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NÃO PERCA AS RÉDEAS DA SUA EMPRESA Antônio Oscar Santos Góes Fabrícia Menezes Rocha Laís Lawinscky de Mello XVII ENANGRAD São Luís, Maranhão, 27 a 30 de agosto de 2006. 2 RESUMO: As funções administrativas consistem em uma cadeia lógica de ações enraizadas umas nas outras, onde, caso haja dispersão em uma delas, a empresa perderá todo o seu objetivo. É nesse contexto que a função “Controle” entra em cena, pois surge como um antibiótico usado para não deixar que a empresa caia num estado patológico irreversível, levando a organização a sucumbir. O administrador precisa adquirir uma política de fiscalização constante, fazendo com que suceda aquilo que foi planejado, visto que a identificação de problemas antes que ocorram, e a conseqüente aplicação de ações corretivas, são fundamentais para o êxito almejado por qualquer organização. Com base nisso, este artigo tem como objetivo demonstrar que o “Controle” parte de uma perspectiva, a princípio estratégica e, conseqüentemente, uma perspectiva organizacional, direcionada ao asseguramento objetivacional de toda a empresa, identificando os problemas antes que ocorram, sendo, assim, um processo de informação de resultado das ações. A pesquisa foi do tipo documentação indireta, na categoria bibliográfica, e de caráter exploratório, vez que foi fundamentada em material já existente, e apresenta, como resultado, as abordagens dos teóricos. Palavras-chave: controle, objetivo, organização, função administrativa, ações, resultados. ABSTRACT: The administrative functions consist of a logical chain of rooted actions some in the other ones, where, in case there is dispersion in one of them, the company will lose its entire objective. It is in that context that the function "control" enters in scene, because it appears as an antibiotic used for not leaving that the company falls in an irreversible pathological state, taking the organization to succumb. The administration needs to acquire a constant fiscalization doing with that what was drifted to happen, because the identification of problems before they happen, and the consequent application of corrective actions, they are fundamental for the success longed for by any organization. Based on this, the article has as goal to demonstrate that the "Control" part of a perspective, at first strategic and, consequently, an organizational perspective, identifying the problems before they happen, being, like this, a process of information of result of the actions. The research was of the type indirect documentation in the bibliographical category and of exploratory character, time that was based in material already existent, and it presents, as result, the approaches of the theoretical ones. Key-words: Control, objectives, organization, administrative function, actions, results. 1. INTRODUÇÃO Está intrínseca a uma boa gestão a utilização das funções administrativas: planejar, organizar, dirigir e controlar. Porém, o controle faz-se fundamental, pois XVII ENANGRAD São Luís, Maranhão, 27 a 30 de agosto de 2006. 3 consiste em verificar se tudo está sendo executado de acordo com o planejado. Daí decorre também sua complexidade e relevância. Neste artigo, ele será abordado dando ênfase na sua influência no processo administrativo, no alcance das metas e na máxima eficiência dos resultados devido a ações corretivas e preventivas. O objetivo primordial dessas ações é alocar com a máxima eficiência os recursos existentes, abrangendo a área de finanças, comportamento humano, operações ou informações. Para tanto, é feita uma análise, comparando o desempenho efetivo com o real, e buscando, desse modo, atingir os objetivos organizacionais. Assim, é através da ação de controlar que é possível manter a sua empresa em constante estado de equilíbrio, fato esse que se torna o alvo principal da elaboração deste artigo, já que para a obtenção de um melhor aproveitamento é imprescindível o acompanhamento mais próximo e constante, além da regulação dos meios e métodos pré-estabelecidos. 