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Análise Financeira como Ferramenta para Tomada de Decisão Dezembro/2018 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018 Análise Financeira como Ferramenta para Tomada de Decisão Neidineu Casas de Oliveira Júnior – juniorhouse1608@hotmail.com Contabilidade e Direito Tributário Instituto de Pós-Graduação - IPOG Manaus, AM, 25 de maio de 2018 Resumo A análise financeira é uma ferramenta utilizada para conhecer a viabilidade, estabilidade e lucratividade de um negócio. Engloba um conjunto de instrumento e métodos que permitem realizar diagnósticos sobre a situação financeira de uma empresa. Desta forma, pode ser definida como um conjunto de técnicas e procedimentos que ajudam a análise das demonstrações contábeis, que, quando combinados, fornecem informações valiosas para o processo de tomada de decisão. Sendo assim, é possível afirmar que o uso de demonstrativos na análise financeira estabelece informações sólidas e de relevante importância para a sobrevivência de tais empresas em meio a um mercado cada vez mais competitivo, onde a eficiência e a eficácia das decisões tomadas são fatores que determinam o sucesso ou o fracasso das organizações. Dessa forma o estudo tem como objetivo analisar a análise financeira como ferramenta e sua importância na tomada de decisão. Quanto à metodologia utilizada foi descritiva, explicativa e Bibliográfica. Conclui-se que o estudo demonstrou que a Análise Financeira busca a excelência em sua administração e mostrou resultado satisfatório tomando como base a literatura pertinente. Palavras-chave: Planejamento Financeiro. Análise Financeira e Econômica. Demonstrações Contábeis. 1. Introdução A administração financeira baseia-se principalmente em dados contábeis para atingir seu principal objetivo, dessa forma as duas áreas possuem uma relação intrínseca, pois é com base nesses dados que é feita a análise e, consequentemente, se tem a situação da empresa. A análise das demonstrações financeiras constitui um dos estudos mais importantes da administração financeira, pois tais demonstrações fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A análise transforma, por meios de ferramentas, dados em informações e considerando a qualidade e confiabilidade dessas informações é que se pode medir a eficiência dessa relação entre a administração financeira e a contabilidade. O recurso à análise financeira é extremamente importante para as diversas partes interessadas numa boa gestão empresarial, sendo que essas partes interessadas são gestores, credores, trabalhadores e as respectivas organizações, Estado, investidores e clientes. http://portal.blbbrasilescoladenegocios.com.br/importancia-das-demonstracoes-contabeis/ 2 2 Para entender como a análise financeira é importante, seja ela realizada para levantar dados ou viabilizar projetos, existe três ferramentas empresariais básicas, que fornecem inúmeras informações sobre a empresa, desde que sejam registradas e interpretadas adequadamente. Dessa forma, procura-se saber a seguinte questão: A Análise Financeira contribuiu efetivamente como ferramenta na tomada de decisão? Este trabalho terá como objetivo geral verificar e avaliar até que ponto a análise financeira contribui efetivamente como ferramenta na tomada de decisão, designando de que forma as práticas das análises dão ênfase há um planejamento eficiente e satisfatório para a empresa. Portanto, do objetivo geral depreende-se os seguintes objetivos específicos: desenvolver o referencial teórico relativo à questão em tese, ou seja, de que forma a análise financeira tem sido essencial para demonstrar a viabilização na realização de um projeto; levantar dados ou ferramentas que contribuam para a quantificação das informações constituintes do fenômeno; apresentar a importância das ferramentas utilizadas pela análise financeira, caracterizando as suas respectivas funções quanto à sua utilização; analisar até que ponto a análise financeira contribui para que se possa gerir de forma eficiente as informações e dados, na elaboração de projetos empresariais. 