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Gasometria: Elementos e Valores Normais

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Gasometria
ELEMENTOS E VALORES DE NORMALIDADE 
 pH: 7,35 – 7,45 
 PO2: > 80 – 100 mmHg 
 PCO2: 35 – 45 mmHg 
 LAC: < 2 
 Sat O2 > 94% 
 HCO3: 20 – 26 
 - 3 < base excesso < +3 
 FiO2: 10% = 5 mmHg de aumento na PaO2 
 Anion Gap [Na + K – (Cl + HCO3)]: 8 -16 
pH: 7,35 – 7,45 
É, talvez, a variável mais importante da 
depender do motivo pelo qual foi solicitada a 
gasometria. Podemos solicitar a gasometria para 
verificar o pH do sangue. 
O pH sanguíneo possui uma faixa de variação 
muito pequena para ser considerado normal, variando 
de 7,35 até 7,45. Tudo que estiver entre essa faixa é 
normal de pH, não tem muita análise a ser feita com o 
pH normal. Entretanto, se tivermos: 
 pH < 7,35 -> acidose sanguínea 
 pH > 7,45 -> alcalose sanguínea 
Tanto a acidose quanto a alcalose são regidas, 
basicamente, por dois fatores: respiratório e 
metabólico. Ou seja, o sangue vai ser ácido ou básico 
devido a um fator respiratório ou metabólico que esteja 
causando aquele distúrbio (seja ele ácido ou básico). 
Existem vários tipos de distúrbios sanguíneos, um 
deles – a acidose – pode ser acidose respiratória ou 
acidose metabólica. Do mesmo modo, a alcalose pode 
ser respiratória ou metabólica. 
 Acidose Metabólica -> causa primordial 
relacionada ao bicabornato 
 Acidose Respiratória -> causa primordial 
relacionada ao CO2 
 Alcalose Metabólica -> causa primordial 
relacionada ao bicarbonato 
 Alcalose Respiratória -> causa primordial 
está relacionada com o CO2 
Sabendo os parâmetros é preciso entender o 
que acontece em cada situação: pH normal, pH ácido e 
pH básico. 
pH normal 
O pH normal representa o fisiológico em que 
acontecem todas as reações do corpo que devem 
acontecer e que precisam de um pH normal, 
especialmente as reações enzimáticas. 
O corpo possui uma série de reações químicas 
dependentes de enzimas; se o pH estiver muito ácido 
ou muito básico, essas enzimas desnaturam e perdem 
sua função / não fazem tão bem quanto deveriam. Ou 
seja, pH ácido ou básico em excesso (quanto mais fora 
da faixa de normalidade pior) têm uma série de 
implicações clínicas nos órgãos e nas reações 
químicas do corpo. 
pH acido 
O pH < 7,35 é ácido. É preciso entender que tanto 
o pH ácido quanto o pH básico são prejudiciais (salvo 
algumas situações específicas). 
O pH ácido desvia a curva de O2-hemoglobina 
para a direita. Ou seja, o pH ácido em alguns momentos 
pode ser protetor, fisiologicamente falando, porque ao 
desviar a curva de O2-hemoglobina para a direita torna 
o O2 mais fácil de ser carreado para os tecidos; a 
reação do O2-hemoglobina fica mais fraca, ou seja, o 
tecido consegue tirar o O2 da hemoglobina com mais 
facilidade, o que é benéfico em determinados cenários. 
Em casos de hipoxemia e má perfusão, o pH 
tende a ficar fisiologicamente mais ácido, entretanto 
existe um limite. Se o pH ficar menor de 7,2/7,25, esse 
desvio de curva do O2-hemoglobina para a direita vai 
continuar existindo, porém esse pH vai começar a 
ameaçar a vida do paciente. Até 7,25 pode ser 
compensatório o pH ácido para perfundir melhor o 
~emergencias clinicas~ 
tecido e deixar o O2 mais facilmente carreado pelo 
desvio da curva O2-hemoglobina para a direita. 
Entretanto, valores abaixo disso permitem que o 
desvio da curva continue, mas o paciente terá uma 
serie de consequências e o risco fica muito maior do 
que o benefício para o paciente. 
 pH < 6,8 é incompatível com a vida (paciente 
provavelmente não está mais vivo) 
 pH < 7,15 é extremamente ameaçador a vida 
Quanto mais tempo o paciente passa em 
acidose, mais órgãos são afetados: rins, coração e 
cérebro. Quanto mais tempo o paciente passa com pH 
< 7,15 maior será, também, sua gravidade e nível de 
preocupação para a equipe de saúde. Se esse prejuízo 
se estender, o prognostico do paciente é péssimo: 
morte, doente renal crônico dialítico, perde 
funcionalidade do coração, dentre outras 
consequências. 
 Quanto menor o pH, mais ameaçador é a vida -> 
existe uma proporcionalidade. 
pH alcalino 
O pH > 7,45 é alcalino e faz o contrario do que o 
ácido faz: desvia a curva O2-hemoglobina para a 
esquerda, aumentando a ligação do oxigênio com a 
hemoglobina, o que dificulta seu carreamento aos 
tecidos. 
