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HEMATOPOÉSE Hemocitopoese é o processo contínuo regulado de produção de células do sangue, que envolve renovação, proliferação, diferenciação e maturação celular. As células do sangue têm vida curta e são constante mente renovadas pela proliferação mitótica de células localizadas nos órgãos hemocitopoéticos. As primeiras células sanguíneas do embrião surgem muito precoce mente (em torno do 19" d ia de gestação), no mesoderma do saco vitelino. Esta fase transiente da hemocitopoese, denominada mesoblástica, é caracterizada pelo desenvolvimento de eritroblastos primitivos (principalmente) e geralmente ocorre no interior de vasos sanguíneos em desenvolvimento, prosseguindo até a 6ª semana de vida intrauterina (VIU). Entre a 4• e a 6• semana de VIU inicia-se a hemocitopoese definitiva, com a migração para o fígado fetal de células originadas dos vasos em desenvolvimento, da porção alantoide da placenta em desenvolvimento e da porção anterior do eixo aorta- gõnada mesonefro. O fígado funciona temporariamente como órgão hemocitopoético. Esta fase, denominada hepática, é caracterizada pelo desenvolvimento de eritroblastos, granulócitos e monócitos; as primeiras células linfoides e megacariócitos aparecem. A hemocitopoese hepática, extravascular, é muito importante durante a vida fetal, com um pico de atividade em torno de 3 a 4 meses de gestação, declinando gradualmente até o nascimento. Outros órgãos em desenvolvimento como baço, timo e linfonodos também contribuem para a hemocitopoese, especial mente para a produção de linfócitos. Em contra partida, no segundo mês de vida intrauterina a clavícula já começa a se ossificar e tem início a formação de medula óssea hematógena (vermelha) em seu interior, dando início à fase medular da hemocitopoese. À medida que a ossificação pré-natal do restante do esqueleto avança, a medula óssea se torna cada vez mais importante como órgão hemocitopoético, alcançando um pico de atividade no período próximo ao nascimento. Os órgãos nos quais o desenvolvimento linfoide ocorre são classificados como primários (medula óssea e timo) e secundários. FATORES DE CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO As células- tronco originam células-filhas que seguem dois destinos: algumas permanecem como células -tronco, e mantendo a população dessas células (autorrenovação) , outras se diferenciam em outros tipos celulares com características específica diferenciação posterior seria determinada por agentes reguladores no microambiente medular, de acordo com as necessidades do organismo. CÉLULAS -TRONCO PLURIPOTENTES duas linhagens: a das células linfoides, que forma linfócitos, e a das células mieloides, que origina os eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas. CÉLULAS PROGENITORAS E CÉLULAS PRECURSORAS Células progenitoras multipotentes que produzem as células precursoras (blastos). É nas células precursoras que as características morfológicas diferenciais das linhagens aparecem pela primeira vez. Células progenitoras multipotentes que produzem as células precursoras (blastos). É nas células precursoras que as características morfológicas diferenciais das linhagens aparecem pela primeira vez. FATORES DE CRESCIMENTO HEMOCITOPOÉTICOS Dentre os fatores de crescimento encontram-se interleucinas (IL), diversas outras citocinas (p. ex., interferon) e fatores estimuladores de colônias. Embora um fator de crescimento em particular possa mostrar especificidade para uma determinada linhagem, ele é geralmente capaz de influenciar outras linhagens também, atuando sinergicamente com outros fatores. OBS: As doenças da hemocitopoese são causadas geralmente por aumento ou diminuição da produção de células- tronco, com a consequente superprodução ou subprodução de células das linhagens hemocitopoéticas. Um único ou vários tipos de células-tronco podem ser afetados, podendo haver diminuição de um tipo de célula madura e simultâneo aumento de outro tipo. Um exemplo são as leucemias, nas quais ocorre formação excessiva de leucócitos anormais MOLÉCULAS DE ADESÃO NA HEMATOPOESE As moléculas de adesão são necessárias à modulação de diversas interações entre células hematopoéticas e fatores de crescimento, células estremais, endotélio e matriz extracelular. Essas moléculas de superfície influenciam a indução, diferenciação e função das células hematopoéticas. Muitos componentes