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a importancia do exercicio cinesioterapeutico na qualidade de vida e nas queixas urinarias

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ISBN: 85-85253-69-X - Livro de Memórias do VI Congresso Científico Norte-nordeste - CONAFF
 
A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO CINESIOTERAPÊUTICO NA QUALIDADE DE VIDA E 
NAS QUEIXAS URINÁRIAS DE MULHERES NO CLIMATÉRIO 
MARIA THEREZA ALBUQUERQUE BARBOSA CABRAL MICUSSI1; 
JULIANA GRIPPO; SILVANA SILVA2; LÍLIAN LIRA3 
1
 Aluna do Programa de Pós-graduação Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte, Natal/ RN – Brasil, 2 Fisioterapeutas, 3 Mestre em Ciências da Saúde da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/ RN – Brasil. 
therezamicussi@yahoo.com.br
 
Resumo 
O climatério é o período de transição entre a etapa reprodutiva para a não reprodutiva na vida 
da mulher, caracterizado com o surgimento de vários sinais e sintomas decorrentes da 
alteração hormonal. A incontinência urinária aos esforços é um sintoma comum nessa fase que 
afeta negativamente na qualidade de vida da mulher climatérica. O presente estudo teve como 
propósito investigar a influência da cinesioterapia nas queixas urinárias e na qualidade de vida 
de mulheres no climatério. Foi realizada uma pesquisa quase-experimental em 26 mulheres na 
fase do climatério diagnosticadas com incontinência urinária aos esforços e idades entre 40-65 
anos. Após 16 atendimentos de treinamento cinesioterapêutico em grupo, as voluntárias foram 
reavaliadas e observou-se que 61,5% tornaram-se continentes e houve melhora significativa da 
qualidade de vida nos oito domínios do SF-36 (p-valor > 0,05). Conclui-se que a cinesioterapia 
influencia positivamente nas queixas urinárias e na qualidade de vida de mulheres no período 
do climatério. 
Palavras-chaves: incontinência urinária aos esforços; qualidade de vida; cinesioterapia. 
Abstract 
The climacteric is the transition period between the reproductive stage for non-reproductive in 
the life of the woman, characterized with the emergence of several signs and symptoms 
resulting from hormonal changes. Effort Urinary incontinence is a symptom normal at this stage 
that negatively affects the quality of life of climacteric women. This study aimed to investigate 
the influence of kinesiotherapy in the urinary complaints and quality of life for women in 
menopause. We performed a quasi-experimental research on 26 climacteric women diagnosed 
with efforts urinary incontinence and aged 40-65 years. After 16 attendances of training in 
group, the volunteers were reassessed and it was found that 61,5% have become continents 
and there was significant improvement of quality of life in eight domains of the SF-36 (p> 0.05). 
We conclude that kinesiotherapy positively influence the urinary complaints and the quality of 
life of climacteric women. 
Keywords: Effort urinary incontinence; quality of life; kinesiotherapy 
 