2. Análise Financeira A análise financeira é de grande utilidade, quando se busca o enfoque gerencial, pois serve como base de informações para tomada de decisão do administrador. Quanto mais numerosas as informações filtradas das demonstrações, maior a possibilidade de se elaborar um planejamento financeiro, conferindo à empresa uma maior competitividade em relação aos seus concorrentes, contribuindo para um melhor desenvolvimento e crescimento econômico da empresa. Quando se faz a análise financeira de um empreendimento estima o impacto que a sua implementação exercerá sobre a situação atual da empresa, firma ou mercado. A mensuração deste impacto é feita através da ótica incremental. Segundo esta ótica, o impacto do projeto é expresso pela diferença entre a situação com o projeto e a situação sem o projeto. Segundo Assaf (2007, p. 55) “a análise financeira visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, à posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”. De acordo com Schier (2007, p.57) a “análise das demonstrações financeiras extrai o máximo possível de informações, através da interpretação dos dados disponibilizados pelas demonstrações contábeis e financeiras, tratadas em conformidade com as premissas contábeis”. Portanto, gera-se um fluxo incremental que expressa o impacto do projeto. Desta forma, cria- se um fluxo de caixa incremental, a partir do qual se calculam os indicadores de rentabilidade desejados (taxa interna de retorno, relação benefício/custo, valor presente líquido, entre outros). Isto, naturalmente, requer a quantificação de várias variáveis para as situações sem e com o projeto. A administração das operações financeiras de uma empresa envolve muitas atividades diferentes, como planejamento, operações e análises financeiras, operações de tesouraria (captação de fundos e gestão de caixa), planejamento fiscal e diversas outras que, como pode ser observado, envolvem tomada de decisões constantes. Por isso, é importante que se conheça as mais diversas formas de análise, a fim de que o administrador possa definir e adaptar a forma mais adequada à realidade de sua empresa. A análise das demonstrações financeiras exige conhecimento do que representa cada conta que nelas figura. Há uma infinidade de contas decorrentes de inumeráveis operações 3 3 realizadas por empresas das mais diferentes atividades. Mesmo o exame das operações de uma simples empresa comercial revela enorme profusão de contas, e sem uma noção do que estas representam, a interpretação das demonstrações financeiras fica prejudicada. A análise de balanços visa extrair informações para a tomada de decisão. A administração das operações financeiras de uma empresa envolve muitas atividades diferentes, como planejamento, operações e análises financeiras, operações de tesouraria (captação de fundos e gestão de caixa), planejamento fiscal e diversas outras que, como pode ser observado, envolvem tomada de decisões constantes. Por isso, é importante que se conheça as mais diversas formas de análise, a fim de que o administrador possa definir e adaptar a forma mais adequada à realidade de sua empresa. Partindo-se da hipótese de que parte do elenco de informações que as empresas utilizam para tomar decisões está nas demonstrações contábeis, especialmente no suplemento de análise destas demonstrações, há que se afirmar que a importância em se proceder a análise financeira é de um grau de relevância extremamente alto. Portanto, ainda sobre a questão de importância da análise e talvez com um desejo de eliminar as ideias de dificuldades e complexidades anteriormente discutidas fica um alerta: É mais interessante e válido utilizar-se de uma quantidade limitadae direcionada de índices e quocientes apurados período a período e compará-los com os padrões do mercado atual e concorrente para expressar quais são os reais problemas merecedores de especial atenção, do que apurar dezenas de indicadores sem qualquer inter-relação e sem bases comparativas com significados absolutos e teóricos. Enfim, é possível sintetizar ainda uma série de razões para realçar quão importante é esta análise para as empresas: x Se bem manuseada, pode se constituir num excelente e poderoso "painel de controle" da administração; x Se não for feita a partir de uma contabilidade manipuladora, pode trazer resultados bastante precisos; x É uma poderosa ferramenta à disposição das pessoas que se relacionam ou pretendem relacionar-se com a empresa, ou seja, os usuários da informação contábil ou financeira, sejam eles internos ou externos; x Permite diagnosticar o empreendimento, revelando os pontos críticos e permitindo apresentar um esboço das prioridades para a solução dos problemas; x Permite uma visão estratégica dos planos da empresa, bem como estima o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades. Ao contrário do que se pode imaginar, a análise financeira ou análise de indicadores não serve apenas para ajudar na própria gestão da empresa. Ela também pode ser fundamental na obtenção de financiamentos, pois os bancos, em geral, analisam a capacidade da empresa arcar com os encargos da dívida por meio desses mesmos indicadores. Essa capacidade é medida pelos indicadores de liquidez e de estrutura de capital da empresa. Além disso, a análise financeira pode ajudar a convencer os sócios existentes, ou potenciais, a investir mais dinheiro na empresa. Afinal, um acionista que obtém ganhos elevados com relação ao dinheiro que investiu, o que é medido por meio dos indicadores de rentabilidade, provavelmente irá se interessar em colocar mais dinheiro na empresa. No caso da gestão da empresa, os indicadores de atividade permitem que o empresário consiga estimar quanto tempo leva, em média, para que seus estoques acabem, ou quanto tempo, em média, ele leva para receber no caso de vendas a prazo, ou até mesmo quanto tempo em média ela está demorando até pagar os seus fornecedores. 