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Aula 3 – Farmácia Hospitalar Farmcotécnica hospitalar: A farmacotécnica hospitalar é um setor dentro da farmácia, em que são realizadas diversas operações técnicas para facilitar o uso dos medicamentos no ambiente hospitalar; A farmacotécnica tem como objetivo: · Proporcionar, medicamentos de qualidade adaptados às necessidades especificas da população que atende; · Desenvolver fórmulas de medicamentos e produtos de interesse estratégicos e/ou econômico para farmácia hospitalar e para o hospital; · Fracionar e/ou reenvasar os medicamentos elaborados pela indústria farmacêutica a fim de racionalizar sua distribuição e administração; · Preparar, diluir e/ou reenvasar germicidas necessários para as ações de antissepsia, limpeza, desinfecção e esterilização; · Garantir a qualidade dos produtos elaborados, manipulados, fracionados ou reenvasados; · Manipular produtos estéreis, incluindo soluções de nutrição parenteral, citostáticos e demais misturas intravenosas; · Contribuir na formação e reciclagem de pessoal auxiliar e outros farmacêuticos, nesta área de conhecimento e tecnologia. RDC n° 67 de 2007: Dispõe sobre Boas Praticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias; Formas farmacêuticas não estéreis: Um medicamento não estéril é um medicamento que não exige condições estéreis durante sua manipulação; Isso não significa que esses medicamentos não devam ser devidamente manipulados e em condições limpas e seguras, com o objetivo de evitar contaminação cruzada; Um dos objetivos é realizar adaptações de formas farmacêuticas para o preparo de medicamentos que não disponibilizados pela indústria farmacêutica; Muito comum em unidades pediátricas: anlodipino, hidroclorotiazida, isoniazida, enalapril, captopril, espironolactona, fluconazol, entre outros. Ex: suspenção oral de captopril; Também pode ser praticado em situações em que são economicamente e estrategicamente viáveis para o hospital; Isso permite uma formulação personalizada; Requisitos: · Etiquetas para rotulagem; · Balança de precisão calibrada; · Peso padrão rastreável; · Pinça e bisturi; · Vidrarias de laboratório · Sistema de purificação de água; · Excipientes; · Termohigrômetro; · Bancada revestida de material liso; · Lixeira com tampa e pedal; · Refrigerador para termolabéis; · Armário fechado de material liso; Infraestrutura: A rdc 67/07 exige que a farmácia deve ser localizada, projetada, construída ou adaptada, com uma infraestrutura adequada as atividades a serem desenvolvidas, possuindo, no mínimo: · Área ou sala para as atividades administrativas; · Área ou sala de armazenamento; · Área ou sala de controle de qualidade; · Sala ou local de pesagem de matérias-primas; · Sala(s) de manipulação; · Área de dispensação; · Vestiário; · Sala de paramentação; · Sanitários separados; · Área ou local para lavagem de utensílios e materiais de embalagem; · Depósito de material de limpeza; Rotulagem: · Toda preparação magistral deve ser rotulada com: · Nome do prescritor; · Nome do paciente; · Número de registro da formulação no Livro de receituário; · Data de manipulação; · Prazo de validade; · Componentes da formulação com respectivas quantidades; · Número de unidades; · Peso ou volume contidos; · Posologia; · Identificação da farmácia; · CNPJ; · Endereço completo; · Nome do farmacêutico responsável técnico com respectivo número no Conselho Regional de Farmácia; Garantia de qualidade: A garantia de qualidade tem como objetivo assegurar que os produtos e serviços estejam dentro dos padrões de qualidade exigidos; Garante a calibração dos equipamentos; Auditoria interna; Treinamento inicial e continuo; Sistema controlado, informatizado ou não, para arquivamento dos documentos exigidos; Legislações pertinentes: RDC 67/07 – boas práticas de manipulação em farmácias; RDC 333/03 – Dispõe sobre rotulagem de medicamentos e outras providências; Resolução n° 21 de 2009: Anexo III: boas praticas de manipulação de hormônios, antibióticos, citostáticos e substancias sujeitas a controle especial; Formas farmacêuticas estéreis: Medicamentos estéreis são aqueles que são administradas via intravenosa, e, portanto requerem a manutenção da estabilidade para garantir a segurança do paciente; Envolvem as soluções parenterais (soluções injetáveis) e a nutrição parenteral (nutrição via intravenosa). Devem