Em síntese: o pH pode ser normal, ácido ou 
básico e seus principais influenciadores são as partes 
metabólica (através do bicarbonato) e respiratória 
(através do CO2). 
PO2: > 80 – 100 mmHg 
O valor de 80 – 100 que é dado como normal, nem 
sempre é de fato normal. A PO2 sozinha não fornece 
um valor confiável se o paciente está oxigenando bem. 
Isso porque a PO2 sem a fração inspirada de oxigênio 
(FiO2) é um valor pífio; o ideal é que se tenha a FiO2 e 
a PO2 para ver se a relação PO2/FiO2 está boa. 
 Obs: lembrar que a FiO2 inspirada em ar 
ambiente é de 21%. 
Os gases se distribuem com concentração 
uniforme. Ou seja, do mesmo modo que no Brasil, a 
FiO2 nos Andes também será de 21%; o que é menor 
nos Andes é a pressão do O2 na atmosfera, mas a 
concentração é a mesma. Uma vez que a pressão lá é 
menor, desloca menos ar visto que para que isso 
ocorra é preciso ter diferença no gradiente de pressão. 
Se não houver gradiente delta de pressão bom, não 
consegue puxar oxigênio. 
Existe uma série de parâmetros para PO2/FiO2: 
 > 400 = excelente 
 > 300 = bom 
 > 200 = aceitável 
 < 200 = moderado 
 < 100 = ruim 
 < 50 = péssima 
Um individuo pode estar com a PaO2 de 80, por 
exemplo, mas se estiver usando uma FiO2 de 100% 
teremos 80/1 = 80. A troca gasosa será de 80, 
considerada como ruim. Muito comum encontrarmos 
trocas gasosas péssimas (< 50) em pacientes com 
Covid em que mesmo ofertando FiO2 a 100%, a troca 
gasosa era de 40 – 42 devido a PaO2 do paciente. 
Outro exemplo: se o paciente tiver uma PaO2 de 
80 em uso de uma máscara de Venturi a 50%, a relação 
de troca será 80/0,5 = 160 (moderada). 
Importante ressaltar que o valor de normalidade 
se refere ao ar ambiente e, principalmente, quando 
pensamos em PaO2/FiO2 estamos pensando em 
relação de trocas gasosas. Ou seja, para saber se o 
paciente está trocando bem dividimos sua PaO2 pela 
FiO2 = relação de troca gasosa. 
Se houver uma relação de troca gasosa 
moderada a ruim podemos dizer que o paciente está 
hipoxêmico. Se tiver com uma troca gasosa boa está 
tranquilo. 
Quando falamos na pressão isolada de PO2, 
enquanto estiver de 80 – 100 está mantendo uma 
quantidade suficiente de O2 no corpo para perfundir os 
órgãos. Se a perfusão estará boa ou não vai depender 
da hemodinâmica / circulação; mas o fato de manter 
entre 80 – 100 ele terá, pelo menos, o mínimo 
necessário para perfundir. Se estiver abaixo de 80 o 
paciente tem hipóxia, o PO2 abaixo de 80 indica que não 
terá O2 suficiente para perfundir adequadamente todos 
os órgãos. Enquanto que níveis acima de 100 nos diz 
que há O2 em excesso no sangue daquele paciente. Ou 
seja: 
 PO2 < 80: hipóxia 
 PO2 80 - 100: normalidade 
 PO2 > 100: hiperóxia 
Hipóxia e hiperóxia são dois extremos. Apesar 
de a hipóxia (situação em que falta O2) ser comumente 
mais grave, a hiperóxia também tem suas 
consequências como o aumento da reação inflamatória 
e liberação de radicais livres. 
 Importante: a hiperóxia deve ser evitada ao 
máximo, especialmente, em casos de IAM por 
aumentar as taxas de mortalidade e nos pacientes com 
DPOC devido ao risco de narcose cerebral. Não 
devemos oxigenar em excesso o DPOCítico, bem como 
não devemos ventilar sem necessidade o paciente com 
IAM. 
Perceber que se o indivíduo estiver mantendo a 
PO2 entre 80 e 100 significa que existe uma PO2 que 
consegue manter uma certa quantidade de O2 
suficiente para perfundir os tecidos. Se a PO2 cai, não 
vai haver O2 suficiente e algum tecido vai deixar de 
receber o O2 que deveria. Normalmente o corpo 
prioriza rins, coração e cérebro(não necessariamente 
nessa ordem). A PO2 elevada teremos aumento na 
liberação de radicais livres, resposta inflamatória, 
narcose cerebral no DPOCítico. 
Doenças que causam hipoxemia (PO2 < 80): 
Covid-19 (doença mais hipoxemica do mundo), SARA, 
pneumonia, TEP, atelectasias. 
Principal causa de hiperóxia (PO2 > 100): 
iatrogenia médica. 