4 4 2.1 Demonstrações Contábeis/Financeira Uma organização que não possua um sistema contábil que possa lhe fornecer as informações necessárias, possivelmente não terá, de maneira transparente, comprovação de que está seguindo na direção desejada. Os fatos e atos realizados diariamente na entidade darão origem aos demonstrativos contábeis, os quais, segundo Marion (2002, p. 51), são "a exposição resumida e ordenada de dados recolhidos pela contabilidade". Franco (1992, p. 33) complementa com o conceito de que são "todas as informações retiradas dos registros contábeis e apresentadas de forma expositiva, sintética ou analítica, para fins de informação sobre o estado patrimonial e sobre as variações, aumentativas ou diminutivas, por ele sofridas". 2.1.1 Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial é uma ferramenta para avaliar a situação contábil e financeira da empresa, uma vez que considera não só o Caixa, mas também as propriedades, dívidas e pagamentos a serem recebidos. É uma demonstração obrigatória por lei e considerada uma das principais declarações financeiras de uma empresa, pois faz parte de um conjunto de relatórios que compõem as demonstrações contábeis da mesma, em um determinado período (normalmente 1 ano). Ou seja, proporciona uma visão ampla e completa para análises de resultados da companhia. É comporto por: Ativo: são os recursos da empresa capazes de gerar fluxo de caixa e são representados por bens e direitos. Nesta categoria incluem-se as contas a receber, estoques, despesas pré-pagas, terrenos, equipamentos, veículos até mesmo elementos intangíveis como patentes, ações e direitos autorais. Passivo: são os recursos referentes às obrigações da empresa, incluindo contas a pagar, taxas, juros sobre capital emprestado, hipotecas e despesas contratuais. Patrimônio Líquido: é composta pela diferença dos Ativos (positivos, relativos aos lucros e investimentos) e dos Passivos (negativos, relativos a pagamentos e dívidas). Ou seja, é o capital que a empresa efetivamente tem disponível em caixa. Sua maior função é evidenciar e refletir a posição econômica da organização e dentre as suas finalidades, contribui para o processo de tomada de decisão, tanto para investimentos quanto para se obter empréstimos. Por meio da análise mencionada acima e conforme Matarazzo (2003, p. 18), através da análise de balanço pode-se obter as seguintes informações: a) Situação financeira da empresa; b) Situação econômica; c) Desempenho; d) Eficiência na utilização de recursos; e) Pontos fortes e fracos; f) Tendências e perspectivas; g) Quadro evolutivo; h) Adequação das fontes às aplicações de recursos; i) Causas das situações nas demonstrações financeiras; j) Causas das alterações na rentabilidade; k) Evidência de erros da administração; l) Providências que deveriam ser tomadas e não foram; m) Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras. 5 5 2.1.2 Demonstração do Resultado do Exercício A DRE é uma demonstração contábil dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício, através do confronto das receitas, custos e resultados, apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência. Ela oferece uma síntese financeira dos resultados operacionais e não operacionais em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins legais de divulgação, em geral são feitas mensalmente para fins administrativos e, trimestralmente para fins fiscais. Esta ferramenta compara os resultados previstos em orçamento para o ano fiscal versus o que foi realizado no mês corrente. Sua importância é demonstrar a evolução positiva ou negativa dos indicadores de performance da empresa apresentando tendências que exigem ações de manutenção no caso de resultado positivo ou, de correção no caso negativo. Desta forma, é mais utilizada para verificar o desempenho e impacto das operações da empresa e auxilia na projeção de tendências ou correção de ações operacionais (vendas / estoques / investimentos). 