2. O ENIGMA PARA O SUCESSO Com o objetivo de assegurar a plena implantação do planejamento, aplica-se um dos importantes processos administrativos: o controle. Segundo Kwasnicka (2004), o planejamento, o qual possui um caráter passivo, orienta-se para o estabelecimento de metas, e o controle, por sua vez, fornece as informações necessárias acerca do alcance ou não dessas metas. Assim, pode-se tomar uma medida corretiva ou preventiva diante das condições apresentadas. É imprescindível ressaltar que o controle analisa a execução das tarefas. Essa função administrativa, de acordo com Muniz e Faria (2001), verifica se o pensado, executado e avaliado estão conforme o concebido. Para tanto, deve-se ter como princípio o estabelecimento de padrões, observação do desempenho e comparação do desempenho efetivo com o ideal. Dessa forma, busca-se atingir objetivos organizacionais, tomando como base, por exemplo, dados do passado. Não se pode esquecer que o controle, segundo Robbins (2000), está voltado seja para a área de finanças, de comportamento humano, de operações ou de informações. Dentro dessas quatro áreas, o controle, de acordo com Perel (1974), funciona como um sistema de informações capaz de dirigir decisões através da análise de conduta individual, de grupo ou no âmbito das atividades. É necessário frisar que existem diversos tipos de controle, tais como financeiro, contábil, de produção, de qualidade, de inventário, de vendas e de pessoal. Apesar dessa variedade, há uma única finalidade: a melhor alocação dos recursos. Destarte, o controle é uma função que fecha o ciclo administrativo, tendo uma relação interdependente com o planejamento, sendo também crucial na alocação eficiente e eficaz dos insumos da organização. 3. CONTROLANDO O CONTROLE XVII ENANGRAD São Luís, Maranhão, 27 a 30 de agosto de 2006. 4 Na realidade, o processo de controlar não é apenas garantir que as atividades estejam de acordo com as planejadas. É mais complexo, pois controles inadequados podem significar a bancarrota de uma organização. De acordo com os autores destacados anteriormente, o controle é aplicado em diversas áreas da administração, possuindo características peculiares, medindo o sucesso ou o fracasso das operações, de caráter imprescindível, visando corrigir os desvios significativos. O processo de controle deve englobar as seguintes etapas: a) estabelecer padrões e métodos de medida de desempenho: segundo Robbins (2000), deve-se, primeiramente, determinar como e o que medir. Para ele, estipular o que medir é um fator decisivo, pois uma seleção errada de critérios pode acarretar em conseqüências graves sobre o seu funcionamento, em sua maioria, pode significar um fator pelo qual as pessoas vão tentar se superar na organização. Por esse motivo, é relevante à formulação de padrões, baseados em indicadores de desempenho. Já Kwasnicka (2004) enfatiza que é em função dos objetivos da empresa, o fator que irá determinar o modelo e a especificação do que deverá ser medido, implementando e aplicando-os nos diversos setores da organização, nos quais as informações e os padrões de desempenho desejados, podem ser expressos, em tempo, dinheiro, qualidade de unidades físicas, custos ou por meio de índices, entre outros; b) medir o desempenho atual: de acordo com Montana e Charnov (2000), o desempenho pode ser medido de maneira quantitativa e qualitativa. Chiavenato (2003) complementa que o controle atua no sentido de ajustar as operações a determinados padrões previamente estabelecidos, funcionando conforme as informações que recebe. A observação ou verificação do desempenho ou do resultado busca obter informações precisas a respeito daquilo que está sendo controlado. Assim, os indicadores de desempenho: São um meio de controle bastante atual, cuja função é constituir e estabelecer fatorescaracterísticos de resultados de uma determinada atividade ou tipo de empresa, que servirão de padrão para a medição do desempenho das atividades ou das empresas” (VITTORATO NETO; REIS, 2002, p.97). Para um gerente ser mais eficaz na mensuração do desempenho real, segundo Robbins (2000), é preciso coletar informações, através de relatórios, informes verbais e bancos de dados acessados por computador, analisando assim o maior número de fontes possíveis, para construir uma visão ampla da organização; c) comparação do desempenho real em relação a um padrão: o desempenho real deve ser comparado com o padrão, para verificação de eventuais desvios ou variações. É ressaltado, por Chiavenato (2003), que a comparação da atuação do que foi planejado, busca também permitir, a predição de outros resultados futuros localizando dificuldades, para criação de condições para operações futuras, alcançando assim melhores resultados. A comparação dos desempenhos, para Robbins (2000), irá determinar o grau de variação entre o real e o padrão, determinando uma faixa de variação aceitável, pois XVII ENANGRAD São Luís, Maranhão, 27 a 30 de agosto de 2006. 