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Introdução
 
Em torno dos 40 anos de idade, observa-se um desgaste dos folículos ovarianos e esse 
fenômeno ocasiona uma diminuição dos níveis hormonais que persistem por toda a vida da 
mulher (SHAMLIYAN et al, 2008). Essa queda hormonal alcança um ponto mínimo e 
conseqüentemente é capaz de cessar o ciclo menstrual. O período que inicia a redução dos 
níveis hormonais até alguns anos após a última menstruação (menopausa) é conhecido como 
climatério (HUANG et al, 2006). 
O climatério representa o período de transição entre a fase reprodutiva para não 
reprodutiva, atingindo mulheres com idade entre 45 a 60 anos e variando em diversas 
populações do mundo, podendo ser influenciada por alguns fatores como a raça e etnia 
(BURGER et al, 2007; HENDERSON et al, 2008). 
Conforme BURGER et al (2007), a diminuição ou falta dos hormônios sexuais femininos, 
principalmente estrógeno e progesterona, pode ser revelada pelo organismo com sintomas 
precoces, intermediários e tardios, caracterizando a “síndrome climatérica”: 
Os sintomas constatados geralmente iniciam com a irregularidade dos ciclos menstruais. 
Podem ser divididos em neuropsíquicos (ansiedade irritabilidade, diminuição da libido, 
modificações do humor, perda de memória, diminuição da autoconfiança e da auto-estima); 
neurovegetativas (ondas de calor, suores noturnos, palpitações, parestesias, cefaléias e 
insônias); metabólicos (prurido cutâneo e obesidade); genitourinários (ressecamento e prurido 
vaginal e dor na relação sexual), intestinais (menor motilidade, acarretando constipação e 
flatulência) e sistêmicos (dores musculares generalizadas, doenças cardiovasculares, 
osteoporose, perda de espessura da pele e afinamento do cabelo) (HENDERSON et al, 2008; 
FREEMAN et al, 2008). 
Uma dos principais sintomas apresentado por mulheres nessa fase é a incontinência 
urinária ao esforço (RETT et al, 2007). Segundo a INTERNACIONAL CONTINENCE SOCIETY 
– ICS (1997), a incontinência urinária é definida como perda involuntária de urina ao esforço, 
como espirro, tosse e risadas. Geralmente a incontinência urinária apresenta em idade mais 
avançada e muitas vezes iniciam no período do climatério (SINGH et al, 2007). Em um estudo 
de inquérito populacional, objetivando investigar a prevalência da incontinência urinária e 
fatores a ela associados em 456 mulheres climatéricas, foi constatado que 30% da amostra 
apresentavam a incontinência (GUARISI et al, 2001). 
A incontinência urinária é uma condição comum, com implicação social, causando 
desconforto, vergonha, perda da autoconfiança, e que pode ter efeito negativo na qualidade de 
vida (DUMOULIN & HAY-SMITH, 2008; RETT et al, 2007). Muitos estudos (RETT et al, 2007; 
SIMON & REAPE, 2008; LUND, 2008) mostram uma relação inversa entre a presença dessa 
sintomatologia climatérica e qualidade de vida, em diferentes localidades do mundo, 
demonstrando que a incontinência influencia negativamente no bem estar de mulheres no 
climatério. 
A presença da incontinência urinária ao esforço pode ser uma condição freqüente no 
período do climatério e constitui uma etapa de modificações físicas e psicológicas, de difícil 
enfrentamento (RETT et al, 2007; SIMON & REAPE, 2008; LUND, 2008). Desta forma, o 
presente estudo busca contribuir com o conhecimento acerca da influência da cinesioterapia na 
qualidade de vida das mulheres climatéricas com incontinência urinária ao esforço. 
Metodologia
 
 
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O desenho metodológico foi caracterizado como um estudo quase-experimental, 
composto por 26 mulheres no período do climatério, idade variando entre 49 a 55 anos, com 
queixas clínicas de incontinência urinária de esforço, usuárias do Centro de Saúde Reprodutivo 
Leide de Morais, inseridas no programa de Atenção e Educação ao Climatério (PAEC) no 
município de Natal/RN. 
Os critérios de exclusão pautaram-se em: pacientes institucionalizadas, hospitalizadas, 
funcionalmente inválidas, com déficit cognitivo, com qualquer tipo de infecção de via baixa, ter 
realizado cirurgia para correção de incontinência urinária e com doenças crônicas 
descompensadas. A pesquisa apresentou a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da 
Universidade Potiguar (055/2007). 
As pacientes enquadradas no estudo foram submetidas a avaliações antes e após ao 
protocolo de exercícios cinesioterapêuticos. As avaliações eram realizadas através de um 
questionário, elaborado pelos pesquisadores, acerca das características demográficas, sociais, 
ginecológicas e urinárias. Ainda foi aplicado, o questionário de qualidade de vida SF-36 (Short- 
Form 26), que foi desenvolvido para avaliar as esferas física e mental do estado geral de saúde 
em indivíduos com comorbidades, validado para o uso na população brasileira, o qual mede 
oito conceitos de saúde: Capacidade Física (CF), Aspectos Físicos (AF), Dor (DOR), Estado 
Geral de Saúde (EGS), Vitalidade (VIT), Aspectos Sociais (AS), Aspectos Emocionais (AE) e 
Saúde Mental (SM). Cada domínio do SF-36 corresponde a um valorque varia de 0 a 100, 
onde zero corresponde ao pior e cem ao melhor estado de saúde (CICCONELI et al , 1999). 
O protocolo de exercícios cinesioterapêuticos totalizou 16 atendimentos em grupo, 
ocorrendo duas vezes por semana, com duração de 1 hora. O programa de exercícios 
correspondia a: 
 