2.1.3 Fluxo de Caixa A partir de um fluxo de caixa projetado a empresa possui uma ferramenta importante aos administradores para a tomada de decisões. Após o levantamento dos dados extraídos de cada departamento da empresa, os mesmos são tabelados para formar o fluxo projetado. Com base em períodos anteriores é possível projetar as receitas e as despesas que irão acontecer no período projetado. Porém, uma gestão financeira eficiente pressupõe o acompanhamento constante, por meio de seus instrumentos de controle. Neto e Silva (1997, p.35) destacam que “em verdade, a atividade financeira de uma empresa requer acompanhamento permanente de seus resultados, de maneira a avaliar seu desempenho, bem como proceder aos ajustes e correções necessárias”. Assim, a melhoria do desempenho financeiro termina com a análise contínua dos resultados financeiros obtidos pela empresa. Fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas (desembolso) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração do fluxo de caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando-se medidas saneadoras a serem tomadas (NETO E SILVA, 1997, p. 35). Partindo-se desse princípio, pode-se dizer que a demonstração de fluxo de caixa é de fácil compreensão e dá condições para que o processo decisorial seja extremamente eficaz com relação aos recursos da empresa, de modo se tornarem competitivos e também para proporcionarem um ambiente adequado para a obtenção desses recursos através de financiamentos por exemplo, tanto para o presente quanto para ofuturo da organização. Acredita-se que, além de melhorar o processo de gestão das pequenas empresas, o controle de fluxo de caixa pode vir a contribuir tanto no melhor entendimento do ambiente empresarial, por parte do pequeno empreendedor, quanto na compreensão dos aspectos contábeis essenciais e sua importância no contexto das pequenas empresas. 2.2 Análise Financeira no processo de tomada de decisão 6 6 A gestão financeira tem que ser englobada num planeamento estratégico global, que direcione a organização num caminho que assegure, a médio e longo prazo, vantagens competitivas, configurando os seus recursos num ambiente de mudança contínua, de modo a satisfazer as necessidades do mercado e a corresponder às expectativas dos interessados (proprietários, investidores e parceiros, por exemplo). No entanto, esta informação não assume todo o seu potencial quando analisada de forma isolada e fragmentada. É necessário contextualizá-la e interpretá-la num quadro global, de acordo com a própria dinâmica organizacional interna. Assim, tornasse necessário recorrer, adicionalmente, a variável de carácter qualitativo relativa à gestão da empresa em questão, de forma a consolidar a informação obtida com base na análise financeira. As demonstrações financeiras também são chamadas de relatórios contábeis e são a fonte de informações para análise, servindo de base, inclusive para avaliação quanto à possibilidade de investimento. Segundo Ribeiro (1999, p. 40) “Demonstrações Financeiras são relatórios ou quadros técnicos que contém dados extraídos dos livros, registros e documentos que compõem o sistema contábil de uma entidade.” Os registros contábeis realizados periodicamente pelas empresas são a fonte dos dados para o processo de elaboração das Demonstrações Financeiras. As demonstrações financeiras de uma empresa apresentam informações que revelam suas operações por um período de tempo, e quando analisadas permitem detectar quais são os aspectos fortes e fracos apresentados em suas atividades operacionais e não operacionais, auxiliando assim, a tomada de decisão. Para Iudícibus (1998, p.20) a análise das demonstrações financeiras “é a arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamento, se for o caso”. Analisar as demonstrações financeiras, em empresas de qualquer ramo, ajuda a definir os pontos positivos e negativos de todo o desemprenho operacional e capital. E em posse dessa análise é possível detectar problemas de gestão, tomar decisões estratégicas e expandir as atividades econômicas. Em posse desse conhecimento, os gestores da empresa podem melhorar o desempenho operacional, os credores podem avaliar a probabilidade de receber a remuneração do capital emprestado, os acionistas podem projetar lucros, dividendos e o preço das ações no mercado. Com isso, é possível corrigir as fraquezas e se aproveitar dos pontos fortes, maximizando o valor da empresa. Como já foi amplamente referido neste trabalho, a análise financeira é uma ferramenta extremamente útil nos processos de tomada de decisão. Nesta perspectiva, a análise financeira incide sobre três perspectivas de estudo distintas – equilíbrio financeiro, rentabilidade da empresa e risco empresarial. 2.3 Indicadores de Rentabilidade A rentabilidade diz respeito à margem de rendimento de uma empresa, ou seja, o quanto ela está rendendo com a execução das suas atividades. Os indicadores de rentabilidade são importantes porque apontam com clareza se a estratégia que o negócio está usando está correta e qual é o rumo que está seguindo. É por meio dos indicadores de rentabilidade que os novos investidores podem decidir se vale a pena investir ou não dinheiro na empresa. Há casos em que estes índices podem prever problemas com o fluxo de caixa. 