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Saúde da mulher - Métodos Contraceptivos

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Caroline Pires – Medicina UNIFTC |2021.2 
 
 
 
 
Introdução 
Classificação dos métodos anticoncepcionais: 
1. Reversíveis: Comportamentais, de barreira, 
dispositivos intrauterinos, hormonais, de 
emergência 
2. Definitivos: Esterilização cirúrgica feminina e 
masculina 
Escolha do método (indivualizar cada paciente): 
§ Eficácia e conveniência (uso ideal – mesmo 
horário de medicação, da mesma forma x uso real 
– quando a paciente se esquece do horário, 
mesmo não comprometendo o tempo de ação) 
§ Tempo de ação 
§ Acessibilidade 
§ Reversibilidade e tempo para retorno da 
fertilidade (implante e contraceptivo injetável 
podem causar um atraso no retorno a fertilidade 
da paciente) 
§ Benefícios não contraceptivos (paciente com 
acne, oleosidade na pele – anticoncepcionais 
anti-androgênicos que também ajudariam em 
relação à pele da mulher) 
§ Efeito no sangramento uterino (pacientes com 
mioma sempre são indicados anticoncepção sem 
pausa) 
§ Tipo e frequência de efeitos colaterais e eventos 
adversos 
§ Contraindicações (passado de trombose e AVC, 
hipertensão não controlada, doença hepática 
aguda) 
§ Proteção contra doenças sexualmente 
transmissíveis 
 
 
Para avaliação o numero de falhas que o método 
tem. Serve para avaliar a eficácia do método! 
 
Segurança 
Critérios de elegibilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Métodos comportamentais 
1. Método da tabelinha 
Consiste no casal se abster do coito vaginal entre 
o primeiro e o último dia fértil. 
• Ciclo mais curto (diminui por 18) 
• Ciclo mais longo (diminui por 11) 
E assim avaliar a duração do período fértil. 
 
Para estabelecer o período de fertilidade, a 
mulher deve registrar o número de dias de cada 
ciclo menstrual durante pelo menos seis meses, 
tendo conhecimento de que: a ovulação ocorre 
12 a 16 dias antes da menstruação; o ciclo 
menstrual normalmente tem duração de 25 a 35 
dias, sendo padrão o ciclo de 28 dias; 
 
2. Método do muco cervical 
 
Consiste no casal se abster do coito vaginal 
durante o período em que o muco cervical 
observado permaneça abundante, aquoso, 
semelhante à clara de ovo. Sendo que podem 
ocorrer interferências como infecções vaginais, 
da Mulher Saúde Saúde da Mulher 
Métodos Contraceptivos 
ou até mesmo o tempo. Sendo um método 
pouco efetivo. 
 
3. Curva térmica ou temperatura basal 
Esse método se baseia no fato de haver alteração na 
temperatura basal durante a fase lútea do ciclo 
reprodutivo. Na primeira fase do ciclo, a temperatura 
permanece estável, ocorrendo aumento de pelo 
menos 0,4 °F (0,2 °C) acima da temperatura de base 
registrada no início da manhã, quando ocorre a 
ovulação. Método pouco eficaz, principalmente em 
lugares que faz muito calor. 
 
4. Método sintotérmico 
O método combina os cálculos do calendário, da 
ascensão da temperatura basal na fase lútea e do 
monitoramento do muco cervical. 
O monitoramento do muco cervical é base para 
esse método, e as outras técnicas fornecem 
“verificação dupla”. As mulheres podem usar outros 
sinais (consistência e posição do colo do útero) ou 
sintomas (sensibilidade mamária, dor ovulatória, 
sangramento de ovulação) para auxiliar na a 
identificação do período fértil. 
 
5. Coito interrompido 
Coito interrompido é quando, numa relação sexual, 
o homem retira o pênis e ejacula fora da vagina. É 
um dos métodos contraceptivos mais antigos que 
existe. Possui baixa efetividade, pois as secreções 
do pênis na fase de excitação podem conter 
espermatozoides viáveis. Casais que mantém 
relações sexuais diariamente podem correr o risco, 
pois alguns espermatozóides ficam vivos por até 48h 
pelo canal seminal. 
 
