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Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 1 Segurança Internacional – Estudo Dirigido Material de disciplina VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional: Leituras Contemporâneas. Curitiba: Intersaberes. 2020. Videoaulas da profa. Dr. Caroline Cordeiro 1 a 6 Rotas de Aprendizagem 1 a 6 Neste breve resumo, destacamos a importa ncia para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteu do programa tico da sua disciplina nesta fase e lhe proporcionara o maior fixaça o de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse e apenas um material complementar, que juntamente com a Rota de Aprendizagem completa (livro-base, videoaulas e material vinculado) das aulas compo em o referencial teo rico que ira embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possí vel. Bons estudos! Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 2 Atença o! Esse material e para uso exclusivo dos estudantes da Uninter, e na o deve ser publicado ou compartilhado em redes sociais, reposito rios de textos acade micos ou grupos de mensagens. O seu compartilhamento infringe as polí ticas do Centro Universita rio UNINTER e poderá implicar em sanções disciplinares, com possibilidade de desligamento do quadro de alunos do Centro Universita rio, bem como responder ações judiciais no âmbito cível e criminal. Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 3 Sumário Tema: Segurança Internacional e as suas abordagens tradicionais............................................................................... 4 Tema: Abordagens Ampliadoras e Aprofundadoras da Segurança Internacional ........................................................ 7 Tema: Estudos da Paz e Operaço es da Paz da ONU ....................................................................................................... 10 Tema: Conflitos Internacionais e Novas Ameaças ......................................................................................................... 15 Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 4 Tema: Segurança Internacional e as suas abordagens tradicionais “O Realismo Cla ssico prevaleceu sobre as demais perspectivas ate meados de 1970. Nessa de cada, houve uma reaça o face a s concepço es teo ricas tradicionais, por na o mais refletirem o cena rio internacional. O perí odo de distensa o entre Estados Unidos e Unia o Sovie tica, que se seguiu a Crise dos Mí sseis (1962); o te rmino da Guerra Fria sem a eclosa o de um conflito direto; o repu dio, nos Estados Unidos, da Guerra do Vietna ; e a crise do petro leo de 1973, em que paí ses fracos impuseram seus interesses polí ticos e econo micos a paí ses fortes, evidenciaram as limitaço es das perspectivas cla ssicas para interpretar o sistema internacional contempora neo. Ale m disso, a crescente releva ncia dos assuntos econo micos contestava a centralidade do papel do Estado nas relaço es internacionais. Empresas transnacionais, organizaço es internacionais e organizaço es na o governamentais (ONGs) despontaram como fatores de influe ncia na arena internacional, ensejando crí ticas a doutrina realista. Nesse contexto, Kenneth Waltz procurou resgatar o realismo diante das crí ticas que proliferavam. Sua obra Theory of International Politics (1979) representou um ponto de inflexa o no desenvolvimento de modelos para ana lise das relaço es internacionais. Ela marcou o surgimento do Neorrealismo ou Realismo Estrutural, vertente teo rica que buscou aprimorar e refinar o Realismo Cla ssico”. Fonte: PERES, H. F. O debate entre Neorrealismo e Neoliberalismo. Intersaberes (Facinter), v. 4, p. 69-88, 2009. De acordo com o livro base da disciplina, “Para ale m de qualquer diverge ncia entre realismo cla ssico e o neorrealismo ambas perspectivas coincidem em tre s pontos: a polí tica internacional e estado-ce ntrica, resumida no seu mais importante ator, o estado; segundo, a polí tica internacional tem uma natureza conflituosa, a paz na o seria mais que um breve intervalo e recesso para a retomada do conflito; e terceiro, a principal objetivo de todo estado e o poder e a segurança, e o primeiro e o melhor meio para atingir a segunda”. Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 1 - A visa o tradicional realista de segurança internacional). --- “Dentre o conjunto de conceitos utilizados pelo pensamento tradicionalista de segurança internacional destaca-se o de dilema de segurança produzido por John Herz (1950) como essencial para entender a lo gica pessimista do pensamento realista. Nas palavras de Herz, o drama dos Estados ao procurar garantir sua segurança, mesmo que de forma defensiva, e que qualquer movimento nesse sentido e percebido como ameaçador a segurança e a integridade fí sica e territorial dos outros Estados”. Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 1 – O dilema da segurança). Esse tema foi exemplificado no livro base da disciplina, uma vez que “alguns autores descrevem a lo gica do dilema de segurança da seguinte maneira: um estado A procura adquirir garantir sua segurança e para isso adquire armas. Os demais Estados, receosos das verdadeiras intenço es de A, se sentem ameaçados e da mesma forma procuraram armar-se. Essa reaça o convence o Estado A de que estava certo quanto a seu movimento inicial e a contrarreaça o consistiria em aumentar sua capacidade armada, o que seria seguido, logicamente, por um aumento da capacidade armamentista do resto dos Estados, originando-se um espiral armamentista ou corrida armamentista sem final e sem Estado vencedor em perspectiva (Nogueira; Messari, 2005, p. 36; Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 5 ver tambe m Glaser, 1997)”. “ O dilema da segurança retrata, portanto, a tra gica situaça o em que Estados preocupados com sua pro pria sobrevive ncia buscam constantemente adquirir meios para garanti-la, incrementando suas capacidades. Isso, no entanto, aumenta a insegurança dos demais, temerosos de que os incrementos adicionais dos outros sejam utilizados ofensivamente, e tratam por seu turno de aumentar suas capacidades para fazer frente a ameaça potencial. Instaura-se um cí rculo vicioso que acaba por aumentar a insegurança e desconfiança gerais” (p. 3)” (Adaptado). Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 1 - O dilema de segurança). --- “A disciplina de Relaço es Internacionais tem o seu iní cio vinculado aos estudos dos conflitos mundiais. Surge com o objetivo de compreender porque os Estados entram em guerra, quais sa o as articulaço es polí ticas que levam a esse extremo. Para entender esse feno meno, iniciam- se os estudos das Relaço es Internacionais com a teoria Liberal que, em seguida, foi questionada pela chamada teoria Realista. Por ter em sua origem o anseio de entender os conflitos mundiais, a teoria realista e de suma importa ncia para a compreensa o da evoluça o do conceito de segurança internacional, dentro das Relaço es Internacionais. E possí vel verificar que a teoria realista teve dois principais autores, o Hans Morgenthau e o Edward Carr. Ambos os autores assumem um aspecto crí tico, colocam sua e nfase na aceitaça o dos fatos e na ana lise das conseque ncias e causas. Sustentam que o papel do pensamento e estudar a seque ncia de eventos que passaram e, com isso, na o podem influenciar ou alterar”. Fonte: Rota de Aprendizagem 1 (Realismo). De acordo com a rota de aprendizagem 1, “Hans Morgenthau se propo e a apresentar uma teoria que tenha aplicabilidade empí rica, que consigaentender a polí tica internacional como ela e e na o como ela deveria ser. Com isso, para entender a polí tica como ela e , o autor formula 6 princí pios que sa o norteadores da teoria realista. Princí