Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ABORDAGEM AO NEUROCRÍTÍCO CONCEITOS IMPORTANTES TEC O2 (taxa de extração cerebral de oxigênio) TEC O2 = 24 – 42%. Todo cérebro extrai cerca de 24 a 42% de oxigênio que recebe. É o órgão que mais extrai oxigênio do corpo; nenhum órgão extrai tanto oxigênio quanto o cérebro. Cerca de 24 a 42% do O2 que é oferecido ao cérebro ele extrai, o que é considerada uma extração absurda. Existem formas de monitorizar esse parâmetro que será explicado mais para a frente. A TEC O2 pode estar aumentada ou diminuída de acordo com determinadas situações: TEC O2 (↑): crise epiléptica, infecções, febre TEC O2 (↓): hipotermia, falta de glicose, coma, grandes áreas cerebrais com isquemias (a outra metade está morta), doenças que cursam com hipoxemia Importante destacar que, das causas que elevam a TEC O2, a crise epiléptica é a que tem o maior aumento. Tumores cerebrais somente irão elevar a TEC O2 se estiverem causando muita inflamação cerebral, caso contrario permanece com taxas normais. CONSUMO DE GLICOSE CEREBRAL (CGC) CGC = 77mg/min. O cérebro consome cerca de 77mg de glicose / minuto. Nenhum outro órgão do corpo consome tanta glicose quanto o cérebro. Por isso que, em casos de hipoglicemia, o cérebro é o primeiro a “apagar” para tentar diminui seu metabolismo, é uma forma de defesa cerebral. Então, observamos que a TEC O2 e o consumo de glicose cerebral apresentam as maiores taxas do corpo no cérebro. PRESSÃO INTRACRANIANA (PIC) PIC normal = 5 – 15mmHg. Para que seja considerada hipertensão intracraniana (HIC) os valores da PIC > 20mmHg. Entre 15 – 20mmHg é considerada uma PIC elevada, mas sem repercussão hemodinâmica. Entretanto, quando falamos em hipertensão intracraniana, de fato, temos uma PIC > 20. PIC normal: 5 a 15mmHg PIC elevada: 15 a 20mmHg PIC hipertensão intracraniana: > 20mmHg Importante: Se temos uma PIC > 20mmHg há, portanto, uma hipertensão intracraniana. A PIC pode ser estimada pela punção liquórica, mas existem sinais clínicos que sugerem uma PIC elevada, apesar de não estimar com precisão. Mas o que importa é saber se está acima ou abaixo de 20mmHg. Existem vários locais a partir dos quais é possível medir a PIC, mas o melhor são os ventrículos / sistema liquórico, mas o cateter pode ser colocado, também, no parênquima, na dura mater, dentre outros locais. Obviamente que uns locais com mais precisão do que outros. A maior acurácia está nos ventrículos e preferencialmente deve ser colocado nos ventrículos laterais. Doutrina de Monro Keie Prega que a PIC é regida por três estruturas: parênquima cerebral (80%), sangue (10%) e líquor (10%). A doutrina diz que só existem 3 coisas no cérebro são o parênquima cerebral, sangue e líquor que estão contidas dentro de uma calota craniana hermeticamente fechada e não expansível. Se quiser diminuir a PIC é preciso, necessariamente, tirar um desses componentes: parênquima cerebral ou sangue ou líquor. Tirar parênquima cerebral vai ser sempre ruim; já tirar sangue ou líquor depende. A doutrina diz ainda que se uma dessas 3 estruturas que regem a PIC estiver aumentada, por qualquer motivo que seja, vai alterar a PIC. Essa alteração pode ser algo catastrófico, uma vez que ~emergencias clinicas~ essas estruturas estão em um espaço hermeticamente fechado = uma calota craniana não expansível / pouquíssimo expansível. Não tem para onde expandir e pode acabar esmagando alguma estrutura importante, fazendo uma lesão por esmagamento. A expansão de uma dessas estruturas vai gerar uma consequência direta em cima, principalmente, do parênquima que é quem ocupa maior parte do espaço hermeticamente fechado (calota craniana). PRODUÇÃO DE LÍQUOR Produção de Líquor: 500 a 600ml (20ml/h) Fonte produtora