Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1. Definição e classificação Introdução O que você deverá saber ao final deste estudo. 1. O que caracteriza os advérbios. • Que funções os advérbios podem exercer. • O que são locuções adverbiais. • Como se classificam os advérbios e as locuções adverbiais. • O que são palavras denotativas e como são classificadas. Objetivos Observe a propaganda abaixo para responder às questões de 1 a 3. 1. Toda propaganda é criada com a intenção de provocar uma ação es- pecífica no interlocutor do texto. Na propaganda acima, que ação se espera que o leitor realize? 2. Para convencer os interlocutores a realizar essa ação, é construído um jogo de palavras. Identifique-o. Dois termos são essenciais para a criação desse jogo de palavras. Quais são eles? A que parte do enunciado cada um desses termos se refere? 3. Explique o sentido criado no texto pelo jogo de palavras, considerando o contexto em que ele ocorre. Primavera-verão BH Shopping. Uma estação em que você precisa estar bem vesti- do apesar de mal estar vestido. Revista Pasta. São Paulo: Clube de Criação de São Paulo, n. 1, dez. 2005/jan. 2006. p. 89. a g ên Ci a l o d u CC a Capítulo 19 Advérbio Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Advérbio 335 Podemos concluir, da análise do texto da propaganda, que os advérbios têm como principal função na língua caracterizar com mais precisão o processo ou o estado indicado pelo verbo. Eles têm essa função porque ou explicitam as circunstâncias em que o processo verbal se realiza ou especificam um estado caracterizado pelo verbo. A função de caracterizador dos verbos está indicada na própria palavra advérbio, formada a partir do acréscimo, ao radical, do prefixo latino ad-, que traduz a noção de “proximidade, contiguidade”. Os advérbios funcionam, pois, como modificadores dos verbos. Veja. Rodrigo chegou ontem. (circunstância de tempo) Cláudia nada bem. (circunstância de modo) O governador talvez concorra à reeleição. (circunstância de dúvida) Mônica dorme muito. (circunstância de intensidade) Certos advérbios podem modificar adjetivos e outros advérbios. Observe. Para divulgar a chegada de uma nova coleção de roupas, o autor do texto da propaganda criou um jogo de palavras que reforça a necessidade de esco- lher boas roupas em um período do ano em que as altas temperaturas levam as pessoas a usarem menos roupas. Nesse contexto, duas ideias importantes precisavam ser destacadas: o modo como as pessoas devem estar vestidas e o fato de cobrirem mais ou menos o corpo. As palavras bem e mal criam a oposição necessária para o funcionamento do jogo de palavras no qual se baseia o texto. Essas palavras são advérbios. Advérbios são palavras invariáveis que se associam aos verbos, indicando as circunstâncias da ação verbal. Em casos especiais, associam-se aos adjetivos, especificando as qualidades por eles expressas, e a outros advérbios, intensificando o seu sentido. Tome nota Indicam circunstâncias da ação verbal. Advérbios Especificam as qualidades expressas por adjetivos. Intensificam o sentido de outros advérbios. Coisa de louCo Dana Summers Na tira, o adjetivo curioso tem seu sentido especificado pelo advérbio levemente. O uso do advérbio, nesse texto, cria um efeito irônico, porque levemente está associado à ideia de quantificação da curiosidade do gato (ela seria pequena), que aparece em uma cama de hospital, com várias fraturas. O leitor é levado a concluir que, na verdade, foi o fato de o gato ser muito curioso que provocou o estado em que se encontra. O humor da tira é construído pela escolha do advérbio que especifica o adjetivo, criando um texto que precisa ser lido de modo contrário à sua sig- nificação literal. Além disso, o texto evoca um dito popular que ensina: “a curiosidade matou o gato”. SuMMERS, dana. Coisa de louco. o globo, Rio de janeiro, 10 out. 2001. tR ib u n E M Ed ia S yn d iC at E/ in tE RC o n ti n En ta l PR ES S Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . g r a m á t i c a 336 CApítulO 19 É comum encontrarmos certos advérbios de modo transformando orações inteiras, embora isso não seja previsto pela defini- ção mais comum dessa classe de palavras. Nessa função, eles normalmente ocorrem no início ou no fim da oração, separados do restante do enunciado por vírgula. Exemplos: “Possivelmente, candidatos mal colocados nas pesquisas não serão eleitos.”; “Nenhum médico foi capaz de diagnosticar a doença, infelizmente.”; “Certamente, todos os jurados compare- cerão ao julgamento.”