7 7 Os indicadores de rentabilidade, na análise empresarial apresentam os aspectos econômicos das empresas, são indicadores que mostram em percentual a situação econômica da empresa, mostra qual foi à rentabilidade do capital investido. A rentabilidade é medida em função do investimento. As fontes de financiamento do ativo são o capital próprio e capital de terceiros. A administração adequada do ativo proporciona maior retorno para a empresa (MARION, 2009 p. 129). Os indicadores de rentabilidade mostram qual a rendimento do capital investido, para calcular a rentabilidade da empresa neste estudo de caso foram utilizados os índices de Giro do Ativo, Margem Liquida, Rentabilidade sobre o Ativo, Rentabilidade do Patrimônio Liquido, rentabilidade sobre o Investimento e Rentabilidade Geral. Os índices de rentabilidade mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa (MATARAZZO, 2003). 2.3.1 Rentabilidade do Ativo Da mesma maneira que os índices de margem, os índices de ativos são divididos em duas partes: o retorno sobre o ativo e o giro do ativo. Neste caso, ambos funcionam como excelentes indicadores de desempenho do negócio como um todo e fornecem informações importantes para o seu direcionamento. O retorno sobre o ativo calcula a rentabilidade, independente de onde os recursos vieram, apenas admitindo os investimentos realizados. Para calcular este indicativo você deve multiplicar o lucro líquido por 100 e dividir o resultado pelo valor ativo. Já o giro do ativo relaciona as receitas geradas pela empresa e o total de investimentos feitos. A fórmula nada mais é do que uma simples divisão entre a receita líquida e o total ativo. O resultado evidencia o quanto foi vendido para cada Real investido no negócio. Para Matarazzo (1995, p.185), Este quociente representa "... uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar-se. É ainda uma medida do desempenho comparativo da empresa ano a ano". 2.3.2 Retorno sobre o capital Esse índice serve para demonstrar se a empresa se mostra como um bom investimento para os novos sócios, ou se está tendo que mexer no seu próprio capital para se manter operando no mercado. Compreender estes índices em uma tabela de métricas que também aponte um ticket médio, número de clientes e as taxas de conversão apresentará uma visão mais clara sobre os caminhos da empresa, principalmente sobre o desempenho das ações de marketing e sucesso dos novos produtos. Empresários que tomam decisões sem analisar este índice estão mais propensos a desperdiçar dinheiro com a sua empresa. E nos casos mais drásticos podem levar a empresa à falência. 2.4 Análise Vertical A análise vertical é uma ferramenta muito utilizada pelos administradores para analisar as demonstrações contábeis e financeiras da empresa. Possui finalidade de comparar quais 8 8 contas que mais oscilaram dentro de um grupo. Por exemplo, no caso das demonstrações de resultado, quais contas oscilaram mais que a receita líquida. A Análise Vertical dos demonstrativos financeiros corresponde ao estudo das alterações das composições dos principais conjuntos de contas, ao longo do tempo. No Balanço, a análise vertical fornece indicadores que facilitam a avaliação da estrutura do Ativo e de suas fontes de financiamento. Esses indicadores correspondem às participações percentuais dos saldos das contas e dos grupos patrimoniais sobre o total do ativo (ou do passivo + patrimônio líquido) (TOFOLI, 2007 p. 43). A análise vertical vai analisar as demonstrações financeiras em proporção de uma determinada grandeza. No caso da análise do balanço, vai exprimir todos os itens em função do total do ativo em percentagem. No caso da análise da demonstração de resultados, irá apresentar as suas diversas rubricas em função das vendas, também em percentagem. As demonstrações financeiras têm como objetivo fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenhoe as mudanças na posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de utilizadores nas suas avaliações e tomadas de decisão econômica. A informação por elas prestada proporciona elementos que dão aos administradores a capacidade de planeamento e controle das atividades e gestão do património da empresa. Assim, a análise financeira divide-se em duas categorias distintas: x Análise económica: usada para apurar e apreciar o resultado da remuneração dos investidores, dos investimentos e das operações da empresa; x Análise financeira: para dedicar atenção à solvência, liquidez e gestão de tesouraria da empresa. É a partir desta análise que investidores, credores, empresários e administradores decidem sobre a necessidade de correções à gestão, à segurança em investir e à garantia dos capitais emprestados. 