Conceituando: narcose cerebral é um RNC que 
pode acontecer devido ao excesso de O2. Para de lavar 
porque tem muito oxigênio e começa a reter CO2. 
Considerado um quadro grave. 
PCO2: 35 – 45 mmHg 
Um dos fatores que regem o pH. 
Quanto ↑ PCO2 = ↓ pH = sangue + ácido 
Quanto maiores os níveis de PCO2 indica que há 
uma concentração maior de gás carbônico no corpo e 
que o sangue tende a ficar mais ácido. 
A definição de Arhenius para ácido diz que são 
substâncias que, quando em meio aquoso, liberam H+. 
Apesar de não ser o teorema mais atual, ele se aplica 
a cerca de 90% dos ácidos. 
O CO2 é uma substancia que libera H+ quando 
em meio aquoso. Então, o acúmulo de CO2 (ácido de 
Arhenius) diminui o pH do sangue, tornando-o 
acidótico. 
 PCO2 elevada -> acidose sanguínea 
 PCO2 baixa -> alcalose sanguínea 
Na alcalose vai haver uma PCO2 baixa, 
consequentemente menos CO2 para diluir e, desse 
modo, menos H+ será liberado, então o sangue fica 
mais alcalótico. 
O valor de normalidade da PCO2 varia entre 35 e 
45 mmHg. 
PCO2 elevada 
 Vasodilatação do SNC 
 Vasoconstricção da periferia 
A PCO2 elevada vasodilata os vasos do SNC, 
fazendo com que haja um aumento da pressão 
intracraniana (PIC). Uma vez que a PIC, segundo a 
Doutrina de Monroe-Kelly, é regida por sangue, líquor 
e cérebro dentro de uma calota craniana fechada; se 
quiser mexer na PIC é preciso tirar sangue, liquor ou 
parênquima cerebral. 
Se vasodilata o SNC e vasoconstringe os vasos 
periféricos aumenta a impedância dos vasos no SNC; 
ou seja, aumenta a capacidade de aquele vaso 
armazenar sangue, deixando mais sangue no cérebro 
e aumentando a PIC. 
Em neurocríticos, portanto, não podemos aceitar 
uma PCO2 elevada, precisa estar entre 35 e 45. Se 
quiser reduzir a PIC as custas de PCO2, pode colocar 
uma PCO2 ainda menor, entre 30 e 35. 
Importante ressaltar que, nem sempre, é 
vantagem reduzir a PCO2 no neurocrítico; o que se 
sabe é que nunca devemos aumentar. A PCO2 do 
neurocrítico deve estar baixa. 
PCO2 baixa 
 Vasoconstricção do SNC 
 Vasodilatação da periferia 
A PCO2 baixa deixa mais sangue na periferia e 
menos na cabeça. Existe, portanto, uma redução da PIC 
quando reduz a PCO2. Ou seja, é possível inferir que a 
redução da PCO2 é uma medida de redução da PIC. 
Entretanto, é importante ressaltar que a redução 
da PCO2, apesar de diminuir a PIC, reduz às custas de 
diminuição do fluxo sanguíneo cerebral; deixando mais 
sangue represado na periferia e menos sangue no 
cérebro. 
A partir disso é possível entender que nem 
sempre é interessante reduzir a PIC as custas da 
redução do fluxo sanguíneo cerebral. Um exemplo 
disso são os pacientes com AVC isquêmico que, apesar 
de possuírem uma PIC elevada, não é viável reduzir o 
fluxo sanguíneo uma vez que já há uma falha na 
perfusão em decorrência do AVC. No AVCi vai fazer a 
redução da pressão arterial em casos > 220 x 120 
mmHg -> nessas situações a AHA sugere uma redução 
de 15 a 20% da PAM ou nos casos em que o paciente 
será submetido a fibrinólise. 
O DPOCítico é o perfil de paciente que costuma 
ter a PCO2 elevada, retendo mais CO2 porque o tórax 
em barril expande, mas não retorna (complacência 
aumentada e elastância reduzida). Retentor crônico de 
CO2, uma vez que não consegue expelir e acaba 
acumulando. 
Complacência = volume / pressão 
Normalmente, o paciente com DPOC apresenta o 
perfil de acidose respiratória, uma vez que retem o CO2 
e deixa o sangue mais ácido, apresentando uma 
acidose respiratória. 
Já a PCO2 muito baixa, normalmente, indica que 
o corpo está tentando lavar CO2 para compensar algo 
(como uma acidose metabólica), diminuindo sua 
quantidade no corpo. Bastante comum em casos de 
sepse que, por si só, já eleva o metabolismo do corpo 
e faz o bulbo aumentar a frequência respiratória (FR). 
Esse aumento da FR na sepse já faz uma lavagem do 
CO2, fazendo com que o sangue tenha uma tendência a 
ficar mais alcalótico por conta dessa queda do CO2. 
O movimento respiratório rápido / taquipneia / 
respiração clássica de Kusmaull – muito presente em 
pacientes com acidose metabólica (rápida e profunda) 
– significa que o paciente está tentando lavar CO2. 