. Do ponto de vista funcional, os advérbios desempenham, nas orações da língua, a função sintática de adjuntos adverbiais. Esses adjuntos costumam ser classificados de acordo com a circunstância que exprimem. Observe. • Eduardo resolveu assistir ao filme no shopping. (no shopping: adjunto adverbial de lugar) • Mônica achou muito difícil a prova de redação do vestibular da Fuvest. (muito: adjunto adverbial de intensidade) • Só poderemos viajar para o litoral depois de amanhã. (depois de amanhã: adjunto adverbial de tempo) • Os professores certamente darão orientações para os alunos. (certamente: adjunto adverbial de afirmação) • Eles procuram jamais chegar atrasados às reuniões. (jamais: adjunto adverbial de negação) • talvez seja impossível atender ao seu pedido. (talvez: adjunto adverbial de dúvida) Tipos de advérbio Na classificação dos advérbios, utiliza-se um critério de ordem semântica, de acordo com a circunstância que eles exprimem com relação aos verbos, adjetivos ou outros advérbios por eles modificados. Apresentamos, a seguir, os principais advérbios e as circunstâncias que explicitam nos enunciados da língua. • Lugar: aí, aqui, ali, acolá, lá, além, atrás, detrás, através, cá, longe, onde, perto, dentro, fora, junto, acima, abaixo, adiante, defronte. • Tempo: hoje, ontem, anteontem, amanhã, sempre, nunca, jamais, breve- mente, cedo, tarde, antes, depois, ora, já, logo, outrora, então, aí, quando. • Modo: bem, mal, assim, depressa, devagar e quase todos os advérbios formados pelo acréscimo do sufixo -mente: lentamente, rapidamente, velozmente, tranquilamente, facilmente, alegremente, etc. • Intensidade: muito, pouco, bastante, meio, quase, mais, menos, ainda, assaz, bem, mal, apenas, tão, tanto, quanto. • Dúvida: talvez, quiçá, acaso, porventura, provavelmente, possivelmente, eventualmente. • Afirmação: sim, efetivamente, certamente, seguramente, realmente. • Negação: não, absolutamente. Algumas vezes, são utilizados na mesma frase dois ou mais advérbios de modo formados pelo acréscimo do sufixo -mente. Nesses casos, recomenda- -se que o sufixo seja utilizado apenas no último advérbio da sequência. Observe. Os assaltantes atravessaram a portaria rápida e sorrateiramente para evitar serem filmados pelas câmeras de vigilância. Quando modifica outros advérbios, o advérbio atua como um intensifi- cador. Observe. tínhamos de caminhar muito devagar porque a trilha era acidentada. advérbio de modo advérbio de intensidade: modifica o advérbio de modo De olho na fala Quantas vezes você já ouviu alguém dizer “Estou meia triste hoje”? Embora seja muito grande o número de falantes que dizem algo assim, devemos lembrar que, em contextos como esse, meio é um advérbio, porque modifica um adjetivo (triste). Como advérbios são palavras invariáveis, a gra- mática normativa não admite a flexão de gênero (feminino/mas- culino) desse termo. De agora em diante, portanto, lembre-se de que o correto seria dizer “Estou meio (um pouco) triste”. Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . classes De palavras Advérbio 337 Palavras que funcionam como adjetivosou advérbios É possível usar com função adverbial, através do processo denominado derivação imprópria, determinados adjetivos, sem que a eles se acrescente o sufixo -mente. Observe os seguintes enunciados. sujeito adjetivo (Funciona como predicativo do sujeito.) paulo é rápido. verbo advérbio (Funciona como adjunto adverbial de modo: paulo fala rapidamente.) paulo fala rápido. objeto direto adjetivo (Funciona como predicativo do objeto direto.) Achei os livros caros demais. verbo advérbio (Funciona como adjunto adverbial de modo.) Os livreiros vendem caro os livros estrangeiros. Evidentemente, se o uso é adverbial, não há flexão de gênero e de nú- mero, uma vez que os advérbios são invariáveis. O importante, portanto, é determinar a classe gramatical da palavra à qual o termo em questão está vinculado, para que se possa saber se ele desempenha uma função adjetiva ou adverbial. bRoWnE, dik. Hagar. Folha de S.Paulo, São Paulo, 14 out. 2000. De olho na fala É cada vez mais comum, na fala coloquial, o uso de adjetivos em função adver- bial. Na tira, o termo positivo, depois da locução verbal precisamos pensar, atua como um advérbio de modo (equivale a positivamente). Hagar Dik Browne 20 06 k in g F Ea tu RE S Sy n d iC at E/ in tE RC o n ti n En ta l PR ES S Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . g r a m á t i c a 338 CApítulO 19 Na propaganda, o advérbio como é interrogativo. Ele tem uma função argumentativa, pois introduz um questionamento que procura levar os leitores a se perguntarem por que trabalham muito e desfrutam pouco a vida. Veja, abaixo, outros exemplos de advérbios interrogativos. Advérbios interrogativos Alguns advérbios que exprimem lugar, tempo, modo ou causa podem ser empregados em enunciados interrogativos, em perguntas diretas ou indiretas. Nesse contexto, são chamados de advérbios interrogativos. Observe. 