5 desvios excessivos nessa faixa tornam-se significativos, pela sua amplitude e direção, e recebem a atenção do gerente. Por esse motivo, ele ressalta que os padrões devem estar adequados aos limites organizacionais, não ficando nem acima, nem abaixo do objetivo ou meta que se espera atingir. Kwasnicka (2004) ratifica que o desempenho atual e o desejável são comparados, dependentes basicamente dos padrões, e se os padrões de desempenho estiverem abaixo dos níveis aceitáveis, a atenção deverá ser maior. Montana e Charnov (2000) observam que se devem determinar os graus de sucesso ou fracasso, através da comparação do real e ideal. Cita como exemplos, comparar os resultados do ano vigente com os anos anteriores, e comparar o desempenho da empresa com outras do mesmo setor. d) corrigir qualquer desvio mediante ação corretiva: para Montana e Charnov (2000) , o uso de feedback deve estar associado a ações corretivas. Kwasnicka (2004) concorda quando diz que atualmente, a tendência de colher dados estatísticos é utilizar medidas mais objetivas e decisões corretas. Ela acrescenta que a ação corretiva dos desvios detectados pode e deve ser tomada tanto no pré-controle, controle corrente e pós- controle. O tipo de ação corretiva a ser tomado para restabelecer o desempenho aceitável depende do fator medido e da decisão feita sobre as causas e a definição dos métodos de correção. Já Robbins (2000) relata que a tomada de decisão para corrigir desvios ou padrões inadequados, está interligada a ação gerencial. Ele descreve tais ações, como a tomada de uma medida corretiva imediata, que visa corrigir os problemas de forma imediata, fazendo com que o desempenho seja restabelecido. A ação alternativa seria através da ação corretiva básica, em que o autor afirma que é necessário saber como e porque o desempenho se desviou, para depois corrigir a fonte do desvio. Segundo ele essa medida é mais eficiente, pois é dedicado tempo à correção de discrepâncias significativas entre o desempenho real e o padrão. No caso de um padrão irreal, ou seja, uma meta muito alta ou muito baixa, o autor diz que é necessário a revisão deste padrão. Mas se o padrão depois de analisado for realista, este deve ser mantido, e assim o desempenho deve ser provido de atenção. 4. A HIERARQUIA DO CONTROLE Os controles estratégico, gerencial e operacional são níveis de planejamento e decisão empresarial encontrados nas empresas. Um planejamento representa antecipação da ação, que é um conceito passivo até o momento de sua execução. Controlar é um processo ativo que procura manter o planejamento dentro de um curso inicial. É notório o inter-relacionamento do controle com as demais funções administrativas (planejar, organizar, dirigir e controlar), principalmente com o planejamento, como confirma Caravantes (2005, p. 532) ao dizer que “De maneira simples, controlar é fazer que algo aconteça do modo como foi planejado. De acordo com essa definição, o planejamento e o controle são funções praticamente inseparáveis”. Segundo Gomes (2005), o controle pode ser considerado a partir de duas perspectivas, uma estratégica e outra organizacional. Na primeira, trata-se de facilitar a adaptação estratégica da organização em seu contexto social; na segunda, trata-se de XVII ENANGRAD São Luís, Maranhão, 27 a 30 de agosto de 2006. 6 assegurar que toda a organização se orienta conjuntamente na direção dos objetivos da administração. Usualmente, os tipos de controle são simbolizados em um diagrama triangular, que representa o afunilamento encontrado no fluxo de informações e mesmo decisões dentro de uma empresa, sendo que cada nível de controle encontra seu lugar na pirâmide. Assim é que há o controle estratégico no topo, acompanhado logo abaixo pelo controle gerencial e na base, o controle operacional. Para Perel (1974), o controle estratégico refere-se ao sistema de decisão de cúpula que controla o desempenho e os resultados da empresa como um todo. Logo, é um processo de gestão que dimana do planejamento a longo prazo da empresa, objetivando possibilitar ao administrador a visualização de um caminho para a