2.5 Análise Horizontal Por intermédio da análise horizontal o administrador possui informações sobre quais contas tiveram oscilações durante períodos confrontados. A análise horizontal vai ler um conjunto de demonstrações financeiras ao longo de diversos períodos, meses ou anos, por exemplo. A partir dessa leitura, poderão retirar-se conclusões quanto à evolução da situação patrimonial da empresa (quando se analisa o balanço) ou do seu desempenho (quando se analisa a demonstração de resultados). Embora relatórios financeiros sejam indispensáveis para saber quais rumos a empresa está tomando e o que está conseguindo, nem sempre números isolados é o bastante para garantir avaliações corretas. É preciso considerar a necessidade de fazer comparações com valores de períodos anteriores e também identificar como ocorre a evolução dos resultados, garantindo uma avaliação mais completa e assertiva. Nesses casos, a análise vertical e horizontal são muito importantes, fornecendo comparações relevantes para o controle financeiro da empresa. 3. Custo de Oportunidade O custo de oportunidade tem por finalidade medir quanto uma empresa ou investidor, sacrificou de remuneração por ter tomado uma decisão de aplicação de recursos em determinado investimento de risco semelhante. 9 9 A avaliação do custo de oportunidade é muito importante para saber se realmente esta sendo tomada a decisão correta de investimento, pois pode estar sendo investido recursos financeiros, dedicando tempo e esforços em projetos que não apresenta o mesmo retorno que outra atividade com risco semelhante. É muito importante ressaltar que a comparação deve sempre ser feita com atividades de risco semelhante, pois não faz sentido realizar comparações com investimento que não apresentam riscos (títulos públicos, por exemplo), ou a análise pode apresentar distorções muito grandes em investimentos muito desiguais. 4. Instrumentos Financeiros Avançados A análise dos instrumentos financeiros avançados não deixa de ser um método de análise das demonstrações contábeis, porém o seu foco de informação é completamente diferente no que diz respeito à avaliação para a tomada de decisões, geração de riqueza aos investidores e a avaliação de negócios. O método de análise das empresas através dos instrumentos financeiros avançados deixa de ser apenas um método de análise e passa a ser um direcionador de tomada de decisões, pois uma boa análise demonstra com clareza o passado, presente e futuro de fatos ocorridos nas empresas. Cabe aos gestores avaliar todas as informações obtidas e realizar uma estrutura organizada e alinhada, de forma a facilitar o entendimento abrangendo as necessidades da empresa e mercado, além de que o alinhamento dessas informações hoje é praticamente obrigatório no mercado. É necessário ressaltar também que a utilização desse método de análise possibilita até mesmo pessoas comuns com potencial de investimento em avaliar o retorno existente de determinado negócio e decidir em posse desses resultados e também mais informações específicas, sobre o investimento ou não do capital. 5. Modelo do Processo de Tomada de Decisão O modelo do processo decisório se baseia em uma série de eventos que devem acontecer no setor de controladoria da empresa a fim de auxiliar o controller na tomada de decisão. O primeiro passo é a coleta de dados registrados no sistema de informação para uma pré- conferência. Nessa conferência, o controller irá analisar se as informações condizem com a realidade da empresa. Caso as informações sejam verídicas, o controller passará utilizá-las para o desenvolvimento da análise. A análise se dá em cima de dados que estão dispostos em relatórios tidos como gerenciais que poderão ser apresentados de acordo com a necessidade do controller. Nesse momento surge a análise dos índices descritos acima. Essa análise deve ser feita de forma criteriosa, pois é através dela que os controllers formulam ações preventivas ou corretivas caso a empresa esteja desviando do seu objetivo principal. Aplicadas as ações, o controller fornecerá o feedback para o gestor, que irá concluir seu trabalho com a tomada de decisão. 