ser obedecidas as seguintes orientações: · Estabilidade e compatibilidade; · Avaliação dos parâmetros físico-quimicos (como pH); · Cuidado com a luz sobre as misturas intravenosas; · Cuidado com a temperatura; · Interação com excipientes; · Esterilidade e apirogenicidade; · Avaliar as fontes de informação: bulas, tabelas de compatibilidade, banco de dados, etc. Infraestrutura física: · Sala de limpeza, higienização e esterilização; · Sala ou local de pesagem; · Sala de manipulação e envase exclusiva; · Área para revisão; · Área para quarentena, rotulagem e embalagem; · Sala de paramentação especifica (antecâmara); Boas práticas para preparação de dose unitária e unitarização de doses de medicamentos em serviços de saúde: Definições: Dose unitária: adequação da forma farmacêutica à quantidade correspondente à dose prescrita, preservadas suas características de qualidade e rastreamento; Dose unitarizada: adequação da forma farmacêutica em doses previamente selecionadas para atendimento a prescrições nos serviços de saúde; Gestão de resíduos hospitalares: RDC n° 222 de 2018 – regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. A classificação RDC ANVISA n° 222/18 divide a geração de resíduos em cinco grupos, que pode se subdividir em subgrupos: Grupo Característica A A1; A2; A3; A4; A5 Agente biológicos B Produtos químicos C Radioativos D Não apresentam risco biológico, químico ou radiológico E Perfuro-cortantes ou escarificantes Grupo A: Resíduos com a possível presença de Agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção; Exemplos: · Culturas e estoques de microrganismos; · Resíduos de fabricação de produtos biológicos; · Descarte de vacinas; · Meios de cultura resíduos de laboratórios de manipulação genética; · Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação; · Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos; corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Grupo B: Resíduos contendo produtos químicos que podem apresentar risco a saúde publica ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade; Exemplos: · Produtos farmacêuticos; · Resíduos saneantes, desinfectantes; · Resíduos contendo metais pesados; · Reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes; · Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores); · Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clinicas. Grupo B é identifica por meio de símbolo e frase de risco associado à periculosidade do resíduo químico; Grupo C: Rejeitos radioativos – qualquer material que contenha radionuclideo em quantidade superior aos níveis de dispensa especificados em norma da CNEN e para os quais a reutilização é impropria ou não prevista; Exemplo: Rejeito radioativo, proveniente de laboratório de pesquisa e ensino na área da saúde, laboratório de analise clinica, serviço de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução da CNEN e Plano de Proteção Radiológica aprovado para a instalação radiativa; O grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor margenta ou purpura) em rotulo de fundo amarelo, acrescido da expressão MATERIAL RADIOTIVO, REJEITO RADIOTIVO ou RADIOATIVO; Grupo D: Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico a saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares; Exemplos: · Papel de uso sanitário e fralda,absorventes higiênicos; · Luvas de procedimentos que não entraram em contato com sangue ou líquidos corpóreos; · Equipo de soro, abaixadores de lingua e outros similares não classificados como A; · Sobras de alimentos e do preparo de alimentos; · Resto alimentar de refeitório; · Resíduos provenientes das áreas administrativas; · Resíduos de gesso provenientes de assistência a saúde; O grupo D deve ser identificado conforme definido pelo órgão de limpeza urbana; Grupo E: Resíduos perfurocortantes ou escarificantes; Exemplos: · Lâminas de barbear; · Agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas; · Fios ortodônticos cortados, próteses bucais metálicas inutilizadas; · Pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares; · Micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas; · Todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri); O grupo E é identificado pelo símbolo de risco biológico, com rotulo de fundo branco, desenho e contorno preto, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE. Artigo 