Entretanto, é preciso observar que a PCO2 só irá 
reduzir em pacientes com elastância, complacência e 
resistência boas. Nos pacientes com DPOC se 
aumentar a FR vai reter ainda mais CO2 porque haverá 
menos tempo de esvaziar a caixa torácica, piorando o 
quadro respiratório que já não era bom. Por esse 
motivo que o DPOCítico pode descompensar na 
vigência de uma sepse. 
A acidose sanguínea costuma induzir uma 
respiração rápida e profunda, bem como RNC. A 
respiração rápida e profunda é para tentar lavar o CO2; 
o RNC é devido a própria característica da acidez do 
sangue no cérebro. Paciente costuma ficar torporoso / 
obnubilado. 
Quando penso em CO2 vem a mente ventilação; 
do mesmo modo que quando penso em PO2/FiO2 vem 
a mente trocas gasosas. Para saber se o paciente está 
ventilando bem ou não é preciso avaliar o CO2. 
 Obs: Lembrar que o acúmulo de CO2 é uma 
característica clássica de doenças obstrutivas, como o 
DPOC. 
LACTATO: < 2 
Lactato é o produto direto de uma respiração 
anaeróbia. Produto de uma via onde não é usada a 
respiração celular para obtenção de ATP; considerada 
uma via ineficaz de anaerobiose que tem como produto 
final o lactato. 
A presença de lactato no sangue não é um bom 
sinal. É um dos parâmetros que, quando alterado, mais 
preocupa na gasometria. 
 Lactato normal: < 2 (perfusão tecidual boa) 
 Lactato elevado: > 2 (perfusão tecidual ruim) 
O lactato elevado significa que um ou mais 
tecidos não estão sendo adequadamente perfundidos. 
Da mesma forma que PO2/FiO2 está relacionado 
com trocas gasosas e PCO2 com a ventilação, o lactato 
vai estar relacionado com perfusão tecidual. 
Sat O2: > 94% 
A saturação representa o transporte de O2 no 
sangue e envolve duas coisas: 
1. Carreador: hemoglobina 
2. Conteúdo: oxigênio 
Não adianta ter a carreta com a caçamba vazia, 
do mesmo que não adianta ter a caçamba cheia e a 
carreta não andar, ser lenta ou serem poucas. Ou seja, 
na defasagem de qualquer um dos dois – hemoglobina 
ou oxigênio – não vai haver transporte adequado. 
A saturação do paciente estar adequada significa 
que as quantidades de hemoglobina e oxigênio estão 
suficientes para transportar O2 aos órgãos. 
Da mesma forma que PO2/FiO2 está relacionado 
com trocas gasosas, PCO2 com a ventilação e lactato 
com perfusão tecidual, a saturação vai estar 
relacionada com o transporte de O2. 
É preciso olhar o parâmetro e INTERPRETAR o 
que ele quer dizer. 
HCO3: 20 - 26 
O rim pode excretar ou reter bicarbonato. É a 
substância do organismo responsável por acidificar ou 
alcalinizar o sangue a depender da sua quantidade. 
Sabemos que o bic é uma substância alcalina, então se 
estiver alto vai alcalinizar o sangue (pH alto) e se 
estiver baixo o pH vai tender a ficar menor. 
O bicarbonato e pH são diretamente 
proporcionais. Essa relação é o oposto ao que acontece 
com o CO2: se CO2 alto, pH baixo (inversamente 
proporcionais). 
O bicabornato e o CO2 são substâncias que 
regulam o equilíbrio ácido-básico. Uma vez que no 
excesso de bic o sangue tende a alcalinizar; pouco bic 
o sangue tende a acidificar. 
 pH alto = bic alto = CO2 baixo 
 pH baixo = bic baixo = CO2 alto 
BASE EXCESS: - 3 < BE < +3 
Na prática, é um parâmetro que não costuma 
embasar a análise da gasometria, salvo algumas 
exceçõesem que se quer saber se o distúrbio é 
metabólico ou respiratório. Significa excesso de base. 
 > + 3: significa que está retendo base 
 -3 < BE < +3: situação de normalidade 
 < - 3: significa que está eliminando base 
 Indica a cronicidade ou agudização da doença: 
 Crônica: BE elevado ou baixo 
 Aguda: BE normal 
Na doença crônica já deu tempo de o organismo 
trabalhar para reter ou eliminar base para compensar 
aquele determinado distúrbio ácido-básico. Na doença 
aguda ainda não está conseguindo trabalhar para 
compensar. 
FiO2: 10% = 5mmHg de aumento na PaO2 
É a fração inspirada de O2. Em média, cada 10% 
de FiO2 em um pulmão bom significa um aumento de 5 
mmHg na PaO2. 