pio 1: O estudo dos Estados no sistema internacional deve ser feito pela investigaça o dos atos polí ticos em um sistema de anarquia internacional. Princí pio 2: Estados visam conquistar poder e manter o equilí brio de poder. Princí pio 3: O ambiente polí tico define o conceito de polí tica, que na o e fixo. Princí pio 4: Existe uma tensa o entre uma aça o polí tica de e xito e uma significaça o moral. Princí pio 5: Os princí pios de um Estado na o devem impor padro es morais. Princí pio 6: Todas as esferas esta o subordinadas ao poder militar”. Fonte: Rota de Aprendizagem 1 (Realismo). --- “Por que cooperar em defesa? Tradicionalmente, a na o ser que motivados pelo surgimento de um Estado revisionista, as teorias realistas afirmam que cooperar em defesa e diminuir a capacidade de sobrevive ncia do Estado. Ha , segundo Mearsheimer (2001), dois tipos de poder: real e latente – composto por elementos que podem ser transformados em poder real. Cooperar em defesa, por essa lo gica, e , nos termos de Urpelainen (2012), diminuir as opço es externas dos Estados justamente na a rea onde ele e mais sensí vel, no poder real, responsa vel imediato pela Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 6 garantia de sua sobrevive ncia. A premissa ba sica do realismo ofensivo e o dilema da segurança, como elemento que leva a autoajuda e dificulta a cooperaça o internacional”. Fonte: REZENDE, Lucas Pereira. Teoria Realista Ofensiva de Cooperaça o em Defesa na Unipolaridade. Contexto Internacional, Rio de Janeiro, v. 36, n. 2, p. 519-548, Dec. 2014. De acordo com a rota de aprendizagem 1, “Os pontos te m o objetivo de determinar como atingir um sistema internacional seguro. Sa o eles: a) Grandes pote ncias possuem capacidade ofensiva, invariavelmente – toda pote ncia tem capacidade para, em algum momento, impor danos e destruiça o a s demais. b) A intença o dos demais Estados nunca e uma certeza, tanto no presente como no futuro. c) O principal objetivo dos Estados e garantir a sua sobrevive ncia – manutença o da integridade territorial. d) Os Estados se veem como atuais ou potenciais rivais. e) Os Estados na o podem contar com nenhuma parceria para a garantia de sua segurança, ou seja, os Estados encontram-se em uma situaça o eminente de autoajuda – atença o constante a balança de poder. d) e, por fim, o poder e a capacidade militar ofensiva – Estados ricos, mas com pouco poder militar, na o sa o poderosos no cena rio internacional”. Fonte: Rota de Aprendizagem 1 (Realismo ofensivo). --- “A interpretaça o de Waltz para a questa o da segurança ficou conhecida como realismo defensivo, ou pro -status quo. Ainda dentro do paradigma realista, a concepça o de Waltz tem sido bastante criticada pelos proponentes do autodenominado realismo ofensivo. Para John Mearsheimer, a teoria de Waltz falha em na o perceber que o sistema internacional ana rquico fornece aos estados boas razo es para se comportar de maneira ofensiva. De fato, “ele parece advogar o contra rio: que a anarquia encoraja os estados a se comportar defensivamente e a manter, mais do que a subverter a balançar de poder” (2001, pp. 19-20). Assim, Waltz estaria introduzindo uma espe cie de status quo bias, uma vez que enxerga os Estados como preocupados em manter sua posiça o dentro do sistema e poucos preocupados em revisar o status quo, ate mesmo porque, como os Estados sa o atores racionais, sabem que um incremento da força ou uma atitude revisionista tem como conseque ncia acionar o dilema de segurança”. Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 1 - Maximizar segurança ou maximizar poder: o debate tradicionalista contempora neo em segurança internacional). De acordo com a rota de aprendizagem 1, “Os realistas defensivos defendem que os Estados na o buscam so maximizar o seu poder, os Estados podem ser vistos como maximizadores de segurança. Isso acontece porque ao atingirem grandes poderes militares os Estados atingem um ponto de satisfaça o com sua posiça o e poder, se sentindo seguros. A interpretaça o de Waltz para a questa o da segurança ficou conhecida como realismo defensivo. Waltz afirmou que os Estados tendem a manter a sua posiça o de poder, ou tendem a manter o status quo de poder e com isso, na o adotam o tradicional comportamento racionalista de Estado expansionista. A segurança que o Estado tem ao maximizar o seu poder o faz adotar o comportamento revisionista tradicional. A anarquia do sistema internacional encoraja os Estados a se comportarem de maneira defensiva e a manter a balança de poder (VILLA, 2019). Desta forma, o realismo defensivo parte do pressuposto de que os Estados esta o preocupados em manter a sua posiça o dentro do cena rio internacional de anarquia. E esta o pouco preocupados em revisar o status quo ou subverter a balança de poder. Os Estados sa o atores Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 7 racionais e sabem que mexer na balança de poder com o incremento da força, com a busca de poder tem como conseque ncia acionar o dilema da segurança. No interior do sistema internacional, os Estados esta o sempre buscando maximizar suas chances de sobrevive ncia. Com isso e necessa ria uma boa distribuiça o de capacidades entre eles. Se um Estado se fortalece mais, os demais diminuem a sua segurança e a tende ncia e que os desfavorecidos tentem restaurar o equilí brio do poder, aumentando suas capacidades internas e tambe m formando alianças com outros Estados que tiveram sua segurança reduzida. Essa e uma tende ncia natural do sistema internacional, os Estados buscando se defender e sobreviver. Para Villa “Estados que acediam um dado equilí brio de poder, buscando fortalecer-se ale m da conta, convidam os demais a restituí rem a balança de poder por meio de medidas que podem deixar a segurança dos primeiros em uma situaça o desfavora vel” (VILLA, 2020, p. 30). E possí vel dizer que, para os realistas defensivos, aumentar o poder pode implicar na perda de segurança. A chave para qualquer Estado e adquirir uma quantidade de poder que seja capaz de garantir a sua sobrevive ncia e preserva -la”. Fonte: Rota de Aprendizagem 1 (Realismo defensivo). Tema: Abordagens Ampliadoras e Aprofundadoras da Segurança Internacional Os esforços de ampliaça o das agendas de segurança internacional foram, desde o iní cio, confrontados com o ceticismo crí tico de analistas e acade micos, ao considerar a concepça o realista predominante e os meios suscitados para abordar assuntos previamente definidas como questo es de segurança. Os esforços iniciais em romper com a concepça o polí tico-militar propunham ampliar suas dimenso es, sem revisar o conceito em si, ou seja, o que segurança significava e como pode ser alcançada”. Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 2 - O surgimento das perspectivas abrangentes: a ampliaça o do ní vel de ana lise).De acordo com o livro base da disciplina, “Duas consideraço es crí ticas emergem com o desenvolvimento das perspectivas ampliadoras para o conceito de segurança internacional: em primeiro lugar, seriam os novos temas incluí dos nas agendas de segurança de fato “questo es” de segurança ou simplesmente “problemas” que necessitam de uma atença o especial em polí ticas governamentais? Em segundo, o que significa descrever problemas sociais, econo micos ou ambientais como questo es de segurança? Ou seja, quais as implicaço es pra ticas desse movimento. Para muitos de seus crí ticos, a ampliaça o no escopo da agenda na o indicava, necessariamente, a produça o de uma nova concepça o de segurança e sim a aplicaça o doconceito tradicional, polí tico-militar e estado-ce ntrico, para um conjunto mais amplo de temas, abarcando outras dimenso es da vida social (Shaw, 1993). A ampliaça o no escopo das agendas de segurança internacional, ao promover a inclusa o de temas que afetavam tanto estados quanto grupos sociais, individual ou coletivamente, ampliava, tambe m, o espectro de objetos referentes. No entanto, esse movimento, ale m de diminuir a coere ncia conceitual do termo, tinha implicaço es pra ticas, uma vez que – segurança – pensada ao ní vel dos indiví duos, por exemplo, envolvia uma se rie de questo es que afetam diretamente as possibilidades de sobrevive ncia dos seres humanos em seu dia a dia, como as condiço es de sau de pu blica, pobreza, degradaça o ambiental, violaço es dos direitos humanos etc. Com esta reflexa o, retoma- se a pergunta: o que, portanto, constitui segurança para determinados indiví duos e grupos sociais? (Villa e Braga, 2018)”. Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 8 Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 2 - O surgimento das perspectivas abrangentes: a ampliaça o do ní vel de ana lise). --- “A securitizaça o de um tema e uma construça o social. O tema e designado como uma questa o de segurança e e aceito por uma audie ncia como tal por meio de uma construça o entre atores. A proposta teo rica da securitizaça o, portanto, se encaixa no construtivismo e se distancia de uma abordagem realista tradicional dos temas de segurança”. Fonte: SILVA, Caroline Cordeiro Viana e; PEREIRA, Alexsandro Eugenio. A Teoria de Securitizaça o e a sua aplicaça o em artigos publicados em perio dicos cientí ficos. Revista de Sociologia e Polí tica. Curitiba, v. 27, n. 69, e007, 2019. De acordo com a videoaula 2, “a ampliaça o do conceito de segurança se deu com a Escola de Copenhague. Os autores da escola de Copenhague decidiram que para entender segurança era necessa rio quebrar uma barreira imposta, de certa medida, pelo realismo: segurança entendida enquanto sobrevive ncia atrave s de poder militar. A teoria da securitizaça o, nesse sentido, surge como uma inquietaça o ao realismo por conta dessa premissa. Para os autores de Copenhague, questo es de segurança devem ser analisadas de forma mais ampla, na o devemos olhar apenas para o setor militar. Os autores afirmam que uma ameaça a existe ncia do Estado pode vir de diversos setores, tais como: ambiental, polí tico, societal, militar, econo mico e ciberne tico. Essa possiblidade de ana lise de diversos setores e chamada de visa o ampliada da agenda de segurança” (Adaptado). De acordo com o livro base da disciplina, “A literatura acade mica que analisa a evoluça o dos Estudos de Segurança Internacional, neste perí odo, converge na identificaça o de dois processos que propunham a revisa o do conceito de segurança: um processo de ampliaça o (ou abrange ncia do conceito), expandindo as dimenso es ou setores de ana lise para questo es de segurança (i.e. setores polí tico, militar, econo mico, societal, ambiental etc.); e um processo de aprofundamento, que buscava revisar a concepça o polí tico- militar de segurança e seus meios, considerando outros ní veis de ana lise para ale m do Estado, como indiví duos, grupos sociais, a humanidade etc. Os esforços de aprofundamento, ao revisitar as bases episte micas e ontolo gicas sob as quais o conceito de segurança emerge, foram liderados por autores da chamada Escola de Gales da segurança internacional atrave s de teo ricos como Ken Booth associado a produça o de uma teoria crí tica da segurança internacional”. Fontes: Ví deo-aula 2 (05”23’) - Tema: Escola de Copenhague: visa o ampliada/VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 2 - O surgimento das perspectivas abrangentes: a ampliaça o do ní vel de ana lise). --- “A proposta da Escola de Copenhague para a teoria de securitizaça o e de que a securitizaça o e um processo, e socialmente construí da pela interaça o entre agentes e estrutura. Os autores argumentam que: um tema so se torna uma ameaça a existe ncia de um Estado porque foi defendido em discurso como tal. Mas o discurso na o e o u nico elemento para a securitizaça o do tema, e necessa ria tambe m a aceitaça o do pu blico alvo (BUZAN; WAEVER; WILDE, 1998). Para Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 9 entender melhor essa afirmaça o, os autores definiram que todo tema passa um processo, inicia como uma ideia, uma sensaça o, percorre um caminho para que, ao fim, seja visto como uma real ameaça ao Estado. Esse caminho e chamado de processo de securitizaça o (SILVA; PEREIRA, 2017)”. Fonte: Rota de Aprendizagem 2 (Tema: Escola de Copenhague: processo de securitizaça o). De acordo com a rota de aprendizagem 2, “O processo de securitizaça o e definido em tre s etapas, sendo elas: Na o politizado, politizado e securitizado. Dentro do processo de securitizaça o, o primeiro status do tema e o na o politizado. Estar como na o politizado significa que ja existe um discurso sobre o tema, pore m, o Estado na o e envolvido. Ou seja, existe um agente securitizador que coloca em seu discurso um determinado tema. Esse discurso alega que o tema e uma ameaça a existe ncia do Estado. Nessa etapa, o analista consegue identificar o agente securitizador e consegue fazer a ana lise do conteu do do discurso desse agente, mas ainda na o e possí vel identificar uma pauta pu blica sobre o tema (SILVA 2013). O avanço do tema no processo de securitizaça o para a segunda etapa, leva ao politizado. Essa etapa, o agente securitizador permanece como responsa vel pelo discurso, o que muda e que o discurso do agente se ampliou ao ponto de termos o envolvimento do Estado. Para definir que o tema esta em politizado e preciso confirmar o na o politizado, ale m disso, e preciso conferir se ha uma polí tica pu blica para o tema, se ha deciso es governamentais, e se ha alocaça o de recursos pu blicos para o tema. Importante notar que nessa etapa o tema ainda na o e visto como uma real ameaça a existe ncia do Estado, mas o discurso inicia o convencimento e o Estado passa a se envolver com o tema, utilizando o aparato estatal disponí vel para lidar com o tema. Sendo assim, dois pontos sa o extremamente relevantes para essa etapa, o discurso do agente securitizador e o envolvimento do Estado com o tema, com a utilizaça o dos aparatos estatais disponí veis. A u ltima etapa possí vel para o processo de securitizaça o e denominada securitizado. Nesse momento, existe a soma dos elementos das etapas anteriores, e ale m disso: i) aceitaça o do pu blico alvo de que e uma ameaça a existe ncia do Estado e ii) exige uma aça o do Estado que e : emergencial, pontual e foge dos procedimentos polí ticos normais. Importante notar que essa etapa na o conta apenas com o discurso, mas tambe m com o chamado ato de fala. O ato de fala e um divisor de a guas, muda o status do tema, por exemplo: “Estamos em Guerra”, o status anterior era sem guerra, o status atual e em guerra. Essa etapa exige um esforço do analista para a confirmaça o da securitizaça o de um tema. E necessa rio que o analista identifique todos os elementos da etapa anterior e some a ela a identificaça o do ato de fala, a identificaça o da confirmaça o do pu blico alvo e a identificaça o de uma aça o emergencial, pontual e que fuja da polí tica comum do Estado. Apenas com todos esses elementos e possí vel afirmar que um determinado tema foi securitizado” (Adaptado). Fonte: Rota de Aprendizagem 2 (Tema: Escola de Copenhague: processo de securitizaça o). --- “Como bem observa Booth: o enfoque crí tico da segurança e mais do que simplesmente um criticismo do realismo; ele representa um desafio fundamental ao pensamento tradicional sobre segurança. Isso na o significa que o conceito de CriticalStudies Security (CSS) tente transformar todos os problemas polí ticos em uma questa o de segurança (“securitizar” a polí tica); pelo contra rio, tenta transformar todas as questo es de segurança em uma questa o de teoria polí tica (o que pode ser chamado de segurança politizada” (2004, p. 14 e 59). Como Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 10 enfatizado por Villa, “a e nfase na politicizing security (segurança politizada) torna muito atraentes os CSS. No entanto, os estudos crí ticos de segurança compartilham com a teoria crí tica, em geral, uma limitaça o que tem sido apontada tanto por tradicionalistas como por enfoques mais radicais, como os po s-modernistas, isto e , a abrange ncia do conceito de emancipaça o” (Villa, 2008, p. 2008, p. 102)”. Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 2 - As perspectivas crí ticas e de ge nero). De acordo com o livro base da disciplina, “Booth entende que um critical studies security (CSS) pode ser definido em termos gene ricos como uma a rea tema tica, desenvolvida dentro da disciplina acade mica de polí tica internacional, preocupada com a busca de um conhecimento crí tico sobre segurança na polí tica mundial. A segurança e concebida compreensivamente, englobando teorias e pra ticas em mu ltiplos ní veis da sociedade, desde o individual ate toda a espe cie humana. (2004, p. 15). Dois conceitos sa o propostos pelo autor para operacionalizar o conceito de CSS: “aprofundamento (deepening) e abrange ncia (broadening). Com base no aprofundamento, propo e-se uma revisa o das viso es tradicionais da segurança que aponte em tre s direço es: do ponto de vista ontolo gico, a crí tica da soberania estatal como exclusivo referente da segurança; na perspectiva epistemolo gica, a resiste ncia a aceitar a metodologia naturalista como crite rio de verdade. No entanto, diferentemente dos enfoques po s- estruturalistas, reafirma-se o compromisso em acessar a verdade cientí fica por meio de uma metodologia crí tica. E por u ltimo, a ideia de que os problemas de segurança podem ser tratados tambe m como preocupaço es que derivam, e que tem por finalidade, a pra xis emancipato ria.” (Villa, 2008, p. 101). Por abrange ncia, Booth entende, “Expandir a agenda dos estudos de segurança para ale m da ortodoxia militar e estatista que predominou ate agora” (p. 14). Tentando escapar da crí tica que se tem feito aos autores da Escola de Copenhague, o autor se apressa a esclarecer que, “isso na o quer dizer que a CSS busca transformar todo problema polí tico em uma questa o de segurança (securitizando a polí tica); pelo contra rio, ela tenta transformar toda questa o de segurança em um problema de teoria polí tica (o que pode ser chamado de politizar a segurança)” (p. 14)”. Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 2 - As perspectivas crí ticas e de ge nero). Tema: Estudos da Paz e Operações da Paz da ONU “Esse debate conceitual sobre a paz pertenceu a um contexto acade mico mais amplo que teve lugar durante a Guerra Fria, e no qual se enquadrou o trabalho de Johan Galtung: os Estudos para a Paz (Peace Studies) (Ramsbotham 2005, p. 39-40). De fato, esse perí odo, marcado pela ameaça das armas nucleares, propiciou um terreno fe rtil para o fortalecimento institucional da disciplina, a qual se mostrou fundamental para o amadurecimento crí tico das atividades da ONU apo s a Guerra Fria, no que se refere a manutença o da paz e da segurança internacionais”. Fonte: KEMER, Thaí se; PEREIRA, Alexsandro Eugenio; BLANCO, Ramon. A construça o da paz em um mundo em transformaça o: o debate e a crí tica sobre o conceito de peacebuilding. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 24, n. 60, p. 137-150, Dec. 2016. De acordo com a videoaula 1, “Galtung diz que o termo paz deve ser utilizado para objetivos sociais. Por objetivos sociais, entende-se que paz faz parte do dia a dia, portanto, deve ser falada, pensada e, ainda, ser transformada em polí tica pu blica. Importante dizer que na definiça o de Galtung a paz na o deve ser banalizada, pensada de forma geral ou subestimada. O autor aponta que os objetivos sociais Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 11 podem ser difí ceis e complexos, mas na o sa o impossí veis. Quando falamos de paz buscamos um cena rio de na o viole ncia” (14’30”). Esse assunto tambe m foi mencionado na rota de aprendizagem 1, “Apesar de vislumbrar o termo paz como fomentador de si mesmo, Galtung afirma que e necessa rio dar mais precisa o ao termo e, para isso, partira de tre s princí pios: i. O termo paz deve ser utilizado para objetivos sociais em que a maioria concorde; ii. Esses objetivos sociais podem ser difí ceis e complexos, mas na o sa o impossí veis; iii. A afirmaça o de que paz e ause ncia de viole ncia deve ser mantida (GALTUNG, 1969, p. 167)”. Fontes: Ví deoaula 1 (14’30”) - Tema: Estudos de Paz/ Rota de Aprendizagem 1 (Estudos de Paz: a contribuiça o de Galtung). --- “A contribuiça o de Galtung fornecera aos Estudos de Paz um rigoroso adensamento conceitual, sem deixar de ser separada de problemas de natureza social, como a viole ncia estrutural e desigualdade, das sociedades contempora neas. Ao fornecer um quadro de conceitos aos Estudos de Paz Galtung praticamente funda aqueles em bases rigorosamente cientí ficas. Galtung, ao contra rio do que se entendia ate enta o, na o vinculara paz a guerra, portanto, paz na o e ause ncia de guerra e sim ause ncia de viole ncia. Desta forma, o conceito mais importante para entender a paz e a viole ncia “A viole ncia esta presente quando os seres humanos esta o sendo influenciados de modo que as suas realizaço es soma ticas e mentais concretas sa o inferiores a s realizaço es potenciais. (Galtung, 1969, p. 168)”. Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 1 - Estudos de Paz (ou Peace Studies). Vimos na videoaula 1, que sa o dois os tipos de viole ncia elencados por Galtung: viole ncia estrutural e viole ncia pessoal, “Galtung fala que quando a viole ncia e pessoal, quando uma pessoa sofre viole ncia, ela se manifesta de forma pretendida ou na o pretendida. Por exemplo: quando uma mulher e ví tima de viole ncia dome stica, quando uma discussa o resultou em agressa o fí sica. Nesse caso, a viole ncia e na o pretendida, pois na o havia tido planejamento pre vio. Agora, vamos pensar em outro exemplo: quando o namorado vai atra s da namorada e a mata. Esse tipo de viole ncia caracteriza-se pretendida. Esses exemplos mencionados acima configuram-se viole ncia pessoal, e cometida contra o indiví duo. (4) A viole ncia passa a ser estrutural quando a viole ncia contra a mulher se torna um feno meno recorrente. Nesse caso, a viole ncia e manifestada e latente, ou seja, se repete. Galtung ensina que os indiví duos sofrem viole ncia pessoal, mas existe um limite que a transforma-a em estrutural. Quando toda uma sociedade sofre com essa viole ncia” (16”50’). E ainda, o conceito encontra-se exemplificado no livro base da disciplina, “Para Galtung e necessa rio que se separe entre dois tipos de viole ncia, a estrutural e a viole ncia pessoal. Gatung nos ilustra a diferença entre ambas recorrendo a meta fora das a guas turbulentas e tranquilas: “Viole ncia pessoal representa mudança e dinamismo – na o apenas turbule ncias em ondas, mas ondas em a guas de outro modo tranquilas. Viole ncia estrutural e silenciosa, ela na o se manifesta – e essencialmente esta tica, sa o a guas tranquilas. [...] (7) Viole ncia pessoal pode ser mais facilmente notada, mesmo que as “a guas tranquilas” da viole ncia estrutural possam conter muito mais viole ncia (Galtung, 1969, p. 173). Para Galtung, a presença de viole ncia pessoal e a ause ncia de viole ncia estrutural determinam dois tipos de paz num sistemasocial (dome stico ou internacional) ”. Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 12 Fontes: Ví deoaula 1 (16”50’) - Tema: Estudos de Paz/VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 1 - Estudos de Paz (ou Peace Studies)). --- Por mais que se possa falar em medidas preventivas, associadas aos instrumentos de diplomacia preventiva, o que observamos de fato sa o mecanismos de gesta o ou regulaça o do conflito, colocados em pra tica para mitigar a viole ncia armada. Sob este contexto, as estrate gias de prevença o podem ser divididas em duas amplas categorias: 1) a prevença o operacional (ou light), que busca incrementar a capacidade internacional de intervir antes que um conflito se torne “violento”, passando do esta gio de crise para o esta gio de guerra; e 2) a prevença o estrutural (ou deep) que procura construir e/ou reforçar a capacidade dome stica, regional ou internacional para gerir conflitos”. Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 3 - Paz e gesta o de conflitos). De acordo com o livro base da disciplina, “A diplomacia preventiva estava relacionada com aço es para prevenir a escalada, transbordamento ou irrupça o de conflitos, ou seja, um modo de antecipar disputas e evitar que resultem em viole ncia”. “Diplomacia preventiva (preventive diplomacy). Esta estava relacionada com aço es para prevenir a escalada, transbordamento ou irrupça o de conflitos. E um modo de antecipar disputas e evitar que resultem em viole ncia. Isto pode incluir iniciativas para construir a confiança mu tua entre as partes (monitoramento de acordos regionais, arranjos para o livre fluxo de informaça o entre as partes, por exemplo); “o despacho de misso es da ONU para locais de tensa o, a fim de angariar informaço es sobre a situaça o; o desenvolvimento de sistemas capazes de detectar potenciais conflitos antes que eles sejam deflagrados, atrave s de uma rede de informaço es envolvendo age ncias regionais e a ONU; e, mesmo, o despacho preventivo de tropas militares e a criaça o de zonas desmilitarizadas em a reas de tensa o”. (Boutros-Galhi, 1992)”. (Adaptado). Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 6 - As reformas nas operaço es de manutença o de paz). --- “Para Bertrand Badie, a teoria da estabilidade hegemo nica, no mundo atual, exibe tanta capacidade explicativa para as relaço es internacionais quanto uma eventual teoria da instabilidade hegemo nica. Esta u ltima, com efeito, fundar-se-ia no suporte empí rico de uma base de observaça o ta o global quanto a primeira: o antiamericanismo ou a aversa o natural a hegemonia; o terrorismo ou a reaça o de quem na o tem meios de pote ncia; a autonomia dos Estados ou a imitaça o da pote ncia hegemo nica pela conduta unilateral; a necessidade de entendimento multilateral para alcançar resultados em questo es vitais como clima, fome, formas de energia, come rcio internacional, respeito aos direitos humanos, gerenciamento de conflitos locais, bilaterais ou regionais. Em suma, a ordem internacional na o se ampara na pote ncia hegemo nica do momento se esta na o for capaz de conectar-se com as forças globais de modo a agregar o peso destas u ltimas na criaça o da ordem. E nesse caso a teoria da estabilidade hegemo nica esvazia-se”. Fonte: CERVO, Amado Luiz. Conceitos em Relaço es Internacionais. Revista Brasileira de Polí tica Internacional. Brasí lia, v. 51, n. 2, p. 8-25, Dec. 2008. De acordo com a videoaula 3, “Vamos apresentar tre s grandes definiço es do conceito de conflito: conflito armado interestatal, conflito armado intraestatal e conflito armado intraestatal internacional. Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 13 Qual e a diferença entre essas categorias? O conflito interestatal e o conflito cla ssico visto ao longo da histo ria do mundo entre Estados. Aqui sa o dois Estados que entram em conflito. Com o fim da Guerra Fria percebemos os conflitos armados intraestatais. Importante mencionar que esse tipo de conflito ja existia anteriormente, mas com o fim da Guerra Fria eles entram na agenda das organizaço es internacionais e no cena rio interacional dos paí ses. Esse tipo de conflito ocorre entre o Estado de um lado e um grupo de opositores de outro, ambos em situaça o de conflito. Por sua vez, o conflito armado intraestatal internacional possui as mesmas caracterí stica do descrito anteriormente: de um lado o Estado e de outro, grupos opositores, pore m esse tipo de conflito recebe ajuda de forças externas. Tem-se, nesse caso, o envio de tropas externas, de outros paí ses para participar do conflito” (Adaptado). Esse conceito tambe m foi apresentado na rota de aprendizagem 3, “Para entendermos o que o autor Rafael Villa chamava de paz e de gesta o de conflitos e necessa rio primeiro entendermos o conceito de conflito que e utilizado pelo autor e tambe m pela disciplina de Relaço es Internacionais. O autor Villa (2019) cita ao longo do seu texto 2 conceitos de conflito, aqui trabalharemos com 3 conceitos. Sa o eles: i) Conflito armado interestatal: Conflito armado entre dois, ou mais Estados diferentes. ii) Conflito armado intraestatal: Conflito entre um governo e um grupo na o governamental opositor e iii) Conflito armado intraestatal internacional: Conflito entre um governo e um grupo na o governamental opositor, em que existe o apoio de tropas de internacionais. Desta forma, tropas estrangeiras participam ativamente do conflito”. Fontes: Videoaula 3 (43’41”) - Tema: Caracterí sticas da nova guerra./Rota de Aprendizagem 3 (Paz e gesta o de conflitos). --- “A 1ª Geraça o de Operaço es de Paz conta com 18 misso es, sendo a de cada de 1960 com maior nu mero, com 6 no total. Das 18 misso es, 5 ainda esta o em curso atualmente, sa o elas: UNTSO (United Nations Truce Supervision Organization), na Palestina; UNMOGIP (United Nations Military Observer Group in India and Pakistan), na I ndia e Paquista o; UNFICYP (United Nations Peacekeeping Force in Cyprus), no Chipre; UNDOF (United Nations Disengagement Observer Force), na Sí ria; e, UNIFIL (United Nations Interim Force in Lebanon), no Lí bano”. Fonte: Rota de Aprendizagem 6 (Tema: 1ª geraça o das operaço es de paz). De acordo com a rota de aprendizagem 6, “A primeira geraça o das operaço es de paz inicia-se em 1948, com a criaça o das Naço es Unidas. Pore m, a divisa o do mundo em dois blocos fez com que a organizaça o tambe m vivesse essa divisa o. Diante dessa realidade, a ONU na o conseguiu colocar em pra tica o que havia planejado para as operaço es de paz (Rodrigues, Migon, 2017). Foi nesse ambiente que surgiu a 1ª Geraça o, em 1948, dividida entre as solicitaço es de manutença o de paz e a realidade bipolarizada. Assim, a 1ª Geraça o contempla as especificidades desse perí odo, iniciando-se em 1948 e indo ate o final da Guerra Fria (1948 – 1990). As operaço es de Paz implementadas nesse perí odo sa o as de peacekeeping, ou seja, a concepça o estava baseada em forças militares multinacionais, com uma quantidade restrita de soldados levemente armados. Esses soldados sa o enviados para monitorar processos de cessar-fogo e patrulhar a reas neutras. As operaço es de paz, nesse perí odo, possuí am basicamente 3 atores: dois em conflito e uma força de interposiça o. Os tre s atores convergiam para o mesmo objetivo, por fim ao conflito por meio de uma resoluça o polí tica. Essas misso es tinham um objetivo limitado, que era somente estabilizar a situaça o em campo para que existisse um espaço polí tico favora vel para resoluça o do conflito”. Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 14 Fonte: Rota de Aprendizagem 6 (Tema: 1ª geraça o das operaço es de paz). --- “As operaço es de paz realizadas pela Organizaça o das Naço es Unidas (ONU) sa o a ferramentadessa instituiça o para a gesta o de conflitos armados e a tentativa de promover a segurança e a paz internacional. Para fazer essa gesta o, a ONU conta com um departamento especial, o Departamento das Naço es Unidas para Operaço es de Paz (DPKO). As operaço es de paz da ONU foram configuradas no perí odo de transiça o da bipolaridade, nesse momento o mundo começava a vislumbrar a possibilidade do fim da Guerra Fria e iniciava-se um novo momento no sistema internacional. Nesse perí odo a comunidade internacional passou a prestar mais atença o em conflitos intra-estatais e o resultado disso e a chamada primeira geraça o das abordagens a paz internacional, que se caracteriza pela gesta o de conflitos a partir da mediaça o promovida por uma terceira parte enviada para promover a paz (BLANCO, GUERRA, 2018)”. Fonte: Rota de Aprendizagem 6 (Tema: Breve histo rico das operaço es de paz). De acordo com a rota de aprendizagem 6, “A prevença o de conflitos proposta pela ONU envolve as misso es de manutença o de paz. As operaço es de paz realizadas pela ONU sa o divididas em 4 possibilidade diferentes, sa o elas: Peacekeeping (manter a paz), Peacemaking (fazer a paz), Peace Enforcement (impor a paz) e Peacebuilding (Construir a paz). A prevença o de conflitos utilizando operaço es de paz pode ocorrer com qualquer uma dessas 4 possibilidades. Essa primeira geraça o de operaço es de paz e chamada de peacekeeping (manutença o da paz). Trata-se de operaço es caracterizadas por forças militares multinacionais, com uma quantidade restrita de soldados levemente armados. Esses soldados sa o enviados para monitorar processos de cessar-fogo e patrulhar a reas neutras. Para que essas operaço es aconteçam e necessa rio: 1. O consentimento de todas as partes em conflito; 2. A na o ingere ncia em assuntos dome sticos; 3. A proibiça o do uso da força exceto para fins e legitima defesa (Idem). A Peacemaking geralmente inclui medidas para lidar com conflitos em andamento e geralmente envolve aço es diploma ticas para levar as partes beligerantes a um acordo negociado. O Secreta rio-Geral da ONU pode exercer seus “bons ofí cios” para facilitar a resoluça o do conflito. Os pacificadores tambe m podem ser enviados, governos, grupos de estados, organizaço es regionais ou as Naço es Unidas. Os esforços de pacificaça o tambe m podem ser realizados por grupos na o-oficiais e na o-governamentais, ou por uma personalidade proeminente que trabalha de forma independente. A Peace Enforcement envolve a aplicaça o de uma se rie de medidas coercitivas, incluindo o uso da força militar. Requer a autorizaça o explí cita do Conselho de Segurança. E usado para restaurar a paz e a segurança internacionais em situaço es em que o Conselho de Segurança decidiu agir diante de uma ameaça a paz, violaça o da paz ou ato de agressa o. O Conselho pode utilizar, quando apropriado, organizaço es e age ncias regionais para aço es de execuça o sob sua autoridade e em conformidade com a Carta das Naço es Unidas. E por fim, a Peacebuilding visa reduzir o risco de cair ou recair em conflito, fortalecendo as capacidades nacionais em todos os ní veis para a gesta o de conflitos e estabelecer as bases para a paz e o desenvolvimento sustenta veis. E um processo complexo e de longo prazo para criar as condiço es necessa rias para a paz sustenta vel. As medidas de construça o da paz tratam de questo es centrais que afetam o funcionamento da sociedade e do Estado, e buscam aumentar a capacidade do Estado para desempenhar, de maneira eficaz e legí tima, suas funço es principais”. Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 15 Fonte: Rota de Aprendizagem 6 (Tema: Breve histo rico das operaço es de paz). Tema: Conflitos Internacionais e Novas Ameaças “O curto se culo XX, como o denominou Eric Hobswan (1994), foi uma e poca histo rica marcada pela viole ncia. De 1917 a 1989, o que inclui duas grandes guerras mundiais mais a Guerra Fria, morreram quase 90 milho es de pessoas em conflitos armados violentos. E, de 1990 ate 2003, as guerras eliminaram mais de 3 milho es de vidas (Marshall: 2003). No total os conflitos armados que va o do se culo XX ate a primeira de cada do se culo XXI provocaram mais de 93 milho es de ví timas fatais. (Chahab, 2018). Nos anos de 1980 a 1990 houve um crescimento mais ou menos contí nuo no nu mero de conflitos violentos ate que se atingiu um pico em 1992, com 52 conflitos altamente violentos. “Isso ocorreu por causa do declí nio da Unia o Sovie tica”. Depois disso, o nu mero diminuiu muito ate 1995, mas voltou a crescer em 2004. (Sanchez, 2010) Isso significa que o fim da guerra fria e o fim das “guerras por procuraça o” no Terceiro Mundo na o provocaram uma diminuiça o do nu mero de guerras, na o ao menos de guerras civis”. Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 5 - Causas e natureza dos conflitos violentos. De acordo com a ví deo-aula 3, “Para as Relaço es Internacionais e principalmente para os grandes o rga os de pesquisa, caracteriza-se conflito armado quando, dentro de um perí odo de um ano, ocorram 25 mortes relacionadas ao conflito. Passa-se a status de guerra, quando esse nu mero sobe para 1.000 mortes referente ao conflito” (Adaptado). O conceito de conflito armado tambe m foi discutido no livro base da disciplina, “Aqui entendemos conflitos violentos como sino nimo de conflitos armados. A base de dados sobre conflitos organizada pela Universidade de UPPSALA, na Sue cia, define um conflito armado como aquele que resulta em um mí nimo de 25 mortes em batalha e nas qual pelo menos um ator ou umas das partes envolvidas e o governo de um estado (UPPSALA, 2017)”. Fontes: Ví deo-aula 3 (45”57’) - Tema: Paz e gesta o de conflitos/VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 5 - Os conflitos armados em nu meros). --- “Entre os exemplos de velhas guerras no po s-guerra fria podemos mencionar: Guerra do Golfo Pe rsico (1992); Eritre ia versus Etio pia (1998-2000); I ndia versus Paquista o (1997-2003), Estados Unidos e bloco de aliados versus Iraque (2003). Entre os exemplos das novas guerras podemos mencionar: Guerra civil da Iugosla via (1991-2001); Guerra civil da Ruanda (1990- 1994); Guerra Civil da Soma lia (1991-presente); Guerra do Afeganista o (2001-presente); Conflito sudane s de Darfur (2004-presente); Conflito do Congo (1998-presente); Guerra Civil da Lí bia (2011-2014); Guerra Civil da Sí ria; Guerra Civil Sul-Sudanesa (2013-presente)”. Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 3 - As caraterí sticas das novas guerras). De acordo com a videoaula 3, “a principal caracterí stica das novas guerras e a globalizaça o. Portanto, as novas guerras sa o horizontais, verticais, transnacionais e nacionais. Ou seja, temos todos esses aspectos em um so conflito. A principal implicaça o da globalizaça o e que a ideia de soberania na o e mais via vel. O esforço para recuperar o poder dentro de um domí nio espacial em particular apenas enfraquecera ainda Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 16 mais a capacidade de influenciar eventos. Em suma, com a globalizaça o, os conflitos deixaram de ser lineares. Existem cinco grandes caracterí sticas que precisamos apontar especialmente com relaça o a estruturaça o desses conflitos, que diz respeito a sua composiça o, ou seja, quem vai participar ativamente do conflito. Podemos identificar cinco tipos principais: 1. forças armadas regulares ou seus remanescentes; 2. grupos paramilitares; 3. unidades de autodefesa; 4. mercena rios estrangeiros; 5. tropas estrangeiras regulares” (Adaptado). A rota de aprendizagem 3, tambe m detalha essa discussa o, “Tipicamente, as novas guerras sa o caracterizadas por uma multiplicidade de tipos de unidades de combate, pu blicas e privadas,estatais e na o estatais, ou algum tipo de