Classificação Biológica: Reino: animália Filo: Arthropoda Classe: Insecta Ordem: Huymenoptera Subordem: Apocrita Superfamília: Apoidea Família Apidae Gênero: Apis Espécie: A. melífera Nove famílias de abelhas são conhecidas: Colletidae, Sterotritidar, Andrenidae, Halictidae, Melittidae, Dasypodaidae, Meganomiidae, Megachilidae, Apidae. Apidae: apresenta 3 subfamílias: Apinae, Xylocopinae e Nomadinae. Apinae: 13/17 tribos são presentes no Brasil, onde se destaca a tribo Apini (com subtribos: Apina: usa o ferrão como objeto de defesa, Bombina: abelhas maiores que polinizam geralmente maracujá, Meliponina: ferrão atrofiado e Euglossina: solitárias com língua/glosa comprida para explorar néctar. Subtribo Apina: • Abriga apenas o gênero Apis • Alta diversificação na Ásia e África • Todas as abelhas do gênero Apis não são nativas do Brasil, foram introduzidas por imigrantes Foram trazidas abelhas africanas (adaptadas ao clima, com boa produtividade) que acabaram cruzando com abelhas europeias (subespécie), assim surgindo o poli-híbrido: abelha africanizada (subespécie). Abelha Africanizada: alta defensividade, boa produtividade, boa adaptação ao clima, alta taxa de reprodução, alta resistência às doenças e parasitas. Diversidade de espécies do gênero Apis Com base em estudos de DNA nuclear e mitocondrial e em características morfológicas e de nidificação, são encontradas 10 espécies de abelhas pertencentes ao gênero Apis. São eussociais: todas vivem no mesmo ninho, há sobreposição de gerações (cuidado com abelhas mais novas), divisão reprodutiva do trabalho. • Abelhas gigantes (Ásia): A. dorsata, A. laboriosa e A. binghami: constroem um único favo em locais abertos. Defensividade média. Encontradas na natureza somente. • Abelhas anãs: A. florea e A. andreniformis: constroem ninhos em locais abertos, geralmente formados por um único favo. Defensividade baixa. Encontradas na natureza somente. • Abelhas de tamanho médio: A. cerana, A. nigrocinta, A. koschevnikovi, A. nuluensis, A. mellifera: constroem ninhos em cavidades que são formados por vários favos. • 29 subespécies de A. mellifera podem ser reconhecidas atualmente; há uma alta diversidade, resultado de diferentes ambientes (flora, clima, geografia), manejo e seleção realizados na apicultura. Todas as espécies de são eussociais. Sociedade das abelhas Vivem em sociedade extremamente organizada; 10 a 80 mil indivíduos (influencia do ambiente- flora, alimento); caracterizada pela presença de 3 castas: Rainha (1), Zangões (0 a 400) e operárias (até 80 mil). Eussociais. Rainha: abdômen bem desenvolvido (reprodução) • Única fêmea fértil da colônia, responsável pela postura de ovos, perpetuação do enxame e produção de feromônios. • Secreta a substancia da rainha, feromônio, nas glândulas mandibulares (ácido 9-oxo-2-decenóico ou 9-ODA). A fim de: inibir o desenvolvimento dos ovários as operárias, inibir a produção de realeiras (cél. onde a rainha é criada), promove a coesão entre as abelhas, auxilia no reconhecimento da colmeia e a orientação das operárias Zangão: antenas desenvolvidas, olhos desenvolvidos, tórax (reprodução) e abdômen desenvolvidos • Machos da colônia, responsáveis por fecundar a rainha durante o voo nupcial • Não apresentam estruturas para o trabalho • São criados apenas em períodos de abundância de alimento (pois só se alimentam, não tem outro papel na colônia a não ser reprodução). Podem ser expulsos se não há recursos. Operárias: abdômen pouco desenvolvido, corbícula (carrega pólen e resina) • Responsáveis pela realização de todas as atividades da colônia • Suas funções variam de acordo com a idade fisiológica (polietismo etário) • Funções: faxineira (1-3 dias); nutrizes/desenvolvem glândulas mandibulares e hipofaringeanas que secretam geleia real para alimentação de larvas, adultas e rainhas (4-12dias); engenheiras/ desenvolvem glândulas cerigenas