companhia. Como exemplo pode-se citar a criação de uma nova linha de produção ou a construção de uma fábrica. O controle gerencial é aquele que tem como foco a implementação dos planos das unidades táticas incluídas em uma estratégia maior. É também conhecido como controle tático e refere-se ao controle exercido nos escalões intermediários. Sua finalidade principal é aperfeiçoar determinada área de uma empresa, e não esta em sua inteireza. Já o controle operacional visa alcançar os padrões de funcionamento preestabelecidos, criando condições para a adequada realização de trabalhos diários da empresa. Está intimamente ligado às atividades simples e quotidianas do estabelecimento, como formalização de processos, sempre contemplando informações de modo detalhado e específico. Daí serem as funções do controle estratégico exercidas pelo corpo técnico da empresa, geralmente atrelado às atividades de produção. Assim, para o administrador, o ideal é que esses controles identifiquem os problemas antes que eles ocorram. Para isso faz-se necessário conhecer o momento de controlar, bem como sua hierarquia, a fim de que ações corretivas possam ser desempenhadas para atingir os objetivos da empresa, lucratividade, que é a finalidade primordial de toda estratégia empresarial. 5. UM ÚNICO INSTRUMENTO DE MÚLTIPLAS APLICAÇÕES O controle é uma forma administrativa que efetua uma ação corretiva para garantir os objetivos almejados pela empresa podendo ser conceituado como um processo de informação do resultado das ações. Perel afirma que: Os problemas de controle são pois, de caráter eminentemente técnico, relacionado com os canais de comunicação que vinculam as fontes de dados (ações presentes ou passadas internas ou externas da organização) com os responsáveis que devam adotar decisões referidas a planejamento ou a execução” (PEREL, 1974, p. 238). A função controle possui algumas áreas funcionais de atuação. Nesse sentido, Robbins (2000, p.146) afirma que “A maioria dos esforços de controle estão voltados para uma das quatro áreas: finanças, operações, informações ou comportamento humano”. XVII ENANGRAD São Luís, Maranhão, 27 a 30 de agosto de 2006. 7 Na área de finanças, existem dois tipos de controle a serem executados, o controle de orçamento e as auditorias. O controle orçamentário consiste em planos numéricos para alocar recursos na realização da atividade específica proporcionando padrões quantitativos por meios dos quais os gerentes medem e comparam o consumo de recursos. O controle não orçamentário corresponde à análise do balanço da empresa e a interpretação dos índicesque esse balanço proporciona ao administrador preocupando- se com a rentabilidade da empresa, onde o controlador acompanhará de perto os resultados das receitas e dos custos, sendo necessário ou não novos investimentos, empréstimos, ou até aumento do capital social. As auditorias tratam de analisar as contas nos demonstrativos financeiros em termos da conformidade e precisão com as práticas contábeis geralmente aceita, tendo como objetivo proteger os acionistas em caso de empresas de contabilidade externa. Já na empresa de contabilidade interna, a auditoria é realizada por membros da própria organização, com a finalidade de verificar os demonstrativos financeiros, mas, de acordo com Robbins (2000, p. 148), “inclui uma avaliação das operações, procedimentos e políticas da organização, além de recomendações para sua melhoria”. Uma organização precisa exercer seus serviços de forma eficaz, daí a necessidade do controle operacional, que tem como objetivo focar seu grau de eficiência e eficácia em uma organização que transforma insumos em produtos. Existem alguns métodos que os gerentes podem optar para a realização do controle operacional: - programação: determina as atividades que deverão ser realizadas, quem deve fazer o que, em que ordem e quando deverão ser concluídas, tornando-se dispositivos de controle quando utilizados para determinar se o trabalho está sendo concluído em tempo hábil; - Gráfico de Gantt: representa visualmente quando as tarefas serão realizadas e qual o seu o seu progresso até o momento, permitindo aos gerentes detalhar um trabalho ou a situação de um projeto; - sistema ABC: é um sistema de controle de estoque que prioriza itens em função de sua importância. O controle da informação é subordinado ao sistema de informações gerenciais, que