ANION GAP [Na+K-(Cl+HCO3)]: 8 - 16 
Diferença entre cátions (íons +) menos ânions 
(íons -). Temos que sódio (Na) e potássio (K) são os 
dois principais cátions do corpo, cloro (Cl) e bic (HCO3) 
são os dois principais ânions. Essa diferença deve 
estar entre 8 – 16 (alguns livros trazem entre 8 – 20 ou 
8 – 18. 
Na maioria das vezes só é avaliado em situações 
de acidose metabólica. 
Se AG normal diante de uma situação de acidose 
metabólica, chamamos de acidose de hiperclorêmica. 
Ou seja, se o paciente tem uma acidose – pH < 7,35 – e 
ela advém de um bic baixo, analisa o AG. Se AG normal 
chama de hiperclorêmica, tendo como principais 
causas: 
 Diarreias 
 Hidratação em excesso com solução 
fisiológica 
 Insuficiência renal (acidose tubular) 
Já a acidose não hiperclorêmica (AG elevado) 
tem como principais causas: 
 Cetoacidose diabética (presença de 
cetoácidos no sangue) 
 Intoxicação por substâncias ácidas 
(aspirina, isoniazida e metotrexato) 
 Hiperlactatemia 
A hiperlactatemia é uma causa importante de 
acidose metabólica não hipercloremica; ou seja, o 
excesso de lactato no organismo pode levar a uma 
acidose metabólica com AG elevado. 
Em síntese, a importância do AG é – na presença 
de uma acidose metabólica – definir se é uma acidose 
hiperclorêmica ou não hiperclorêmica. 
TREINANDO GASOMETRIAS 
Gaso 1 
Primeiramente devemos avaliar o pH, depois o 
PCO2, depois o Bic e só então os outros parâmetros de 
escolha. 
O pH dessa gaso está acidótico, então trata-se 
de uma acidose. Essa acidose é respiratória, ou seja, 
advém do PCO2; ou metabólica, ou seja, advém do 
bicabornato? O PCO2 está baixo, tendendo a fazer 
alcalose. Ou seja, esse PCO2 baixo provavelmente é na 
tentativa de compensar outro distúrbio e, diante disso, 
já sabemos que não é uma acidose respiratória porque 
o PCO2 está baixo. Ao avaliar o bic vemos que ele está 
baixo, indicando a presença de uma acidose. 
Se o corpo deixar, essa acidose vai ser 
extremamente ameaçadora a vida. Por sorte, o bulbo – 
centro do comando respiratório – é extremamente 
sensível a variações mínimas de pH (para mais ou para 
menos) e vai agir para tentar adequar aquela situação. 
Se o pH estiver ácido ele vai elevar a FR para deixar 
uma PCO2 compensatória para aquela acidose e 
impedir que seja levada a extremos. Portanto, cada 
valor de bic vai ter uma faixa de PCO2 compensada. 
Então, por exemplo, se eu já sei que há uma 
acidose metabólica a próxima pergunta é: está 
compensada ou não está compensada? Para responder 
essa pergunta podemos usar a fórmula: 
PCO2 = (1,5 x HCO3) + 8 
A partir dessa fórmula conseguimos saber se é 
uma acidose metabólica compensada ou uma acidose 
metabólica sem compensação / compensação em 
excesso. Para isso precisamos saber o valor de bic. 
Na gaso em questão, a PCO2 está de 27 e o HCO3 
de 11, 4. Jogando na fórmula temos: 
PCO2 = (1,5 x HCO3) + 8 
PCO2 = (1,5 x 11,4) +8 
PCO2 = 25 (ideal) 
Para esse valor ideal de PCO2 podemos 
acrescentar um intervalo de +2 e -2 de variação. Ou 
seja, o PCO2 ideal para ser considerado como um 
distúrbio compensado deve estar entre a faixa de 
variação de 23 a 27. A gaso em questão tem PCO2 de 
27, o que nos permite afirmar que se trata de uma 
acidose metabólica compensada. 
 Se PCO2 < 23: acidose metabólica 
excessivamente compensada por alcalose 
respiratória 
 Se PCO2 entre 23 e 27: acidose metabólica 
compensada 
 Se PCO2 entre 27 e 35: acidose metabólica 
em compensação por alcalose respiratória 
 Se PCO2 entre 35 e 45: acidose metabólica 
não compensada 
Existe, ainda, um extremo raríssimo e, na 
maioria das vezes quando acontece, indica que o 
paciente está muito grave e se chama acidose mista. 
Acidose Mista: quando o sangue está com acidose 
metabólica e PCO2 elevado. 
 Importante: acidose mista é diferente de 
distúrbio misto! No distúrbio misto temos, por 
exemplo, uma acidose metabólica excessivamente 
compensada. Ou seja, quando há algo que está 
excessivamente compensando, chamamos isso de 
distúrbio misto. Já a acidose mista é quando temos 
diminuição do bic e aumento da PCO2 -> é um perfil de 
paciente bastante grave (e raro), levando muitas vezes 
ao óbito. 
Outras coisas que poderiam ser avaliadas: 109 de 
PO2 em teoria está ok, apesar de um pouco maior. 