Alongamento das cadeias musculares anterior, posterior e lateral da cabeça, pescoço, 
MMSS, tronco e MMII com duração de 1 minuto para cada grupo muscular; 
 
Exercícios miolinfocinéticos para extremidades superiores e inferiores durante 1 minuto; 
 
Exercícios perineais associados à respiração abdomino-diafragmática com contração até 
5 segundos (3x10); 
 
Exercícios para o assoalho pélvico com paciente em decúbito dorsal, flexão de joelhos e 
quadril, abdução e rotação externa do quadril, com contrações lentas e rápidas (3x10); 
 
Exercício de báscula em posição de quatro apoios (3x10); 
 
Exercício de agachamento e elevação associado à contração do períneo (3x10); 
 
Exercício para musculatura adutora de quadril e assoalho pélvico em (3x10); 
 
Exercícios com a bola suíça realizando rolamento ventral e dorsal (2x5); 
 
Relaxamento. 
Resultados e Discussões
 
Os dados sócio-demográficos das 26 pacientes participantes do estudo foram 
submetidos a uma análise descritiva. A Tabela 1 mostra esses resultados. 
 
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Tabela 1 - Informações do perfil socio-demográficos das pacientes (n=26)
 
A média de idade encontrada na pesquisa está condizente com a literatura do trabalho 
de RETT et al (2007) no qual observa-se que o climatério, etapa marcante do envelhecimento 
feminino, ocorre nas brasileiras por volta de 51 anos de idade. Nas últimas décadas, com o 
aumento progressivo da expectativa de vida, a mulher passou a vivenciar cerca de um terço de 
sua vida na fase do climatério, que compreende um longo período antes e depois da 
menopausa, caracterizado por repercussões significativas na maioria das mulheres. 
O índice de massa corpórea (IMC) das pacientes apresentou média equivalente a 28,5 
(±4,6), variando entre 26,6-30,3. De acordo com GUARISI et al (2001), é recomendado pela 
Organização Mundial de Saúde, que este índice esteja na faixa entre 18,5 a 25 Kg/m². Os 
autores descrevem que o IMC acima dos valores preconizados pode ser considerado como um 
fator de risco para o surgimento da incontinência urinária aos esforços devido à sobrecarga 
gerada sob os componentes do assoalho pélvico. 
Pode-se verificar que 62% participantes apresentam renda familiar até um salário 
mínimo e apenas 4% respondeu não saber. Foi encontrado que 90% das pacientes relatam ter 
como ocupação os trabalhos domésticos e apenas 10% trabalham fora. Quanto ao grau de 
escolaridade, 54% apresentam 9 anos ou mais de estudo e apenas 8% afirmam ser 
analfabetas. Em relação ao estado civil, 54% são casadas ou mantêm união estável e 15% são 
viúvas. Segundo GUARISI et al (2001), o qual realizou um inquérito domiciliar com mulheres 
climatéricas brasileiras, os sintomas neuropsiquiscos característicos do climatério podem ser 
acentuados ou minimizados de acordo com os dados sociodemográficos como a idade, renda 
familiar, tipo de trabalho, escolaridade e estado civil. Entretanto, os autores concluíram que não 
há associação entre os fatores geniturinários. 
Quanto à presença da incontinência urinária aos esforços, pode-se observar na Figura 1 
a presença da perda de urina aos esforços antes e após a prática dos exercícios 
cinesioterapêuticos. 
Dados sócio-demográficos Freqüência (%) 
Média de Idade (</>)* 52,1 (±16,97) 
Média de IMC (</>)** 28,5 (±12,30) 
Renda 
 Até 1 sm 62% 
 2 à 3 sm 19% 
 =4 sm 15% 
 Não sabe 4% 
 Não respondeu 0% 
Ocupação 
 Do lar 90% 
 Trabalham fora 10% 
Grau de instrução 
 Analfabeta 8% 
 1-4 anos 19% 
 5-8 anos 19% 
 9 ou mais 54% 
Estado civil 
 Casada/ união estável 54% 
 Solteira/ divorciada/ separada 31% 
 Viúva 15% 
 