do líquor: plexo coroide Fonte de drenagem do líquor: granulações aracnoides O plexo coroide produz e as granulações aracnoides drenam o líquor para os seios venosos para, então, caírem no sistema venoso. ♥ Dica: Muito raro existir hidrocefalia com produção excessiva de líquor. Quando pensarmos em hidrocefalia devemos pensar, normalmente, em alguma causa obstrutiva, deficiência de drenagem ou outro material (que não o líquor) dentro do sistema liquórico (principalmente sangue). O tumor que, de fato, cursa com hidrocefalia por aumento da produção de líquor é o papiloma de plexo coroide, mas é raro. Na presença de hidrocefalia devemos pensar em: problema de drenagem, obstrução ou presença de outro material que não seja líquor aumento a quantidade de liquido ali dentro. PRESSÃO DE PERFUSÃO CEREBRAL (PPC) PCC: 80 – 60mmHg. A pressão de perfusão cerebral varia e é um dado importantíssimo dado pela fórmula: PPC = PAM – PIC Ou seja, a PPC é igual a pressão arterial média diminuída da pressão intracraniana. Seus valores variam de 80 a 60mmHg. Não deve ser menor do que 60mmHg e nem maior do que 80mmHg. Na prática, pode até ser um pouco maior do que 80, mas menor do que 60 é perigoso. Para que tenhamos uma PCC adequada é preciso que ela esteja entre 60 a 80mmHg. FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL (FSC) FSC: 750 – 800ml/min. É como um ramo da pressão de perfusão cerebral. Esse fluxo sanguíneo cerebral é cerca de 750 a 800ml/min. Existe uma fórmula que envolve vários componentes para estimar esse fluxo sanguíneo, mas também pode ser obtido por meio do doppler transcraniano que permite ver o fluxo sanguíneo cerebral. SATURAÇÃO VENOSA BULBO JUGULAR (Sat V JO2) Sat V JO2: 55 – 75%. Temos a carótida interna direita e esquerda e são elas as responsáveis por levar o fluxo arterial de oxigênio ao cérebro. Ao lado da carótida temos uma estrutura mais complacente, de distensibilidade maior, que é a veia jugular e ela que vai trazer o sangue do cérebro, após ele ter usado o oxigênio, de volta para o coração, passando pela circulação pulmonar e subindo pela carótida novamente. Então temos o cérebro e o sangue chega nele pelas carótidas cheio de O2. Esse sangue vai ter o O2 “enxugado” pelo cérebro, extraindo-o e fazendo uma TEC O2 entre 24 a 42%. Depois que o cérebro extrai todo o O2 desejado do sangue arterial, ele devolve esse sangue no bulbo da jugular. O bulbo da jugular fica, mais ou menos, a 2cm abaixo da mastoide. É o espaço anatômico que, quando o cérebro suga todo o O2 do sangue arterial, esse sangue vai todo para o bulbo da jugular e depois voltar para o cérebro. Se conseguir acessar o bulbo da jugular vai ter o momento exato no qual o cérebro extraiu o O2 que queria e colocou o que não queria la. É possível acessar o bulbo da jugular passando um cateter de cima para baixo, entrando pela jugular, passa pelo mastoide e desce cerca de dois dedos. Depois radiografa em perfil e, se estiver 2cm abaixo da mastoide, está no bulbo da jugular. Esse cateter serve para colher gasometria. Toda gasometria, independente de ser venosa ou arterial, vai fornecer PO2, PCO2, Sat O2; mas se colher uma gasometria venosa ela vai fornecer, também, a PO2 na veia, PCO2 na veia e a Sat venosa. Se colher uma gaso venosa em que a ponta do cateter está no bulbo da jugular, estou colhendo a saturação venosa do bulbo de jugular. Exemplo: paciente com Sat V JO2 for de 80%, significa que da quantidade de sangue arterial com O2 que chegou ao cérebro, saiu 80% de O2. Digamos que a SatO2 arterial do paciente seja de 100%, ou seja, entrou 100% de O2 no cérebro. Saiu 80%. Com base nisso, a TEC O2 desse paciente vai ser de 20%. Se o paciente extraiu 20 e a taxa mínima é de 24, esse cérebro está hipometabólico / extraindo pouco. Se esse cérebro está extraindo pouco significa que o cérebro está adormecido e é preciso pensar no que pode estar acontecendo: sedação/analgesia em excesso, paciente em coma, paciente que sofreu isquemia extensa em boa parte do cérebroe por isso está extraindo pouco porque não está utilizando aquela parte do cérebro, paciente está hipotérmico...? Exemplo 2: paciente com Sat O2 arterial de 100%, entrou 100% de O2 para o cérebro e saiu 20%. Isso significa que a TEC O2 foi de 80%, considerado uma extração absurda. Esse é um cérebro que pode ser de um paciente em crise convulsiva, hipertermia, mal epilético. É um cérebro hipermetabólico, chamado de cérebro sofrido. PCO2 A PCO2 quando elevada faz: Vasodilatação central Vasoconstricção periférica Isso quer dizer que, se faz vasodilatação, faz aumento da impedância do vaso. Ou seja, aumenta a capacidade que o vaso tem de armazenar sangue. Com isso, acaba deixando mais sangue dentro do cérebro e menos sangue vai para a periferia. Quando tenho mais sangue no cérebro, pela doutrina de Monro Kellie, possivelmente haverá uma HIC / aumento da PIC. Por isso que nos pacientes neurocríticos não é possível admitir uma PCO2 elevada (>40). Acima disso começa a vasodilatar o central e reter sangue no cérebro. → PCO2 máxima tolerada por um neurocrítico é de 40mmHg. Não há nenhum beneficio em ter uma PCO2 elevada nos AVCi, uma vez que com isso passaria a reter, também, sangue venoso (inclusive em maior quantidade). A PCO2 quando baixa faz: Vasoconstricção central Vasodilatação periférica Esses feitos geralmente se apresentam para valores de PCO2 < 35mmHg. Nesses casos, mais sangue fica na periferia e menos sangue mais para o cérebro. A PCO2 reduzida no AVCi pode ser bastante perigoso porque, apesar de reduzir a PIC, faz isso as custas da redução do fluxo sanguíneo cerebral arterial. O ideal é manter a PCO2 entre 35 – 45mmHg. Hiperventilar o paciente é uma das medidas que pode ser utilizada para reduzir PIC uma vez que na hiperventilação lava CO2 -> reduz CO2 -> vasoconstringe o cérebro e vasodilata a periferia -> menos sangue no cérebro e mais sangue na periferia - > redução da PIC. Entretanto, nem sempre isso é bom: se estiver entrando 100% de O2 e o cateter no bulbo jugular mostrar que tem uma Sat V JO2 de 20%, isso significa que o cérebro extraiu 80%. E nesses casos, quando o cérebro está voraz por O2 e eu limito o fluxo sanguíneo, pode causar isquemia e acabar lesionando o cérebro. Ou seja, não pode hiperventilar todo e qualquer paciente sem antes saber como está o cérebro: está avido ou não por O2? Se for um cérebro ávido, tudo o que menos queremos é diminuir o aporte de O2; mas se for um cérebro que não quer O2, vai haver benefício em hiperventilar o paciente. Então, nos casos de AVCi nem reduz e nem eleva, o ideal é que a PCO2 fique entre 35 e 40. Não ultrapassar 40 e nem ficar abaixo de 35. Para isso é preciso ajustar o volume/minuto do paciente para uma PCO2 alvo entre 35 e 40. Lembrando que ajustar o volume/minuto com o paciente interagindo no ventilador quase impossível e perde completamente o parâmetro. Hiperventilar não deve ser feito de rotina, é preciso saber qual o paciente que merece uma hiperventilação. Os pacientes que se beneficiam da hiperventilação são: PIC > 20mmHg (HIC) + Sat V JO2 > 75%. Se tiver somente a Sat V JO2 > 75%, mas não tiver HIC não vai haver beneficio em ventilar, uma vez que a estratégia da hiperventilação visa, justamente, a diminuição da PIC. As vezes é um neurocrÍtico que não tem elevação da PIC e que, portanto, não terá benefício com a hiperventilação. RECONHECER/TRATAR HIC A primeira coisa a se fazer é reconhecer quando o paciente está com uma HIC a partir dos critérios clínicos sugestivos: Tríade de Cushing Papiledema (feito com fundoscópio, é sinal clássico de HIC) Alterações pupilares (puntiforme, anisocórica, médio-fixa) Triade de Cushing A anarquia respiratória pode ser representada por: gasping, kussmaul, cheyne-stokes ou qualquer outro padrão respiratório anárquico. A tríade de Cushing é um dos mais sensíveis e específicos parâmetros para HIC e é um sinal gravíssimo de herniação cerebral. Se o paciente abre o quadro com a tríade de Cushing, ele possui uma chance considerável de não sobreviver, uma vez que representa sinal de gravidade. Alteracoes Pupilares Pupila puntiforme → herniação da ponte Pupila anisocórica (midriátia e miótica) → herniação do uncus com compressão do III par (oculomotor) Pupila médio fixa → herniação da amigdala A pupila anisocórica é um dos sinais mais clássicos de HIC e um dos que permite agir rapidamente para tentar tirar o paciente do quadro. O lado da compressão, provavelmente, será o que apresenta pupila midriática, uma vez que a lesão está sempre do lado que abre a pupila. Já a pupila média fixa está mais relacionada ao óbito e não dilata nem contrai, é um sinal de herniação de amigdala. A amigdala é o último varão cerebral sustentado, se herniar a amigdala, acaba com o paciente. Hipertensão Anarquia RespiratóriaBradicardia Independentemente do que seja feito, não vai haver melhora clínica do indivíduo porque o ultimo varão foi destruído. Importante: cuidado ao avaliar as pupilas e interpretar como uma pupila puntiforme. Não adianta pegar um paciente há dias sedado com Dormonid e analgesiado com Fentanil porque a pupila estará puntiforme, mas não tem relação com lesão de ponte e sim pela sedação em excesso / crônica. Esses três (tríade de Cushing, papiledema e alterações pupilares), no exame clínico, são os melhores parâmetros para identificar um paciente com HIC. Inclusive, dos três, o mais indicativo é a pupila anisocórica e a tríade de Cushing. Entretanto, estes são parâmetros indiretos. O papiledema precisa de um fundoscópio, por exemplo, mas se tiver uma USG é possível fazer uma ultrassonografia de bainha de nervo óptico. Ultrassonografia de Bainha de Nervo Optico É feita com um transdutor linear – usado para vaso e nervo. Ele fica da horizontal, chamado de eixo curto, no olho / pálpebra fechado do paciente. Ao colocar o transdutor linear (mesmo utilizado para puncionar acesso) é possível identificar o globo ocular, a retina no final do olho e a bainha do nervo óptico que tem liquido em seu interior. Dentro da bainha está, também, o nervo óptico. E, apesar de não conseguir medir o nervo óptico, é possível medir o diâmetro da bainha perpendicular a 3mm abaixo da retina: se > 6mm é forte indicativo de HIC. A bainha tem líquido dentro e quando aumenta a PIC esse líquido dilata e acaba tendo uma bainha maior. Então, apesar de não ser possível pedir o nervo, é possível medir a bainha que envolve o nervo óptico. O nervo não sai do lugar, mas a bainha que o envolve sai. Dentro dessa bainha temos duas lâminas pequenas do lado direito e do lado esquerdo com líquido, não é um espaço virtual. Então, quando há aumento da PIC, o líquido que está dentro desse espaço incha / edemacia e a bainha alarga. Se há uma bainha de nervo óptico > 5mm já indicativo de HIC, > 6mm já é muito indicativo. TRATAMENTO Primeira Linha Elevar a cabeceira entre 30º a 45º Aumentar o retorno venoso do cérebro para o coração, uma vez que não há benefício em manter o sangue venoso no cérebro. O neurocrÍtico, obrigatoriamente, precisa elevar a cabeceira para não ficar com sangue venoso represado no cérebro e não aumentar a PIC. Controle pressórico (TA): é feito objetivando uma PAS alvo de 140mmHg nas primeiras 6h e 160mmHg nas próximas horas, chamada de