Saturação boa de 96%. Já o lactato de 3,7 (ref. 0,4 a 2,2) 
indica uma perfusão inadequada dos órgãos e já 
começa a preocupar. O anion gap está normal, 
indicando que possivelmente se trata de uma acidose 
metabólica hiperclorêmica. 
Gaso 2 
Trata-se de uma acidose (pH < 7,35) com a PCO2 
um pouco abaixo do normal, portanto essa acidose não 
advém de causa respiratória. Quando passamos para o 
bicabornato ele está em 11. A PO2 está baixa (63,6) que 
é extremamente preocupante e indica uma hipoxemia; 
bem como a SatO2 que também está baixa (89,6%) o 
que nos deixa ainda mais preocupados. O lactato está 
normal, o que indica que ainda não está mal perfundido 
(o que é apenas uma questão de tempo). Bicabornato 
baixinho. O BE está bastante alterado, o que parece se 
tratar de um distúrbio já crônico do paciente. O anion 
gap está aumentado, não parece ser um distúrbio 
hiperclorêmico. O que parece é uma acidose 
metabólica do tipo não hiperclorêmica. Para saber se 
está compensada, ou não, pelo PCO2 precisamos jogar 
na fórmula: 
PCO2 = (1,5 x HCO3) + 8 
PCO2 = (1,5 x 11,4) + 8 
PCO2 = 25,1 
O PCO2 da gaso em questão tem PCO2 de 32, o 
que nos permite afirmar que é uma acidose metabólica 
em compensação. Uma vez que o valor de PCO2 não 
está dentro da normalidade, mas talvez ainda não 
tenha dado tempo de compensar. A faixa de 
compensação é entre 23,1 a 27,1. A PCO2 ainda está 
baixando, ainda não está compensada. Podemos dizer 
que é uma acidose metabólica em compensação com 
alcalose respiratória. Para compensar depende da 
capacidade do organismo de lavar CO2; do contrário, 
será necessário ajuda-lo ajustando parâmetros do 
ventilador, adequar volume minuto maior para lavar 
mais CO2, etc. 
Gaso 3 
Trata-se de uma alcalose de possível origem 
metabólica porque o bic está alto, com a PCO2 dentro 
do valor de normalidade de 37,7. A PO2 está um 
pouquinho mais elevada que o normal, relevando um 
pouquinho de hiperóxia. Saturação excelente. Lactato 
baixo, indicando que, até o momento, a perfusão está 
boa. 
Para os distúrbios de alcalose metabólica o 
cálculo de PCO2 ideal para a ser realizado para saber 
está compensada ou não está compensada é a 
seguinte: 
PCO2 = 40 + [0,7 x (HCO3 – 24)] 
Obs: essa fórmula não é usualmente utilizada na 
prática real e nem cobrada em provas. Importa saber 
qual o perfil de paciente de cada distúrbio. 
Fórmula aplicada na gaso em questão: 
PCO2 = 40 + [0,7 x (30 – 24)] 
PCO2 = 40 + 4,2 
PCO2 = 44,2 
A faixa de compensação é de 42 a 46 e o paciente 
está com 37,7, o que significa dizer que se trata de uma 
alcalose metabólica não compensada. Se esse PCO2 
continuar a elevar e conseguir comparar com as 
gasometrias de antes e depois pode avaliar se está em 
compensação ou permaneceu não compensada. 
Gaso 4 
Trata-se de uma acidose metabólica (bic de 11,2), 
saturandobem, mas com lactato bastante elevado 
(6,42). O lactato elevado significa célula que está 
morrendo em decorrência da anaerobiose. A 
hiperlactatemia contribui para: 
 pH mais ácido 
 Vasodilatação (o uso de drogas 
vasoconstrictora – como a noradrenalina – 
tem seu efeito dificultado na vigência de 
lactato alto) 
Lactato alto é um esparro para o paciente. É 
preciso tira-lo dessa linha de hiperlactatemia de 
qualquer jeito. 
Obs: o paciente pode ter uma boa saturação (em 
decorrência de um transporte adequado as custas de 
hemoglobina e O2) e ainda assim ter má perfusão como 
consequência de um vaso plégico (não vai ter pressão 
suficiente para chegar aos tecidos), obstrução (como 
nos casos de TEP) ou ligação muito forte entre a 
hemoglobina e o O2 (existem várias explicações). 
Lembrando: 
 Saturação → transporte 
 PCO2 → ventilação 
 PO2/FiO2 → trocas gasosas 
Apesar de estarem interligados, são coisas que 
não dependem necessariamente da outra. 
Para saber se essa acidose metabólica está 
compensada podemos jogar na fórmula: 
PCO2 = (1,5 x HCO3) + 8 
PCO2 = (1,5 x 11,2) + 8 
PCO2 = 24,8 
A faixa de variação vai de 22,8 a 26,8. O paciente 
em questão tem PCO2 de 22,8, o que nos permite dizer 
que há uma acidose metabólica compensada por 
alcalose respiratória. 