tem como objetivo proporcionar à administração não simplesmente dados, que são fatos crus, e não analisados, como números, nomes ou quantidade, e sim informações, dados analisados e processados podendo ser mais bem aproveitados pelos gerentes. A lucratividade é uma unidade significativa de medida no controle da área de marketing. O controle em marketing localiza e mede a demanda de um ou mais grupos de consumidores para algum tipo de produto ou serviços em determinado espaço de tempo, identificando quais produtos/clientes são lucrativos. O controle sobre o espaço de propaganda fornece informações para a tomada de decisão, em dois pontos básicos da média utilizada: um é a penetração da propaganda até o cliente e o outro é para onde deve ir o maior volume do orçamento da propaganda. E por fim, o controle na área pessoal, que auxilia na resolução de problemas, serve de dados de informação, de necessidade de mão-de-obra, treinamento e de assistência ao pessoal, principalmente para conhecer o ambiente motivacional e disciplinar da empresa, de acordo com Kwasnicka (2004). Tem como objetivo fornecer XVII ENANGRAD São Luís, Maranhão, 27 a 30 de agosto de 2006. 8 dados que indicam os índices de eficiência e rotatividade dos funcionários de uma organização. 6. UM BOM SISTEMA TEM SEUS SEGREDOS Existem certas qualidades que tornam um sistema de controle mais eficiente. Conforme Kwasnicka (2004) algumas dessas qualidades são: tempo, flexibilidade, economia, grau de compreensão e dar ênfase às execuções. Segundo a mesma autora, os controladores devem chamar a atenção do desvio a tempo de efetivar uma correção buscando ter flexibilidade para ajustar a mudança tanto das operações internas como o de ambiente externo, embora seja um sistema de controle desejável, ele dever ser econômico para mantê-lo em operação. Na medida do possível, a simplicidade é um fator-chave para se ter um bom grau de compreensão do sistema. “O administrador não tem tempo para dedicar-se a rotinas, de forma que ele deve ser comunicado das exceções somente quando elas são realmente diferentes das reais”.(KWASNICKA, 2004, p. 275). 6.1 Relação Controle/Tempo Para Kwasnicka (2004), o controle sobre uma atividade pode ocorrer em várias fases. Sendo que as fases mais fáceis de se reconhecer são: o pré-controle, que tem como objetivo diminuir o efeito erro na execução de uma tarefa; o controle corrente procura manter as atividades sempre no curso de ação e o pós-controle que se ocupa da avaliação dos resultados, segundo um padrão preestabelecido. A ação de controlar pode ocorrer a qualquer momento ou fase da tarefa, desde que já se tenha sido identificada uma necessidade. 6.2 Resistência ao Controle Mesmo entendendo a necessidade do controle, muitas pessoas não gostam de ser controladas. Isso ocorre porque os padrões são estabelecidos de forma incorreta — muito rígida, os padrões não são administrados de forma adequada, as ações corretivas geralmente são vistas como crítica pessoal e principalmente, há falta de conhecimento sobre o sistema de controle, refletindo assim a característica de pressão em que o controle e a associação merecem recompensa ou punição. De acordo com Kwasnicka (2004), os indivíduos tomam atitudes contra o controle como: resistência do grupo informal e do grupo formal, ataque agressivo, neutralidade ou apatia e ausência ao trabalho. Conforme a autora o controle torna-se efetivo quando se limitam algumas dessas atitudes de resistência e estabelece um estilo mais liberal de administração. 7. SUBINDO OS DEGRAUS PARA O ALCANCE DAS METAS XVII ENANGRAD São Luís, Maranhão, 27 a 30 de agosto de 2006. 9 Para uma maior eficácia no processo de utilização do controle, são apresentadas três ferramentas básicas que facilitam e otimizam as ações de acompanhamento. São elas: orçamentos, análise de redes PERT e diagramas de controle. 