hipertensão permissiva. A PAS tem mais envolvimento no aumento de PIC e lesão cerebral do que a PAD (ao contrario do AVCi). Obs: A exceção dessa regra do controle pressórico é o AVCi. Uma vez que, como o objetivo é ter uma perfusão maior, deixa a pressão mais alta. Nesses casos, só trata a pressão quando a PAS > 220mmHg e/ou PAD > 120mmHg. Isso difere, também, no tratamento.Como fazer: nipride solução padrão, IV, em bomba de infusão (BI), inicialmente com 10ml/h e aumenta de 5 em 5 até o controle pressórico. Se baixar muito a TA, reduz a dose. A vantagem dessas drogas – nipride, tridil, nora – é o fácil manuseio por ter tempo de meia vida e de ação curtos. Ou seja, tão logo quanto aumenta a droga, a pressão diminui; tão logo quanto diminua a droga, a pressão aumenta. Então é possível manusear de 2/2 – 3/3 minutos até a TA alvo. Solução salina hipertônica a 7,5% Tem por objetivo enxugar o cérebro por osmose com a solução salina hipertônica a 7,5%. Como fazer: 10 ampolas de NaCl a 20% e diluir em 200ml de SF a 0,9%. Isso é igual a 300ml de NaCl a 7,5%. Colocar para correr IV em BI, por 1h, em acesso venoso central por ser muito concentrado. Manitol Outra forma de redução de edema cerebral por osmose, ou seja, fazer com que o liquido que está no cérebro entre no vaso e diminua o edema cerebral é o manitol. O manitol é um diurético osmótico e vai fazer a hiperosmolaridade do plasma, com isso esse plasma hiperosmolar vai sugar todo o liquido que estiver no terceiro espaço e enxugar mais o cérebro, reduzindo a PIC. Como fazer: manitol, 1g/kg, IV, em BI, deixando correr por 1h. Segunda Linha Ainda controverso ou na presença de algum fator que o ajude a utiliza-lo (ex: hiperventilação). Hiperventilação: PIC > 20mmHg + Sat V JO2 > 75%. A hiperventilação visa uma PCO2 entre 30 e 35mmHg. Se não tiver o parâmetro da Sat V JO2 não deve fazer a hiperventilação, uma vez que não são todos os pacientes que se beneficiam da hiperventilação (ex: cérebro hipermetabólico decorrente do estado de mal epiléptico, febre, dentre outros) Indução de coma barbitúrico Vai diminuir o metabolismo cerebral e a TEC O2, mas é uma medida extremamente controversa. Hoje em dia quase não é feito. Hipotermia terapêutica Também controverso e não habitualmente realizado no dia a dia. Definitivo Esse é o tipo de tratamento realizado pelo neurocirurgião. O que nos cabe é estabilizar e reduzir ao máximo as sequelas cerebrais que essa paciente possa vir a ter para que não chegue na neurocirurgia complicado e sem perspectiva. O tratamento definitivo vai depender da causa: tumor expansivo, hematoma epidural... Podendo ser feito drenagem, craniectomia descompressiva, colocar DVE, dentre outras. Condutas que podem ser feitas Corticoide → dexametasona 4mg, IV, 6/6h apenas para duas situações: o Infecções de SNC: encefalite, meningococcemia, neurotoxo, neutoTB, neurocisticercose. o Tumor de SNC em expansão (metastático ou primário) Hidantalisação -> apenas se crise convulsiva ou lesão em área epileptogênica o Dose de ataque (convulsão): 20mg/kg, diluir em 100 ml de água destilada ou SF a 0,9%. Não pode diluir em soro glicosado porque precipita. o Dose de manutenção: 100mg, IV, de 8/8h Para tirar da crise convulsiva: o Diazepam: 10mg, IV; ou o Midazolam (Dormonid): 10mg, IM. O midazolam IM tem a mesma eficácia que o Diazepam IV para tirar da crise. Protecao de Via Aerea É preciso fazer a proteção de via aérea desse paciente, uma vez que esse paciente vai estar inconsciente (na maioria das vezes) e glasglow ≤ 8. Nesses casos, é necessário fazer a IOT com cabeceira elevada. Sedar com propofol: sedativo, hipotensor, anticonvulsivante, meia vida curta (da para avaliar o estado neurológico pouco tempo depois), neuroprotetor.
Compartilhar