30 o anuário. São Paulo: Clube de Criação de São Paulo, 2005. p. 198. Variações de grau nos advérbios Alguns advérbios, semelhantemente aos adjetivos, apresentam varia- ções de grau, podendo manifestar-se no grau comparativo ou no grau superlativo. Perguntas diretas Perguntas indiretas Onde estão o Eduardo e a Mônica? Eu gostaria muito de saber onde estão o Eduardo e a Mônica. Quando poderemos viajar para ubatuba com você? Quero saber quando poderemos viajar para ubatuba com você. Como você gostaria que eu preparasse o peixe que compramos? Quero saber como você gostaria que eu preparasse o peixe que compramos. por que você não gosta dos titãs? Gostaria de saber por que você não gosta dos titãs. Há bilhões de anos, a vida começou na água. Como ela foi parar num paletó? a g ên Ci a l EW l a Ra Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . classes De palavras Advérbio 339 Observe. • Grau comparativo de igualdade A polícia por vezes age tão violentamente quanto os bandidos. • Grau comparativo de superioridade A polícia por vezes age mais violentamente (do) que os bandidos. • Grau comparativo de inferioridade Os bandidos por vezes agem menos violentamente (do) que a polícia. Os advérbios bem e mal possuem formas comparativas sintéticas espe- cíficas: melhor e pior. Os meninos cantaram melhor (do) que as meninas, na apresentação de ontem. Os Washington Redskins jogaram pior (do) que os Buffalo Bills na partida decisiva do campeonato norte-americano de futebol. Quando se quer usar formas comparativas de bem e mal associadas a par- ticípios que funcionam como adjetivos, deve-se optar pelas formas analíticas mais bem e mais mal. Veja. Meu desenho está mais bem traçado do que o seu. A redação de Ricardinho foi a mais mal escrita da turma do segundo ano. • Grau superlativo analítico É formado pela anteposição, ao advérbio, de outro advérbio de intensi- dade. Observe. daViS, Jim. garfield. Folha de S.Paulo, São Paulo, 15 jun. 2004. garfield Jim Davis Na tira, o gato Nermal pretende caracterizar Garfield como velhíssimo. Depois de afirmar que as pessoas mais velhas são mais sábias, Nermal repete um mesmo advérbio de intensidade (muito) em uma estrutura típica do grau superlativo analítico: “Você deve ser muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito sábio!”. Pela resposta irônica de Gar- field, os leitores concluem que a estrutura utilizada foi eficiente (sugeriu que ele é muito velho). • Grau superlativo sintético É formado pelo acréscimo, ao advérbio, do sufixo -íssimo. A votação das reformas no Congresso está sendo feita lentissimamente. Minha filha tem o hábito de deitar tardíssimo todas as noites. O povo daquela região valoriza muitíssimo as tradições culturais locais. 20 06 P aW S, in C a ll R ig H tS R ES ER VE d / d iS t. b y at la n ti C Sy n d iC at io n Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . g r a m á t i c a 340 CApítulO 19 Locuções adverbiais As locuções adverbiais são expressões constituídas de duas ou mais pa- lavras que exercem função adverbial. Resultam geralmente da combinação de preposição + (artigo) + substantivo ou de preposição + (artigo) + advérbio. Observe. laERtE. Classificados. São Paulo: devir, 2004. v. 3, p. 10. De olho na fala Empregar as formas diminutivas, obtidas através do acréscimo dos sufixos -inho e -zinho a determinados advérbios, é um recurso muito usado pelos falantes para reforçar o sentido básico dessas palavras. Ele faz tudo muito devagarinho. (muito devagar) Já estamos pertinho de casa. (muito perto). Um efeito semelhante é criado, na fala, pelo alongamento das vogais tônicas dos advérbios. É o que ocorre na tira abaixo. Laerte bRoWnE, dik. Hagar, o horrível. Porto alegre: l&PM, 1986. p. 58. Hagar Dik Browne Na tira, as expressões