7.1 Orçamentos Serão abordadas as diferenças entre os modelos de orçamentos, apresentando- se a diferença entre os tipos incrementais e os de base zero, as vantagens do orçamento de baixo para cima, a popularidade crescente desses instrumentos com base em atividades e as etapas preparatórias. “O orçamento é o instrumento que permite acompanhar o desempenho da empresa e assegurar que os desvios do plano sejam analisados e adequadamente controlados”. (PEREZ JÚNIOR, 1995, p.81). Ainda segundo esse autor, o orçamento “incremental” tradicional utiliza como ponto de referência o orçamento do último período, em seguida, são feitos ajustes em itens individuais. Os “incrementais”, por sua vez, apresentam várias desvantagens: ocultam ineficiências e desperdício, incentivam aumentos constantes e retardam a mudança. O do tipo “de base zero” começa do nada e cada item deve ser justificado em termos da relação custo-benefício. Os orçamentos “de cima para baixo” são iniciados e controlados pela alta administração e depois implementados pelos gerentes de nível mais baixo. Este método apresenta duas desvantagens. Primeiro, supõe que a alta administração possui dados abrangentes sobre todas as atividades organizacionais. Segundo, os gerentes de nível mais baixo não contribuem para sua elaboração. Por outro lado, os “de baixo para cima” são preparados por aqueles que devem implementá-los, são depois enviados para aprovação da alta administração, e refinados por meio de negociações. Esses orçamentos apresentam duas vantagens. Primeiro, são preparados por gerentes que conhecem suas necessidades e não tendem a omitir itens importantes. Segundo, os gerentes de nível mais baixo são mais propensos a apoiar os orçamentos de baixo para cima que eles ajudaram a preparar. Este método aloca custos de produção com base nas atividades executadas e serviços empregados. Portanto, o orçamento com base nas atividades concentra-se nos processos integrais às operações de uma organização em lugar de concentrar-se nos custos de cada item. Este método ajuda a administração a distinguir entre as ações que adicionam valor para os clientes e aquelas que não o fazem. 7.1.1 O Processo do Orçamento Os passosseguintes supõem uma abordagem de baixo para cima. Revisar as metas e estratégias globais da organização; determinar as metas de sua unidade e os meios para alcançá-las; reunir informações sobre custos; compartilhar com seu gerente suas metas e estimativas de custo; redigir a proposta de orçamento; estar preparado para negociar; monitorar o orçamento; manter os superiores informados sobre o progresso. Logo, “Cada área será responsável por alcançar determinadas metas que deverão estar harmonizadas com as metas da entidade como um todo”. (PEREZ JÚNIOR, 1995, p.81) 7.2 Análise de Redes PERT (Program Evaluation and Review Technique) XVII ENANGRAD São Luís, Maranhão, 27 a 30 de agosto de 2006. 10 O PERT foi desenvolvido originalmente nos anos cinqüenta para coordenar empreiteiros e agências envolvidas no sistema de armamentos do submarino Polaris. A rede PERT é um diagrama de fluxo que descreve a sucessão de atividades necessárias para a conclusão de um projeto e o tempo ou custos associados a cada atividade. Três conceitos estão associados à rede PERT: eventos, atividades e caminho crítico. Eventos são pontos de encerramento que representam a conclusão de atividades principais. Atividades representam o tempo ou recursos necessários para se avançar de um evento a outro. O caminho crítico é a seqüência mais longa ou demorada de eventos e atividades em uma rede PERT. O desenvolvimento de uma rede PERT requer os cinco passos seguintes: identificar toda atividade importante necessária à conclusão de um projeto; averiguar a ordem na qual esses eventos devem ser completados; esquematizar o fluxo de atividades do início ao fim, identificando cada atividade e sua relação com todas as outras atividades; calcular tempo estimado para completar cada atividade; determinar uma programação para as datas de início e término de cada atividade e para o projeto inteiro de acordo com Perez Júnior (1995). 7.3 Diagramas de controle Os diagramas de controle são gráficos que definem a localização de resultados durante um certo período de tempo, com limites superiores e inferiores estatisticamente determinados. Esses gráficos ajudam a garantir que um processo seja concluído dentro de uma faixa aceitável de qualidade. Segundo Perez Júnior (1995), os diagramas de controle se dividem em dois tipos: os de atributos e os de variáveis. Os diagramas de atributos medem uma característica de produto em termos de se é bom ou ruim. Os diagramas de variáveis utilizam uma escala contínua para medir características como comprimento ou volume. As causas acidentais de variação são fortuitas e incontroláveis a menos que o processo seja fundamentalmente alterado. Os diagramas de controle tentam identificar causas