10 10 Figura 1 – Exemplo de Processo de Tomada de Decisão Fonte: Matarazzo (2010) 6. Considerações Finais Ao gestor cabe definir adequadamente suas necessidades de informação, tendo em vista que a definição destas é o ponto de partida para o processo de desenvolvimento de um sistema de controles internos úteis à tomada de decisão. Informações oportunas e corretas garantem ao gestor maior fundamento no gerenciamento da empresa, fomentando a maximização dos resultados esperada pelos investidores. Como demonstrou este artigo, as empresas possuem em seus controles internos uma gama de dados. Estes dados, quando coordenados e analisados de forma adequada, revelam-se de grande valia para o gestor em seu processo de tomada de decisão. Neste estudo, a análise dos controles internos permitiu observar como a empresa é penalizada pelo nível inadequado mantido em estoque, seja pelo custo de oportunidade ou pela imobilização de capital de forma desnecessária. Para que se possa realizar a análise das demonstrações financeiras, é fundamental que o analista tenha pleno conhecimento das demonstrações contábeis, das técnicas de análise, de como elaborar e interpretar uma análise, enfim, dos conceitos que foram especificados no presente artigo. A Contabilidade deve servir não apenas como controle patrimonial, mas como ferramenta gerencial nas empresas. Com a aplicação das técnicas de análise apresentadas neste artigo, aliada a capacidade de interpretação do analista, a qual deve ser adequada à realidade da empresa analisada, ou do usuário que está solicitando a análise, poder-se-á, então, elaborar-se relatórios os quais traduzam a situação econômico-financeira da empresa, podendo, assim, a administração ter um auxílio para a tomada de decisões. Apesar de algumas limitações por ser feito com base em fatos já ocorridos, tais informações proporcionam comparativos entre períodos, preferencialmente no menor período possível, mês a mês, já que algumas informações contábeis são apropriadas mensalmente. Com base nos fatos ocorridos torna possível projetar os fatos futuros, avaliando os ocorridos e os projetados ou orçados. Deste modo, a análise elaborada com o maior número possível de informações é de grande valia para a tomada de decisões. Não havendo um modelo padrão ou um modelo ideal para elaborar uma análise, e sim quanto maior a quantidade e a qualidade das informações maiores serão os subsídios para os gestores avaliar, comparar, projetar e tomar decisão. http://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/contabilidade 11 11 7. Conclusão A análise financeira sempre foi uma condição necessária para alavancar o sucesso empresarial. Não existe mais lugar para a improvisação na empresa. Torna-se necessário ser profissional e estar atento a variações da economia e política, local e global, sabendo enxergar oportunidades de expansão de mercado não só no meio local, mas também em mercadosexternos, prever dificuldades inerentes a estes questionamentos e formular uma política empresarial que atenda a todos estes fatores levando a empresa a ter um crescimento homogêneo e constante. Com isso, respondendo a pergunta deste trabalho, A Análise Financeira contribuiu efetivamente como ferramenta na tomada de decisão? Concluiu-se que a mesma contribui na busca da excelência em sua administração, fornecendo informações que sejam úteis para investidores e credores atuais e em potencial, bem como para outros usuários que visem à tomada racional de decisões de investimento, crédito e outras semelhantes, as informações devem ser compreensíveis aos que possuem uma noção razoável dos negócios e das atividades econômicas e que estejam dispostos a estudar as informações com diligência razoável. Constantemente as empresas são avaliadas por fornecedores, instituições bancárias, investidores ou outros órgãos que possuem algum tipo de interesse e necessitam saber quão sólida é sua estrutura financeira ou patrimonial e se esta possui uma administração financeira adequada. Porém, uma gestão financeira eficiente voltada para projetos se torna uma ferramenta importante no acompanhamento constante de seus instrumentos de controle. Assim, a melhoria do desempenho financeiro termina com a análise contínua dos resultados financeiros obtidos pela empresa. Neste contexto, o fluxo de caixa foi um instrumento de controle de gestão indicado para analisar o desempenho financeiro do período, bem como verificar as causas das defasagens ocorridas no que foi planejado, a fim de que a empresa mantenha-se alinhada com os objetivos e metas estipuladas. Com base nesses dados, toda organização pode elaborar seu orçamento, planejar seu futuro, projetar suas finanças e promover seus ajustes, podendo, assim, rever seus orçamentos na medida em que forem acontecendo. A pretensão não foi dizer que a análise financeira bem como a implantação da análise de demonstrativos numa organização eliminam suas dificuldades financeiras, mas certamente a visualização dos dados obtidos através da análise permite antecipar a decisão de alocação de recursos e tornar viável a lucratividade e efetividade nas atividades. Ademais, a realização da análise