Gaso 5 
 
 
 
 
 
Trata-se de uma acidose respiratória (pH baixo 
- e extremamente ameaçador a vida - com PCO2 
extremamente alta), retendo muito CO2. Esse paciente 
não está conseguindo eliminar CO2 de jeito nenhum. A 
PO2 está até boa e a saturação limítrofe. Bic está 
elevado. 
Para saber se o bicarbonato está compensando, 
ou não, a acidose respiratória, existe a seguinte 
fórmula: 
HCO3 = 24 + [0,25 x (PCO2 – 40)] 
Aplicando essa fórmula para a gaso em questão 
temos: 
HCO3 = 24 + [0,25 x (PCO2 – 40)] 
HCO3 = 24 + [0,25 x (110 – 40)] 
HCO3 = 24 + 17,5 
HCO3 = 41,5 
O bic do paciente está bem longe do ideal, 
portanto trata-se de uma acidose respiratória em 
compensação com alcalose metabólica; mas só 
seriando a gaso para saber se está compensando ou 
se vai parar por ai. 
Gaso 6 
pH está alcalótico, indicando a presença de uma 
alcalose metabólica (bic elevado) e um PCO2 também 
elevado. Está hipoxemica, com apenas 64,6 de PO2 e 
saturação limítrofe de 92% (abaixo do normal). Chama 
atenção para o lactato normal e o anion gap também 
normal. Para saber se o PCO2 está compensando a 
alcalose metabólica jogamos na formula: 
PCO2 = 40 + [0,7 x (HCO3 – 24)] 
PCO2 = 40 + [0,7 x (45,5 – 24)] 
PCO2 = 40 + 15 
PCO2 = 55 
O paciente possui PCO2 de 67,2, muito acima da 
faixa de compensação. Isso nos permite afirmar que o 
bulbo reteve muito CO2 há uma alcalose metabólica 
excessivamente compensada com acidose 
respiratória. 
Gaso 7 
Essa gasometria 
possui pH normal, 
mas o que chama 
atenção é a 
presença de uma 
hipoxemia com a 
PO2 de 62,7, 
saturando limítrofe 
com 92,8% e o 
lactato já 
começando a elevar. 
Anion gap está 
normal. 
Não há distúrbio em 
si, mas o bicabornato está um pouco menor do que o 
ideal e uma PCO2 um pouco menor também. 
Apesar de não estar em acidose, como o bic está 
baixo podemos chamar de acidose metabólica porque 
o pH pode estar compensado pela PCO2 que está 
lavando. 
Jogando na fórmula, a PCO2 ideal para esse 
paciente seria de 36 (faixa de variação de 34 a 38) e o 
PCO2 dele está em 31,4, o que significa que há uma 
acidose metabólica excessivamente compensada com 
alcalose respiratória. 
Gaso 8 
Trata-se de uma 
acidose metabólica 
gravíssima (bic de 5). 
Chama atenção para a 
PO2 que está 
absurdamente alta 
(364) e lactato elevado 
indicando má perfusão, 
apesar de boa 
saturação. Glicemia 
extremamente alta. 
Esses dados somados 
a um anion gap elevado 
nos permite pensar 
que se trata de uma cetoacidose diabética. 
Na vigência de anion gap elevado sempre pensar 
nas causas de acidose não hiperclorêmicas: 
 Cetoacidose diabética 
 Intoxicação por substancias ácidas 
(aspirina, metotrexato) 
 Hiperlactatemia 
O PO2 está extremamente elevado e uma das 
possíveis causas é iatrogenia médica. O paciente com 
cetoacidose diabética costuma ficar com o padrão 
respiratório de Kusmaull (rápida e profunda) para 
tentar lavar CO2 e compensar a acidose. O médico pode 
entender essa respiração rápida e profunda como uma 
dispneia e, na tentativa de resolver, oferta O2 ao 
paciente; sendo que nesse momento ele não precisa 
dessa medida. 
Nesses casos é necessário hidratar o paciente 
ao máximo, investigar qual a causa da 
descompensação e tratar a causa (na maioria das 
vezes é infecciosa), dosar e repor potássio. A insulina 
só é feita depois e se o potássio estiver em uma faixa 
de segurança. Só fará bic se o pH estiver < 6,9. 
O pH desse paciente é extremamente 
ameaçador a vida, tem altíssimo risco de morte. 
Podemos dizer que ele tem uma acidose metabólica 
não hiperclorêmica do tipo cetoacidose diabética. 
 Importante: Nas acidoses não 
hiperclorêmicas a terapia com bicabornato não 
responde bem porque o rim vai acabar excretando tudo 
(pH < 6,9). Já nas hiperclorêmicas da para oferecer bic 
com mais segurança porque a causa é perda de bic (pH 
< 7,15). 
Gaso 9 
Trata-se de uma 
acidose respiratória 
(PCO2 elevado). O 
Bic está em 27, para 
saber se está 
compensado, ou 
não, precisaria 
aplicar a fórmula. 