Métodos de barreira 
 
1. Preservativo masculino 
Os preservativos masculinos, popularmente 
conhecidos como “camisinha”, existem no mercado 
mundial em diferentes dimensões (47 a 69 mm de 
largura/178 a 223 mm comprimento), texturas e 
modelos. Podem se apresentar sem lubrificantes ou 
lubrificados com compostos hidrossolúveis (glicerina, 
propilenoglicol, parabenos e outros) ou não 
hidrossolúveis (silicone). 
A taxa de falha dos preservativos masculinos varia de 
2% a 15%. 
2. Preservativo feminino 
Consiste em um dispositivo que é inserido na 
vagina antes do coito com a finalidade de impedir 
que o pênis e o sêmen entrem em contato direto 
com a mucosa genital feminina. 
Métodos hormonais 
Combinado 
1. Anel vaginal contraceptivo 
O anel vaginal é leve, flexível e composto por 
silicone inerte. Seu tamanho varia de 54 a 58 mm de 
diâmetro e libera esteroides quando em contato 
com a vagina. No Brasil, há uma única formulação 
que libera etonogestrel (120 µg por dia) e 
etinilestradiol (EE) (15 µg por dia). O uso preconizado 
é que após a inserção seja mantido por três 
semanas e, então, removido por uma semana, e um 
novo anel deve ser recolocado. Há estudos, 
entretanto, mostrando benefícios do uso contínuo, 
sem pausa, do anel. 
Vantagens: Não há risco de esquecimento; menor 
impacto metabólico (não tem primeira passagem 
hepática. 
Desvantagens: Sensação de corpo estranho; 
problemas coitais; expulsão do anel. 
 
 
 
2. Via transdérmica (adesivo) 
Composto por etinilestradiol (20 µg por dia) e 
norelgestromina (150 µg por dia), o patch é 
aplicado uma vez por semana, seguido de uma 
semana livre de hormônios. Uma única formulação 
de AHC transdérmico está acessível em todo o 
mundo. 
USO: Iniciar até o 5° dia do ciclo, 1 adesivo por 
semana durante três semanas, fazer pausa na 
quarta semana. 
A eficácia, contraindicações e os benefícios não 
contraceptivos são iguais aos contraceptivos orais. 
Desvantagens: A dose de estrogênio liberada é 
maior do que na pílula combinada; há relatos de 
aumento do risco de trombose; não deve ser usado 
por mulheres pesando mais de 90 kg (redução 
significativa da eficácia). 
Combinado e somente de progestagênico 
1. Anticoncepcionais hormonais combinados 
injetáveis 
Utilizados mensalmente, dois AHCs injetáveis foram 
extensamente estudados pelo Programa Especial 
de Pesquisa, Desenvolvimento e Treinamento em 
Reprodução Humana (HRP) da Organização 
Mundial de Saúde (OMS). Um deles é composto de 
5 mg de valerato de estradiol e 50 mg de enantato 
de noretisterona, e o outro, de 5 mg de cipionato 
de estradiol e 25 mg de acetato de 
medroxiprogesterona (Depoprovera e Contracep) 
USO: 1 ampola intramuscular até o 5° dia da 
menstruação a cada 90 dias 
 
Além disso, pode causar osteopenia, sendo 
reversível com a suspensão. 
É prescrito mesmo com tantos efeitos colaterais, 
pois é um método de fácil acesso (encontrado no 
SUS), pode ser utilizado no puerpério – já que é a 
base de progesterona. Além disso, é utilizado de 3 
em 3 meses, evitando o esquecimento pela 
paciente. 
Injetáveis mensais: 
Estrogênio natural, pode ser encontrado como: 
• Diidroxiprogesterona 150mg + enatato de 
estradiol 10mg (Perlutan ®) 
• Enatato de norestisterona 50mg + valerato de 
estradiol 5mg (Mesigyna ®) 
• AMP 25mg + cipionato de estradiol 5mg 
(Ciclofemina ®) 
USO: 1 ampola intramuscular até o 5° dia da 
menstruação a cada mês (intervalos de 27-35 dias). 
2. Via oral 
Utilizado no 1° dia da menstruação, com ingestão 
diária (preferencialmente no mesmo horário). 
Inicialmente utilizado em regime terapêutico de 
21/7 dias, ou seja, 21 dias de uso de hormônios, 
com pausa de sete dias livres de hormônios, mas 
existem as formas com 24 (pausa de 4 dias) e 28 
comprimidos (sem pausa). Atualmente apresenta 
o uso contínuo e o estendido, que podem 
apresentar vantagens. Como o nome sugere, no 
uso contínuo não há interrupção das pílulas com 
hormônio e no uso estendido, as pausas 
acontecem três a quatro vezes por ano, 
dependendo do produto. O objetivo dessa 
mudança é diminuir o número de períodos de 
sangramento uterino, bem como os sintomas que 
o acompanham como dismenorreia ou cefaleias. 
 