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Figura 4 - Presença da perda de urina aos esforços antes e após a prática dos exercícios 
cinesioterapêuticos. 
Mediante aos dados expostos, após a realização dos exercícios 
cinesioterapêuticos houve melhora considerável, visto que 61,5% das pacientes afirmaram não 
apresentar perda de urina ao realizar esforços. NEUMANN & MORRISON (2008) afirmam em 
estudo de revisão que a cinesioterapia aplicada para o reforço perineal produz melhora 
substancial ou a cura da incontinência urinária aos esforços. De acordo com o HAY-SMITH et 
al (2008) a cinesioterapia favorece a continência urinária em torno de 40 a 75%. 
Um trabalho mais recente de SHAMLIYAN et al (2008) analisou 99 evidências científicas 
quanto os aspectos que envolvam a incontinência urinária. Os autores sugerem que o 
treinamento da força dos músculos do assoalho pélvico parece ser eficaz no tratamento da 
incontinência urinária. 
O estudo de BERNARDES et al (2000), realizou um tratamento cinesioterapêutico em 
mulheres com incontinência urinária aos esforços, com idade média de 44,1 anos. Após 10 
dias de atendimentos foi observado que 71,4% das pacientes evoluíram sem perda de urina 
aos esforços. BORELLO-FRANCE et al (2006) investigaram a eficácia do treinamento de força 
perineal em mulheres com incontinência urinária aos esforços. Foi sugerido que o trabalho de 
força permite a continência urinária em 67,9% da amostra. 
Na investigação sobre a utilização do protetor higiênico em decorrência da perda urinária 
involuntária, os valores encontrados podem ser visualizados na Figura 2. 
 
Figura 2 – Descrição do uso do protetor higiênico por conta da perda urinária ao esforço antes 
e depois dos exercícios cinesioterapêuticos.
 
Conforme aos dados expostos na Figura 2, verifica-se que após o tratamento houve 
melhora significativa da incontinência urinária, demonstrado que aproximadamente 8% das 
participantes continuaram fazendo uso do protetor higiênico. Por meio do teste Qui-quadrado o 
p-valor foi de 0,003, confirmando que o tratamento cinesioterápico influência na suspensão do 
uso do protetor higiênico. AUGE et al (2006) descrevem que o uso de absorventes por 
 
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mulheres incontinentes afetam diretamente a qualidade de vida. Os autores ainda afirmam que 
a utilização do protetor pode ser um indicativo do grau da incontinência urinária, uma vez que a 
perda de urina é vista como uma situação de insegurança, tornado necessário o uso de um 
recurso que a impeça perdas evidentes em público. 
A classificação da incontinência urinária de esforço na avaliação e reavaliação das 
mulheres estudadas podem ser visualizadas na Figura 3. 
 
Figura 3 - Classificação da incontinência urinária quanto a pequenos, médios e grandes 
esforços, antes e depois dos exercícios cinesioterapêuticos.
 
BERNARDES et al (2000) avaliaram o comportamento de pacientes com incontinência 
urinária aos esforços, comparando duas formas de tratamentos: a cinesioterapia e a 
eletroestimulação intra-vaginal. Os resultados demonstraram que a eletroestimulação 
favoreceu a melhora em 42,9% e a cinesioterapia em 57,1% dos casos com perda aos médios 
e grandes esforços. 
A avaliação da qualidade foi realizada através da aplicação do questionário Short-Form 
36 (SF-36). A Tabela 2 descreve os resultados dos oito domínios do questionário SF-36. 
Tabela 2 – Distribuição das médias (±DP) do SF-36 antes e depois dos exercícios 
cinesioterapêuticos.
 