financeira se torna uma ferramenta essencial na gestão de projetos empresarias em consequência dos principais passos descritos pelos autores da administração financeira fez-se um requisito de suma importância para que os planos financeiros da empresa obtenham êxito e desempenhem um papel relevante para a operação e continuidade da organização, tornando assim a empresa mais segura e estável dando maior liquidez em suas operações financeiras. Diante disto, se viu a grandiosidade de um processo de planejamento financeiro o qual leva a detalhes de alta complexidade unindo diferentes áreas de conhecimento. Referências ASSAF NETO, Alexandre, SILVA, Cesar Augusto Tibúrcio. Administração do Capita de Giro 2. Ed. São Paulo: Atlas, 1997. ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços. Um enfoque econômico-financeiro. São Paulo; Atlas, 2007. 12 12 FRANCO, Hilário. Estrutura, Análise e Interpretação de Balanços. 15 ed. São Paulo: Atlas, 1992. IUDICÍBIUS, S.; Marion, J. C. Contabilidade Comercial. Editora Atlas, 2002 IUDÍCICUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 7Ed. – São Paulo, Atlas, 1998. MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2002. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de balanços. 12 Ed. São Paulo: Atlas 2003. NETO, A. A. Finanças corporativas e valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. RIBEIRO, M. O. Contabilidade Básica Fácil. ed. 22. São Paulo: Saraiva, 1999. SCHIER, C. U. C. Controladoria como instrumento de gestão. 1ª ed. Curitiba: Juruá. (2007 P. 57) TÓFOLI, I. Administração do capital de giro. Apostila da disciplina de Administração Financeira e Orçamentária. UNISALESIANO, Lins. 2007, 43 p https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/a-analise-financeira-e-seu- reflexo-na-contabilidade-gerencial/55900 http://www.ingepro.com.br/Publ_2011/Jan/Artigo%20341%20pg%2067-78.pdf http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/a-analise-de-demonstrativos- financeiros-uma-ferramenta-para-tomada-de-decisao-nas-micro-e-pequenas-empresas/97338/ http://www.orplan.com.br/?p=402 https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2895/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_JO%C3 %83O_CUNHA.pdf http://peritocontador.com.br/wp-content/uploads/2015/03/Ant%C3%B4nia-T%C3%A1ssila- Farias-de-Ara%C3%BAjo-Indicadores-de-Rentabilidade.pdf http://www.novonegocio.com.br/empreendedorismo/indicadores-de-rentabilidade/ http://www.contabeis.com.br/artigos/15/a-analise-das-demonstracoes-contabeis-como- ferramenta-gerencial-para-auxilio-nos-processos-de-tomada-de-decisao/ http://okser.com.br/importancia-da-analise-das-demonstracoes-financeiras-para-a-tomada- de-decisao/ http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/b001827.pdf https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/a-analise-financeira-e-seu-reflexo-na-contabilidade-gerencial/55900 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/a-analise-financeira-e-seu-reflexo-na-contabilidade-gerencial/55900 http://www.ingepro.com.br/Publ_2011/Jan/Artigo%20341%20pg%2067-78.pdf http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/a-analise-de-demonstrativos-financeiros-uma-ferramenta-para-tomada-de-decisao-nas-micro-e-pequenas-empresas/97338/ http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/a-analise-de-demonstrativos-financeiros-uma-ferramenta-para-tomada-de-decisao-nas-micro-e-pequenas-empresas/97338/ http://www.orplan.com.br/?p=402 https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2895/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_JO%C3%83O_CUNHA.pdf https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2895/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_JO%C3%83O_CUNHA.pdf http://peritocontador.com.br/wp-content/uploads/2015/03/Ant%C3%B4nia-T%C3%A1ssila-Farias-de-Ara%C3%BAjo-Indicadores-de-Rentabilidade.pdf http://peritocontador.com.br/wp-content/uploads/2015/03/Ant%C3%B4nia-T%C3%A1ssila-Farias-de-Ara%C3%BAjo-Indicadores-de-Rentabilidade.pdf http://www.novonegocio.com.br/empreendedorismo/indicadores-de-rentabilidade/ http://www.contabeis.com.br/artigos/15/a-analise-das-demonstracoes-contabeis-como-ferramenta-gerencial-para-auxilio-nos-processos-de-tomada-de-decisao/ http://www.contabeis.com.br/artigos/15/a-analise-das-demonstracoes-contabeis-como-ferramenta-gerencial-para-auxilio-nos-processos-de-tomada-de-decisao/ http://okser.com.br/importancia-da-analise-das-demonstracoes-financeiras-para-a-tomada-de-decisao/ http://okser.com.br/importancia-da-analise-das-demonstracoes-financeiras-para-a-tomada-de-decisao/ 13 13 https://www.portal-gestao.com/artigos/7653-o-que-%C3%A9-a-an%C3%A1lise-financeira- horizontal-e-vertical.html
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