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Atividade 1 Direito Agrário

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Universidade Estadual de Minas Gerais – UEMG 
Campus: Ituiutaba – MG 
Faculdade de Direito 
Disciplina: DIREITO AGRÁRIO 
Prof. Dra. Jackelline Fraga Pessanha 
Data: 03/12/2020 
Aluno: Daniel Ábado Ladir Mário 
 
ATIVIDADE I 
Pedro Paulo é proprietário de imóvel rural situado no interior do Estado de Goiás, no 
qual explora, com sucesso econômico, a pecuária de corte extensiva. A propriedade possui 
reserva legal e áreas de preservação permanente. Possui trinta funcionários regulares, que, 
todavia, são submetidos a uma intensa e contínua exposição ao sol, o que tem provocado sérios 
problemas de saúde. Neste cenário, qual o princípio a ser utilizado para fundamentar a 
desapropriação da terra de Pedro Paulo? Caso ele precise de ajuda para financeira para a compra 
de maquinário de trabalho, qual o instrumento da política agrária que ele poderá utilizar? 
Explique. 
A desapropriação da terra de Pedro Paulo se fundamenta no não cumprimento do 
princípio da função social da propriedade, especialmente no que diz respeito à exploração que 
favoreça o bem-estar dos trabalhadores rurais. Tal regra está explícita no Art. 186, IV, da 
Constituição Federal, que também exige que o bem-estar do proprietário seja observado. 
Derivado do Art. 5.º, da Constituição Federal, em seu inciso XXIII, que determina que 
a propriedade atenderá a função social, tal princípio impõe que para que uma propriedade goze 
da proteção estatal, ela deve respeitar os interesses da coletividade e também o meio ambiente. 
Para ser considerada como cumpridora de sua função social, devem ser observados, 
simultaneamente, o aproveitamento racional adequado, a utilização adequada dos recursos 
naturais disponíveis e preservação do meio ambiente, a observância das disposições que 
regulam as relações de trabalho e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos 
trabalhadores. 
Significa dizer que a propriedade não constitui um direito incondicional e absoluto, visto 
que o uso exclusivo não pode se sobrepor aos interesses gerais e também à justa proteção que 
 
se deve dar ao meio ambiente. A propriedade estará assegurada, desde que cumpra sua função 
social e seja produtiva. Apenas no caso de desatender os requisitos acima mencionados, o 
Estado poderá desapropriar a terra, com a finalidade de devolver-lhe a função 
constitucionalmente prevista, para o bem da coletividade. 
No caso em tela, ao submeter seus funcionários a um regime insalubre, diante da 
exposição nociva aos raios solares, capaz de provocar-lhes problemas de saúde, Pedro Paulo 
desatende a proteção ao direito ao bem-estar e ao trabalho em boas condições, do que se 
depreende que deva ser assegurado ao menos a segurança e a saúde do trabalhador, o que 
claramente lhes é negado. 
A desapropriação, assim, é medida que se impõe, para que aquela propriedade volte a 
atender a função social almejada pela carta magna. O Estatuto da Terra, em seu Art. 1.º, § 1.º, 
estabelece que a desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária, tem por 
finalidade “atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade”. 
Na forma do Art. 184, da Constituição Federal, “Compete à União desapropriar por 
interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua 
função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de 
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de 
sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.” 
No que tange ao instrumento de política agrária utilizável caso Pedro Paulo necessite de 
ajuda financeira para a compra de maquinário de trabalho, aplica-se, conforme o Art. 187, I, os 
instrumentos creditícios. 
Por políticas agrícolas se entende o conjunto de providências de amparo à propriedade 
da terra, destinadas a orientar as atividades agropecuárias no interesse da economia rural, seja 
no sentido de garantir-lhes o pleno emprego, seja no de harmonizá-las com o processo de 
industrialização do país (Art. 1.º, § 2.º, Lei 4.504/64 – Estatuto da Terra). 
O crédito rural foi instituído no Brasil em 1870, através da colocação no mercado de 
títulos, letras hipotecárias, emitidos pelo Banco do Brasil, com o fim de incrementar a 
agricultura. Em 1964, o Estatuto da Terra determinou a utilização de instrumentos de assistência 
financeira e creditícia para o desenvolvimento rural, seguido de outros instrumentos que 
normatizavam a criação e concessão de crédito aos produtores rurais. 
Dentre os objetivos do crédito rural, previstos em lei, o apoio à substituição do sistema 
de pecuária extensivo pelo sistema de pecuária intensivo, se enquadra perfeitamente ao caso de 
Pedro Paulo, visto que o mesmo explora, como mencionado, a pecuária de corte extensiva. Pode 
se dizer que o financiamento do crédito rural no presente exemplo, se destina à modalidade de 
investimento em bens ou serviços, cujo desfrute se estenderá por vários períodos de produção. 
Este se aplica quando o crédito se destinar à aquisição de bens e serviços indispensáveis à 
atividade agrícola, como por exemplo a aquisição de máquinas e equipamentos de longa 
duração. 
 
 
Referência bibliográficas 
MARÉS, Carlos Frederico. A Função Social da Terra. Sergio Antônio Fabris Editor. Porto 
Alegre - RS: 2003. 
OLIVEIRA, Umberto Machado de. Princípios de Direito Agrário na Constituição Vigente. 2º 
Tiragem. Curitiba: Juruá, 2006. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Centro Gráfico, 1988. 
Texto de leitura e aprofundamento. Unidade II – Crédito Rural, disponibilizado em arquivos, 
equipe 9P – Direito Agrário, sistema Teams.

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