados à pneumonia ● Tosse, febre e taquipneia podem não ser suficientes para diagnóstico de pneumonia → podem estar relacionados a aumento de temperatura, ansiedade e se a criança está dormindo ou acordada, durante o exame físico. ○ Apesar da taquipneia não aumentar a chance da pneumonia, sua ausência está associada à menor chance. ● OMS → tosse + taquipneia = pneumonia. Sibilância ● Deve ser tratado com broncodilatador antes da classificação de pneumonia ● Maior chance de etiologia viral, mas não exclui bacteriana ● Sibilo inspiratório → via aérea superior → geralmente o broncodilatador não resolve muito ● Sibilo expiratório (comum na asma) → via aérea baixa Crianças <2 meses ● Tosse ● Dificuldade para respirar ● FR elevada (>60 irpm), com ou sem tiragem subcostal ● Considerar pneumonia grave = internação para tratamento hospitalar Criança com >2 meses ● FR aumentada para a idade ● Tratamento ambulatorial com atb adequada ● Pneumonia grave: ○ FR aumentada com tiragem subcostal ○ Tratamento hospitalar e atb parenteral Sinais de gravidade e necessidade de internação ● <2 meses ● Pneumonia grave ● Saturação de oxigênio <92% ● Abolição do MV ● Derrame pleural ● Empiema ● Desnutrição grave ● Sonolência, rebaixamento do nível de consciência e recusa alimentar Tal��� Al���to B���� da S���� - UF��/Med����a/Ara����ca Exame físico: Avaliação geral da criança Modificação do humor, irritabilidade, falta de atenção ao ambiente, falta de habilidade para mamar ou tomar líquidos, a movimentação, o sorriso e a vocalização devem ser observados Devemos identificar taquidispnéia Medida da FR mostra uma relação estreita com a gravidade da pneumonia e com a hipoxemia A FR modifica-se no primeiro ano de vida, indo de 50 irpm na primeira semana para 40 irpm aos seis meses de idade A FR deve ser medida com a criança no colo do cuidador ou sentada A medida realizada com o estetoscópio pode irritar a criança e aumentar a contagem Os valores considerados normais variam de acordo com a idade A presença de retração intercostal é um sinal de gravidade da doença e seu achado é indicativo de internamento O batimento de asas de nasais pode ser observado A presença de um estridor expiratório contínuo, decorrente do fechamento das cordas vocais A ausculta depende do padrão anatômico e a extensão da pneumonia Deve ser realizada depois da inspeção torácica O choro pode prejudicar a ausculta Em crianças, é frequente o comprometimento brônquico com estertores finos, médios e grossos À ausculta, o murmúrio vesicular poderá estar diminuído na condensação por pneumonia, como também nas grandes atelectasias e nos derrames pleurais Frêmito tóraco-vocal Aumentado na consolidação Diminuído nos derrames pleurais À palpação e à percussão, pouco realizada, podem-se identificar condensações, derrames extensos À semelhança da sintomatologia, podemos ter exame físico negativo até a identificação da clássica síndrome da condensação (frêmito tóraco-vocal aumentado, macicez e estertores crepitantes com sopro tubário) Broncofonia é bem presente na broncopneumonia Radiografia de tórax - Não é necessária para o diagnóstico de PAC não complicada. Tal��� Al���to B���� da S���� - UF��/Med����a/Ara����ca - A utilidade clínica do diagnóstico da radiografia deve ser acoplada ao diagnóstico clínico com exame físico, que sempre deve anteceder qualquer exame laboratorial ou radiológico. - Deve ser realizada nas seguintes situações: - Se há dúvida de diagnóstico → embora radiografia normal não exclui pneumonia e radiografia anormal pode ser interpretada como normal. - Pneumonia com hipoxemia, desconforto respiratório, dentre outros sinais de gravidade - Falha de resposta ao tratamento 48-72h ou se piora progressiva, para verificar se há complicações - Paciente hospitalizado (PA e perfil) ❗ A radiografia de tórax não deve ser realizada após tratamento de pneumonia com boa resposta clínica Infiltrados radiológicos são relatados em 5-19% de crianças com febre, sem taquipnéia, hipoxemia, angústia respiratória ou sinais de infecção de vias aéreas inferiores → pneumonia oculta A radiografia deve ser solicitada em crianças com febre prolongada e tosse, mesmo na ausência de taquipneia e angústia respiratória. Atenção: ● Não realizar radiografia de controle para pacientes que evoluíram bem ● Exceto: pneumonia redonda ou recorrente para diagnóstico diferencial com