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Direito do Trabalho - Atividade 3 (1)

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DIREITO DO TRABALHO
ESTUDOS DE CASO
1- CASE PARA ESTUDO 9 (VALOR 4,00 PONTOS):
João Canabrava, auxiliar de serviços gerais, trabalhou para a sociedade empresária Deusa Atena S/A, de 17/03/2017 a 16/03/2018. Cumpria jornada das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, de 8h às 12h. De segunda a sexta-feira, deveria ter intervalo de uma hora, mas, em razão do volume de trabalho, só conseguia desfrutar de 40 minutos. 
Tendo João Canabrava procurado você como advogada(o), considerando a legislação trabalhista em vigor, responda aos itens a seguir.
A) O que você deverá pleitear em uma eventual reclamação trabalhista quanto ao intervalo? Justifique.
No caso de João Canabrava, será regido por duas normas diferentes, isso por que a MP 808/2017 (14/11/2017 a 22/04/2018) em seu art. 2º instituiu que as mudanças da reforma se aplicaria, na integralidade, aos contratos de trabalho vigentes, ou seja, aos contratos existentes antes. 
Em razão disso, antes da Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, no caso de supressão do intervalo intrajornada, ainda que parcial, as empresas eram obrigadas a pagar ao trabalhador prejudicado o período correspondente e total, com acréscimo de, no mínimo, 50%, por força do quanto disposto no § 4º do artigo 71 da CLT e da Súmula 437 do C. TST.
Todavia, com o advento da Reforma, que entrou em vigor em novembro de 2017, deverá ser pleiteado apenas ao equivalente ao período de intrajornada suprimido, conforme os termos do art. 71, §4º da CTL.
Desse modo, uma vez que não existe convenção ou acordo coletivo, que regule a diminuição do intervalo intrajornada, deverá ser pleiteado, segundo o § 4º do art. 71 da CLT, o direito de receber (a título de indenização) as horas de descanso que foram suprimidas, com o acréscimo de 50%.
Nesses termos, o direito se justifica, uma vez que, em qualquer trabalho contínuo, cuja duração ultrapasse 6 horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 hora (podendo ser reduzido para 30 minutos, de acordo com art. 611-A, III da CLT) e, salvo acordo escrito ou convenção coletiva em contrário, não poderá exceder de 2 horas.
B) Qual é a natureza jurídica do pagamento do intervalo suprimido de Ramiro? Justifique.
Conforme supracitado, que houve mudança não apenas na forma de se contar o período, mas também da natureza jurídica do instituto, pois, após a reforma trabalhista, esta verba, que anteriormente possuía natureza salarial e era remunerada como se fosse hora extra, com a reforma passou a ter natureza indenizatória e, por esta razão, deixou de gerar reflexos nas demais verbas salariais e/ou rescisórias.
Logo, até novembro de 2017 a intrajornada será paga integralmente como horas extras, com o acréscimo legal, refletindo em todas as demais verbas salariais e rescisórias (férias, 13º salário, FGTS e multa de 40%, dentre ouras). 
Entretanto, após novembro, com o vigor da reforma, a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, gera para João Canabrava o pagamento, de natureza indenizatória, do período suprimido, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração, nos termos do art. 71, §4º da CLT.
2- CASE PARA ESTUDO 10 (VALOR 4,00 PONTOS):
Shuri é empregada em um salão de cabeleireiro localizado na cidade de Wakanda em que reside e cumpre jornada de 2ª feira a sábado, das 8h00min às 19h00min, com pausa alimentar de uma hora. Não existe previsão em Lei, acordo coletivo ou convenção coletiva de jornada diferenciada para a sua categoria.
Diante da hipótese apresentada, responda aos itens a seguir.
A) Analise se a trabalhadora, em eventual reclamação trabalhista, teria sucesso em pedido de horas extras pela inobservância do intervalo interjornada.
Quanto a inobservância do intervalo interjornada, não haverá direito a ser pleiteado, visto que, conforme o art. 66 da CLT, deverá ser respeitado o intervalo interjornada de no mínimo 11 horas, o que tem sido aplicado ao caso de Shuri.
Contudo, Shuri poderá pleitear uma reclamação devido ao excesso de jornada de trabalho, uma vez que cumpria por semana uma jornada total de 60h, quando, segundo o art. 7º, inciso XIII, da Constituição Federal, a duração normal do trabalho não pode ultrapassar a oito horas diárias ou 44 horas semanais, podendo ser estendida em até duas horas extras. 
B) Caso você fosse contratado como advogado de Shuri, analise se seria possível formular, além do pedido de horas extras pelo excesso de jornada, algum pleito de sobrejornada por outro fundamento jurídico e legal, identificando-o em caso positivo.
Sim, além do pedido de horas extras pelo excesso de jornada de trabalho, deverá ser pedido o retroativo e correção de verbas quanto ao 13º salario, férias, descanso semanal remunerado e FGTS. 
3- CASE PARA ESTUDO 11 (VALOR 4,00 PONTOS):
Um vigilante trabalha numa empresa do seguinte modo: das 7:00 às 19:00 h, folgando o restante daquele dia e o dia seguinte, voltando à escala 2 dias após, para nova jornada das 7:00 às 19:00 h – ou seja, 12 horas de trabalho seguidas por 36 horas de descanso. Esse acerto está previsto na convenção coletiva da categoria do empregado.
Diante disso, responda aos itens a seguir.
A) Caso o dia de trabalho desse vigilante coincida com um feriado, como será feito o pagamento dessas horas ao empregado?
	A jornada de 12 por 36 passou a ser prevista na CLT, de modo que, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho estabelecer essa modalidade de horário. 
Assim, considerando que o caso em concreto obedece a esses termos, uma vez que está, previsto na convenção coletiva, ainda que o dia de trabalho incida com um feriado, será compensado e abrangido na remuneração, não incidindo como horas extras, segundo o paragrafo único do art. 59-A da CLT.
B) Caso um plantão de trabalho desse vigilante coincida com o dia de domingo, como será feito o pagamento dessas horas ao empregado?
Nos termos no art. 59-A, paragrafo único, a remuneração mensal pactuada abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado. Assim, considerando que, apesar de via de regra, preferencialmente os domingos serão destinados ao descanso semanal remunerado, essa regra não é obrigatoria, de modo que, nessa modalidade de horário de 12 horas seguidas por 36 de descanso, a folga em outro dia da semana cumpre a sua obrigação legal, ainda que o empregado trabalhe no domingo será computado como hora normal, pois outro dia será o descanso, nos termos da convenção.

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