por baixo e por fora são locuções adverbiais de lugar. No exemplo abaixo, vemos uma locução adverbial de tempo construída por preposição + artigo + substantivo. Choveu sem parar à noite. Conheça, a seguir, algumas locuções adverbiais e as circunstâncias que explicitam nos enunciados da língua. • Lugar: por dentro, por fora, em cima, embaixo, por cima, por baixo, por perto, à direita, à esquerda, ao lado. la ER tE 20 06 k in g F Ea tu RE S Sy n d iC at E/ in tE RC o n ti n En ta l PR ES S Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . classes De palavras Advérbio 341 Lembrar aos alunos que, na classifica- ção das locuções adverbiais, segue-se o mesmo critério semântico utilizado na classificação dos advérbios. • Tempo: depois de amanhã, em breve, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, hoje em dia, de madrugada. • Modo: à vontade, às pressas, às claras, à toa, de mansinho, em silêncio, de cor. • Intensidade: de muito, de pouco, de todo. • Dúvida: quem sabe. • Afirmação: com certeza, sem dúvida, por certo. • Negação: de modo algum, de jeito nenhum. Palavras denotativas Existem, na língua, várias palavras que não fazem parte de uma classe mor- fológica específica, por não se enquadrarem nos critérios morfológicos e sintáticos que definem essas classes. Muitas vezes, essas palavras são equivocadamente classificadas como advérbios. Tais termos são denominados palavras denota- tivas. Observe a tira. Quino. Mafalda aprende a ler. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 20. Mafalda Quino No diálogo entre Felipe e Mafalda, o termo também foi utilizado várias vezes com o sentido de inclusão. É uma palavra denotativa. É interessante observar que esse termo é fundamental para a construção do humor da tira, que se dá pela constatação de que inúmeros bens de consumo recebemo mesmo selo “made in Japan”. Mafalda, após examinar o próprio umbigo, constata, aliviada, que ela não foi fabricada no Japão. Classificação das palavras denotativas As palavras denotativas são classificadas a partir do sentido que acrescentam ao enunciado. Veja. • Palavras denotativas de inclusão: até, inclusive, mesmo, até mesmo, também. todos saíram correndo quando ouviram as sirenes, até mesmo aquela criança bem pequena! • Palavras denotativas de exclusão: apenas, senão, salvo, só, somente. Dos candidatos previamente selecionados, só um será escolhido para receber o prêmio. • Palavras denotativas de designação: eis. Eis o campeão dos campeões! 20 06 b y Jo a Q u ín S a lV a d o R la Va d o (Q u in o ), Ed iC io n ES d E la F lo R S. R. l. -b u En o S a iR ES , a Rg En ti n a Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . g r a m á t i c a 342 CApítulO 19 • Palavras denotativas de realce: cá, lá, só, é que. Eu lá tenho medo de fantasmas! paulo é que não vai ser bobo a ponto de desistir da competição! • Palavras denotativas de retificação: aliás, ou melhor, ou antes, isto é, melhor dizendo. Eu tinha certeza, ou melhor, tinha quase certeza de que ela não iria cumprir a promessa que fez. • Palavras denotativas de situação: afinal, agora, então, mas, e aí. Afinal, quem aqui tem coragem de atravessar aquela mata depois do anoitecer? Mas como é mesmo o seu nome? De olho na fala Algumas das palavras deno- tativas de situação são frequen- temente utilizadas para indicar o início da fala de um dos parti- cipantes de um diálogo. É o que se observa, por exemplo, quando, ao iniciar seu turno em um diálo- go, um dos interlocutores diz algo como: E então, o que você acha de irmos tomar um sorvete? Leia atentamente a propaganda abaixo para responder às questões de 1 a 4. ativiDaDes Veja. São Paulo: abril, ano 35, ed. 1775, n. 43. 30 out. 2002. Aqui e agora. Estas são as palavras mais importantes no tratamento do câncer. No tratamento do câncer, agilidade e precisão no diagnóstico são fundamentais para que sejam alcançados os melhores resultados. Aqui você conta com os principais oncologistas do país, formados nos mais importantes centros de oncologia do mundo. Equipamentos de última geração, incluindo radioterapia com modulação de feixe e simulação virtual. Equipe multiprofissional, formada por oncologistas clínicos e pediátricos, cirurgiões, radioterapeutas, patolo- gistas, radiologistas, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, proporcionando aos pacientes um tratamento atualizado e humanizado. Transplante de medula óssea com ambiente especial para pacientes. O Hospital Israelita Albert Einstein tem parceria com os melhores centros de oncologia do mundo, o que permite a realização de teleconferência para consultas de 2a opinião a distância. Oncologia Einstein. Um dos melhores hospitais do mundo no combate ao câncer. Aqui e agora. No Brasil. Para mais informações, ligue (11) 3747-0490 ou acesse www.einstein.br g H ib o tt i & C ia . Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . classes De palavras Advérbio 343 RECHin, bill & WildER, don. Crock e os legionários. o globo, Rio de Janeiro, 18 nov. 1998. CroCk e os legionários Rechin & Wilder 5. O humor é construído a partir da estratégia utilizada pelo coman- dante para convencer o legionário a fazer o trabalho. Explique. O emprego do advérbio quase, na última fala, ajuda o leitor a entender o que o comandante deixa subentendido: ele usou o argumento apenas para garantir que o legionário não reclamasse mais. Justifique. Na última fala da tira, há outro advérbio. Identifique-o, explicando sua função no enunciado. Leia o texto abaixo para responder à questão 6. 20 06 n o Rt H a M ER iC a S yn d iC at E/ in tE RC o n ti n En ta l PR ES S — Você acha que estou meia gordinha? — não é meia, é meio. — Como é que é? — não é meia gordinha que se diz. É meio gor- dinha. — MEio gordinha? imagina. Meio gordinha... não acredito. — Se você fosse meia gordinha, significaria que você é só meia, só metade, entende?, só metade gor- dinha. a outra metade, magrinha. — Qual parte? a de cima ou a de baixo? PRata, Mário. Memórias de um magro. 14. ed. São Paulo: globo, 2005. p. 20-21. (Fragmento). Meia 1. “Aqui e agora. Estas são as palavras mais importantes no tratamento do câncer”. Como se classificam os advérbios desse enunciado? O autor da propaganda afirma que essas duas palavras “são as mais importantes no tratamento do câncer”. De que forma o texto da coluna da direita ajuda a entender essa afirmação? 2. O advérbio aqui também aparece duas vezes no texto da coluna à direita. Quais são os referentes desse advérbio? 3. Como parte da argumentação, são mencionados os seguintes fatos: os oncologistas do hospital são “formados nos mais importantes centros de oncologia do mundo”; o hospital tem parceria “com os melhores centros de oncologia do mundo”; é um dos “melhores hospitais do mundo no combate ao câncer”. Por meio dessas informações, o que se procura garantir ao leitor do anúncio? “Aqui e agora. No Brasil.” Essa sequência conclui as observações a respeito das qualidades do hospital. O que ela sugere a respeito do tratamento do câncer? 4. Considerando as reflexões a respeito dos referentes dos termos aqui e agora no texto lateral, explique a que se referem esses advérbios no enunciado principal. De que maneira o emprego desses advérbios contribui para a construção da argumentação? Leia atentamente a tira abaixo para responder à questão 5. Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . g r a m á t i c a 344 CApítulO 19 6. O texto baseia-se em uma confusão comum, por parte dos falantes da língua portuguesa, em relação ao uso dos termos meio e meia. De acordo com a personagem do texto, qual seria o sentido da expressão “meia gordinha”? Nessa expressão, considerando o sentido mencionado, qual seria a função da palavra meia? Qual teria sido o sentido pretendido pela personagem que afirmou estar “meia gordinha”? Se ela usasse a palavra meio, como sugerido pela outra personagem, teria expressado esse sentido? Por quê? Considerando o sentido e a função do termo na expressão “meia gordinha”, qual foi a inadequação em relação à gramática normativa cometida pela moça? Leia a tira para responder às questões 7 e 8. 7. Na tira, o capelão corrige Dentinho, trocando, na frase dita pelo soldado, o termo bom por bem. Como se classificam os termos em questão? Como a primeira fala de Dentinho pode ser interpretada, considerando o uso que fez do termo bom? Se, no lugar de bom, houvesse sido empregado bem, como essa fala deveria ser interpretada? Para que possamos entender a mudança de sentido que poderia ser pro- vocada pela substituição de bom por bem, devemos recuperar os termos a que bom e bem se relacionam sintaticamente. Explique por quê. 8. Quando entende mal a primeira fala de Dentinho, o capelão des- considera o contexto em que ela ocorre e seu papel como capelão do exército. Por que a consideração desse contexto teria evitado o mal-entendido? Dentinho compreende a correção feita pelo capelão? Justifique sua resposta com uma fala do texto. Leia atentamente a tira para responder à questão 9. WalkER, Mort. Recruta Zero. o Estado de S.Paulo, São Paulo, 8 out. 2001. reCruta Zero Mort Walker WalkER, Mort. Recruta Zero. o Estado de S.Paulo, São Paulo, 28 jan. 2002. 