que formarão os favos (13-18 dias); guardiãs (19-20 dias); campeiras coletam pólen, néctar, água e resinas em árvores (21 dias ao fim da vida). Defesa da colônia Quando as abelhas ferroam, o ferrão fica preso na vítima, é liberado a apitoxina e é desprendido o último segmento abdominal, ela morre após um tempo por perda de hemolinfa. O reservatório de apitoxina vai se desenvolvendo até o momento de se tornar guardiã. Junto com o ferrão as abelhas liberam feromônios. • Isopentilcetato: feromônio de alarme, produzido na glândula de veneno. Ataque em massa das abelhas para proteger a colmeia. • 2-heptanona: feromônio produzido pelas glândulas mandibulares Desenvolvimento das abelhas Ovo> larva> pupa> adulto • Sofrem 6 mudas (troca de esqueleto) ao longo do desenvolvimento antogênico. Durante a fase larval ocorrem 4 mudas. Uma quinta muda ocorre entre as fases pré-pupa e pupa. A sexta muda ocorre entre as fases pupal e adulta. Cada casta tem um tempo de diferente de desenvolvimento. Abelhas europeias terminam o desenvolvimento em 16 dias, abelhas africanizadas terminam em 15/ 15,5 dias Alimentação das abelhas • Larvas de 1-3 dias: geleia real (GR) • Zangões e operárias do 4- fase pré-pupa: mel + pólen + GR • Zangões e operárias adultos: mel + pólen + GR (pequena quantidade) • Rainha: alimentada somente com GR durante todo o desenvolvimento e vida adulta Desenvolvimento das abelhas Óvulo não fecundado dá origem a zangões por partenogênese arrenótoca Abelhas Nutrizes 4-12 dia Função: Processamento do pólen em secreção de geleia real, por meio das glândulas mandibulares (md): constituição esbranquiçada (concentrada) e hipofangeanas (hf): produz a maior parte dos componentes da GR, sua secreção tem aparência clara e aquosa. Desenvolvimento dessas glândulas: Depende de proteínas e estimulação por feromônios liberados pela cria/larvas para ativação da síntese de geleia real. O pico de desenvolvimento e secreção: 6º dia até cerca do 10º dia. • A geleia real fornecida as rainhas apresentam menor teor de umidade e proteínas; apresenta maior quantidade de açúcares (glicose e frutose) e de ácido trans-10-hidroxi-2-decenóico (10-HDA). • Royalactina (MPJP1): proteína da geleia real associada a diferenciação de castas. • Larvas selecionadas pelas abelhas para criação de rainhas são alimentadas com secreções produzidas inteiramente pela glândula mandibular nos primeiros 3 dias de vida, seguido de 2 dias de alimentação produzidas pelas GM e HF (1:1). • Larvas operárias são alimentadas com secreções provenientes das glândulas GM e HF (3:1 a 4:1) e passam a receber a mistura de ambas as secreções com pólen e mel a partir do 3º dia. Termorregulação do ninho • Independentemente da temperatura externa, a área de cria da colmeia é mantida entre 34 e 35ºC, temperatura ideal para o desenvolvimento das crias. • No frio: agrupamento e vibrações de músculos torácicos para a geração de calor. • No calor: abanar asas expulsando o calor; agrupamento de abelhas fora da colmeia; espalhamento de água na colmeia. • Normalmente as abelhas estocam alimento nas laterais da colmeia e fazer a criação das crias no centro para facilitar a termorregulação. Estrutura do ninho e uso dos favos • O ninho das abelhas é constituído de favos de cera, que são formados por alvéolos de formato hexagonal (economizar quantidade de cera para construir os alvéolos e aproveitamento de espaço). • A cera é produzida pelas glândulas cerigenas • Os alvéolos tem uma inclinação (evita que larvas saiam do lugar adequado e que o néctar vaze para fora do favo) de 4º a 9º para cima e são construídos em dois tamanhos. Maiores (6,5 mm de diâmetro) e mais protuberante: desenvolvimento de zangões ou estocagem de alimento. Menores (5mm): desenvolvimento de operárias ou estocagem de alimento. • Realeiras: alvéolos especiais onde ocorre o desenvolvimento da Rainha. Tempo de vida das abelhas