Essa gasometria 
com acidose 
respiratória parece 
ser de um paciente 
com DPOC. 
Está saturando 94% 
Obs: saturação habitual do paciente com DPOC 
é entre 90 e 92%. 
Gaso 10 
Trata-se de uma 
acidose metabólica 
de provável origem 
na cetoacidose 
diabética uma vez 
que tem glicemia 
bastante elevada 
(515) e anion gap 
elevado (39,5). 
Possui lactato 
bastante alto 
(geralmente o 
paciente não 
sobrevive). 
Gaso 11 
Trata-se de uma acidose 
metabólica com um 
anion gap bem limítrofe 
(não da para inferir muita 
coisa). A PO2 está boa, 
mas a PCO2 está baixa 
tentando lavar para 
entrar em uma faixa de 
compensação com uma 
alcalose respiratória. 
Saturação normal. 
Potássio está baixo e a 
hemoglobina baixíssima (6,6). Glicose normal e lactato 
elevado. 
É uma acidose metabólica em compensação 
(talvez) com alcalose respiratória ou muito próximo da 
faixa de compensação. 
Gaso 12 
Nessa gasometria o 
que chama a atenção 
é a hipoxemia com 
PO2 de 58 e uma 
saturação de 88%. 
É uma gasometria 
clássica dos 
pacientes com 
Covid-19. 
Bic normal, bem 
como o PCO2. pH 
bem próximo do 
valor de normalidade 
com hipoxemia. 
Gaso 13 
Essa é outra gaso bem 
clássica de Covid-19. O 
paciente tem 41 de PO2, 
Saturação de 78%. As 
vezes o paciente está com 
FiO2 de 100% com essa gaso. 
CÁLCULOS EXTRA 
GRADIENTE ARTERIOLO-ALVEOLAR (A-a) 
 
 
 
 
 
 
 
O gradiente A-a consiste na diferença de 
pressão do O2 no alvéolo menos a pressão do O2 na 
artéria. 
Obs: só é calculado nos casos de TEP em que a 
PO2 é normal, uma vez que existe TEP sem hipoxemia. 
Ex: paciente taquidispneico, tem tudo para ser TEP 
(oncológico grave, TVP prévio, critério de Wells de 
probabilidade pré-teste de TEP elevadíssimo, 
acamado, pós-cirurgia ortopédica), mas a gaso vem 
com PO2 normal. Nesses casos é preciso atentar para 
uma relação muito íntima de proporcionalidade que é 
entre a da PO2 no alvéolo e na artéria. 
Essa diferença de PO2 alveolar sobre a PO2 
arterial não pode ser > 30 mmHg. 
Por exemplo, se tenho PO2 de 200 no alvéolo é 
preciso ter, no mínimo, PO2 de 170 na artéria. Se tiver 
PO2 de 200 no alvéolo e 100 na artéria está na cara que 
há uma obstrução / não está trocando bem porque o 
mínimo que precisaria na artéria era de PO2 igual 170. 
Então, o gradiente arteriolo-alveolar serve 
justamente para inferir, por exemplo, um quadro de 
TEP em que a quantidade de O2 no alvéolo é muito 
maior do que a do sangue. Ou seja, tem um fluxoreduzido para aqueles alvéolos apesar de PO2 normal 
(apesar de menos do que deveria), uma vez que 
existem alvéolos que não estão obstruídos. 
É preciso que o paciente esteja a nível do mar: 
760 mmHg ou 1atm. Além disso, é preciso que a FiO2 
esteja em ar ambiente, ou seja, 21%. 
Esse cálculo não é cobrado na prova e, na 
prática, esse calculo é geralmente realizado em uma 
calculadora específica. 
RELAÇÃO PO2 / FiO2 
Já esse cálculo é muito mais utilizado na prática, 
especialmente nos casos de Covid-19 para avaliar se o 
paciente estava melhorando as trocas gasosas. 
É uma relação bastante utilizada, também, nos 
critérios de SOFA (primeiro critério do sistema 
respiratório) para PO2/FiO2: 
 Score 0: ≥ 400 
 Score 1: < 400 
 Score 2: < 300 
 Score 3: < 200 com suporte respiratório 
 Score 4: < 100 com suporte respiratório 
A relação PO2/FiO2 também classifica a SARA 
(sindrome da angústia respiratória aguda) em três 
níveis: leve, moderada e grave. São os critérios de 
Berlim. 
Por exemplo, uma relação PO2/FiO2 entre 200 e 
300 é SARA leve; entre 100 e 200 é SARA moderada; 
inferior a 100 é SARA grave. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gradiente A-a = PAO2 – PaO2, onde PAO2 = PiO2 – 
(PaCO2/R), tal que PiO2 = FiO2 x (Pbar – PH2O) 
→ PiO2: pressão parcial inspirada de O2 
→ R: quociente respiratório = produção de CO2 / 
consumo de O2 = 0,8 
→ Pbar: 760mmHg ao nível do mar 
→ Ph2o: 47 mmHg

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