malformações congênitas É pneumoni�? - O diagnóstico de pneumonia se baseia em dados clínicos-radiológicos - Os dados clínicos são essenciais - A OMS vem preconizando há mais de duas décadas a valorização da queixa de tosse e FR elevada como indicativo de pneumonia em crianças menores de 5 anos Tal��� Al���to B���� da S���� - UF��/Med����a/Ara����ca - O MS adotou e adaptou tais normas, transformando-as em política pública de saúde no país há cerca de 20 anos, através da ação de saúde denominada controle das infecções respiratórias agudas. Classificação de gravidade segundo a faixa etária Lactentes menores de 2 meses: - Todas são consideradas graves 2 a 5 anos: - Critérios para internação: - Falha terapêutica ambulatorial ou sinais de gravidade - Doença grave concomitante - Sinais radiológicos de gravidade - A presença de condensação radiológica extensa serve como um preditor de gravidade Tal��� Al���to B���� da S���� - UF��/Med����a/Ara����ca - A hipoxemia deve ser utilizada como indicativo de internação (<92%) Diagnóstico laboratorial ● Leucograma não deve ser realizado como rotina ● Hemograma inespecífico → solicitar para os internados ● Hemocultura → para todos os internados ● PCR e VHS → não diferenciam se viral ou bacteriano, útil para acompanhar reposta terapêutica ● Níveis de procalcitonina: ○ Se <0,25 ng/dL → alto valor preditivo negativo para pneumococo Exames específicos Com� e� trat�? Hospital Condutas gerais: ● Oxigenioterapia ○ O oxigênio deve ser dispensado de modo contínuo, na forma mais confortável para a criança ○ Deve ser fornecido um fluxo de oxigênio ideal para manter a SPO2 entre 92 e 94% ○ O oxigênio pode ser suspenso quando a criança estiver estável com SPO2 >92% em AA ● Administração de líquidos ○ A utilização de via intravenosa para reposição de líquidos é recomendada apenas em casos de desidratação grave, choque séptico e situações em que a via oral não possa ser utilizada ○ Nestas circunstâncias, uma vez que a hipovolemia tenha sido corrigida, os líquidos devem ser administrados em cerca de 80% das necessidades básicas para a criança ● Nutrição ○ RN prematuros ou com peso inferior a 2kg podem ter comprometimento da sua condição respiratória em virtude da SNG ○ Do mesmo modo, crianças maiores, se necessitarem de SNG, deverão receber tubos de pequeno calibre introduzidos pela narina mais estreita para evitar comprometimentoventilatório ○ A administração de alimentos deve ser, sempre que possível, VO Tal��� Al���to B���� da S���� - UF��/Med����a/Ara����ca ● Fisioterapia ○ Não há comprovação de benefícios Antibiótico Os antibióticos orais são seguros e eficazes, mesmo para PAC grave. Primeira opção: - Amoxicilina VO 50 mg/kg/dia 8/8h ou 12/12h durante 7 dias - Apresentação de 250 mg/5 mL (sempre de 8/8h) → divide o peso da criança por 3 - Apresentação de 400 mg/5mL (sempre de 12/12h) → divide o peso da criança por 3 também - O que muda é a frequência da tomada - Máximo de 10 ml por tomada (equivalente à um comprimido de 500 mg) - Ampicilina 50 mg/kg/dose de 6/6h ou - Penicilina cristalina 150000 UI/kg/dia 4/4h ou 6/6h - OBS: gentamicina 7,5 mg/kg/dia 12/12h deve ser associada nos pacientes menores de dois meses Segunda opção (oral ou parenteral): pacientes que não estão respondendo bem, que já fizeram ATB recentemente... - Amoxicilina com inibidores da beta-lactamase - Cefuroxima - Na suspeita de pneumonia atípica: - Azitromicina 10 mg/kg/dia dose única por 5 dias - Claritromicina 7,5 mg/kg/dose 12/12h por 10 dias Ambulatorial 1) Orientar sobre administração correta dos antibióticos 2) Tratar febre 3) Ter cuidados com a alimentação e hidratação 4) Observar sinais de piora do paciente que demandam a busca do serviço de saúde a qualquer momento a) Busca de serviço de saúde a qualquer momento! b) Toda criança com pneumonia com condições clínicas de ser tratada em casa deve ter uma consulta de revisão agendada após as primeiras 48h. Antibióticos: escolha de forma empírica 2 meses a 5 anos: ● Primeira escolha → amoxicilina VO 50 mg/kg/dia 8/8h ou 12/12h durante 7 dias Crianças >5 anos: ● Primeira escolha → amoxicilina VO 50 mg/kg/dia 8/8h ou 12/12h durante 7 dias ● Devido à possibilidade de M. pneumoniae e pode-se optar pela introdução de macrolídeos (pneumonia atípica), com eritromicina, claritromicina ou azitromicina.
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