determináveis, devidas a variações não acidentais que podem ser controladas. Os seguintes conceitos estatísticos são úteis na criação de um diagrama de controle e no cálculo da variabilidade. O teorema do limite central afirma que uma distribuição amostral aproxima-se da normalidade à medida que aumenta o tamanho da amostra. O conceito de distribuição normal supõe que as variações de um padrão seguem uma curva em forma de sino. A maioria das medidas numéricas estará próxima do meio ou da média, mas haverá algum desvio. A diferença típica em relação à média é o desvio-padrão,como por exemplo: em uma distribuição normal, 68% de um conjunto de valores cairão entre o desvio padrão de +1 e -1 em relação à média, ao passo que 95% cairão entre o desvio padrão de +2 e -2 (PEREZ JÚNIOR,1995). Os gerentes podem seguir cinco passos para desenvolver um diagrama de controle: reunir dados históricos; calcular uma média de processo e limites superiores e inferiores de controle; desenhar o diagrama de controle; inserir no diagrama a média amostral corrente ou mais recente; interpretar o diagrama para avaliar em que estado se encontra o processo. Para Koontz (1987), as análises dos incontáveis aspectos das atividades da empresa e, respectivamente, a apresentação dos dados estatísticos, seja por natureza XVII ENANGRAD São Luís, Maranhão, 27 a 30 de agosto de 2006. 11 histórica ou para fins de previsões são importantes para o controle, pois como nenhum administrador nada pode fazer a respeito do passado, o mesmo possuindo um relatório estatístico bem elaborado pode avaliar para onde as coisas estão indo. Para que os dados contidos no relatório tenham melhor significado, sejam eles apresentados em gráfico ou tabela, devem permitir ao interpretador tecer comparações tomando como base padrões, como por exemplo “Qual é o significado de um aumento ou queda de 3 ou 10% nas vendas ou nos custos? O que se esperava? Qual era o padrão? Quão sério é o desvio? Quem é o responsável por ele?”. Um dos melhores instrumentos para proporcionar alguma perspectiva é o modelo em que consta a média móvel, pois esse modelo elimina variações atribuídas a períodos contábeis, fatores sazonais, ajustes contábeis e outras variações especiais a certas épocas. A análise do ponto de equilíbrio, de acordo com Koontz (1987) é útil tanto no planejamento como no controle porque enfatiza o conceito de margem, pois a maioria dos índices (percentual de lucros e vendas) tende a ignorar os custos fixos, enquanto os pontos de equilíbrio realçam os efeitos das vendas ou custos adicionais sobre os lucros, além de atentarem os administradores para os resultados em termos marginais. O ponto de equilíbrio é alcançado quando as receitas são iguais às despesas. A auditoria de operações consiste na avaliação regular e independente das atividades contábeis, financeiras assim como outras operações de uma empresa por uma equipe de auditores internos. Em seu aspecto mais útil, a auditoria de operações envolve a avaliação das operações comparando os resultados efetivos com os planejados, além de também listarem políticas, procedimentos, uso de autoridade, qualidade de administração, eficácia dos métodos e alguns problemas como critérios de avaliação. Porém os auditores não possuem autoridade sobre as atividades que estão sendo auditadas, cabendo a eles somente atuar no processo de coleta de informações e consultoria. 8. ANOMALIAS DO CONTROLE Caravantes (2005) enfatiza que as atividades de controle devem ser utilizadas quando existir custo-benefício, ou seja, caso a benfeitoria dessas ações seja maior do que os custos de efetivá-las. Primando assim, determinar até que ponto o controle se evidencia racional e justificável. Afinal, controlar exige custos iniciais, e estes podem ser altos em relação à receita gerada, pois esta é uma ação empresarial que visa também o longo prazo. Por este motivo é imprescindível considerar as conseqüências negativas ocasionadas por um sistema de controle discrepante e exacerbado, objetivando inicialmente minorar esses fatores. Posicionando-se quanto a isso: Administrar sem controle é abdicação de responsabilidade. Uma vez que os gerentes são responsáveis pelas ações das pessoas em sua unidade e pelo desempenho global da unidade, é imperativo que sejam estabelecidos controles adequados para garantir que as atividades sejam realizadas conforme foram planejadas. Mas os controles podem originar comportamentos improdutivos (ROBBINS, 2000, p.155). XVII ENANGRAD São Luís, Maranhão, 27 a 30 de agosto de 2006. 