6° No PGRSS, o gerador de RSS deve: Descrever as ações a serem adotadas em situações de emergência e acidentes; Estar em conformidades com as rotinas e processos de higienização e limpeza; Descrever os procedimentos relacionados ao gerenciamento dos RSS; Estar em conformidade com as ações de proteção a saúde publica, do trabalhador e do meio ambiente; Estar em conformidade com a regulamentação sanitária e ambiental, bem como com as normas de coleta e transporte dos serviços locais de limpeza urbana. Quando aplicável, comtemplar os procedimentos locais definidos pelo processo de logística reversa; Descrever as medidas preventivas e corretivas de controle integrativo de vetores e pragas urbanas; Descrever os programas de capacitação desenvolvidos e implantados; Apresentar documento comprobatório da capacitação e treinamento dos funcionários; Apresentar documento comprobatório de operação de venda ou de doação do RSS destinados à recuperação, à reciclagem, à compostagem e à logística reversa; Apresentar a copia do contrato de prestação de serviços e da licença ambiental das empresas prestadoras de serviços para a destinação dos RSS; Artigo 29 – O abrigo temporário de RSS deve: Ser provido de pisos e paredes rvestidos de material resistente, lavável e impermeável; Possuir ponto de iluminação artificial e de agua, tomada elétrica alta e ralo sifonado com tampa; Estar identificado como “ABRIGO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS”; Ter porta de largura compatível com as dimensões dos coletores; Quando provido de área de ventilação, esta deve ser dotada de tela de proteção contra roedores e vetores; Gestão da qualidade hospitalar: certificações e indicadores A razão de ser hospital é o paciente. Desta forma ele é o centro da atenção da equipe de saúde no desenvolvimento de suas atividades; As iniciativas relativas aos processos de certificação no brasil foram vistas com bastante otimismo, por possibilitarem o desenvolvimento dos processos com mais qualidade, seguindo-se uma cartilha pré-estabelecida de padrões considerados aceitáveis para o atendimento do paciente com segurança; Existem diversos instrumentos de qualidade usados no hospital: ISO9001-2000, ONA, CQH, PNGS, PQGF, entre outros. As iniciativas seguiram esta sequência: 1991 – CQH – Programa de Controle de Qualidade Hospitalar que possui o apoio da Associação Paulista de Medicina e PNGS – Prêmio Nacional de Gestão em Saúde; 1999 – CBA – Consórcio Brasileiro de Acreditação agência credenciada a realizar a auditoria pela metodologia da Joint Commission Internacional (JCI); 1999 – ONA – Organização Nacional de Acreditação que surge para ser a metodologia nacional e adequada à realidade brasileira das instituições de saúde; 2008 – CCHSA – Canadian Council on Health Services Accreditation, canadense; NIAHO – National Integrated Accreditation for Healthcare Organizations, norueguesa; Certificação: É um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo independente com o objetivo de atestar publicamente, por escrito, que determinado produto, processo ou serviço esta em conformidade com os requisitos especificados. Estes requisitos podem ser nacionais, estrangeiros ou internacionais; Acreditação: É um processo de certificação voluntaria que visa introduzir nas instituições prestadoras de serviços de assistência à saúde, a cultura da qualidade. A acreditação deorganizações de saúde se apresnta como uma forma de qualificar a competência dos serviços, e não como uma mera certificação (apesar de esta ultima ser uma opção de um programa de qualidade). Trata-se de um mecanismo comprometido com a elevação do nível de qualidade dos Serviços de Saúde. Selo ou certificado – é fornecido quando a organização dos recursos e atividades evidencia um processo cujo resultado final é uma assistência à saúde de qualidade. Atualmente no Brasil existem algumas organizações desenvolvendo processor de acreditação hospitalar distintos, com métodos próprios e sistemática de avaliação semelhante; As certificações nacionais: ONA – Organização Nacional de Acreditação (ONA); CQH – Programa de Controle da Qualificação Hospitalar; PNGS – Premio Nacional de Gestão em Saúde; A certificação internacional e as estrangeiras: JCI; NIAHO; CCHSA; Fonte : https://cessetembro.com.br/aulas8farmaciahospitalar2
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