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Lúpus Eritematoso Sistêmico 1 Lúpus Eritematoso Sistêmico 1º contato Eixo SA INTRODUÇÃO: Definição: é uma doença inflamatória crônica, auto imune que acomete múltiplos órgãos ou sistemas. A etiologia é multifatorial, decorrente de um desequilíbrio no sistema imunológico e de produção de auto anticorpos EPIDEMIOLOGIA: Doença universal Incidência no Brasil> 4,8-8,7/100.000 Incidência EUA: 1,6-7,6/100.00 Expectativa de vida aumentou para 80% em 15 anos Padrão bimodal de mortalidade 90% dos pacientes são mulheres. Principalmente em idade fértil (2 e 3 décadas de vida) Tem distribuição universal ETIOLOGIA: @23/08/2021 Lúpus Eritematoso Sistêmico 2 Fatores genéticos: Gêmeos monozigósticos: 29 x maior que a população em geral Parentes de 1 grau: 17 x maior Avaliação genômica: 50 loci com polimorfismos relacionados a maior predisposição TREX1, DNAse1 HLADR2, DR3 STAT4, IRF5, TLR7 Alterações hormonais: Hipótese de imunomudalação Estrogenos: papel estimulador de várias células imunes Adesão dos mononucleares ao endotélio vascular Secreção de citocinas Expressão de moléculas de adesão Lúpus Eritematoso Sistêmico 3 Regula positivamente a via do IFN Reduz a apoptose de células autorreativas Fatores ambientais: Luz ultravioleta: exposição solar determina a apoptose de queratinócitos com expressão de moléculas como RNP, Ro, nuclossoma; secreção de citocinas (IL1, IL6, TNF) Amplificação da resposta imune e ativação de macrofagos → resposta inflamatória sistêmica Agentes virais: vírus: potentes estímulos para ativação da resposta imune Epstein Barr Citomegalovírus Evidências de surgimento de LES ou exacerbação após infecção por esses microorganismos Medicações : Hidralazina, isoniazida, procainamida Sintomas similiares ou atuar como gatilho para manifestações da doença Anti histona (FAN homogêneo) PATOGENIA: Vários defeitos no sistema imune por perda de tolerância Quebra de homeostasia Produção anormal de auto Acs Disturbios da regulação imune: Aumento da expressão de IFN alfa Redução do número e função de células T citotóxicas e supressoras Aumento do número e atividade dos linfócitos T CD4+ (T helper) Ativação policlonal de células B autorreativas Lúpus Eritematoso Sistêmico 4 Defeito na tolerância dos linfócitos B Redução da apoptose de células produtoras de auto Acs Redução do clearence de imunocomplexos Fisiopatologia: A lesão no tecido alvo é causada primariamente por auto-Ac patogênicos e imuno-complexos (IC) Componentes da resposta imune anomal Aumento do processamento de Ag próprios pelas APCs (células apresentadoras de Ag) Hiperatividade de células T e B Falha na interrupção destes processos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Rah malar: 30 - 60% Eritema fixo, plano ou elevado em região malar, poupando os sulsos nasolabiais Fotossensibilidade: Lúpus Eritematoso Sistêmico 5 Lesão discoide: Placas ou pápulas eritematosas com escarificação ceratótica aderente aréa central atrófica, com surgimento ou não de cicatrizes Face, couro cabeludo, pavilhão auricular, pescoço Úlceras orais ou nasais: Obseervadas ao exame físico em até 25% dos casos Lúpus Eritematoso Sistêmico 6 Comprometimento cutâneo: Alopécia difusa: até 50% dos casos Vasculite cutânea: 20-70% dos casos Comprometimento articular: Artitre não erosiva Artrite ou artralgia: 75-85% dos casos Poliartrite simétrica, aditiva: semelhante a artrite rumatóide Comprometimento hematológico: Anemia no LES geralmente é normocítica e normocrômica Anemia hemolítica auto-imune: 15% dos casos Leucopenia e linfopenia: 50% dos casos Plaquetopenia grave (< 50 mil plaquetas/mm³): 10% dos casos Aplasia medular e pancitopenia: raramente Acontece por frouxidão ligamentar Lúpus Eritematoso Sistêmico 7 Comprometimento neurológico: Serosites: Pleurite (30-60%): dor pleurítica, atrito pericárdico ou derrame pleural (16-40%) Pericardite (5%): documentada