20 06 k in g F Ea tu RE S Sy n d iC at E/ in tE RC o n ti n En ta l PR ES S reCruta Zero Mort Walker 20 06 k in g F Ea tu RE S Sy n d iC at E/ in tE RC o n tin En ta l PR ES S Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . classes De palavras Advérbio 345 9. Na tira, o general Dureza confunde-se quanto à direção que deve ser tomada pelo motorista. Iden- tifique as expressões que indicam essa confusão. Como se classificam essas expressões? Justifique. O que indica a fala do general, no segundo qua- drinho? Explique por que o emprego do pronome demons- trativo este, na fala do motorista, contribui para produzir um efeito irônico. Leia o texto abaixo para responder às questões 10 e 11. nunca, nunquinha uma tipoia, e uma professora me paparicando. Só fui quebrar uma parte do corpo quando adulta: o dedo do pé no móvel da sala. Patético.[...] ... fiquei de recuperação lembro-me da sensação boa que era receber um boletim azulzinho ano após ano e, já no final de no- vembro, chegar em casa para as saudosas férias de ve- rão. o primeiro dia era delicioso, o segundo também... no terceiro, já começava a ficar chato. Principalmente porque a maioria de meus amigos acabava pegando aulas de reforço. adorava ser aluna aplicada, mas não gostava de me sentir excluída. [...] agoStinHo, Viviana. garotas que dizem ni. 8 abr. 2004. (Fragmento.). disponível em: <http://www.garotasquedizemni. com/archives/2004_04.php>.acesso em: 15 fev. 2006. 10. O texto faz referência ao advérbio nunca, apre- sentando seu significado. Considerando esse significado, como se classifica esse advérbio? Advérbios são definidos como palavras invariáveis. De que maneira a forma “nunquinha”, presente no texto e bastante comum na linguagem coloquial, foge a essa definição? Que sentido pode ser atribuído ao termo “nunqui- nha”, nesse contexto? 11. Ao tratar do nunca, a autora do texto afirma que considera essa palavra “uma das mais fortes e perigosas da língua portuguesa”. Por quê? Considerando essa opinião da autora, podemos afirmar que o uso que faz do advérbio para se referir apenas a fatos passados é coerente? Explique. Em textos expositivos, como o ensaio, os advérbios desempenham uma importante função na construção de um sistema de referências para o leitor. Além disso, introduzem informações sobre as circunstâncias (tempo, modo, lugar, intensidade) associadas a acontecimentos mencionados no texto e permitem ao autor intensificar o sentido de adjetivos por meio dos quais ca- racteriza aspectos do tema abordado. Todas essas funções são exemplificadas pelo texto do antropólogo Darcy Ribeiro reproduzido a seguir. Usos dos advérbios e palavras denotativas Segundo o aurélio, o advérbio “nunca” significa “em tempo algum; jamais”. Eu acho essa palavra uma das mais fortes e mais perigosas da língua portuguesa. Porque ninguém pode afirmar com propriedade que nunca vai agir de uma certa forma — o futuro vive nos pregando peças. também é cruel responder assim a alguém que possui uma certa expectativa de resposta afirmativa. Mas eu vou me arriscar a dizer “nunca” algumas vezes neste texto. Se não posso me dirigir ao dia de amanhã, então, vou voltar ao passado. Meus dias como criança foram repletos de traves- suras melequentas, brincadeiras na rua, aventuras no quintal da casa da minha avó, desafios à gravidade, apostas de velocidade, muitos machucados e todo o resto do pacote incluso quando o assunto é uma infân- cia bem vivida. Relembrando agora, porém, existiram certas vivências pelas quais eu não passei. Elas estão longe de serem positivas — mas se na época eu ganhei por não ter experimentado certas coisas, hoje eu perco em histórias divertidas para con- tar. Pois eu nunca, nunquinha... [...] ... quebrei o braço Era uma alegria quando algum coleguinha que- brava o braço e aparecia exibindo aquele gesso bran- quinho, pronto para vários recados escritos com bic 4 cores. no fundo, eu ficava me corroendo: ora, também queria um gesso cheio de mensagens só para mim! E Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . g r a m á t i c a 346 CApítulO 19 Confrontos Que é o brasil entre os