mistura. As unidades de combate mais comuns sa o grupos paramilitares, ou seja, grupos auto nomos de homens armados, geralmente centrados em um lí der individual. Os grupos paramilitares sa o frequentemente compostos por soldados, ate mesmo unidades inteiras sa o compostas por soldados baixados, da reserva ou desertores. E grupos paramilitares sa o compostos por volunta rios, jovens frequentemente desempregados em busca de um meio de vida, uma causa ou uma aventura. Eles raramente usam uniformes, o que os torna difí ceis de distinguir dos na o combatentes, embora usem roupas ou sinais distintivos. As unidades de autodefesa sa o compostas por volunta rios que tentam defender suas localidades. Tais unidades sa o muito difí ceis de sustentar principalmente por causa de recursos inadequados. Onde na o sa o derrotados, muitas vezes acabam cooperando com outros grupos armados e sendo sugados para o conflito. Mercena rios estrangeiros incluem indiví duos contratados por unidades de combate particulares e grupos de mercena rios. Um feno meno crescente sa o as empresas de segurança privada, frequentemente recrutam de soldados aposentados da Gra -Bretanha ou dos Estados Unidos, contratados pelos governos e por empresas multinacionais e geralmente interconectados. A categoria final e de tropas estrangeiras regulares, geralmente operando sob a e gide de organizaço es internacionais, principalmente a ONU, mas tambe m a OTAN. Em geral, essas tropas na o esta o diretamente envolvidas na guerra, embora sua presença seja muito significativa. Esses va rios grupos operam de forma auto noma e em cooperaça o. O que parecem ser exe rcitos sa o, na verdade, coalizo es horizontais de unidades separatistas das forças armadas regulares, milí cias locais ou unidades de autodefesa, quadrilhas criminosas, grupos de fana ticos e apoiadores que negociaram parcerias, projetos comuns e diviso es de trabalho. Por causa do custo, logí stica e infraestrutura e habilidades inadequadas, esses grupos raramente usam armas pesadas, embora onde sejam usados possam muito bem fazer uma diferença considera vel” (Adaptado). Fontes: Videoaula 3 (37’30”) - Tema: Caracterí sticas da nova guerra/Rota de Aprendizagem 3 (Caracterí sticas da nova guerra). --- “Em setembro de 2007 o enta o presidente brasileiro evitando referir-se a qualquer motivaça o que tivesse a ver com qualquer outro paí s sul-americano, comunicou a criaça o de um grupo de trabalho, sob a direça o do Ministe rio da Defesa e coordenado pelo intelectual Mangabeira Unger, para formular as diretrizes de um plano de modernizaça o das Forças Armadas (Plano Estrate gico de Defesa Nacional, ou Plano de Aceleraça o do Crescimento em Defesa – PAC em Defesa, como tambe m tem sido chamado) que leva em conta tre s metas gerais e cinco objetivos concretos. Os primeiros referem-se a: 1) a revisa o das estrate gias de defesa; 2) a reativaça o da Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 17 indu stria armamentista dome stica; 3) a autonomia da polí tica de defesa. As preocupaço es concretas esta o dirigidas a dar respostas a s seguintes questo es: 1) quais as melhores estrate gias para tempos de paz e guerra; organizaça o das Forças Armadas, dotadas com a vanguarda tecnolo gica e operacional; 3) reativaça o da indu stria armamentista nacional, direcionada a meta da autonomia em defesa; 4) identificaça o das Forças Armadas com a naça o, especialmente quanto a defesa das fronteiras, em que a Amazo nia aparece como uma prioridade, serviço militar compulso rio e tarefas sociais; 5) estabelecimento de linhas para atuaça o das Forças Armadas em situaço es de manutença o da ordem e do estado de direito (Villa e Vianna, 2010)”. Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 4 – A fase assertiva da polí tica de segurança brasileira). De acordo com a videoaula 4, “A fase assertiva da polí tica de segurança brasileira diz respeito ao iní cio de uma mudança na postura brasileira frente a polí tica externa. A polí tica externa continua insulada, isso e possí vel observar em governos recentes, como nos anos 2000 e 2010 em diante. Ainda existe insulamento, mas a partir dos anos 1990 e iní cio de 2000, ha uma mudança de postura e o Ministe rio das Relaço es Exteriores (MRE) passa aos poucos a se comunicar com outros ministe rios e a polí tica externa passa a absorver outros interesses para ale m dos ja estabelecidos no MRE. A partir de 1990, ha uma tentativa de mudança dessa postura mais reativa marcando o iní cio da fase assertiva da polí tica de segurança brasileira. Nos anos 2000 tambe m e possí vel perceber a polí tica dome stica e a polí tica externa mais entrelaçadas que em outros momentos da histo ria do paí s. Importante observar que sa o dois momentos importantes da polí tica externa brasileira (PEB). A polí tica de segurança reativa marca um perí odo em que a PEB estava tentando se encontrar e se organizar no contexto de um paí s em reestruturaça o. Estamos falando do perí odo militar no qual o foco era muito interno. Com o fim do regime militar, o paí s começou a pensar em alinhamento e parcerias estrate gicas dentro de um contexto globalizado, de novas tecnologias e novos meios de comunicaça o. A partir da de cada de 1990 e principalmente nos anos 2000 e com os avanços tecnolo gicos, a polí tica externa fica menos insulada e o Brasil se coloca como um global player. Ele deixa de seu um paí s em desenvolvimento que vota alinhado com paí ses desenvolvidos e passa a almejar seus pro prios pleitos. A partir dos anos 2000 isso se amplia com o alinhamento sul-sul, relaço es com paí ses em desenvolvimentos. (Na de cada de 90, a gente falava muito de alinhamento norte-sul, ou seja, alinhamento com paí ses desenvolvidos. Esse alinhamento implicava na maneira como o paí s votava em deciso es internacionais, em como votar e em o que apoiar). Essa mudança de postura do Brasil esta muito associada a diplomacia presidencial quando o presidente da repu blica passa a ser a cara da polí tica externa do paí s”. O Brasil se coloca como um mediador e essa posiça o esta muito vinculada a nossa polí tica externa de na o intervença o. Esse princí pio vem desde a Independe ncia. Esse momento da polí tica assertiva mostra que somos negociadores, mediadores. E sempre melhor um cessar fogo, um acordo, uma negociaça o do que uma intervença o”. (Adaptado). De acordo com o livro base da disciplina, “Nesta fase, que podemos localizar em meados da primeira de cada deste se culo, va rios para metros guiam a aça o do Brasil em mate ria de segurança: i) reforço do poder militar convencional e presença em cena rios internacionais, atrave s de misso es de operaço es permanentes de paz, e o reforço dos instrumentos normativos e legais da polí tica nacional de defesa e da estrate gia nacional de defesa; ii) indicativo de uma aça o global em segurança; iii) reforma das instituiço es internacionais de segurança, procurando influenciar o processo de elaboraça o de deciso es; iv) uma estrate gia que visava gerar dina micas auto nomas de segurança particularmente atrave s da construça o regional de instituiço es de segurança, ao mesmo tempo que se traça uma estrate gia que permite que o Brasil seja visto como uma pote ncia regional Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 18 benigna capaz de abastecer alguns bens pu blicos regionais em mate ria de segurança atrave s da gesta o e estabilizaça o de riscos regionais, tais como algumas crises polí ticas; construça o de uma agenda regional de segurança e o reforço da atuaça o do Brasil em misso es permanentes de paz da ONU”. Fontes: Videoaula 4 (19’41”) - Tema: Fase assertiva da polí tica de segurança brasileira/VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 