Se esquecer uma pílula orientar a paciente: 
• Tomar a pílula esquecida imediatamente ao 
lembrar e a seguinte no horário regular.Se esquecer duas ou mais: 
• Orientar uso de barreira complementar por 7 dias 
• Tomar uma pílula imediatamente e contar 
quantas restam na cartela. 
• Se restam 7 ou mais: tomar o restante como de 
costume 
• Se restam menos que 7: tomar o restante como 
de costume e iniciar a próxima cartela sem 
pausa. 
 
3. Contracepção de emergência (pílula do dia 
seguinte) 
 
Mecanismo de ação: Impedir a ovulação, 
fertilização, transporte do embrião para o útero 
e implantação no endométrio, justamente por 
aumentar muito a dose hormonal. 
Indicação: Indicada a todas as pacientes que 
romperam preservativo, uso incorreto de pílulas, 
estupro ou qualquer violência sexual 
USO: Até 72 horas da relação desprotegida 
Ao chegar ao consultório sempre solicitar 
sorologias para paciente, não pensar apenas em 
gestação. Pois, sexo desprotegido corre risco 
para doenças sexualmente transmissíveis. 
 
 
 
 
 
 
Somente progestagênico 
1. Implantes 
Os implantes são dispositivos plásticos colocados na 
subderme, com liberação contínua de 
progestagênios. No Brasil, o único implante 
aprovado é o Implanon®, um bastonete único, com 
cerca de 4 cm de comprimento por 2 mm de 
espessura. Após a inserção subdérmica na face 
interna do braço não dominante, em torno de 8 
horas, os níveis sanguíneos de ENG (3-
ketodesogestrel – metabólito ativo do desogestrel) 
já alcançam concentrações suficientes para inibir a 
ovulação. Conjuntamente à inibição da ovulação, 
o ENG também provoca alterações no muco 
cervical, que dificultam a passagem dos 
espermatozoides, e alterações do endométrio, 
tornando-o menos adequado para a nidação. 
Desvantagens: Alteração no padrão menstrual, 
necessidade de profissional habilitado e alto custo. 
USO: realizar o implante até o 5° dia do ciclo em 
região subcutânea, realizar a troca a cada 3 anos. 
 
 
2. Dispositivos intrauterinos 
Os DIUs também constituem métodos 
contraceptivos de longa ação. Constituem o 
método mais comum de contracepção reversível 
utilizado no mundo. Dois dispositivos comumente 
usados no Brasil incluem DIU de cobre ou prata e DIU 
medicado com progesterona ou levonorgestrel 
(Kyleena e Mirena). Ambos se apresentam com 
poucas contraindicações, são bem tolerados, 
custo-efetivos, possuem baixa taxa de 
descontinuidade e fácil uso e podem ser utilizados 
após o parto. 
Mecanismo de ação: Reação inflamatória no 
endométrio, alterações histológicas e bioquímicas 
importantes que interferem na fisiologia normal da 
espermomigração, fertilização do óvulo e 
implantação do blastocisto. 
Tem contraindicação (categoria 4) nesses casos: 
 
É um método que pode ser utilizado pela mulher logo 
após o parto. 
 
3. Progesterona isolada 
 
Promove espessamento do muco cervical e 
hipotrofia/atrofia do endométrio. 
Vantagens: Dose de progestogênio de metade a 
1/10 dos ACOS combinados 
Indicação: Lactação, HAS, passado de 
tromboflebite 
 
USO: de forma contínua 
 
 
Métodos cirúrgicos 
1. Esterilização feminina (laqueadura de trompas) 
Contracepção permanente para bloquear ou 
cortar as trompas. Com isso, os óvulos não 
conseguem encontrar o esperma devido ao 
bloqueio. 
Do ponto de vista legal: 
- Somente é permitida a esterilização voluntaria 
em homens ou mulheres maiores de 25 anos ou, 
pelo menos, 2 filhos vivos; 
- Prazo de 60 dias entre a expressão do desejo da 
esterilização e sua realização; 
- A esterilização no parto só é permitida se houver 
risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro 
concepto, desde que seja descrito e 
testemunhado em relatório por dois médicos. 
 
