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7A. Relacoes Hospedeiro-bacteria

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RELAÇÕES HOSPEDEIRO-BACTÉRIA
- Ocorrem tanto no estado de normalidade quanto no estado de doença.
 O estado de doença é gerado quando a relação causa desequilíbrio para o hospedeiro.
- São dependentes de múltiplos fatores inerentes à bactéria e ao hospedeiro.
Bactérias como microbiota normal (no organismo sadio)
Bactérias como agentes patogênicos (no organismo doente)
- Infecção: resultado de uma interação que causa dano ao hospedeiro, devido a perturbações no balanço entre virulência bacteriana (agressão) e resistência do hospedeiro (defesa).
A severidade pode variar de acordo com:
a) Hospedeiro = seu estado de resistência e susceptibilidade.
b) Bactéria = grau de patogenicidade e mecanismo de virulência.
- Patógeno: microorganismo capaz de causar dano.
- Patogenicidade: capacidade de um microorganismo causar dano a um hospedeiro.
- Virulência: grau de patogenicidade de um microorganismo.
SUSCEPTIBILIDADE DO HOSPEDEIRO
- Influenciada por fatores ambientais, genéticos e fisiológicos.
* Fisiológicos = estado emocional, nutricional, imunológico, idade, condições hormonais. 
- Para determinadas infecções é mais elevada no inicio da vida e na velhice, assim como nos pacientes imunocomprometidos.
FATORES DE DEFESA DO HOSPEDEIRO
- Fatores que atuam na resistência contra infecções.
a) Fatores inespecíficos ou naturais:
Idade, estresse (emocional e nutritivo), dieta
Especificidade tecidual (componentes da bactéria atuam em componentes celulares específicos; essa especificidade garante uma maior agressividade)
Defesas anatômicas (mecanismos constituídos por secreções, fluxos e movimentos e/ou microbiota normal ao nível de trato respiratório, trato gastrointestinal, trato urogenital e conjuntiva) – pele e mucosas em geral.
b) Fatores específicos:
Baseada na resposta imunológica do hospedeiro (na mucosa há IgA).
IDEALMENTE UM PATÓGENO DEVE SER CAPAZ DE
- Infectar superfícies (mucosas) – aderir e colonizar.
- Invadir mucosa – área preferencial para servir de porta de entrada para infecção.
- Multiplicar-se nas condições do organismo ou tecidos do hospedeiro – como, por exemplo, no estômago, seu pH baixo restringe muito o número de bactérias sobreviventes.
- Elaborar produtos que causem danos aos tecidos do hospedeiro.
- Interferir com os mecanismos de defesa do hospedeiro.
Para ser considerado bom, o patógeno deve apresentar pelo menos 2 dessas propriedades.
EVENTOS DO ESTABELECIMENTO DE UM PROCESSO INFECCIOSO
- Aderência (contato, associação) – contato superficial com atração física (por atração de cargas) e/ou química (pela existência de receptores na célula hospedeira: adesinas) entre a bactéria e a célula do hospedeiro.
*Atração física apenas = patógeno fraco.
*Atração física e química = patógeno forte.
- Multiplicação (colonização) – é nessa etapa que o processo infeccioso se estabelece.
- Invasão (disseminação) e/ou dano tecidual – são variáveis, dependendo principalmente da virulência da bactéria e havendo danos locais ou disseminados. É nesse ponto que a infecção torna-se sintomática.
Cada etapa acima depende tanto da virulência da bactéria quanto da capacidade de defesa do organismo.
TIPOS DE CONTATO INICIAL
- Inalação
- Ingestão
- Contato sexual
- Feridas ou cortes
- Picadas de insetos
- Mordedura de animais
* Inalação, ingestão e contato sexual são os principais tipos de contato.
FATORES DE VIRULÊNCIA BACTERIANA
- Fatores que contribuem para a aderência, sobrevivência e colonização
a) Adesinas:
Contribui para a aderência específica.
Podem estar isoladas ou organizadas em estruturas (fimbrias, fibrilas, glicocálix)
A aderência bacteriana apresenta – tropismo tecidual, espécie especificidade, especificidade de ligação (adesinas x receptores)
- Fatores que contribuem para a invasão
a) Invasinas:
Presentes em bactérias altamente invasivas.
- Fatores que contribuem para a competição e captação de nutrientes:
a) Sideróforos:
Competem com o hospedeiro pela captação de ferro sangüíneo ( importantes para bactérias presentes na circulação)
b) Bacteriocinas:
Produzidas para combater as bactérias da flora normal.
As bactérias da flora normal também produzem bacteriocinas, mas contra as bactérias invasoras. Normalmente a bactéria da flora normal vence, por estar em maior número, mas isso pode se reverter dependendo da carga que infecta o individuo.
São antibióticos naturais.
- Fatores que contribuem para a evasão dos mecanismos de defesa do hospedeiro:
a) Escape / inibição da fagocitose (cápsulas, LPS, OMPs)
Neisseria, pneumococos e H. influenzae, são causadoras de meningites bacterianas e possuem a cápsula como principal fator de inibição da fagocitose.
b) Variação antigênica
c) Similaridade com antígenos do hospedeiro
Reação cruzada pode produzir seqüelas como as produzidas por infecção por Streptococcus, sobretudo orofaringite (febre reumática, glomerulonefrite)
d) Produção de enzimas degradadoras de Igs
Neisseria, pneumococos e H. influenzae produzem IgAs proteases.
- Fatores que contribuem para a sobrevivência em células fagocitárias
- Fatores que contribuem para a resistência a antimicrobianos
a) Mutação
b) Aquisições de genes R (resistência)
- Fatores que contribuem para causar dano direto (efeito tóxico) ao hospedeiro:
a) Endotoxinas (LPS)
Presentes em todas as Gram negativas
b) Exotoxinas (diftérica, tetânica, colérica, botulínica)
Hemolisinas
Leucocidina
Proteasas
Nucleases
 Possuem efeitos genéricos. É necessária concentração elevada para causar dano.
INFECÇÕES URINÁRIAS
- Podem ser alta ou baixa:
a) Alta (pielonefrite)
Menos comuns, mais graves
Vias hematogênica ou ascendente (cistite mal tratada)
b) Baixa (cistite)
Mais comuns, menos graves
Via ascendente, apenas
- Patogênese:
Vias: a) hematogênicas
b) ascendente
As infecções mais comuns são adquiridas por ascendência das bactérias presentes no terço distal da uretra, que por sua vez são aquelas que colonizam o períneo (oriundas do trato gastrointestinal). Em condições normais a urina lava a uretra e impede a multiplicação exagerada das bactérias da flora e, além disso, impede que elas subam o trato urinário. No entanto, se estamos debilitados, com cateter, etc, essa lavagem pode não ocorrer direito e podemos adquirir infecção urinária.
A infecção urinária também pode ser originada da disseminação hematogênica das bactérias, mas não há comprometimento inicial da bexiga, pois seu pH é desfavorável ao crescimento microbiano.
Urinocultura quantitativa = análise da quantidade de bactérias que estão colonizando a bexiga de verdade.
Acima de 105UFC/ml
Acima de 10³UFC/ml para mulheres jovens sintomáticas
OBS: Deve ser quantitativa, porque a bexiga é estéril.
Deve-se pegar o jato médio, porque se supõe que o primeiro jato lavou a uretra, simulando melhor a esterilidade da bexiga.

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