por ECG, atrito ou evidência de derrame pericárdico Comprometimento pulmonar: Febre, dispnéia, tosse podem ocorrer na pnumonite lúpica aguda Hemorragia alveolar difusa: rara e bastante grave Hipertensão pulmonar Comprometimento cardíaco: Miocardite: menos de 10% dos pacientes Endocardite de Libman Sacks: envolvimento do endocárdio Coronariopatia: LES é fator de risco independente para aterosclerose Comprometimento gastrointestinal: Vasculite abdominal Pancreatite Lúpus Eritematoso Sistêmico 8 Vasculite mesentérica Isquemia intestinal Comprometimento oftamológico: Conjutive (10%) Uveíte (2%) Vasculite retiniana (9%) Comprometimento vascular: Fenômeno de Raynaud (20-40%) Vasculite Comprometimento de linfonodos: 40% dos pacientes com LES em atividade Aumento discreto, indolor, não aderente Eventualmente adenomegalia importante com necrose inflamatória central não caseosa Compromentimento renal: Nefrite: proteinúria persistente (> 500mg/dia ou 3+ no súmario de urina) ou cilindros celulares Alteração do sedimento urinário ocorre em 50% dos pacientes ao longo da evolução da doença 10% evoluem para insuficiência renal Lúpus Eritematoso Sistêmico 9 Até 75% dos pacientes O sediemnto urinário ativo: Hematúria (especialmente com dismorfismo de padrão glomerular) Leucocituria Cilindros celulares Proteinúria Redução da taxa de filtração glomerular, proteinpuria nefrotica e presença de HAS → pior prognóstico DIAGNÓSTICO: Critérios ACR 1997: Lúpus Eritematoso Sistêmico 10 Critérios SLICC 2012: Critérios ACR/EULAR 2019: Critério de entrada: FAN reagente > 1:80 Critérios aditivos: Não conte um critério se uma explicação diferente de LES for mais provável Lúpus Eritematoso Sistêmico 11 A ocorrência de pelo menos um critério em uma ocasião é suficiente Pelo menos um critério clínico é necessário Dentro de cada domínio apenas o maior critério ponderado é considerado Classificação de LES escore maior ou igual a 10 pontos DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Doenças difusas do tecido conjuntivo Artrite reumatóide (FR+) Polimiosite/dermatomiosite Síndrome de Sjogren, ES DMTC e as vasculites sistêmicas primárias Lúpus induzido por drogas Infecções: Virais: EBV, CMV, parvovírus B19, HIV, hepatites Bacterianas: endocardite, tuberculose, sífilis, hanseniase Doenças linfoproliferativas Púrpura trombocitopênica idiopática Lúpus Eritematoso Sistêmico 12 Púrpura trombocitopência trombótica Esclerose múltipla TRATAMENTO: Antimaláricos: Preferencialmente hidroxicloroquina Melhora clínica, reativações menos frequentes, redução da dose de corticoesteroides Avaliação oftamológica periodica Corticosteroides: Essenciais em condições agudas Dano orgânico ao longo do tempo: Osteoporose, catarata, ostonecrose, aterosclerose Manifestações leve/moderadas: Hidroxicloroquina Lúpus Eritematoso Sistêmico 13 Prednisona (0,125-0,5mg/kg/dia), redução gradual até a menor dose possível Associação de metotrexano, leflunomida, azatioprina se necessário Manifestações graves/refratários: Uso de micofenolato mofetila, ciclofosfamida Dapsona e talidomida: manifestações cutâneas refratárias Tratamento nefrite lúpica: Lúpus Eritematoso Sistêmico 14 Medicamentos imunobiológicos: Belimumabe: ligação ao BLyS (B lynphocite stimulator), diminuindo a maturação, diferenciação e sobrevida Rituximabe: Ac. monoclonal quimérico, depleção de linfócitos B PROGNÓSTICO: Sobrevida em 5 anos: 1950: 50% Atualmente: 95% Mau prognóstico: Início infanto juvenil Etnia não caucasiana Baixo nível socioeconômico e de educação formal Envolvimento cardiovascular, neurológico, renal, plaquetopenia grave: pior prognóstico Antimalárico: efeito protetor na sobrevida das pacientes Lúpus Eritematoso Sistêmico 15 Metanálise: risco 2,98 x maior de óbito versus controle 2,7 x maior doença cardiovascular 4,9 x maior infecção 7,9 x maior insuficiência renal
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