4 - A fase assertiva da polí ticade segurança brasileira). --- “O conflito armado e uma constante na histo ria mundial, mas isso na o quer dizer que o constante e a guerra entre o Estado A e o Estado B. A guerra entre Estados esta diminuindo e ate mesmo se tornando rara e, segundo Villa (2019), isso ocorre porque quanto maior e a globalizaça o, menor e o conflito entre Estados. Antigamente, os interesses dos Estados eram sobre territo rios, soberania, mas a globalizaça o mudou esses interesses, o que vivemos agora e o interesse por desenvolvimento tecnolo gico, supremacia comercial e ate mesmo disputas pelo domí nio da tecnologia. Enta o, existe uma nova premissa “quanto maior o come rcio mundial baseado na cooperaça o entre os Estados, menor a quantidade de conflitos armados interestatais” (VILLA, 2019, p. 109)”. Fonte: Rota de Aprendizagem 5 (Tema: A globalizaça o como causa dos novos conflitos). “A guerra de rede e uma forma extrema de competiça o que existe entre os sistemas na o estatais e estatais de autoridade reguladora. Geralmente, esta relacionada a maneira pela qual os mercados sa o controlados e integrados a economia global. As redes que esta o sendo mobilizadas, no entanto, as do come rcio paralelo, formam, simultaneamente, a base da vida cotidiana: ficam ao lado, se entrelaçam e, em alguns casos, duplicam as redes que formam as numerosas estrate gias de sobrevive ncia po s-ajuste, mantendo milho es de pessoas vivas. As novas guerras refletem formas de autoridade que podem mobilizar todo o potencial do come rcio transfronteiriço. O exercí cio dessa autoridade tambe m amplia as caracterí sticas na o liberais da economia paralela em geral. Isso se refere a mais do que protecionismo e va rias formas de competiça o regional. Tambe m se reflete no desenvolvimento de modos de fazer guerra que, como a pro pria economia, ficam fora do marco regulato rio tradicionalmente associado aos estados-naça o. A guerra em rede dissolveu as distinço es convencionais entre pessoas, exe rcito e governo. As novas guerras, ale m de exigirem a mobilizaça o de redes para obter riqueza e prover viole ncia, esta o igualmente preocupadas em restringir a efica cia de outras redes, assumindo-as ou eliminando-as por completo. E nesse sentido que se pode descrever as novas guerras como guerra em rede. As redes da economia paralela na o sa o ligaço es sem valor que conectam atividades dí spares, mas relaço es normativas, culturais e polí ticas capazes de agir por si mesmas. A guerra de rede lança sistemas normativos, cadeias de mercadorias e formas de autoridade reguladora umas contra as outras. Em vez de estados ou exe rcitos, as novas guerras aliam-se ou se opo em a s redes polí ticas, econo micas e sociais que apoiam todas as formas de dia spora, comunidade e tnica, regimes de ordem social, ví nculos polí tico-comerciais discretos, hegemonias de mercado e assim por diante” (Adaptado). Fonte: Rota de Aprendizagem 5 (A globalizaça o como causa dos novos conflitos). Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 19 --- “A modernizaça o armamentista foi relacionada por alguns decisores de polí tica externa a defesa do entorno estrate gico do Atla ntico Sul, ou a “Amazo nia Azul”, como a linguagem militar costuma se referir a esta regia o, face a descoberta nessa a rea de jazidas de petro leo e ga s nas chamadas camadas do pre -sal (ibidem, 2014). Como te m sustentado Nasser e Moraes, os desafios que se apresentam para o subcontinente sul-americano, em parte, tambe m sa o observados ao se considerar a segurança sul-atla ntica. Tal como a Ame rica do Sul, este espaço e efetivamente uma zona de paz, livre de armas de destruiça o em massa. No entanto, como apontam Nasser e Moraes, “a manutença o desta condiça o requer que os paí ses do Atla ntico Sul tenham capacidades para, em conjunto, manterem-na livre de ameaças extra regionais e que, ademais, disputas alheias a este espaço na o venham nele se manifestar. Estas capacidades tambe m sa o necessa rias para que se mantenham em constante funcionamento as linhas de comunicaço es marí timas que atravessam o Atla ntico Sul, preservando, assim, a boa ordem no mar.”. (Nasser e Moraes, 2014, p. 11)”. Fonte: VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 4 - A fase assertiva da polí tica de segurança brasileira). De acordo com a rota de aprendizagem 4, “Duas condiço es promovem o surgimento desse aumento da militarizaça o na regia o. Primeiro, a governança de segurança na regia o e adequadamente descrita como uma combinaça o de discursos e pra ticas da comunidade de poder e segurança. Os estados ainda veem a força militar como uma ferramenta legí tima para influenciar suas relaço es com outros estados da regia o, ao mesmo tempo em que usam a diplomacia e instituiço es cooperativas para manter a paz. Segundo, a Ame rica Latina e uma regia o em transformaça o, de uma influe ncia global para um aumento da inserça o internacional. Os estados latino-americanos se libertam da interfere ncia tradicional norte-americana e europeia e reforçam sua identidade latino-americana ou sul-americana. O Brasil, como um dos paí ses do BRICS, e uma pote ncia regional com aspiraço es globais, enquanto estados como Argentina, Chile, Colo mbia e Venezuela se tornam 'pote ncias regionais secunda rias'. A transformaça o regional envolve tanto a renegociaça o das relaço es de poder, de acordo com o pensamento do equilí brio de poder, quanto os esforços para melhorar a integraça o regional e uma comunidade de segurança regional (Idem). Desta forma, podemos perceber que os temas que sa o pauta na agenda de segurança na Ame rica Latina adve m da necessidade de se desenvolver a posiça o econo mica dos paí ses e tambe m das singularidades enfrentadas na regia o. Essa agenda se junta com um constante desejo de crescimento no cena rio internacional dos paí ses da regia o. Os paí ses enfrentam temas de segurança e tambe m enfrentam o interesse em serem mais atuantes no cena rio internacional e isso fez com que o investimento em capacidade militar aumentasse e tambe m aumentasse o enfrentamento dos temas de segurança vividos na regia o”. O conteu do tambe m foi apontado no livro base da disciplina, “ha uma condiça o de natureza polí tica que alimenta o investimento armamentista brasileiro, que pouco tem a ver com preocupaço es estritamente tradicionais em si, leia-se militares. O sistema regional de segurança sul-americano vem atravessando por uma nova fase em que objetivos polí ticos e militares mais amplos deslocam preocupaço es tradicionais. Tais novos objetivos esta o relacionados com a melhoria da posiça o polí tica regional e ate global de alguns paí ses sul- americanos especialmente Brasil, o Chile e a da Venezuela. Certamente ha motivaço es dome sticas que tambe m incentivam o investimento no caso desses tre s paí ses. Contudo, tanto as metas dome sticas de segurança que adve m do investimento quanto as metas polí ticas regionais, por sua natureza latente na o sa o explicitas e geram temores em va rios paí ses vizinhos Bacharelado em Relaço es Internacionais | Tutoria 20 “posto que em presença do problema cla ssico de assimetria de informaço es, pobreza na comunicaça o, e ainda baixa institucionalizaça o de medidas de confiança entre atores, propiciam-se condiço es para o ressurgimento de desconfianças”, Villa e Weiffen, 2014, p. 156), que alimentam falsas representaço es de fatos ou intenço es em relaça o aos paí ses vizinhos”. Fontes: Rota de Aprendizagem 4 (Ameaças internacionais)./VILLA, Rafael Duarte. Segurança Internacional. Curitiba: InterSaberes, 2020 (Capí tulo 4 - A fase assertiva da polí tica de segurança brasileira).
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