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Aula 4 – Farmácia Hospitalar Farmácia clinica: Breve resgate histórico: Inicio: BOTICÁRIO – Manipulação de ervas medicinais – poucos diagnósticos na época, baixo arsenal terapêutico e “alto status” (só o boticário detinha de todo conhecimento); Farmacêutico – Nasce o curso de Farmácia – substituição do boticário pelo farmacêutico graduado e diplomado; Indústria – 1° e 2° guerra mundial – mortes e feridos – o farmacêutico não conseguia atender a demanda nessa época. Nasce a necessidade de uma produção em grande escala; Perda de status do farmacêutico (agora a farmácia de manipulação já não é mais tão procurada), nasce a drogaria (apenas para comercialização e no inicio sem obrigatoriedade do profissional no estabelecimento). Busca de uma Nova Identidade (1960): E.U.A – A perda do papel farmacêutico nas farmácias ocorrido após a industrialização do setor foi enfrentada com relativo sucesso no âmbito hospitalar por meio de uma nova disciplina que pretendia resgatar a participação do profissional na equipe de saúde, a farmácia clinica. 1990 – Hepler & Strand – Cria-se o termo Pharmaceutical Care; Cuidado farmacêutico x farmácia clínica x atenção farmacêutica: Farmácia clinica: Farmácia clinica é uma especialidade das ciências farmacêuticas, cuja pratica é responsabilidade do farmacêutico; Compreende o julgamento e a interpretação na coleta de dados necessários para otimização da farmacoterapia, com ação integrada à equipe de saúde; O farmacêutica clinico esta apto a identificar sinais e sintomas, implementar, monitorar a terapia medicamentosa e orientar o paciente, atuando em conjunto com outros profissionais da saúde visando a efetividade da terapia medicamentosa; Atenção faramaceutica = cuidado farmacêutico: Hepler and Strand (1990): esfroços em trazer o farmacêutico para o cuidado ao paciente, inclusive na farmácia comunitária; É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para melhoria da qualidade de vida; Qual a diferença então entre farmácia clinica e atenção farmacêutica: Farmácia clinica: · Analise de prescrição; · Conciliação de medicamentos; · Participação em reuniões clinicas; · Analise de prontuários (beira leito); · Farmacovigilância; · Atenção farmacêutica; RDC 585/2013: Regulamenta as atribuições clinicas do farmacêutico e dá outras providências Atribuições segundo a RDC 585/2013: · Solicitar exames laboratoriais (monitoramento da farmacoterapia); · Avaliar resultado de exames laboratoriais; · Monitorar níveis terapêuticos de medicamentos (farmacocinética clinica); · Determinar parâmetros bioquímicos e ficiologicos do paciente; · Identificar, avaliar e intervir nas IM clinicamente significantes; · Detectar e resolver PRM e outros problemas relacionados à farmacoterapia; · Administrar medicamentos; · Orientação quanto a administração de formas farmacêuticas; · Elaborar plano de cuidado farmacoterapêutico do paciente e pactuar com o paciente e outros profissionais de saúde; · Fazer conciliação de medicamentos no ato da admissão, transferência e alta do paciente; · Fazer evolução farmacêutica e registrar no prontuário; · Manejo de problemas de saúde autolimitado – suporte; · Prescrição farmacêutica (RDC 586/2013); · Rastreamento em saúde, baseado em evidencias técnico-cientificas; Qual problema e solução o farmacêutico busca? Otimizar a farmacoterapia; Detectar, prevenir e resolver problemas relacionados com o medicamento (PRM) e resultados negativos associados ao medicamento (RNM); O centro de informação de medicamentos: O centro de informações de medicamentos (CIM) é um local onde são reunidas, analisadas, avaliadas e fornecidas informações sobre medicamentos, visando o seu uso racional; No ambiente hospitalar é crucial que exista um CIM, ainda mais levando em consideração a complexidade do cuidado; Informações que podem ser passadas pelo CIM: · Farmacocinética/farmacodinâmica/ Farmacoterapia; · Estabilidade e conservação; · Legislação atual; · Nutrição; · Posologia/dosagem/apresentação/vias