da matriz extracelular interagem com receptores existentes nas células hematopoéticas. Entre estes estão fibronectina, trombospondina, ácido hialurônico, hemonectina, laminina e sulfato de heparina. Os receptores para algumas dessas moléculas já são conhecidos. O CD44, receptor do ácido hialurônico, integra um grupo antigenicamente relacionado de proteínas de superfície induzíveis, que são expressas de forma variável em todos os leucócitos. MEDULA ÓSSEA A medula óssea é um órgão difuso, porém volumoso e muito ativo. A medula óssea é encontrada no canal medular dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos. Distinguem-se a medula óssea vermelha, hematógena, que deve sua cor a numerosos eritrócitos em diversos estágios de maturação, e a medula óssea amarela, rica em células adiposas e que não produz células sanguú1eas. No recém nascido, toda a medula óssea é vermelha e, portanto, ativa na produção de células do sangue. Com o avançar da idade, porém, a maior parte da medula óssea transforma-se na variedade amarela, sendo a medula vermelha no adulto observada apenas no esterno, nas vértebras, costelas e na díploe dos ossos do crânio; no adulto jovem, é vista nas epífises proximais do fêmur e do úmero. A medula ama rela ainda retém células-tronco e, em certos casos, como nas hemorragias, alguns tipos de intoxicação e irradiação, pode transformar-se em medula óssea vermelha e voltar a produzir células do sangue. a medula óssea não tem vasos linfaticos. MEDULA ÓSSEA VERMELHA É constittúda por células reticulares, associadas a fibras reticulares ( colágeno tipo III). Essas células e fibras formam uma rede, percorrida por numerosos capilares sinusoides, que se originam de capilares no endósteo e terminam em um grande vaso central, cujo sangue desemboca na circulação sistêmica venosa por meio de veias emissárias. Artérias também são encontradas na medula, principalmente na região cortical, próxima do endósteo. MATURAÇÃO DOS ERITRÓCITOS O processo básico da maturação da série eritrocítica ou vermelha é a síntese de hemoglobina e a formação de um corpúsculo pequeno e bicôncavo, que oferece o máximo de superfície para as trocas de oxigênio. O proeritroblasto é uma célula grande que apresenta todos os elementos característicos de uma célula que sintetiza intensamente proteínas. O núcleo é esférico e central. O citoplasma contém numerosos polirribossomos, porém o retículo endoplasmático é pouco desenvolvido. As proteínas sintetizadas pelo proeritroblasto destinam-se principalmente a reconstituir o tamanho da célula, que se divide ativamente. Há também síntese de hemoglobina em pequena quantidade. O eritroblasto basófilo é uma célula menor do que a anterior. A cromatina é condensada em grânulos grosseiros. Não há nucléolos visíveis. O eritroblasto policromático é uma célula ainda menor, com um núcleo contendo cromatina mais condensada, contém hemoglobina em maior quantidade. O eritroblasto ortocromático ou normoblasto apresenta núcleo, com cromatina muito condensada, é picnótico e rico em hemoglobina. Quando o núcleo, que é expelido, a célula passa a se chamar eritrocito. MATURAÇÃO DOS LINFÓCITOS E MONÓCITOS Não apresentam grãnulos espedficos nem núcleos l obulados. Os linfócitos se originam principalmente no timo e nos órgãos linfoides periféricos (p. ex., baço, linfonodos e tonsilas). Os linfócito s T e B se diferenciam no timo e na medula óssea, respectivamente , independentemente de antígenos. Nos tecidos, o linfócito B se diferencia em plasmócito , célula produtora de imunoglobulinas . linfoblas to é a maior célula da série linfocítica. Tem forma esférica, com citoplasma basófilo e sem granulações azurófilas. O prolinfócito é menordo que a célula anterior; tem o citoplasma basófilo, podendo conter granulações azurófilas. A cromatina d o pro linfócito é condensada. Os monócitos são células intermediárias destinadas a formar os macrófagos dos tecidos. Sua origem é a célula mieloide multipotente que origina todos os outros leucócitos, exceto os linfócitos . O promonócito, encontrado somente na medula óssea. Os fatores relevantes para o desenvolvimento dos monócitos na medula óssea são GM- CSF, M-CSF e SCF. ORIGEM DAS PLAQUETAS Se originam na medula óssea vermelha pela fragmentação do citoplasma dos megacariócitos, os quais, por sua vez, formam-se pela diferenciação dos megacarioblastos.
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