povos contemporâneos? Que são os brasileiros? [...] nós, brasileiros, [...] somos um povo em ser, impedido de sê-lo. um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. nela fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo. Essa massa de nativos oriundos da mestiçagem viveu por séculos sem consciência de si, afundada na ninguendade. assim foi até se definir como uma nova identidade étnico-nacional, a de brasileiros. um povo, até hoje, em ser, na dura busca de seu destino. [...] É de assinalar que, apesar de feitos pela fusão de matrizes tão diferenciadas, os brasileiros são, hoje, um dos povos mais homogê- neos linguística e culturalmente e também um dos mais integrados socialmente da terra. Falam uma mesma língua, sem dialetos. não abrigam nenhum contingente reivindicativo de autonomia, nem se apegam a nenhum passado. Estamos abertos é para o futuro. [...] nosso destino é nos unificarmos com todos os latino-americanos por nossa oposição comum ao mesmo antagonista, que é a américa anglo-saxônica, para fundarmos, tal como ocorre na comunidade europeia, a nação latino-americana sonhada por bolívar. Hoje, somos 500 milhões, amanhã seremos 1 bilhão. Vale dizer, um con- tingente humano com magnitude suficiente para encarnar a latini- dade em face dos blocos chineses, eslavos, árabes e neobritânicos na humanidade futura. Somos povos novos ainda na luta para nos fazermos a nós mesmos como um gênero humano novo que nunca existiu antes. tarefa muito mais difícil e penosa, mas também muito mais bela e desafiante. [...] o brasil é já a maior das nações neolatinas, pela magnitude popula- cional, e começa a sê-lo também por sua criatividade artística e cultural. Precisa agora sê-lo no domínio da tecnologia da futura civilização, para se fazer uma potência econômica, de progresso autossustentado. Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civili- zação, mestiça e tropical, orgulhosa de si mesma. Mais alegre, porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidades. Mais generosa, porque aberta à convivência com todas as raças e todas as cul- turas e porque assentada na mais bela e luminosa província da terra. RibEiRo, darcy. o povo brasileiro; a formação e o sentido do brasil. São Paulo: Companhia das letras, 2006. p. 409-411. (Coleção Companhia de bolso). (Fragmento). Função dos advérbios, das lo- cuções adverbiais e das palavras denotativas aqui: referência de lugar (Brasil). jamais: referência de tempo asso- ciada à negação de um fato. ainda: referência de tempo (algo que teve início com o descobrimento conti- nua a acontecer nos dias de hoje). por séculos: referência temporal (duração de um acontecimento). assim: referência ao modo como viveram os mestiços brasileiros. até hoje: referência temporal (ideia de limite: do início aos dias atuais). tão: intensificador do adjetivo (di- ferenciadas). hoje: referência temporal. mais: intensificador do adjetivo (homogêneos). linguística e culturalmente: re- ferência ao modo de integração dos brasileiros. também: palavra denotativa de inclusão (referência ao próximo modo de integração dos brasileiros). mais: intensificador do adjetivo (integrados). socialmente: referência ao modo de integração dos brasileiros. não: negação de uma ação. hoje ... amanhã: referências tem- porais que criam, no texto, um contra- ponto entre o número de habitantes da América Latina no presente (1995, data em que o livro foi escrito) e em uma projeção para o futuro. ainda: referência temporal (a ação teve início no passado e continua a acontecer). nunca ... antes: referências tempo- rais que negam a existência anterior de um povo como o brasileiro. muito: intensificador do advérbio (mais). mais: intensificadorde adjetivos (difícil, penosa). também: palavra denotativa de inclusão (o texto explicitará mais uma característica da tarefa realizada pelos brasileiros). muito: intensificador do advérbio (mais). mais: intensificador de adjetivos (bela, desafiante). já: referência temporal. também: palavra denotativa de inclusão (o texto explicitará mais uma caracte- rística da grandiosidade do Brasil). agora: referência temporal. amanhã: referência temporal. mais: intensificador de adjetivos (alegre, sofrida, generosa, bela, luminosa). É importante observar que a repetição do advérbio de intensidade, nessa passagem, cria um interessante efeito estilístico ao estabelecer um paralelismo sintático entre estruturas equivalentes, todas enaltecedoras de características que fazem do povo brasileiro um povo singular. Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . classes De palavras Advérbio 347 Mesopotâmia: berço da escrita Agora que você já viu a importância dos advérbios, das locuções adverbiais e das palavras denotativas na construção dos textos expositivos, sua tarefa será fazer uma análise semelhante à feita acima. Leia atentamente o texto transcrito a seguir e identifique os advérbios, as locu- ções adverbiais e as palavras denotativas utilizadas pelo autor. Feito isso, analise a função que cada um dos termos selecionados desempenha no texto. pratique Hoje, a região é um barril de pólvora. no entanto, a mesma terra onde atualmente brotam homens-bomba quase todos os dias já foi ocupada por povos e civiliza- ções que, embora também se preocupassem com sua defesa, tinham a mente mais ocupada em construir e inovar. isso teve início há cerca de 5 mil anos na Me- sopotâmia (atual iraque). antes de gregos e romanos, os povos que lá habitaram foram responsáveis por vários avanços científicos em matemática, astronomia, arquitetura, agricultura, escrita e até nas leis. o termo Mesopotâmia vem do grego meso pótos, que significa “entre rios”. no extremo sul, junto ao golfo Pérsico, a região era pantanosa. ao centro, caracterizava-se pelas planícies aluviais dos rios tigre e Eufrates e suas terras férteis e produtivas, graças ao sistema de irrigação artificial criado por eles. ao norte, a alta Mesopotâmia, marcada pelos vales dos rios tigre e Eufrates e suas regiões montanhosas na anatólia (atual turquia) e no Elam (hoje irã). [...] Podemos observar, no texto, como os advérbios de tempo, de lugar, de modo e de intensidade auxiliam o autor a explicitar o seu ponto de vista sobre a construção da identidade da nação brasileira. Como o assunto abordado foi a constituição do povo brasileiro, era neces- sário fazer várias referências a diferentes momentos do tempo em que aconte- ceram fatos marcantes no processo de definição desse povo. Sem os advérbios e as locuções adverbiais de tempo, seria impossível criar essas referências. Além disso, os advérbios de modo e de intensidade contribuem para caracterizar melhor o que está sendo dito, tornando mais clara a perspectiva positiva a partir da qual Darcy Ribeiro fala sobre os brasileiros, sua cultura e sua história. Deve-se observar, ainda, a presença importante de palavras denotativas de inclusão. Ao longo do texto, elas permitem a construção de ligações coesivas, porque informam ao leitor que ele está diante da enumeração de diferentes características, todas associadas a uma mesma questão. gRECCo, dante. a ciência na antiguidade. Scientific american brasil. Especial História 3, p. 17. (Fragmento). Sem dúvida uma das maiores conquis- tas do povo babilô- nico foi a invenção da escrita. o que, aliás, pode-se dizer foi também um dos maiores saltos da h u m a n i d a d e . o s documentos mais antigos da escrita cuneiforme foram encontrados na Mesopotâmia, em um templo na cidade de uruk (atual Warqa, no iraque), capital da Suméria, com data aproximada de 3200 a.C. o nome que caracteriza essa escrita vem do latim cuneus, que significa canto. Ela é o resultado da incisão de um tipo de estilete, impressa na argila mole, com três dimensões: altura, largura e profundidade. Sua leitura é feita como no português: da esquerda para a direita e de cima para baixo. g ia n n i d a g li o Rt i/ Co Rb iS -S to Ck P H o to S Tábua de Uruk. Re pr od uç ão p ro ib id a. a rt . 1 84 d o Có di go P en al e l ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . g r a m á t i c a 348 CApítulO 19 O objetivo desta atividade é levar os alunos a refletirem sobre o papel dos advérbios, das locuções adver- biais e das palavras denotativas na construção da coesão textual. Espera-se que, ao realizarem a atividade proposta, eles se deem conta de que os textos não podem prescindir de um uso cuidadoso de advérbios e locuções adverbiais, porque deles dependem muitas das referências de tempo e de lugar necessárias para orientar o leitor. As palavras denotativas, por sua vez, auxiliam na construção da pro- gressão textual, outro importante aspecto coesivo. Foi transcrito, no Guia de recursos, o texto com os termos que deve- riam ser identificados pelos alunos destacados em negrito. Lá também encontra-se a descrição da função que desempenham no texto.
Compartilhar