2. Esterilização masculina (vasectomia) 
São métodos que tem a possibilidade de 
reversibilidade! 
 
 
Avaliação da paciente 
• Exame físico + anamnese bem detalhadas 
• Aferir pressão arterial + historia médica adequada 
para excluir contraindicações 
• Exames de mama e pélvicos, rastreio de câncer 
do colo do útero e rastreio de doenças sexualmente 
transmissíveis 
• Excluir possibilidade de gravidez 
• Rastreio de trombofilia antes de prescrever 
combinados (Totalmente desnecessário!!). 
Necessário apenas se tiver histórico familiar, ou 
historia da paciente. 
• 
• 
Mecanismo de ação – anticoncepcionais hormonais 
1. Contraceptivos combinados 
§ Bloqueio gonadotrófico – anovulação 
§ Bloqueio do eixo hipotálamo hipofisário 
§ Componente progestagênico inibe LH 
§ Componente estrogênico inibe FSH + os efeitos 
da progesterona isolada 
§ Pode ser feita pausa, dependendo da vontade 
da paciente. 
 
2. Contraceptivos orais progestagênicos 
§ Atrofia do endométrio 
§ Torna o muco cervical mais espesso 
§ Alteração da motilidade tubária 
Estrogênio 
• Inibição da secreção de FSH – inibe formação de 
folículo dominante. 
- Potencializa a ação progestagênio 
- Mantém o padrão de sangramento cíclico 
Progestagênio 
• Inibição da secreção LH – inibe ovulação 
• Alteração da composição do muco – Muco hostil 
para ascensão de SPTZ 
• Atrofia das glândulas endometriais – impede a 
implantação 
• Alterações da peristalse e secreção das trompas – 
impede o transporte do oócito/embrião 
 
SANGRAMENTO DE ESCAPE (Spotting) 
Quando a paciente apresenta uma atrofia de 
endométrio promovida pelo método 
contraceptivo, por algum momento esse 
“quadro” de vasos sangra, e por isso acontece o 
sangramento de escape. Não tem haver com a 
eficácia do método. 
 
Classificação dos métodos contraceptivos orais 
Estrógeno – Dois tipos relacionados aos 
contraceptivos combinados 
• Etinilestradiol 
• Estradiol ou valeato de estradiol (similar ao 
produzido pelo corpo) 
 
Progestágenos 
• Derivados da 17-hidroxiprogesterona 
• Derivados da nortestosterona 
• Derivados da espironolactona 
 
 
Efeitos no metabolismo 
Etinilestradiol 
 
Progestágenos 
 
 
 
 
Efeitos colaterais dos ACOS 
 
Benefícios não-contraceptivos (comprovados): 
• Diminui as chances de cólicas menstruais 
• Diminui o volume menstrual 
• Diminui a acne e o hirsutismo 
• Diminui a TPM 
• Diminui a dor e proliferação 
(endometriose) 
• Diminui o câncer de ovário (20%), 
endométrio (50%), cólon (20%) 
Contraindicações absolutas (categoria 4 da OMS
 
Nesses casos, é ideal a utilização como método 
contraceptivo de: DIU de progesterona, DIU de 
cobre, implantes. 
Contraindicação progestágenos: 
Câncer de mama e gravidez 
Condições clínicas e métodos contraceptivos 
 
Nesses casos, é indicado o DIU de cobre ou 
apenas o progestágeno por si só. 
A idade não restringe o uso de contracepção, a 
não ser ligadura de trompas, que só pode ser 
realizada a partir dos 25 anos. 
Na paciente diabética sem nenhuma lesão de 
órgão alvo, pode ser utilizado qualquer método. 
Caso haja lesão de órgão alvo, não devem ser 
utilizados os contraceptivos orais combinados. 
Retorno da fertilidade 
• Taxa de gravidez nos 12 meses após a 
descontinuação de contraceptivos. 
 
Contraceptivos orais: 70-95% 
AMP (acetato medroxiprogesterona): 50% 
DIU: retorno imediato 
 
 
 
 
Como proceder a escolha do método? 
 
 
 
 
Considerações: 
- Acesso da paciente ao método 
- Custo do método

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