12 Portanto é suscetível apreender que os controles possuem imperfeições e não podem ser inflexíveis e irracionais, pois as pessoas (funcionários) podem perder de vista as metas organizacionais. Em lugar de a organização administrar os controles, às vezes são os controles que governam a organização. Permite-se, assim, a conclusão de que os controles possuem um lado negativo e outro positivo, pois, segundo os autores acima citados, problemas mais graves do que os já existentes numa organização podem ser acarretados quando há fracasso em projetar flexibilidade num sistema de controle. Por isso o controle deve tornar-se reflexivo,resultando num processo eficiente, tendo por fim uma redução de possíveis anormalidades nas metas do todo organizacional. 9. CONCLUSÃO Através do estudo do processo administrativo denominado controle, conclui-se que, numa visão atual do mundo, onde as estratégias estão cada vez mais aprimoradas e onde as ações devem ser restritas e seguir regulamentos próprios para obter maior eficiência, faz-se necessário o uso de mecanismos de regulação sempre bem elaborados para uma otimização das vertentes empresariais. Segundo Chiavenato (1994) o controle está presente, em maior ou menor grau, em quase todas as formas de ação empresarial. Os administradores passam boa parte de seu tempo observando, revendo e avaliando o desempenho de pessoas, de métodos e processos, de máquinas e equipamentos, de matérias-primas, de produtos e serviços, em todos os três níveis organizacionais da empresa. É por isso que é indispensável um estudo aprofundado do mecanismo de controlar. Em toda organização, faz-se necessário o estabelecimento de padrões de desempenho, a avaliação do desempenho atual, a comparação destes desempenhos (padrão e atual), e, caso necessário, o uso da ação corretiva. Sendo essas ações imprescindíveis para uma maior solidez nas atitudes e, em conseqüência, para um melhor desempenho futuro da organização. Não se pode esquecer que, para haver uma plena implementação do controle, o gestor deve ser capaz de dominar o rumo da organização, ser disciplinado, ter uma visão holística e ter autoridade suficiente para mudar o andamento de uma empresa. Esse profissional, então, executa a função do controle com maior eficácia, por ser bem mais preparado para as adversas situações às quais as organizações estão suscetíveis, principalmente em se tratando de um mercado tão competitivo como o vigente. Em suma, percebe-se a importância de um conhecimento mais aprofundado do ato de controlar as atividades organizacionais, uma vez que, ao se ter o conhecimento dos rumos da empresa, torna-se muito mais acessível o alcance das metas, a chegada ao ápice... e não permite ao administrador perder as rédeas da empresa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS XVII ENANGRAD São Luís, Maranhão, 27 a 30 de agosto de 2006. 13 CARAVANTES, Geraldo R.; PANNO, Cláudia C.; KLOECKNER, Mônica C. Administração: teorias e processo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. p.531- 549. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução á teoria geral da administração. 7. ed. São Paulo: Campus, 2003. p. 276. ______. Administração: teoria, processo e prática. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1994. p.431-494. GOMES, Joser Simeone (on line). Disponível em: <http://www.estacio.br/revistamade/03/artigo1.asp > [consulta: 12/12/2005] KOONTZ, Harold. Administração: organização, planejamento e controle. V.2. São Paulo: Pioneira, 1987. p. 438-443. KWASNICKA, Eunice Lacava. Introdução à administração. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004. p.262-279. MONTANA, Patrick J.; CHARNOV, Bruce H. Administração. Trad. de Robert Brian Taylor. São Paulo: Saraiva, 2000. p. 240-257. MUNIZ, Adir Jaime de Oliveira; FARIA, Hermínio Augusto. Teoria geral da administração: Noções básicas. 4ed. Revisada e ampliada. São Paulo, 2001. p.89-92. PEREL, Vicente L. Teoria e técnicas de administração. Petrópolis: Vozes, 1974. p.233-283. ROBBINS, Stephen P. Administração: mudanças e perspectivas. Tradução de Cid Knipel Moreira. São Paulo: Saraiva, 2000. p.141-165. VITTORATO NETO, José; REIS, Carlos Donato. 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