de adm. · Interações medicamentodas/contraindicações/RAM’s/Teratoggenicidade/toxicidade; · Compatibilidades/diluentes; · Nomes genéricos (P.A) e comerciais (referências e similiares) · Etc; As informações levantas devem ser de fontes confiáveis; Protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas: Os PCDT são documentos que estabelecem critérios para o diagnostico da doença ou do agravo a saúde; tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle critico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos. Devem ser baseados em evidencias cientifica e considerar critérios de eficácia, segurança, efetividade e custo efetividade das tecnologias recomendadas. No ambiente hospitalar os PCDT promovem a padronização das condutas médicas, isso é, auxiliam na uniformização dos tipos de tratamento para determinados diagnósticos; Eles organizam e facilitam a tomada de decisões da gestão hospitalar; Os farmacêuticos podem atuar na pesquisa bibliográfica de protocolo farmacoterapêuticos existentes e verificar quais se encaixam melhor na realidade da instituição hospitalar que atua. Com base nesses protocolos pesquisados, é importante avaliar qual desses protocolos apresenta melhores resultados farmacoeconomicos; Conciliação de medicamentos: O processo de revisão do tratamento do paciente antes e depois da transição de cuidados, evitando eventos adversos (IM, RAM, Incompatibilidade, duplicidade terapêutica, etc); Quem esta apto para fazer a Conciliação: Médicos, enfermeiros e farmacêuticos; O que avaliar: · Se os medicamentos são indicados; · Se faltou algum medicamento na prescrição; · Avaliar substituições terapêuticas; · Verificar se houve algum medicamento suspenso; · Avaliar ajuste de dose e/ou posologia. Análise de prescrição: A avaliação da receita é um procedimento diário do farmacêutico e dos técnicos em farmácia; Além dos aspectos legais, deve ser avaliado os aspectos técnicos e assistenciais, como por exemplo: · Indicação do medicamento; · Dosagem/posologia/via de adm. · Duplicidade terapêutica; · Avaliação da segurança: IM, RAM, etc; · Avaliação da efetividade: medicamento corretamente adequado para aquela condição clinica? · Medicamento não padrão; Consultar quando necessário: Prontuário do paciente (evoluções); Exame clinico e laboratorial; Alta farmacêutica: O farmacêutico pode e deve fazer alta no ambiente hospitalar, ao que tange a orientação sobre o uso correto e seguro dos medicamentos; · O que pode ser apontado durante o processo de alta farmacêutica: · Educação ao paciente (avaliar tudo: crenças/medo/ansiedade/etc) · Efeito benéfico e adverso esperado · Orientação de quando deve interromper o tratamento e procura ajuda médica/farmacêutica · Modo de adm., posologia, duração do tratamento, etc; · Interações dos medicamentos, com alimentos, etc · Armazenamento adequado dos medicamentos Prontuário: O prontuário do paciente é um importante instrumento no cotidiano dos profissionais da saúde. Além de ser obrigatório para todos os usuários, é indispensável para uma assistência de qualidade e para a segurança dos pacientes; O prontuário necessita ter: · Dados do paciente; · Anamnese; · Laudos de exames: é necessário conter analises complementares (urina, sangue, etc), imagens ultrassonografia, RX, ressonância, entre outras; · Evolução; · Termos de consentimentos/responsabilidade; · Motivos de transferência, alta ou óbito: declarações da causa da transferência, registros das condições de alta e plano do óbito; · Documentos diversos: descrição cirúrgica, laudos de consultoria, atestados de quimioterapia, radioterapia, hemodiálise, entre outros; O papel do farmacêutico na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar: Breve histórico: A ideia de se criar comissões dedicadas ao controle de infecção hospitalar nasceu nos EUA; Surgiu devido a uma pandemia de infecções causadas por Staphylococcus aureusque atingiu o país nas décadas de 50 e 60; Função do CCIH: Existem diversas infecções ocorridas no hospital, mas as principais são: pneumonia, infecção urinária, da corrente sanguínea e do sitio cirúrgico; São diversas atividades desenvolvidas pelo CCIH, entre elas: · Vigilância/prevenção; · Educação; · Investigação de surtos; · Controle de antibióticos; · Implantação de politicas de controle de infecção. Papel do farmacêutico na CCIH: São diversas funções do farmacêutico no CCIH, entre elas, pode-se citar: · Redução da transmissão de infecções; · Promoção do URM dos antimicrobianos; · Educação continuada para os profissionais de saúde e pacientes; · Trabalho integrado com a CFT na seleção de antimicrobianos; · Trabalho integrado com laboratório de microbiologia; · Orientação quanto ao uso correto de medicamento, antissépticos, desinfectantes e esterilizantes; · Auditoria periódica dos equipamentos da área limpa (capela de fluxo laminar, por exemplo); · Estimulo do uso de EPI’s; · Estimulo do uso de embalagens dose única para produtos estéreis · Etc Farmacovigilância: Ciência relativa à detecção, avaliação, compreensão e prevenção dos efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados a medicamentos quando estes são liberados para comercialização; Eventos adversos: Agravos à saúde de um usuário ou de um paciente que podem estar presentes durante o tratamento com um produto farmacêutico, podendo ser erros de medicação, desvios de qualidade dos medicamentos, reações adversas, interações medicamentosas e intoxicações; Queixas técnicas: Ocorrência de afastamento ou desvios dos parâmetros de qualidade de medicamentos exigidos para comercialização ou registro dos medicamentos; Podem ocasionar eventos adversos se não detectados antes da administração; Objetivos: Detecção de reações adversas desconhecidas e interações; Detecção do aumento da frequência das reações adversas conhecidas; Identificação dos fatores de risco e os possíveis mecanismos de desenvolvimento de reações adversas; Estimação dos aspectos quantitativos de analise risco-beneficio e disseminação da informação necessária para promover a prescrição e regulamentação dos fármacos; Eventos adversos monitorados pela farmacovigilância: Reações adversas; Inefetividade terapêutica; Desvios de qualidade que afetam a saúde dos usuários; Erros de medicação; Interações medicamentosas; Problemas decorrentes do uso off-label; Exemplos de notificação de eventos adversos: Incidente/evento adverso durante procedimento cirúrgico; Queda do paciente; Úlcera por pressão (feridas na pele provocadas pelo tempo prolongado sentado ou deitado); Reações adversas ao uso de medicamentos; Erros de medicação que causaram ou não dano à saúde do paciente (por exemplo, troca de medicamentos no momento da administração); Inefetividade terapêutica de algum medicamento; Eventos adversos decorrentes ao uso de artigo médico-hospitalar ou equipamento médico-hospitalar; Reação transfusional decorrente de uma transfusão sanguínea; Evento adverso decorrente do uso de um produto cosmético; Exemplos de notificações de queixas técnicas: Produto (todos listados acima, exceto sangue e componentes) com suspeita de desvio da qualidade; Produto com suspeita de estar sem registro; Suspeita de produto falsificado; Suspeita de empresa sem autorização de funcionamento; Exemplos: · Frasco de omeprazol com po na cor amarela enquanto ns demais a cor é branca: avaliação do caso: possível reação de degradação; · Conteúdo de ampola de solução de sulfametaxazol + trimetoprima apresentando partículas aparentemente oleosas, que após agitação se desfazem e turvam a solução: avaliação do caso: possível contaminação; · Comprimidos soltando po ou quebrando dentro do blister: avaliação do caso: possível problemas de dureza; · DOU esta especificando ampola âmbar e farmácia recebe ampola transparente: avaliação do caso: possível problema de registro; Admissão Checar Primeira Prescrição Transferência UTI Alta Checar Receita de Alta Enfermaria Inicio do século - Farmácia tradicional Anos 60 - Farmácia clínica Anos 80 - Cuidado do paciente
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