Domínios* Antes (±DP) Depois (±DP) p-valor (5%) 
CF 59,8 (±24,4) 76,9 (±16,5) 0,000089 
AF 48 (±46,3) 77,9 (±36,3) 0,002366 
DOR 46,3 (±24) 57,6 (±20) 0,030366 
EGS 61 (±19,8) 75,4 (±17,3) 0,001237 
VIT 56,1 (±25) 71,9 (±19,8) 0,000250 
AS 72,1 (±21) 87,5 (±16,6) 0,004011AE 51,3 (±42,4) 82 (±30,2) 0,002098 
SM 67,1 (±21,5) 75,8 (±19,4) 0,000162 
*corresponde aos oito domínios do questionário SF-36, respectivamente CF-Capacidade 
Funcional, AF- Aspectos Físicos, Dor, EGS- Estado Geral de Saúde, AS- Aspectos Sociais, AE- 
Aspectos Emocionais e SM-Saúde Mental. 
Pode-se observar que todos os subitens do questionário SF-36 foram considerados 
significativos a 5% (p-valor < 0,05). Desta forma, para este estudo a cinesioterapia influenciou 
positivamente na qualidade de vida das mulheres com IUE no climatério. 
MEDEIROS, MEDEIROS & OLIVEIRA (2006) estudaram o impacto da incontinência 
sobre a qualidade de vida em 1.262 mulheres com idade média de 49,7 anos. Nesse grupo de 
 
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pacientes, 34,3% não apresentavam alteração da qualidade de vida, 47,4 % consideraram a 
fase do climatério como um problema como leve, 11,6% referiram como moderado e 6,7% 
alegaram ser acentuado. 
O estudo realizado por AUGE et al (2006) demonstra a relação entre a perda urinária e 
queixas de depressão. Aproximadamente 50% das mulheres climatéricas com incontinência 
urinária do estudo apresentavam queixa de depressão. Segundo SHAMLIYAN et al (2008), 
HUANG et al (2006) , RETT et al (2007), AUGE et al (2006) a presença da incontinência 
urinária em mulheres climatéricas repercute ao nível psicossocial e influencia negativamente na 
qualidade de vida. 
HUANG et al (2006) revela que a presença da perda involuntária de urina afeta 
negativamente a vida da mulher climatérica. Entretanto alguns fatores sociais, econômicos e 
culturais podem intensificar a sintomatologia climatérica e diminuir a qualidade de vida. 
O Comitê Internacional para Consulta no tratamento conservador da incontinência em 
mulheres revela que muitos dos fatores tradicionalmente responsáveis por afetar os resultados 
de intervenções terapêuticas físicas podem ser menos importantes do que previamente 
imaginado, o fator único que parece estar mais associado ao resultado positivo é maior 
motivação e/ou aderência à intervenção (INTERNATIONAL CONTINENT SOCIETY, 1997). 
Conclusão
 
Conforme os dados obtidos, sugere-se que a prática do exercício cinesioterapêutico seja 
eficaz no tratamento da incontinência urinária aos esforços e nos aspectos que referem a 
qualidade de vida. Acredita-se que a atividade em grupo possa contribuir significativamente na 
qualidade de vida, permitindo a interação social e trocas de experiências como de 
conhecimentos. 
É de grande valia que estudos experimentais sejam realizados como forma de aprimorar 
os conhecimentos científicos na área bem como guiar as condutas fisioterápicas. Além disso, é 
interessante a presença de grupo controle como forma comparativa. 
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Contato: Maria Thereza Albuquerque Barbosa Cabral Micussi 
Endereço: Av. Romualdo Galvão, 960, Tirol, Natal/ RN. Email: therezamicussi@yahoo.com.br

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